Seasons escrita por Evye


Capítulo 12
Um Adeus


Notas iniciais do capítulo

E aíí pessoinhas! Prontas para entrarem no verão, logo, logo?!! Sim, acreditem, magicamente a fic chegou em sua reta final sem que eu percebesse e isso foi definido nesse capítulo. Admito que até prolongaria mais, mas... Digamos que a porradaria vai começar agora e as cenas fluffys e cheias de nhom nhom vao ter que aguardar mais um pouco...
Em todo caso, espero que aproveitem bem o capítulo e curtam bastante, logo que tiver tempo vou arrumar tudinho, ok?! ^^
Boa leitura queridas (os)!



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-Oito, nove, dez, onze, doze e...

-Atena? Algum problema?

-Doze, há apenas doze cavaleiros de ouro aqui.

-Como?

-Veja Shion, contando com você, há apenas doze de nós aqui!

-Ela está certa, está faltando alguém.

-Hum... Mas, nós estamos aqui Dohko, Peixes e Virgem acabaram de chegar, Milo e Camus também, os demais já estavam há algum tempo que mais poderia... Oh...

-Shura? Onde está o Shura?

-Deuses... Pessoal, hei, pessoal!

O murmurinho que até antes preenchia o templo do Grande Mestre aos poucos foi silenciando-se e todos os presentes voltaram os olhos para os três mais velhos que permaneciam sob o altar do local. Dohko analisava cada um dos presentes a procura do cavaleiro de Capricórnio. Os olhos castanhos percorriam cada face tentando encontrar a já tão conhecida feição do espanhol, detinha-se em alguns rostos que pareciam sutilmente assustados; "Não importa se são Cavaleiros de Ouro, Bronze ou Prata... Todos são jovens e não importa por quantas guerras passemos, sempre iremos temer a próxima..."; suspirou pesadamente preparando-se para a pergunta que faria, o olhar inquisitivo de Shion o forçando a dirigir a palavra àqueles garotos.

-Por acaso, alguém sabe onde está o Shura?

Novamente o som de vozes preencheu o salão que aos poucos ia se enchendo com os demais guardiões de Atena, porém nenhum dos recém chegados tinham ideia do que estava acontecendo ali e todos acomodavam-se em algum canto, enquanto a elite dourada discutia fervorosamente sobre o fato de não terem sentindo o cosmo de Capricórnio em sua casa ao passarem por ela.

-Quer dizer, quando a neve estava a pico eu não sentia o cosmo de ninguém, mas... Simplesmente esqueci de reparar no de Shura!

-Sim... Isso é estranho, não? Aliás, vocês sentia o cosmo de alguém Milo?

-N-não... Apenas o do Camus enquanto estávamos juntos.

Suspirou pesadamente, ninguém ali saberia explicar a ausência do outro então o minimo que poderiam fazer, seria procurá-lo. Shion observou e analisou os cosmos desde os mais calmos ao mais agitados, focando-se perincipalmente nos cavaleiros abaixo dos de Ouro, pareciam todos extremamente tensos; exceto... Ergueu uma da sobrancelhas olhando de soslaio para o moreno ao seu lado que distraidamente discutia a ausência de Shura com Aioria e Milo, voltou as orbes lilases para o atual guardião de árias que distraidamente observava e (muito provavelmente) notava o que havia sentido antes, dentre todos os cosmos afoitos e perturbados que enchiam a casa havia dois que permaneciam em perfeita calma e sincronismo.

Afrodite e Shaka estavam lado a lado em um dos cantos mais afastados do templo, apenas olhando toda a confusão que se instalava pelo sumiço do guardião da décima casa, vez ou outra um dos loiros dirigia o olhar ao outro e os mais observadores e astutos notavam que a mão de Shaka sempre tocava a de Afrodite quando o cosmo deste ameaçava romper sua calmaria, o acalentando em silêncio e com toques discretos.

Desceu do altar caminhando hipnoticamente até onde encontrava-se ambos os protetores de Peixes e Virgem, admitia que estava sendo atraído pela estranheza da situação, afinal, falamos de dois extremos. Afrodite era a personificação da beleza, do desejo, da luxúria! Enquanto Shaka era o ser mais próximos dos deuses, de mente divina, e corpo puritano. Como seres tão diferentes poderiam estar tão unidos? Os cosmos conversavam em uma sintonia única e se não fosse a situação, sabia que todos olhariam espantados para os dois jovens escorados em uma das pilastras de sua casa.

Parou bruscamente ao notar os olhares azuis cruzarem-se um ao outro e deterem-se por um tempo um no outro. Havia algo ali que não entendia... Algo que ia além de uma grande amizade, um companheirismo que desconhecia... Voltou o olhar para o libriano que permanecia distraído em sua fervorosa discussão tentando encontrar nos olhos castanhos algo semelhante ao que via nos azuis; passaria momentos infindáveis a procura da explicação que não encontrava se não fosse a voz da deusa que agora ecoava pelo salão o tirando de seus devaneios.

-Preciso de voluntários para procurar Shura.

-Posso ir...

-Certo, Afrodite e... Mais alguém? 

-Eu vou.

-Não, Shaka, é melhor que fique, precisamos de alguém que consiga acalmar esses aprendizes... 

A voz de Mu saíra um tanto angustiada como se fosse um pedido desesperado para que o colega não seguisse o cavaleiro de Peixes. Afrodite observou o guardião do primeiro templo com curiosidade, cerrou os olhos fitando-o com astucia e audácia tentando ler o dono dos olhos violetas, será que imaginava ver o que via? Impossível...

-Nesse caso, eu vou, afinal aquele imbecil era meu amigo.

-Certo, Afrodite e Máscara da Morte, podem descer até o décimo templo. Mais alguém?

-Pretendo ir também, quero entender o que pode ter acontecido.

-Muito bem, esperamos os três aqui. 

O trio que deixou o templo sob olhares julgadores e maliciosos, não poderia ser mais inusitado e irônico, Afrodite, Máscara da Morte e Saga caminhavam lado a lado passando pelas escadarias em silêncio, apenas apurando o cosmo à procura do colega. Muitos diriam que a vida estava sendo uma piadista ao reunir os três novamente, mas as crueldades do destino não devem ser tratadas como brincadeiras de mal gosto... Afinal, ele, melhor do que ninguém sabe ferir e sangrar alguém.

-Quem diria não?! Sempre me imaginei descendo essas escadas com vocês... Mas, he, a cabeça de Atena estaria em minhas mãos...

-Pelos deuses Saga... Cale essa boca, cazzo!

-Tsc, qual o problema em relembrar o passado Câncer  -Sorriu maldosamente olhando para o cavaleiro à sua esquerda que mantinha-se o mais distante possível. -O passado te assusta?

-Oh... O que será que assusta mais? O passado para mim ou minha mão acertando esse seu nariz empinando?! Acho que a segunda opção...

-Há, você é cômico! Sempre soube que Afrodite havia feito a escolha certa ao indicá-lo para nos ajudar no golpe contra Atena.

As palavras saíram provocativas e cientes de seu estrago, ambos os cavaleiros pararam bruscamente observando o geminiano descer degrau por degrau graciosamente, como se não tivesse consciência do que dissera.

-Hum? O que houve? Por que pararam?

Os olhos azuis fuzilavam o ex-Grande Mestre, Afrodite fervilhava por dentro, não acreditava no que ouvira! Seu relacionamento com Angelo não estava bem e parecia que Saga fazia tudo aquilo ciente que de estragaria ainda mais o que quer que havia restado da antiga amizade.

-Do que está falando, Saga?

-Ora, Máscara, você não imagina?

-Do que está falando, Saga? -A frase saiu entre dentes e ríspidas, as mãos fechadas em punho e os olhos cerrados variando entre o pisciano e o guardião da terceira casa, o azul turvo em ódio tornando-se quase negro. -Fale logo.

Sorriu maldosamente, os olhos esverdeados brilhando com malicia, passou a língua pelos lábio dirigindo o olhar a Peixes que estava pálido e tentava -inutilmente- manter a indiferença.

-Afrodite sempre adorou sussurrar conselhos para mim... Ah sim, aquela voz melosa e cheia de charme entra como uma canções e acaricia os tímpanos! De verdade, tenho pena das pessoas que nunca poderão ouvir palavras tão melodiosas...

Angelo mordeu o lábio, em fúria, inveja, ciúmes. Sabia que Gêmeos o provocava, que gostava de tirá-lo do sério, mas o fato de Afrodite manter-se ao seu lado em completo silêncio e cabisbaixo, sem reação, só o fazia querer tirar suas próprias conclusões do que ouvia. Iria se arrepender depois? Provavelmente.

-Não enrole, fale logo o que estava insinuando Saga.

-Que pressa, Câncer... -Deu os ombros virando-se teatralmente para o lado. -Onde estava? Ah sim! Nós lábios perigosíssimos de Afrodite... Sempre sedutor e extremamente venenoso, não, querido? E certa vez... Me lembro bem, em um desses sussurros perguntei quem mais poderia ajudar nossa causa.. Ah, Máscara, se você visse o olhar felino e o sorriso que essa criatura deu... Com certeza teria se apaixonado! E então, ele disse, com toda a graça que lhe cabe... "Máscara da Morte"...

-Calado!

-Hum? O que foi, Dite, algum problema?

-Cale essa sua maldita boca Saga! - O loiro tinha o rosto vermelhos e as mãos fechadas ao lado do corpo, desceu a escadaria em uma velocidade anormal parando em frente ao cavaleiro de gêmeos o agarrando pelo colarinho da armadura. -Nós não estamos aqui para falarmos do passado, entendeu?! Temos que procurar o Shura, então cale a porra dessa sua boca foque-se no seu trabalho!

Saiu em passos firmes do templo de Aquário dirigindo-se até o próximo, percebeu que caminhava sozinho e agradecia por isso... Seu coração palpitava e sua garganta tinha um nó que não aparecia há um tempo, podia jurar que choraria mas as lágrimas não vinham, simplesmente não vinham... Talvez, tenha feito tanto isso nos primeiros anos da infância que não lembrava-se mais como era... Mas a sensação era constante. Engoliu em seco arriscando olhar para trás, Máscara da morte caminhava em sua direção com passos firmes e determinados, sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ver o moreno de mais de um metro e oitenta parar a sua frente, não teve tempo de pensar ou defender-se do que veio em seguida, o soco fora dolorido e forte, ficaria uma marca, com certeza... Sua bochecha ardia, sua garganta queimava e os olhos vacilavam, o olhar do italiano sobre si era de puro nojo e desprezo. Não houve palavras do mesmo jeito que veio, se foi, Angelo simplesmente desviou seu caminho do corpo estático que segurava a bochecha bobamente tentando achar o motivo daquilo... Bem, o motivo descia as escadas rindo desagradavelmente,  parou em frente ao pisciano tomando-lhe o queixo entre uma das mãos enquanto a outra descansava em sua cintura.

-Ora, querido, o que houve com seu rosto? -Os dedos longos e pálidos desceram pela face do outro, que permanecia sem reação tentando entender o que acabara de vivenciar, aos poucos sua consciência voltava e a ideia de estar sendo tocado por Saga lhe dava reviravoltas no estômago. -Algum problema, Afrodite?

-Tire essas patas nojentas de mim.

-Oh... Amo quando você fica bravo... -Aproximou os lábios da orelha esquerda do loiro, Peixes tremeu da cabeça aos pés, odiava admitir mas não podia negar que o geminiano mexia consigo, não é como se ainda o quisesse, não... Mas, mexia em sentidos ruins, poderia dizer que tinha medo dele... Não tanto das ações, mas das palavras, afinal, ele o levara até aquela loucura apenas com palavras. -Isso é o que acontece quando brincam comigo, eu posso te arruinar se quiser... Ditezinho.

Sua mão voou em direção em um forte e estalado tapa, Saga continuava sorrindo, mesmo com cinco dedos marcado em sua face formando uma ardida mancha vermelha. Tombou a cabeça para o lado observando melhor o companheiro.

-Você é a vadia mais atrevida que já fiquei em toda minha vida Afrodite... Tsc... -Riu, olhando maldosamente para o que estava alguns degraus abaixo de si. -Deve ser por isso que eu gosto de você...

-Gostar? Não me faça rir Saga, você nem ao menos sabe o que é isso!

-Oh, e a reencarnação do amor aí sabe?! Então, me explique, o que é gostar de alguém? Afinal, alguém gosta de você ,Afrodite? Ou ao menos você já gostou de alguém? Porque, há... Alguém da sua laia... De sua origem... Duvido.

As palavras não poderiam doer mais, Milo conseguia magoá-lo, mas o protetor do terceiro templo fazia isso com maestria! Não entendia como vivera aquele tipo de relacionamento por tantos anos, poderia ter sido sua necessidade de afeto tão grande a esse ponto?

"Deuses... Por que esse maldito me perturba tanto?"

Recordava-se de como acabara dentro daquele problema com o ex-Grande Mestre, estava por volta de seus quatorze/quinze anos, voltava de uma de suas idas aos prostíbulos gregos quando, literalmente, trombou no cavaleiro de Gêmeos que ia para o local de que saíra  Este prometeu que não contaria seu segredo a ninguém, mas que não faria nada de graça, afinal... "Você é bonito demais para desperdiçar... Quem iria conseguir domá-lo?"

Fechou os olhos tentando apagar as memórias que vieram como um turbilhão em sua mente, fato após fato, uma lembrança pior que a outra, todas envolvendo a ilusão que acabou criando com o passar do tempo naquele relacionamento conturbado. Fez menção de virar-se para sair dali, mas sentiu seu pulso ser puxado e seu corpo encostar-se no do geminiano, aquilo fez gelar o corpo todo e automaticamente endurecer toda musculatura, estava tenso, extremamente tenso.

-Ouça, peixinho, não se assanhe muito por aí, entendeu? Não gostei dessa mania nova de visitar Virgem, o que os dois viadinhos estão aprontando, heim?

-Oh, está com ciúmes Saguinha? Bem, sinto lhe informar, mas os viadinhos não lhe devem satisfação nenhuma.

Soltou o corpo e continuou seu caminho, o coração batendo a um milhão e a terrível senxsação de que Saga o encarava diretamente, provavelmente com sede nos lábios, sede de si...

~

Máscara da Morte havia sido o primeiro a chegar no templo seguido dos demais, estava vasculhando a parte residencial como se nada tivesse acontecido alguns segundos atrás, Afrodite pensou em dizer algo mas desistiu da ideia ao notar que estava sendo ignorado, não apenas por um, mas por ambos. Suspirou juntando-se a busca, olhava em todos os cantos possíveis mas nem sinal do amigo, parou por uns minutos encarando um porta retrato que encontrara enquanto vasculhava o guarda roupa, sorriu tristemente, era uma foto dos doze quando eram mais novos... Até mesmo Dohko, Shion, Aiolios e Kanon estavam na foto, Atena ainda era uma menininhas e todos pareciam tão felizes... Aldebaran estava abraçado a Mu e Aioria, Shaka observava o trio que sorria largamente com o roxinho entre eles um tanto espremido, Saga e Kanon faziam um irônico gesto de "paz e amor", Máscara e Shura também apoiado no ombro um do outro logo no meio de todo o pessoal com Milo apoiado em suas cabeças e um sério Camus o olhando com reprovação, procurou a própria imagem em meio a tantos sorrisos e olhares significativos. E encontrou, sozinho, ao lado de Dohko que tinha uma das mão apoiadas em seu ombro, afastado de todas as crianças, com o olhar vago e distante, opaco, sem vida. Shion o observava, nunca soube dizer o que aquele olhar significava, se era repudio, pena ou indecisão sobre o que sentir, mas sentia-se grato pela sempre atenção de ambos. Eram uns dos pouco que sabiam a verdade sobre sua vida, apesar de nunca terem questionado seu treinamento, Dohko sempre passava horas com ele, após algumas horas de "treinamento especial noturno", nas escadarias do templo, muitas vezes não falavam nada, acreditava que o chinês apenas ia até lá por sentir-se culpado ao permitir algo tão cruel a uma criança... Bem ele nunca se importou com o real motivo do homem, mas sempre agradeceu pela dedicação que lhe era dada.

Baixou o porta retrato na posição que estava, Shura provavelmente evitava olhar aquele objeto havia muito tempo, para poupar o sofrimento de ver o quanto ficaram diferentes e o quanto separam-se. Olhou ao redor analisando o simples quarto do espanhol e reparando a quantidade de coisas antigas que ele mantinha no local, definitivamente, Shura era um cara nostálgico... Sorriu. Gostava dele, mas sabia que era odiado, afinal, traíra Atena.

"Nós nunca fomos amigos, não tem motivo para remoer coisas que nunca aconteceram..."

Ergueu o olhar para  o italiano que saia do banheiro olhando para os lado como se assim o capricorniano fosse aparecer magicamente e a presença de Afrodite ignorada ainda mais.

-M-Máscara...

Silêncio. Continuava sendo invisível para o colega, aquilo lhe doía... 

-Por favor, Máscara... Me deixe explicar...

-Não há nada a ser explicado Afrodite, eu entendi. Não se preocupe.

-Não! Você não entendeu! O que o Saga disse... Ele... Ele só queria te irritar, ele é um...

-Que seja Afrodite, passado é passado, não estamos aqui para discuti-lo,certo?

-Não é isso... -Andou apressadamente até o canceriano que dirigia-se até a porta, puxou o braço do moreno fazendo voltar-se ficando frente a frente, os olhos azuis índigos o encaravam com desprezo, não havia brilho, admiração... Os olhos que sempre sorriam para si, agora transpassavam seu corpo como se encarassem um ponto fixo atrás de seu corpo. -Eu... Máscara, entenda eu nunca o usei, é que...

-Pelos deuses Afrodite, eu já disse, não importa. O idiota fui eu.

Abriu a boca para protestar mas seus movimentos nunca se completaram, uma sensação de terror o tomou e suas pernas bambearam fazendo-o tombar para frente, Angelo o segurou instintivamente. Um barulho no andar de cima fez ambos encararem o teto e logo em seguida trocarem olhares cúmplices perguntando-se o que poderia ser aquilo.

Subiram apressadamente caminhando até área aberta da casa, um forte cheiro invadindo as narinas, Afrodite tapou o nariz, porém a expressão séria de Máscara da Morte o deixou sutilmente curioso...

-Morte.

-O que?

-Esse cheiro, eu conheço. É de morte.

Arregalou as orbes azuis piscinas, correndo pelo gramado olhando para os lado a procura do cavaleiro, Angelo o seguiu chamando seu nome, mas simplesmente não ouvia as palavras, seus olhos percorriam a campina em movimentos desesperados...

"Não, não, não... Por favor, não..."

Parou bruscamente, logo atrás vinha Cancer e Gêmeos que os seguiu após ver toda a movimentação no jardim, ambos estacaram com a mesmas precisão que Afrodite. A sua frente, o corpo do Cavaleiro de Ouro de Capricórnio estava estirado, banhado em sangue, a armadura quebrada e ferimentos terríveis que gangrenavam há alguns dias. Ergueu os olhos, mais a frente havia outro corpo, trajado em uma sapuris negra, estirado e igualmente ferido e banhado em sangue, reconheceu um dos juízes do inferno, Radamanthys. Aos poucos foi juntando as peças e notou o que havia acontecido ali, haviam perdido o primeiro de muitos... Sim, percebera, a guerra realmente começara.

Sentiu um peso no ombros que o fez curvar-se, como se a própria morte apoiasse em suas costas, sentiu ânsia e tontura, não pelo horror da cena, não... Em sua vida vira e fizera coisas piores... Mas pela ideia de que estaria em batalha novamente, pelo fato de que não tivera chance de pedir perdão e reconciliar-se com o mundo, pelo temor a morte...

Máscara olhou discretamente o cavaleiro curvado ao lado do espectro que jazia na poça vermelha, queria poder dizer que ficariam bem e que estaria ao seu lado novamente, para o que precisasse.... "Como sempre estive..."; porém, um riso de escárnio ao seu lado o fez recuar o primeiro passo e observar o grego que balançava a cabeça negativamente.

-Se perdeu, é porque era fraco, vamos, temos que reportar a Atena... E alguém tem que limpar essa sujeira.

-Ele não era fraco!!

Ambos voltaram o olhar ao loiro que continuava abaixado, os joelhos apoiados no liquido viscoso manchando a reluzente armadura dourada.

-Fraco? Fraco por ter se sacrificado? Ele foi o único até agora que enfrentou alguém! O único que iniciou essa guerra, e sozinho! Vem me dizer que o considera fraco? Isso é rídiculo! -Levantou-se ameaçadoramente, caminhando até Saga o olhando com firmeza e determinação. -Você é o único fraco aqui, o único covarde! Não jogue suas palavras de escárnio sobre pessoas honradas, que nem ao menos po-...

Continuaria a discussão por horas, mas um novo barulho o tirou da briga que iniciara com o outro. O trio levantou o olhar a altura do templo de Atena, curiosos, uma estranha fumaça branca saia do templo, entreolharam-se correram até a saída para auxiliar no que fosse preciso. 

Saga e Angelo seguiam na frente e quando estava próximo a saída e os demais cavaleiro já subiam os degraus apressadamente, parou. Um cosmo, um cosmo terrível e hostil estava ali. Sentiu um frio pelo corpo e sua mão esquerda fechar-se sobre o pilar que apoiava o braço. Voltou a face lentamente como se assim pudesse evitar o que imaginava que veria... Centímetro a centímetro, pedindo a sua deusa para que fosse apenas sua impressão, que não estive atrás de si, o que ele achava que estaria...

Tola esperança que nos faz imaginar que podemos, de algum modo, evitar nosso destino.

Afrodite teve o seu selado, e não seria os deuses que o poupariam, ele estava ali. Sorrindo. Vitorioso. Uma das mãos estendidas e um riso de escárnio nos lábios...

-Vim buscá-lo... Meu segundo pisciano...


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Notas finais do capítulo

Ééé primeira morte e muitas coisas vindo por ai!! ><! Me perdoem fãs do Shura, eu tbm gosto muito, muito muito dele! Mas, estava nos meus planos desde sempre essa morte... Sorry! Antecipando, virão mais! Sim! Eu sou má! (mentira, me derroto tda cada vez que mato um...) E espero que nao me xinguem muito até o final da fic, pq acho que vuo passar a vara no santuário...
Espero que tenham gostado, desculpem a demora para postar e, até o final de semana que vem! Titia ama vcs, beijos a todos!
See ya ~

Tia Evye