Aluga-se Um Noivo escrita por Clara de Assis


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Caraca! Estou recebendo um retorno incrível com essa fic! Espero que estejam curtindo muito mesmo!

Porque o objetivo é satisfazer hehehe

Bem-vindos, novos leitores!

Beijooooos! ♥



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Ainda que quisesse matar a Carol, a quem estava tentando enganar?! Estava louca de vontade de transar com ele! E por dezoito mil Reais eu merecia tudo a que tinha direito! Ah caralho! A quem estava tentando enganar?! Não sei se teria coragem! Sempre saberia que foi por dinheiro, que fui comida por que paguei por isso. Eu sei lá... isso era... estranho.

No dia seguinte foi o Théo quem ligou.

— Oi, Débora.

— Oi, Théo... Sobre ontem...

— Fique tranquila, não vou cobrar tudo de uma vez.

— Então... você topa mesmo?!

— Sim, mas não posso me mudar de verdade pro seu apartamento.

— Eu compreendo isso, nem pensei que o faria, mas é que as meninas estão marcando um chá de calcinha e...

— Chá de calcinha?

— Um chá de lingerie pra Luiza, e vai ser no meu apartamento.

— Quando isso?

— No sábado agora.

— Sábado agora? — ele pareceu surpreso.

— Você não pode, né? Já havia feito sua agenda...

— Espera. Pare de falar um pouquinho, deixe-me pensar. — puxa — Amm... Façamos o seguinte, vou deixar umas roupas e umas coisas minhas no seu apartamento e se der apareço antes delas irem embora, caso contrário te mando um sms avisando. Pode ser assim?

— Assim tá perfeito.

— Ok. Tenho compromisso a partir de amanhã, então, passo lá mais tarde, tudo bem?

— Tudo bem.

Ah meu Deus, depois daquelas mensagens que a inconsequente da Carol mandou, teria que encarar o Théo, assim.... tão depressa! Hoje?!

Assim que cheguei em casa fui direto para o chuveiro, precisava pensar e não havia lugar no mundo melhor pra criar diálogos imaginários quanto o chuveiro. Já ganhei inúmeras discussões e até mesmo uma briga! Sem sair do chuveiro.

E foi pensando e pensando que o Théo chegou e eu ainda lá, debaixo d’água.

Corri pra atender a porta de toalha mesmo, que hipocrisia me vestir às pressas se o cara já tinha me visto nua em pelo.

— Oi, eu... estava no banho.

— Percebi. Boa noite, querida, como foi seu dia? — ele estava me zuando? Sério isso?

— Foi trabalhoso. Entra.

Théo passou pela sala sem cerimônias com uma mala pequena, uma sacola grande e uma mochila.

Deixou a mala no meu quarto e entrou no banheiro já abrindo a mochila, mas voltou no mesmo pé, deixando a porta aberta.

— Estava tomando banho ou fazendo sauna?

— Pensando na vida.

— Gastando a água do Planeta. — Olha só! Um garoto de programa ecológico!

 Ele voltou para o banheiro e fui atrás pra saber o que estava fazendo.

— O que tem aí?

— Coisas de homem.

Théo empurrou sem a menor sutileza meus hidratantes, máscaras faciais e sabonetinhos para um canto da pia e do outro lado deixou uma loção pós barba da Ralph Lauren, um vidro de perfume Paco Rabanne, ahh não era Armani, mas Paco Rabanne... também um cortador de unhas grande, pente, escova de dentes e um barbeador elétrico no armário debaixo da pia. Se esticou todo pra não entrar no box e deixou na prateleira de vidro um shampoo para homens da Dolce & Gabbana. Nossa. Ele só usa coisa cara.

Passou quase roçando o corpo no meu e saiu do banheiro.

Tirou da mala que trouxe, um par de chinelos e um par de tênis Nike meio encardido e deixou num canto atrás da porta.

— Não tire ele daqui.

— Tá.

Caraca, a mala dele era toda arrumadinha, com roupas enroladinhas e apesar de pequena cabia muita coisa. Théo me disse que não se mudaria de verdade mas estava parecendo que estava se mudando em definitivo! Era tanta roupa que ele tirou de lá...

Calça, blusa, blusão, meia, cueca, tinha de tudo. Desembrulhou um terno e colocou sobre a cama.

— Onde é minha gaveta?

— Eu não tinha pensado ainda.

— Bom, eu sou mais alto que você, acho justo ficar com a gaveta de cima.

— Eu não ligo pra essas coisas. — claro que eu estava ligando! O cara é muito cheio de marra!

Puxei minha gaveta de baixo que tinha poucas blusas e troquei pela gaveta de cima, que tinha calcinhas e remanejei as outras coisas, de modo que as duas gavetas de cima ficaram livres e as três de baixo ocupadas por mim.

Ele ia arrumando as coisas rapidamente, enquanto eu dava espaço no guarda roupas.

Achei inusitado que ele não estivesse constrangido, mas parecia se divertir imensamente com tudo aquilo.

Por último, foi até a área de serviço e despejou as roupas sujas dele no cesto misturando com as minhas.

— Pronto, Debby, agora moramos juntos.

— Você pensou em tudo.

— Quase tudo, você precisa comprar coisas de homem, para a geladeira.

— O que seriam coisas de homem pra geladeira?

— Salaminhos, queijos, molhos apimentados, essas coisas. E não se esqueça do meu pão integral, eu só como pão integral.

— Tá falando sério?

— Estou, mas abro uma exceção para a pizza, topa?

— Pizza, tá legal e já que está dando uma de homem da casa, pede você. Minha metade é de calabresa. Enquanto isso vou colocar uma roupa.

A entrega não demorou a chegar, esse era o bom de pedir pizza na terça-feira. Calabresa e Portuguesa. Ele pediu bem. Também não ficou de frescura com o vinho, pelo contrário, até elogiou. Esse cara deve pegar só essas mulheres cheias da grana, porque o bichinho sabia o que era coisa boa!

Derrubamos, garganta abaixo, a garrafa de vinho italiano, disse ele que era um dos seus preferidos, e concordamos muito sobre o tipo do vinho: seco, nunca o suave!

 Até que tínhamos muitas coisas em comum! Ele era fã de Sheldon Cooper, eu também, ele gostava de muitas músicas que eu também gostava, não é porque disse a ele que curtia samba que só curtia samba! Ele disse que sabia cozinhar e fiquei curiosa em saber como ele vivia. Será que morava num lugar pé de chinelo? Não que o meu apartamento no Largo do Machado fosse alguma coisa extraordinária, mas era um dos antigos e era bem amplo. Quando dei por mim estava analisando o cabelo dele e não resisti em perguntar, por que havia pintado.

— Você é curiosa... Bem, na verdade estava pintado antes, de castanho escuro, essa é a cor natural dos meus cabelos.

— Dourado. Seu cabelo é lindo.

— Obrigado, o seu também é, gosto do jeito como fica quando seca ao natural.

Ele estava me sacaneando com certeza, meu cabelo, castanho escuro em camadas, só ficava legal com uma boa escova!

— E você... faz o que durante o dia?

— Durante o dia? Como assim? O que imagina que eu faça?

— Sinceramente, não consigo definir uma imaginação fixa, até de professor já te imaginei.

Théo deu uma risada dessas que vira a cabeça pra trás.

— Professor? Puxa vida, eles são muito mal remunerados, pra você pensar desse jeito...

— Não foi por eles ganharem mal, foi pela forma como se expressa.

— Hmm, entendi. Você faz uma ideia bem preconceituosa dos acompanhantes, não é Débora?

— Claro que não! Ou acha que estaria aqui?

— Não sei... Acho que acima do seu preconceito, está seu orgulho ferido.

— Pode acreditar, é só o orgulho ferido mesmo.

De repente ele ficou quieto, pensativo.

— Débora, vou precisar da cópia da chave. Tudo bem?

A cópia da chave do meu apartamento? Oh Jesus, estou mesmo certa disso?

Dei um último gole no vinho e sorri, balançando a cabeça em afirmativo. Estava confiando cegamente num garoto de programa! Um cara que mal conhecia! Quanta estupidez.

*

Foi estranhíssimo olhar todos os dias daquela semana para os objetos do Théo, parecia mesmo que havia um homem morando comigo! E que homem cheiroso! Depois que ele saiu lá de casa na terça-feira, fui fuxicar as coisas dele, cheiro gostoso, perfume, loção, shampoo... Até as roupas dele, foi quando vi meu reflexo no espelho acima da cômoda. Deus. Estava com a roupa dele nas mãos, inalando seu perfume. Apertando-a entre os dedos.

Coloquei de volta, imediatamente! Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus! Eu estava mesmo apaixonada por ele!

Théo não deu sinal de vida desde o momento que saiu do meu apartamento.

Passei a semana praticamente em prantos!

Carol, ficou comigo no banheiro do escritório a maior parte do tempo. Estava com tanta raiva de mim! Mais uma vez estava fadada a sofrer por um amor mal resolvido, mal escolhido, mal intencionado, mal tudo!

E foi quando resolvi que ele jamais poderia saber o que estava sentindo por ele! Com certeza iria se aproveitar pra tirar todas as minhas economias! Como fui burra! Como fui estúpida! Estava mesmo a fim de um homem que transa com outras mulheres e outros homens também, e por dinheiro!!

Tipo, naquele instante, o que estaria ele fazendo? Comendo quem? Alguma bunda? Alguma boceta? Que desgraçado! Como ele pode ser tão lindo e tão sensual e a imagem da foto dele na internet não saia da minha cabeça, aquele abdome bem marcado pelos músculos, aquela pélvis depilada com aquele pau grosso e.... Jesus!!! No que estou pensando?? Para agora!!!

Não foi nada fácil perceber que estava me envolvendo com o Théo, e pra mim era por sentimento, ele, por dinheiro.

 E voltei correndo para o banheiro, segurando as lágrimas, e o nó na garganta.


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Notas finais do capítulo

Tadinha gente! Ela tá muito apaixonada pelo cara!