O Despertar De Mewtwo escrita por 365fanfics


Capítulo 20
A hora da verdade


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo com o ponto de vista do Will. E infelizmente o ultimo com o ponto de vista dele. Sim, a fanfic está mesmo no fim.



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Depois das ordens de Steven rapidamente teletransportei Ash para Pallet. Em seguida continuamos a caça por Mewtwo, percorremos o mar mesmo com a forte chuva, afinal, a integridade dos pokémons e das regiões de Kanto e Jotho eram mais importantes.

De acordo com o rastreador a Equipe Rocket fazia um caminho que eu particularmente desconhecia. Ela seguia eternamente para o norte até que de repente o rastreador parou de localizar as ondas psíquicas.

E mais uma vez, voltamos a estaca zero.

– Tem certeza que não há nada a ser feito Will? – Cynthia perguntou e eu confirmei.

Me afastei um pouco de Bruno, Cynthia e Steven. A gente tinha roubado um barco de operações da Equipe Rocket então fui para um dos dormitórios.

Tentei ligar tanto para Small Lady como para Lance, mas seus pokefones estavam fora de área e era impossível encontrar seu rastreador, era como se ele nunca tivesse existido.

– Merda! Merda, merda, merdaaaaaaa. – sempre me considerei uma pessoa equilibrada, mas eu estava no meu limite, a ponto de surtar a qualquer momento.

Eu nunca mais tive paz depois daquele maldito pesadelo...

Por mais que tenha se passado apenas um mês desde que tudo começou, parece que faz anos e mais anos.

– Will, ta tudo bem com você cara? – Bruno começou a bater na porta.

– Me deixa em paz Bruno. – respondi secamente e comecei a encher de socos o guarda-roupas do dormitório. – Me deixa em paz!

Logo em seguida ouvi meu pokefone tocar, mas a ligação era de um numero não identificado.

– O que é? – atendi contra a vontade. Sempre odiei atender ligações de números restritos, mas algo me dizia que aquela ligação poderia ser importante.

– Will? Liguei em uma má hora? – perguntou Professora Juniper, pesquisadora pokémon de Unova.

– Claro que não professora, me desculpe pelo tom de voz. – respondi constrangido.

– Desculpe ter ligado de um numero desconhecido, mas esqueci meu pokefone no laboratório e estou ligando da Universidade de Unova, tenho notícias. – naquelas circunstancias eu não sabia se isso significaria um alivio ou uma bomba. – De acordo com a secretaria acadêmica não há ninguém chamado Proton matriculado em quaisquer cursos que a universidade oferece.

– Então ele já se formou? – perguntei com receio da resposta.

– Também me informei sobre isso e não apareceu aqui ninguém com esse nome nos últimos cinco anos.

Me joguei na cama refletindo sobre a conversa. Então Proton nunca estudou em Unova. Até onde Small Lady tinha conhecimento sobre o paradeiro dele?

– Obrigado Professora. – encerrei a chamada.

Saí do dormitório e fui até a cabine principal. Steven planejava abandonar o navio em algum local improvável para que ninguém pudesse chegar a nós.

– Acabei de receber um telefonema da Professora Juniper, de Unova, e ela me disse que o Proton, namorado da Small Lady, não está na Universidade de Unova...

Steven e principalmente Cynthia me olharam surpresos com a notícia. Já Bruno se perguntou o que isso tinha a ver com nossos problemas atuais.

– Mas, então ele se formou e não avisou a Small Lady? – Cynthia perguntou.

– Ele nunca estudou lá nos últimos cinco anos. – respondi.

– Será que aconteceu algum acidente e nós não ficamos sabendo? – Steven ficou pensativo.

– O fato é que a Small Lady deve estar muito preocupada, eles não se falam desde que ele foi embora. – explicou Cynthia. Eu de fato não tinha conhecimento disso.

Antes que eu pudesse responder, meu pokefone voltou a tocar, mas desta vez era de um numero que conhecia muito bem, o do ginásio da cidade de Saffron.

Rapidamente atendi e Sabrina me informou que Giovanni estava se consultando com muita frequência com o vidente mais badalado da cidade. Sabrina também tinha um pouco de clarividência e disse que havia uma grande possibilidade de Giovanni consultá-lo assim que amanhecesse.

Imediatamente Bruno e eu partimos para Saffron enquanto Steven e Cynthia tentavam localizar Small Lady e Lance.

Como já estava cansado de ser feito de palhaço pela Equipe Rocket decidi apelar para o plano mais selvagem e primitivo que já tive, mas se desse certo teríamos a chance de virar o jogo.

Assim que chegamos a cidade invadimos a casa do Grande Sábio de Saffron, como ainda era de madrugada, ele obviamente dormia, então Bruno e eu o sequestramos.

– Levem todo o dinheiro que vocês quiserem, mas, por favor, não me matem. – o vidente implorava.

– Eu não preciso do seu dinheiro. – a expressão dele mudou. Provavelmente tinha reconhecido minha voz, mesmo estando com um enorme capuz no rosto.

– Will? É você? O que está acontecendo? – ele me perguntou. Eu comecei a ficar com pena dele... e se ele fosse inocente.

– Cala a boca velhote – Bruno mobilizou o homem com alguns golpes, em seguido o amarrou.

Tudo aquilo me deixou perplexo, nunca gostei de trabalhar em cima de teorias e boatos, nunca.

E se o velho for inocente?

E se Sabrina se equivocou?

Não era certo fazer isso, não era a minha maneira de resolver os problemas, afinal, não tinha provas contra o vidente e tampouco sabia de detalhes sobre suas ligações com Giovanni.

– Nunca vi um mestre pokémon com atitudes tão selvagens. – ele começou a discutir com Bruno.

– Você é que é selvagem! – ele retirou do bolso um pequeno frasco de éter envolvido numa flanela – Tenha bons sonhos. – ele despejou o éter na flanela e apertou contra o nariz do Grande Sábio.

– Ficou maluco Bruno? Você quer colocar tudo a perder? – perguntei completamente indignado com a situação. Não era isso que a gente tinha combinado.

– Você quem vai colocar tudo a perder se continuar com essa histeria... Anda, vamos tirar a barba dele para colocar em você. – pisquei surpreso.

Em mim? Como assim? Desde quando Bruno passou a tomar decisões sozinho?

– O que você quer fazer com a barba do Grande Sábio? – perguntei novamente.

A barba do Grande Sábio era tão grande que chegava até a barriga do velho vidente. A minha ideia era fazê-lo falar, não dopá-lo, amarrá-lo e roubar a sua barba cultivada há décadas.

– A Sabrina disse que o Giovanni vai se consultar com o Grande Sábio hoje, certo? – eu confirmei com a cabeça – Não podemos perder essa chance – fiquei mais confuso que antes, onde ele queria chegar?

– O Grande Sábio não tem condições de trabalhar depois do que você fez.

– Sim, mas o Giovanni não precisa saber. – ele levantou a sobrancelha – Você vai ser o Grande Sábio hoje.

– Não, eu não vou fazer isso. – impus meu tom de voz.

Esse plano era insano, raso, primitivo e pedestre. Não era certeza se Giovanni apareceria, e mesmo que aparecesse, ele não acreditaria que eu era o Grande Sábio.

– Não há outro jeito, começamos isso, agora vamos terminar.

Sem ter o que argumentar, retiramos a velha barba do Grande Sábio e roubamos suas roupas de vidente.

E desde que amanheceu eu atendia as pessoas me passando por ele, enquanto Bruno tomava conta do vidente para que não acordasse e colocasse tudo a perder.

O lado ruim era que eu não nasci para dar conselhos a pessoas e sou péssimo com clarividência. O lado bom é que ninguém desconfiou até então que eu não fosse o Grande Sábio.

Eu recebi tudo quanto era tipo de conselhos e previsões. Gente com problemas nos negócios, gente com problemas familiares, ou de saúde. Gente com problemas amorosos.

O que é de fato irônico, afinal eu sou uma droga no amor.

Há alguns dias, Liza foi até meu apartamento conversar comigo e por fim fizemos as pazes. Mesmo imaginando que aquilo não duraria para sempre, eu estava feliz, afinal, ter a Liza deitada sobre meu peito e envolvida em meus braços era mais importante do que viria em seguida.

– Eu sinto muito por tudo... e também sinto muito por hoje – meu sorriso começou a se desfazer, por que ela estava se desculpando por hoje? – Mas eu ainda amo o Lance. – ela se levantou da cama enrolada no lençol.

Eu também me levantei completamente conturbado com suas palavras. Novamente eu tinha sido usado de novo. Esfreguei as minhas mãos no rosto, eu tinha vontade de chorar com aquelas palavras tão cruéis.

Até que senti seus braços me envolverem por trás. Eu não queria mais olhar na cara dela, mas o fiz, porque sou fraco.

– Will, eu ainda gosto dele... Ele é o homem da minha vida, mas eu não consigo viver sem você.

– Ah, claro. Na ausência dele você pode afogar suas mágoas com o otário aqui.

– Eu acredito que com o tempo ele será só uma lembrança... Mas as coisas que eu te disse foram sinceras, eu não posso viver sem você.

– Liza, vai embora. – ela assentiu e começou a se vestir.

– Eu vou, mas eu volto...

Um cheiro estranho de incenso misturado com queimado me fez voltar a realidade que me encontrava, de repente percebi que a cortina de seda da parede pegava fogo.

Sem pensar duas vezes fui até a cortina e comecei a chutar a parede para o fogo apagar. É obvio que usar o Slowbro seria mais prático e rápido, mas poderia levantar suspeitas.

Depois que finalmente apaguei o fogo voltei a sentar na cadeira do Grande Sábio e enterrei a cabeça sobre a mesa.

Que droga, acho que vou ter um infarto. Pelo visto Giovanni não vem hoje e eu preciso acabar logo com isso...

Ouvi alguém chegar. E o clima ficar pesado.

– Bom dia Grande Sábio.

Agora que devo usar a minha melhor atuação, estou estagnado.

– Bom dia.

– Assim como o senhor previu, o pokemon que lhe falei despertou. – Oh não, e agora? – O senhor tinha me dito que na cidade de Pallet há uma reserva de petróleo – o que? – e como hoje é aniversário da cidade, vou usar o pokemon recém despertado para devastá-la. Quais são as suas previsões?

Se ele despertou, não há o que ser feito...

É o fim.

Todos os nossos esforços foram por água abaixo.

– O Senhor como sempre, vai obter sucesso – fechei meus olhos completamente decepcionado e sem esperança.

– Ótimo, então até o fim do dia terei a cidade inteira em minhas mãos. – e foi embora radiante com a minha previsão.

Provavelmente essa será a minha única previsão sincera... a vitória da Equipe Rocket.

Não, eu não posso deixar de lutar agora.

Eu não posso pensar que vou perder, claro que não, tenho que lutar até o fim.

Esperei ele se afastar um pouco e então arranquei aquela barba nojenta daquele velho traidor e corri para avisar ao Bruno o que tinha descoberto.

– Mewtwo despertou e vai destruir Pallet. Temos que avisar a todos. – respirei fundo – Vamos precisar de reforços.

– Ok, vou chamar a Lorelei para nos ajudar, qual é o seu plano?

– Hoje é aniversário da cidade de Pallet, então vamos entrar na festa e aguardar a Equipe Rocket aparecer.

– Nunca fui numa festa sem ser convidado. – ele suspirou. – Antes vou preparar meu cozido para levar.

– Bruno, não é hora para pensar nisso. – meu tom de voz era sério.

O que há de errado com ele?

– Ele é rápido e saboroso. E além do mais todo mundo vai achar estranho oito mestres pokemons contando com a Lorelei e a Agatha aparecerem de repente.

– Tudo bem – revirei os olhos – aproveite e prepare seu time mais forte de pokemons lutadores. Vamos arrasar tudo.

– Você quer dizer que não importa se vai ter gente inocente que não tem nada a ver com a Equipe Rocket? Vamos deixar a cidade às ruínas do mesmo jeito?

Bruno tinha razão, não era justo a cidade e seus habitantes pagarem pelas atrocidades cometidas pela Equipe Rocket, mas se a gente quisesse salvar o resto de Kanto, teríamos mesmo que batalhar contra o inimigo e Pallet.

– A gente conserta tudo depois, o mais importante é acabar com Equipe Rocket, não importa se primeiro teremos que acabar com a cidade de Pallet. – expliquei e depois de um curto silêncio Bruno concordou.


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Notas finais do capítulo

Como deu para notar, o próximo capítulo será O CAPÍTULO né?
Infelizmente não sei ao certo quando ele sairá, mas eu tentarei postá-lo no fim de semana, que é quando eu tenho mais tempo livre.
Abraços.



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