Manual do Autista 2D: escrita por Yori Sora


Capítulo 3
A Estonteante Pureza:


Notas iniciais do capítulo

[King Knight]: tive menos reviews no segundo capítulo... fiquei chateado. D;

Haha! Mas nem por isso deixarei de postar novos capítulos, mas por favor, deixem reviews, isso incentiva o autor a continuar, sabem? xD



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Naruto estava, definitivamente, irritado. O problema de se ter um transtorno de personalidade, que é uma categoria de transtorno mental que afeta traços da persona, é a falta de flexibilidade dos indivíduos afetados. Pessoas com personalidade antissocial sempre serão perversas, pessoas com personalidade esquizoide sempre serão reclusas e levemente autistas, pessoas com personalidade histriônica sempre serão vulgares e por aí vai.

Mas não há nada de ruim em não mudar, visto que o núcleo de personalidade de alguém jamais muda, independente dela ter um transtorno ou não. O problema está quando a pessoa se torna inflexível por causa da personalidade. Pois é... o jovem Uzumaki Naruto sempre tinha que ouvir essas coisas do seu psicólogo, mas isso não o incomodava. A propósito, o que lhe irritava no momento, eram duas coisas: e uma delas estava com ele no momento.

- Naruto-kun, ouça o Jiraiya-san, ele é um bom homem - dizia uma bela garota sentada no colo do jovem. Ao mesmo tempo, ela o abraçava, fechando os olhos...

Naruto não sabia o que fazer. Deveria ele contar ao Jiraiya que via uma personagem de mangá e que ninguém mais tinha essa capacidade?

- Então, como vai, Naruto? - dizia o senhor à sua frente. Naquele momento, Naruto estava em uma consulta com seu psicólogo, um homem que, no caso, se chamava Jiraiya.

Naruto tinha uma dificuldade enorme em olhar nos olhos do homem à sua frente... não que ele tivesse medo, mas ele realmente tinha dificuldades em fazer contato visual com quase qualquer pessoa (N/A: tenho essa dificuldade, graças ao meu probleminha rs... mas já tô superando isso ;D). As pessoas, no geral, achavam que ele era tímido, mas isso não era verdade, e ele sabia que qualquer pessoa que conhecesse o seu transtorno entenderia.

- Mais ou menos, Jiraiya-san - ele responde, olhando para qualquer lugar, menos pro rosto do homem diante dele.

Ah, depois do estranho fato de Hyuuga Hinata estar sentada no colo dele sem ninguém perceber, a outra coisa que lhe incomodava era Uchiha Sasuke. Naruto decidiu perguntar:

- Sabe... o que o senhor sabe do Sasuke? - Naruto perguntou, com a voz baixa e monótona, fora do controle do mesmo. Ele realmente detestava diálogos.

Jiraiya pareceu surpreso por alguns instantes, mas logo recuperou a compostura. A propósito, Jiraiya era um senhor de meia idade com longos cabelos brancos, uma roupa comum, no caso uma camisa cinza e uma calça jeans. Diferente de Naruto, ele era bem falante e extrovertido.

- Bem, ele tem um Transtorno de Personalidade Antissocial. Por isso ele não pode sentir empatia e, clinicamente, não vale nada - ele deu um riso. Naruto sorriu um pouco. - Mas não é culpa dele, é por causa do problema.

- É, eu sei... mas Jiraiya-san, existe alguma possibilidade de gente que nem o Sasuke ter emoções boas? - Naruto perguntou, curioso. Um fato era que, desde aquele dia na escola, Sasuke o seguia, tentando conversar com ele. Naruto era sempre evasivo por diversas razões e a principal era de que sabia que não deveria confiar no Uchiha.

- Não, não existe - Jiraiya respondeu, um pouco sério. - Ele será sempre assim e vai só piorar com o tempo... por isso gente que nem ele precisa de assistência e cuidados especiais, pra que não faça mal a ninguém e nem a si mesmo.

- Entendo...

O resto da consulta foi bem comum, Jiraiya falou um pouco mais sobre como Naruto deveria ser mais flexível, mas o mesmo tinha dificuldades em ter vida social, um pensamento comum ao loiro era: "ninguém presta mesmo, eu não quero falar com ninguém, prefiro os meus mangás". Jiraiya sempre deixava claro que o loiro jamais mudaria, que sempre teria uma personalidade esquizoide. Mas que ele poderia e deveria ser mais flexível.

Naruto saiu do consultório, um pouco constrangido consigo mesmo. Além de Sasuke, quem vivia a seguindo agora era Hinata, a moça moe de mangá, o que não fazia o menor sentido. Não que ele não gostasse de andar por aí sentindo a garota que amava se abraçando em seu braço, era realmente algo lindo, mas aquilo não deveria acontecer.

"Hum... o Sasuke não tá aqui por perto. Ele deve ter deixado de fazer psicoterapia", Naruto pensou. Era sábado e na próxima segunda, resolveria seus assuntos com o Uchiha.

Naruto caminhava até a sua casa, saindo do centro de saúde psíquica no qual fazia tratamento. O dia estava nublado, mas não chovia, só estava um pouco frio. O Uzumaki vestia um casaco negro e volumoso, uma calça jeans e um tênis negro. Ele não sentia tanto frio, mas olhou para o lado, em que uma linda garota se agarrava ao seu braço.

- Está com frio? - ele perguntou, um pouco sorridente. Talvez já estivesse se acostumando à ideia de estar louco.

Ela apenas balançou a cabeça afirmativamente.

- Se abrace a mim - diz ele, ainda de maneira acolhedora. Hinata obedeceu e se abraçou ao mesmo.

Ambos andaram assim, com todos estranhando o fato de um garoto estar abraçando o nada, mas isso pouco importava. Um fato curioso era que o loiro conseguia sentir a textura de Hinata, o seu corpo, a sua pele... ela era tão real...

E foi assim durante todo o seu caminho até a casa. Quando ele chegou, já estava na hora do almoço. A sua mãe, Uzumaki Kushina, trabalhava a semana toda num restaurante e ficava em casa nos finais de semana, portanto, ela mantinha a si e ao seu filho com o próprio esforço e também contava com a pensão do ex-marido, pai de Naruto.

- Cheguei! - diz Naruto, entrando na casa. Ele parou de abraçar Hinata imediatamente, para a sua mãe não estranhar.

- Oi, filho! Como foi a sua consulta com o doutor Jiraiya? - ela perguntou.

- Foi bem.

Kushina era uma linda mulher de cabelos ruivos, vermelhos como sangue (ou tomate?) e olhos azuis. Vestia uma blusa branca com detalhes em verde por causa do frio e usava uma calça comum de ficar em casa, de cor acinzentada. Kushina também era uma mãe muito atenciosa, mas que queria que o loiro mudasse, deixasse de ser tão recluso, coisa que irritava o loiro... ele detestava quando as pessoas diziam ou pensavam que viver de maneira extrovertida era a forma correta de viver, achava isso ignorância de pessoas clichê. Mas claro que ele não detestava a sua mãe, apesar de a considerar clichê.

Naruto ajudou a sua mãe a colocar a mesa e logo ambos se serviram. A comida de Kushina realmente era ótima. Enquanto comia, Naruto percebeu que precisava de uma opinião. Quando ele pensou nisso, percebeu que Hinata não estava mais lá, com ele. Aonde ela teria ido? Ele ser perguntou... e então, ele também notou que estava ficando assustado ou até apavorado.

"Hinata, onde está você?", ele indagou-se.

- O que foi, filho, está se sentindo mal? - Kushina perguntou, um tanto preocupada.

- Não é nada, mãe... - Naruto respondeu. Mesmo querendo encontrar Hinata logo (por alguma razão, a ideia de que ela desparecesse lhe incomodava, por mais paradoxal que fosse). Mas aquela era a hora, a hora de conseguir uma opinião - Sabe, eu ouvi falar de um cara que via por aí uma personagem de mangá, mesmo ela não existindo. O que você acha disso?

Kushina o fitou por alguns segundos sem entender, até mesmo piscou algumas vezes.

- Filho, isso não está acontecendo com você, né?

- O quê!? Mas claro que não, mãe! - ele responde, um pouco irritado. - Mas então, o que você acha?

- Acho esse cara maluco - ela respondeu, sem pensar duas vezes. Naruto já devia ter imaginado.

O silêncio predominou no restante da refeição. A História da Humanidade sempre foi repleta de gênios, loucos, psicopatas e megalomaníacos... seria Naruto mais um desses desequilibrados? Mas enfim, o mesmo terminou a refeição e saiu correndo para o quarto, subindo as escadas. Nem houve tempo para Kushina dizer algo.

"O que há com esse garoto?", ela pensou.

Naruto entrou para o seu quarto, o trancando. Apesar de ser dia, o lugar era sempre escuro, já que o loiro deixava as janelas sempre fechadas, imaginando que assim teria mais privacidade. Ele acendeu a luz do quarto, se deparando com a sua cama, seu computador, sua estante cheia de mangás, etc. Mas o que realmente lhe chamou a atenção foi "ela".

Hinata estava deitada na sua cama, olhando para o teto, provavelmente. Logo em seguida, ela se levantou um pouco, mas ainda deitada na cama, e olhou o loiro.

- Hinata... me diz, porque você está aqui? - pergunta Naruto, um pouco irritado.

- Naruto-kun...

Ela era incomparavelmente bela, ainda vestindo um kimono branco com detalhes em azul, ainda com os seus cabelos longos e azulados e seus olhos cor de pérola... sua pele branca, limpa e provavelmente macia como algodão.

- Você não me quer aqui? Quer que eu vá embora? - ela perguntou, sendo possível perceber que estava um pouco chorosa. Naruto logo se arrependeu das suas palavras, ele percebeu que não queria que tal ser estonteante fosse embora. Ela era... a sua adorada, a razão para ele suportar esse mundo.

- Não é isso, Hina - ele disse, suspirando e sentando-se ao lado dela. Hinata encostou a sua cabeça no colo de Naruto e o mesmo passou a acariciar seus sedosos cabelos.

- Você é a minha esposa 2D, lembra? Não quero que você vá embora - ele falou, enfim.

- Então não diga mais nada, Naruto-kun. Apenas vamos ficar juntos para sempre - ela respondeu, com a voz mais aliviada.

Ele não podia mais se afastar de tal estonteante pureza, ele realmente queria ficar com ela para sempre. Mesmo que para isso precisasse ser um louco.

Hinata era a sua esposa, afinal.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews. xD