A morte está próxima agora. Sinto a vida se esvair de mim através do sangue que jorra por todos os lados. Estou me perdendo. Estou perdendo o rumo, o caminho. A escuridão me toma e sinto uma abstinência me invadir. Algo sereno me toca. Posso senti-la ali.

Effy...

Estou morrendo por ela. No sentido literal da palavra. Tudo o que quis foi protegê-la, mas isso apenas me causou danos. Todas as feridas internamente causadas são por culpa dela. Então, agora, eu a perdi.

"Eu morreria por você, Eff".

Quão estúpido fui por dizer isso? Eu não queria morrer. Queria viver em seus braços durante a eternidade. Em nosso casulo ilusório onde as tormentas não têm vez.

Com ela as drogas tomavam proporções ainda maiores. Ela era minha dose diária de heroína e, agora, nada mais me restava além do precipício da morte.

Os golpes atingiam minha cabeça de forma brutal. Effy encantava as pessoas de forma louca. Fazia com que elas cometessem atos absurdos. E esse efeito casou meu fim. Esse homem a queria. A machucaria se fosse preciso. Mas antes machucaria a mim.

O sangue era quente e tornava-se pegajoso em minha pele. Sentia dor física e emocional. Ele tinha um sorriso débil do rosto. Já eu, tinha um sorriso debochado.

"Ela nunca será sua". Disse com os resquícios de força que me restavam.

Ele gargalhou, ainda proferindo golpes em mim.

"E nunca será sua, seu grande merda. Não mais".

A razão faltava a ambos. Ela tinha essa capacidade de nos fazer perder os sentidos. O impulso era a única arma.

Meu corpo desvanecia. Minha força se tornara fraqueza. Meu último pensamento foi claro. Os doces e perigosos olhos azuis me encaravam. E sorriam para mim.

"Adeus, Freddie".