Quinn e Rachel estavam sentadas no sofá da sala de Brittany e Santana enquanto observavam Cory e Charlie brincando. Santana estava no trabalho e Brittany dando um banho em Valerie, e Quinn estava com a câmera enquanto tirava fotos de Rachel. Ela virou a câmera para os dois meninos sentados no chão e Charlie virou para ela sorrindo depois do primeiro flash.

“Esse menino é bem filho da Berry mesmo, não pode ver uma câmera que já começa a mostrar os dentes.” Uma risada veio acompanhando a frase e as duas adultas sentadas no sofá viraram a cabeça para a porta do apartamento.

“Como você entrou sem a gente te escutar?” Rachel questionou incrédula a latina que deu uma gargalhada alta.

“É a minha casa Berry. E eu sou Santana Lopez.” A morena se ajoelhou e puxou o filho para perto e deu um abraço no menino e depois abraçou o menininho loiro sentado no chão.

“San?” Uma voz chamou a latina e dois segundos depois Brittany entrou na sala com Valerie no colo e com a roupa toda molhada. Santana sorriu para a imagem e foi ate a loira dando um selinho nela e pegando a menininha loira dos braços da esposa. Valerie sorriu para a mãe e Santana a abraçou dando beijos por todo o rosto da menina. Quinn observava a amiga com um sorriso no rosto e tirou algumas fotos para colocar no livro.

“Eu disse sem fotos dos meus filhos Fabray, e falei serio.” Santana virou para a loira e Brittany fez um sinal por trás da latina para Quinn ignora-la.

“Ok.” Quinn sorriu e jogou a camera no sofá ao lado de Rachel. “Agora que você demonstrou que Santana Lopez tem um coração, acho que nós podemos a trabalhar.”

Santana bufou e revirou os olhos. “Já te falaram que você é muito chata Fabray?”

Foi a vez de Quinn revirar os olhos e assentir. “Sim Lopez, você me fala isso desde que nos conhecemos.”

A latina riu e balançou a cabeça, colocou Valerie no chão e foi ate a mesinha de centro para pegar o diario. Depois de folhea-lo por alguns minutos ela parou e começou a ler uma pagina com um sorriso no rosto.

“Qual é a graça?” Rachel perguntou olhando para Santana com uma careta de confusão.

A latina tirou os olhos do livro e encarou Rachel sorrindo. “É sobre a Juno.” Ela levantou o livro e voltou a lê-lo.

“Você escreveu sobre mim?”

“Sim, e eu achei você legal no dia que nos conhecemos sua ingrata infeliz.”

“Obrigada por isso.” Quinn sorriu e parou para pensar por um segundo. “Eu acho né.”

Santana sentou no sofá de dois lugares e Brittany sentou ao seu lado deitando em cima da esposa. Rachel e Quinn se aconchegaram no outro sofá e a loira colocou a filmadora em cima da mesinha de centro e a apontou para o sofá aonde Santana estava sentada. Cory levantou a cabeça e ficou olhando a preparação da mãe e de Quinn e se levantou.

“Outra parte da historia?” Santana assentiu e ele se sentou junto a Rachel no sofá de três lugares. A morena passou a mão pelo cabelo curto dele e Brittany o encarou meio confusa.

“Eu gosto de ouvir a historia de você mamãe.” Ele esclareceu para Brittany que fez uma careta de entendimento e sorriu para ele.

Quinn deu uma checada em Charlie que agora assistia algum desenho junto com Valerie e fez um sinal positivo para Santana.

“Vai Santana.”

-XX-

“Santana venha até aqui.” Ouvi minha abuela gritando da cozinha e sai da piscina me enrolando em uma toalha e indo até lá. Era final do verão e eu estava aproveitando a nova área da casa da minha abuela, sozinha porque meus amigos estavam ocupados demais para mim.

Entrei na casa pela porta dos fundos e fui até a sala onde encontrei abuela conversando com uma mulher loira que segurava a mão de uma menininha loira que parecia um pouco com ela e era um pouco mais alta do que eu.

“Santana, essas são Judy e Quinn Fabray. Elas estão chagando na cidade e a Judy faz parte da minha igreja.” Abuela apontou para para as duas e eu estendi minha mão para a loira mais velha.

“Olá Santana, é ótimo te conhecer.” A mulher soltou a mão da filha e se abaixou para ficar na minha altura. “Sua avó me falou bastante de você.”

Sorri para ela e me aproximei de abuela, a menina levantou a cabeça e olhou para mim com curiosidade estampada no rosto.

“Olá Quinn.” Eu sorri para ela e estendi minha mão. A menina aceitou e sorriu de volta para mim exibindo orgulhosamente um buraco na fileira de cima de seus dentes.

“Santana, porque você não leva a Quinn para conhecer o quintal?” Minha abuela nos levou até a cozinha e depois voltou para perto da Sra. Fabray me deixando sozinha com Quinn na cozinha.

Sai de casa com a menina loira atrás de mim e ela me encarava como se me avaliasse ou estivesse com medo, não consegui decidir qual das duas coisas aquela careta parecia.

“Essa é a piscina.” Abri os braços apontando para a piscina quebrando o silencio.

“Percebi.” Ela abriu um sorriso tímido e sorri junto com ela. Soltei a toalha que estava enrolada no meu corpo e entrei na piscina com Quinn me observando.

“Você quer um biquíni emprestado?” Nadei ate a borda e ela se sentou do meu lado.

“Eu gostaria mas minha mão não vai deixar.” Ela tirou as sapatilhas e colocou os pés na água parecendo triste e eu franzi a testa para ela.

“Porque não?” Perguntei confusa e ela deu de ombros.

“Meu pai não gosta de biquíni, ele os acha vulgares e minha mãe faz tudo para agrada-lo.” Ela respondeu abaixando a voz e olhando para a agua.

“Você quer entrar não é?” Eu sorri para ela e recebi um aceno positivo como resposta. Olhei para a porta dos fundos e vi que a mãe dela e minha abuela estavam concentradas na conversa e não prestavam atenção na gente. Quinn virou a cabeça para ver o que eu estava olhando e aproveitei o momento de distração dela a puxando para dentro da piscina.

Depois de alguns segundo ela voltou para a superfície e olhou para mim, o rosto dela estava vermelho e os lábios dela tremiam como se ela estivesse prestes a chorar.

 “Você não vai chorar não é?” Perguntei rindo e ela olhou para mim emburrada ainda com o rosto vermelho.

“Minha mãe vai me matar, qual o seu problema Santana?” Ela me encarou séria com o lábio tremendo e eu fui para perto dela.

“Me desculpe Quinn, eu pensei que se eu te jogasse de roupa não teria motivos para ninguém brigar com você.”

“Mas ela vai Santana, ela vai simplesmente surtar quando me ver toda molhada.”

“Então vamos sair da piscina e ficar no sol até secar e qualquer coisa nós podemos dizer que eu te empurrei.” Nós duas saímos da piscina e sentamos na espreguiçadeira e ela sorriu para mim.

“Obrigada.” Ela murmurou e fechou os olhos relaxando um pouco. Depois de alguns minutos ela abriu os olhos e começamos a conversar sobre nossas vidas, nossos amigos, os lugares que ela tinha conhecido e nem vimos o tempo passar.

“Quinn querida, nós estamos indo embora.” A Sra. Fabray apareceu atrás de nós duas e eu levantei junto com Quinn para acompanha-las ate a porta. A mãe dela nos olhou sorrindo e depois deu uma segunda olhada na filha, o rosto dela ficou serio e ela arqueou uma sobrancelha na direção dela. “Você entrou na piscina Quinn?”

Quinn parou de andar e assentiu, eu parei de andar um pouco mais a frente e virei para as duas para ver o que ia acontecer.

“Porque?” A loira mais velha perguntou com um tom de voz baixo porém sério e Quinn abaixou a cabeça envergonhada. Depois de alguns segundos eu vi que ela não iria responder e andei ate as duas chamando atenção delas para mim.

“Na verdade a culpa disso foi minha Sra. Fabray. Eu empurrei a Quinn na piscina, era para ser uma brincadeira e eu sabia que seria um problema.” A loira mais velha virou o corpo para me encarar e arqueou a sobrancelha na minha direção séria e eu me senti incomodada com aquele olhar em cima de mim.

“Tudo bem Santana mas Quinn não pode entrar na piscina de roupa, é uma falta de modos absurda.”

“Ok Sra. Fabray.” Dei um sorriso tímido na direção dela e depois ela virou para frente indo para dentro da casa. Quinn abriu um sorriso enorme na minha direção e pulou nos meus braços.

“Muito obrigada San, fico te devendo uma.” Ela falou no meu ouvido enquanto me apertava mais sobre ela. Nos soltamos e voltamos a andar até a casa, quando entramos minha abuela e a mãe dela estavam sentadas na cozinha tomando um café e conversando. Quinn andou até a mãe e ficou parada do lado dela e eu me despedi das duas e subi para tomar um banho.

Depois que sai do banho as Fabray já não estavam mais lá como eu tinha imaginado que aconteceria e minha abuela estava na sala assistindo televisão, quando entrei na sala ela virou para mim e começou a reclamar por eu ter empurrado Quinn na piscina.

“Abuela, eu a puxei de propósito.” Ela franziu a testa para mim e cruzou os braços.

“Como assim Santana?”

“Ela me falou que queria entrar mas que não podia usar biquíni porque os pais dela não deixavam e eram super complicados, ai eu puxei ela para que ela pudesse se divertir e depois eu assumiria a culpa. A mãe dela não ia fazer nada comigo e eu conseguiria me explicar com você, entendeu?”

Ela sorriu para mim e começou a balançar a cabeça. “Santana, você é sensacional as vezes. Seus pais que não se cuidem quando você for mais velha.” Ela começou a rir eu a acompanhei, me sentei no sofá com ela para esperar meus pais e dormi abraçada com minha abuela.

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Acabei de chegar da casa da minha abuela e meus pais estavam sentados na cozinha tentando decidir o que jantaríamos.

“Quer saber? Vamos comer fora.” Meu pai levantou da cadeira sorrindo e minha mãe parou para pensar por um segundo antes de balançar a cabeça.

“Podemos chamar Brittany e Sandra para jantarmos conosco, o que acham?” Minha mãe perguntou e eu sorri e balancei a cabeça animada.

“O que vocês duas quiserem está ótimo para mim.” Meu pai sorriu e saiu da cozinha.

“Eu vou ligar para Sandra. Vai se arrumar ok?” Minha mãe apontou para a escada e eu sai correndo para o quarto. Brittany tinha viajado no verão com o pai e não nos vimos durante meses, estava com saudades dela.

Troquei de roupa e coloquei um short com camiseta e um par de sapatilhas, desci as escadas e meus pais estavam na porta de casa conversando com alguém que estava do lado de fora.

“San, olha quem esta aqui.” Meu pai saiu de frente da porta deixando eu ver com quem eles estavam conversando e tinham duas loiras paradas na frente da minha casa. Brittany e sua mãe. Britt sorriu e acenou para mim e eu sorri de volta, animada em reencontra-la.

“Hey Britt.” Cheguei ate a porta e ela pulou no meu pescoço me fazendo dar alguns passos para trás.

“San, estava com saudades de você.” Ela falou no meu ouvido e eu a apertei mais ainda.

“Estava com saudades de você também Britt-Britt.” A soltei e dei um sorriso para ela.

“Agora que já mataram a saudades, podemos ir?” Meu pai apareceu do meu lado e colocou a mão no meu ombro. Eu e Brittany assentimos mas ainda estávamos sorrindo uma para a outra. Minha mãe saiu de casa e meu pai foi atrás dela, Brittany enganchou seu braço no meu e saímos juntas de casa.

O caminho até o restaurante foi rápido e Brittany passou ele todo nos contando como foi a viagem com o pai para a Califórnia do Sul. A mãe dela sorria para o que a filha falava mas ainda parecia um pouco triste e meus pais e eu só riamos dos absurdos que a loirinha falava.

Já tinham se passado quatro anos que nós duas tínhamos nos conhecido no parquinho e éramos amigas desde então. A mãe de Brittany conseguiu superar o final do casamento com o Sr. Pierce mas ela parecia sempre muito triste, e Brittany como o gênio que era percebia isso e as vezes ela chorava por causa da mãe. Agora ela não carregava mais um unicórnio de pelúcia mas o bicho ainda ficava em cima da cama dela e ela dorme com ele toda noite, exceto quando eu vou para a casa dela e ai nós dividimos a cama e ele fica em cima da mesa com os outros bichos. Minha amizade com Brittany nesses anos que passaram só cresceu e eu me sentia bem com ela como eu não me sentia com mais ninguém, eu não sabia muito bem o que era amor mas eu já vi meus pais falando que se amam e já os ouvi falando sobre esse sentimento e parece bastante com o que sinto por Britt-Britt.

Chegamos no restaurante e escolhemos uma mesa no canto fechado dele, sentei ao lado de Brittany enquanto sua mãe sentou ao lado da minha mãe do outro lado da mesa. Passamos o jantar todo muito tranquilamente e rindo muito com as piadas que meu pai contava e as coisas absurdas que Brittany falava e ela conseguia fazer ser engraçado.

-XX-

No caminho de volta para minha casa Brittany e eu estávamos quietas olhando pela janela enquanto a Sra. Pierce conversava com meus pais sobre alguma coisa que estava acontecendo com a escola em que estudávamos.

“Mãe, Brittany pode dormir lá em casa?” Interrompi a fala da minha mãe e ela virou para mim séria. Eu fiz uma carinha de inocente e Brittany fez a mesma coisa que eu, meu pai nos observava pelo retrovisor e começou a rir. Minha mãe e a mãe de Britt se olharam e a Sra. Pierce deu de ombros, minha mãe balançou a cabeça e começou a rir também.

“Não tem como dizer não para vocês duas.” Eu sorri orgulhosa e Brittany deu um gritinho e bateu palmas. Ela esticou a mão e nós duas demos um hi-five rindo.

Depois que a mãe de Brittany foi embora nós duas fomos brincar no meu quarto. Ela pegou um monte de bonecas Barbie da minha prateleira e me deu uma boneca morena dizendo que era eu. Criamos varias situações e começamos a brincar, depois de um tempo me cansei daquela brincadeira e larguei a boneca de lado. Fui ate a cama e me deitei ali, ela me seguiu com o olhar enquanto guardava as bonecas dentro de uma caixa.

“Como foram as coisas por aqui San?”

“Foram bem, eu fui para a piscina da casa da abuela na maioria desses dias. Fui até Columbia com o meu pai alguns dias mas nada demais.”

“Não aconteceu nada novo? Nós encontramos um duende na Califórnia e ele disse que estaria em Lima me esperando quando eu chegasse aqui, você não o viu certo?”

Eu comecei a rir e ela me olhou confusa, eu sorri para ela e balancei a cabeça. “Não Britt, eu não vi nenhum duende por aqui mas pode ter certeza que se eu vir um, eu te aviso.”

Ela sorriu para mim e foi até a prateleira guardar as bonecas que ela tirou do lugar.

“Mas tem algo de novo na verdade. Uma menina nova chegou na cidade, Quinn Fabray.” Ela virou para mim e eu percebi que ela não estava sorrindo o que era estranho porque Brittany esta sempre com um sorriso bobo no rosto.

“E então?”

“A mãe dela é amiga da minha abuela, ela foi até lá hoje e nós conversamos bastante. Ela é bem legal, mas a mãe dela é meio pirada.”

“Pirada como o chapeleiro?” Ela me olhou com expectativa e eu tive de me segurar para não rir.

“Não Britt, eu já te falei que ninguém vai ser pirado como o chapeleiro. Era mais para um pirada super braba e neurótica.”

Brittany deu uma gargalhada e se juntou a mim na cama.

“Você ja ficou amiga dessa menina Quinn Fabray?”

“Mais ou menos, ela é bem legal mas é meio chata também.”

“Como você.” Ela sorriu para mim e beliscou meu braço de leve, eu olhei para ela e me fingi de ofendida mas depois comecei a rir junto com ela. “Você não vai me trocar por ela né?”

Ela fez um biquinho e parecia triste, eu sorri para ela mas não recebi um sorriso de volta.

“Britt, claro que eu não te trocar. Nós somos amigas para sempre!” Ela sorriu para mim e me abraçou.

“Que bom San.” Ela me soltou e ficou olhando para mim por alguns segundos, ela sorria e eu sorri de volta. “Eu amo você Sant.” Ela disse com naturalidade e eu olhei para ela confusa por um segundo antes de sorrir para ela.

“Eu amo você também Britt-Britt.” Ela me puxou para mais um abraço e eu a apertei com força tentando controlar os pulos que meu estomago parecia estar dando.

“Nós vamos ficar juntas para sempre San.” Ela me falou no meu ouvido e eu a apertei mais ainda recebendo um aperto como retorno. Eu estava sorrindo sem motivo e meu coração batia com força.

“Sim, nós vamos ficar juntas para sempre Britt.”