What Is Love escrita por Miss2simple


Capítulo 23
Can You Feel It?


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora, queridos.
Espero que gostem desse capitulo!



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Can You Feel It?

"Ryu, seu idiota" é o meu mais novo mantra.

Termino de lavar a louça, seco e coloco de volta na pilha para que sejam usadas novamente.

Que raiva!

Quem ele pensa que é? Meu chefe? Se bem que tecnicamente falando ele também é meu chefe já que...

Não, esquece isso! Chizu se foca no problema ali.

Olho para a mesa de Hyde onde está ele e a prima dele, ou como eu gosto de chamar, garota estranha que brigou e terminou com o namorado no meio da rua. Isso é muito grande, melhor chamar ela de Sakura. É o nome dela mesmo.

Eles estão rindo e conversando, de vez enquanto ela bate com a mão na mesa repetidas vezes de tanto que ri e ele parece que está tendo um ataque cardíaco a cada risada. Dois loucos juntos. Ela é a pior, mas Hyde não fica muito atrás.

Os dois são assustadores.

Meu olha se volta para Ryu. Aquele idiota.

Não acredito que ele queria falar comigo para falar sobre o Hyde, ou melhor, dizer para mim que iria desistir do que ele sente para eu ficar com outro!

E porque eu estou com tanta raiva disso?

Não quero que ele desista de mim, é isso? Então isso quer dizer que, talvez, hipoteticamente falando, eu esteja apaixonada por ele também?

Mas como não percebi isso antes? Impossível.

De uns tempos para cá eu pensei em toda a minha vida e a queda que eu tinha pelo irmão mais velho do Ryu. E foi a isso que eu cheguei a conclusão. Que foi uma paixonite de criança.

Nada de amor.

E logo depois eu cheguei a pior conclusão de todas. Eu sempre pensei que eu e Ryu ficaríamos juntos para sempre, sempre. Não importa o que acontecesse. O desejo de você querer ficar sempre junto com uma pessoa é chamado por alguns como amor, e eu acredito nisso. Eu amo o Ryu, mas sempre que eu penso nisso, não me sinto como se estivesse falando que eu amo minha mãe, meu pai ou até o Oji-chan.

É como se tivesse uma capa por cima de tudo que impedisse de eu ver o que eu realmente sinto, o que eu realmente quero dizer com essas palavras.

Nos meus pensamentos sempre quis ver o Ryu feliz. Sempre imaginei ele casado com seus filhos iguaizinhos a ele, mas só conseguia pensar nele e nas crianças, nunca via sua esposa nesses meus pensamentos. Era como se ela não existisse. Mas isso não significava que eu não queria ver ele sozinho!

Mas quando soube da garota que se declarou para Ryu, fiquei surpresa.

Ainda mais com a audácia daquela criatura! Ainda veio tirar satisfação comigo, um absurdo.

Estou me desviando do assunto. Voltando ao que eu estava falando sobre essa garota ridícula...

Eu achei que ela não estava á altura do Ryu, e eu estava certa mesmo.

Não é qualquer uma que pode casar com o meu Ryu, até porque vai ter que passar por cima de mim primeiro e...

Resolvo para com os meus pensamentos aqui. É um rumo muito perigoso. E eu já sei a resposta, meu medo é aceitar tudo isso.

–O que foi, Chizu- chan? - pergunta Oji-chan visivelmente preocupado. Diminui o fogo do fogão e vem para meu lado.

–A-ah nada não, só pensando na vida - sorrio para ele.

–Ah, você e Ryu estão pensando demais para meu gosto - viro a cabeça para o lado questionando sua afirmação.

–É porque eu sempre o vejo da mesma maneira que você. Sempre pensativo. Eu até entendo, já que ele está se resolvendo mudar para outra cidade, mas acho que você também é um dos motivos pelo qual ele pensa tanto.

Meu rosto fica imediatamente vermelho.

–N-não é a-assim que as coisas s-são Oji-chan - atropelo as palavras desesperadamente. Estou assinando minha própria sentença de morte.

Ele ri.

–Ora, já fui jovem também, não parece mais fui - ri mais uma vez - Já faz um tempo que eu percebo isso entre você e o Ryu. E em relação ao Ryu eu sempre soube. Sempre.

Enfatiza o sempre.

–Como assim sempre? - assusto-me.

–Desde criança, Chizu. Sempre foi você.

Suas palavras me chocam. Ryu era apaixonado ou é apaixonado por mim desde criança? Mas isso é muito tempo!

–Porque essa boca aberta desse jeito, Chizu-chan? Vai me dizer que você não sabia? Não estou surpreso - com certeza minha boca deve está aberta, talvez, escancarada em descrença.

Desvio meu olhar para Ryu que está servindo as mesas e anotando pedidos.

Aquele idiota!

Porque ele nunca me... ah, certamente ele me conhece. Não há duvidas. Ele sabia que quando me contasse eu ia agir diferente como ele.

E eu já disse cada coisa para ele!

Eu sou a idiota!

E quando ele me disse, tudo o que ele sabia que aconteceria, aconteceu.

Sinto minha garganta se fechar como se tivesse algo preso nela. Eu estou me sentindo como a pior pessoa nesse momento.

O que foi que eu fiz durante a minha vida toda?!

1

Perto do fim do expediente com os poucos clientes que restam, Ryu me chama.

–Chizu? -Ryu me chama parado á soleira da porta.

Meu Deus e agora?

Okay, se acalme e olhe para ele primeiro.

–S-sim? - droga, sem gaguejar idiota!

–Você está bem? - ele logo percebe.

–Claro - aceno firmemente, porem minha voz saiu esganiçada.

Lindo. Maravilhoso. Perfeito.

–Hyde e Sakura vão embora daqui á alguns minutos, mas antes querem falar com você - Ryu entra na cozinha, tira o avental e o coloca no gancho ao lado da porta.

–Certo, vou lá falar rapidamente com eles - deixo a toalha ao lado da pilha recém lavada e vou. Ryu continua parado ao lado da porta sem me dar passagem.

–Ah, Ryu? - olho para ele esperando. Ryu continua parado me olhando fixamente.

Okay, isso está estranho.

Mas onde está o Oji-chan...

Olho para trás e vejo que de repente ele sumiu.

Mas como se ele estava aqui há um minuto atrás?!

–Chizu. - me viro para olha-lo - Pensou no que eu disse?

Lá vem ele como mesmo assunto idiota.

–Sim.

–Ótimo. - Ele sai do caminho e eu passo por ele.

Vou andando pelas mesas até chegar onde estão Hyde e Sakura.

–Olha ela ai! - exclama Sakura - Menina, tenho que te dar os parabéns.

Pego uma cadeira e me sento junto á eles como se eu fosse demorar bastante tempo, mas meu pensamento é de sair daqui em dez minutos no máximo.

–Porque? - pergunto e logo me dou conta do erro que cometi. Não se faz perguntas para pessoas doidas que nem a Sakura.

–E você ainda pergunta? Por causa do seu homem, mulher. Tem sorte e muita.

–Sakura - Repreende Hyde.

–O que? Mas é a verdade. E você sabe que eu ainda estou traumatizada por causa daquele idiota.

–Eu te disse que não daria certo, não foi? Soube logo de inicio.

–Eu devia ter te ouvido, primo. Eu sei.

Porque eu estou participando dessa conversa em família? Na verdade, porque eu fui chamada.

Deve ter sido para a Sakura me dar os parabéns pelo 'namorado' que eu tenho.

Eu não mereço isso.

–Então, onde está Ryu? - pergunta Hyde encerrando o assunto anterior.

–Ajudando Oji-chan a encerrar tudo na cozinha.

–Então vamos indo, Sakura. Foi só para falar um pouco com você, já que ficou trabalhando hoje só na cozinha. -Hyde parece chateado.

–Sim, mas conversamos bastante com o Ryu - entra Sakura.

O que? Serio? Não vi isso. Deve ser quando estava tendo um dos meus momentos de epifania na cozinha.

–Jura? E o que vocês conversaram? - pergunto curiosa. Espero que aquele idiota não tenha dito nada á Hyde que possa estragar tudo.

–Relaxe que não falamos de você pelas suas costas - rio sem graça - perguntamos sobre o que ele pretende fazer no futuro. Ele realmente é um talento e tanto do beisebol, está certo em seguir carreira. Mas ele vai para outra cidade, certo? É bom, um lugar diferente com pessoas diferentes.

–Verdade. Ryu é muito bom e eu sempre disse isso para ele. - falo entusiasmada - Fui em todos os jogos e ele sempre foi o melhor. Tem coleção de troféus no quarto dele!

–Um cara e tanto! - Sakura concorda.

–E você vai com ele, Chizu? - fico estática e meu sorriso desaparece.

–A-ah, não sei - respondo somente.

Hyde e Sakura ficam em silencio.

Um grupo da mesa ao lado se levantam e percebemos que só faltam ele á sair. Hyde se levanta imediatamente.

–Bem, hora de ir. Amanha na escola conversaremos mais. Se der tempo, claro. - pisca para mim - Vamos Sakura.

Fazendo um muxoxo, Sakura se levanta.

–Até amanha! - os dois se despedem saindo porta a fora.

–Até!

Agora hora de ir conversar com um certo idiota...

2

Ao chegar na cozinha já arrumada e pronta para o dia seguinte percebo que Ryu não está lá.

–Oji-chan, onde está Ryu?

–Ah, me ajudou um pouco aqui e logo foi descansar. Amanha ele vai ter treino para um amistoso.

–Certo, então vou lá falar com ele rápido e aproveitar para me despedir. - viro-me e vou indo para o corredor, assim que chego as escadas lembro-me de me despedir dele também, já que quando eu for embora não irei o encontrar mesmo. - Até amanha, Oji-chan!

–Até, Chizu-chan! Bom descanso! - Ouço-o gritar.

Chegando ao final das escadas me pergunto se ele deve estar no quarto ou no banheiro. Imediatamente me vem as imagens do que aconteceu nesse mesmo banheiro mais cedo.

Chizu, sua pervertida.

Talvez o que tenha acontecido hoje também tenha me ajudado a tomar a decisão que tomei hoje.

Claro, talvez.

Você praticamente quis pular em cima dele e ainda diz talvez.

Devo ter ficado uns bons dois minutos parada na corredor revivendo essa memoria, principalmente a parte onde ele está de toalha e molhado recém saído do banho.

Já devo ter um lugar esperando por mim no inferno.

–Chizu? - Ryu abre a porta de seu quarto. Já está vestido com seu pijama. - Já vai?

–Ainda não. Tenho que falar com você - digo seria.

–Tudo bem. - ficamos parados um olhando para a cara do outro. - E então?

–Aqui não! Vamos para seu quarto, idiota!

Ryu entra e eu o sigo fechando a porta logo em seguida.

–Tudo bem, tudo bem. Se acalme, Chizu - digo em voz alta.

–Chizu, você está bem? Hoje você me pareceu bem distante, durante o expediente todo. - Ryu se senta em sua cama e eu fico em pé andando de um lado para outro.

–Certo, tudo certo. Você consegue!

–Chizu, o que você...

–Eu aceito!

–O que? - Ryu se assusta.

Me viro para olhar em seus olhos, não há muita diferença de altura já que ele é um pouco mais alto que eu.

–Ah, quer dizer então que você pensou sobre o que eu disse e resolveu aceitar que eu me afastasse. Eu entendo. - Ryu se levanta visivelmente chateado, com os olhos baixos e fica em pé de frente para a janela.

–Isso! Quer dizer, não!

Ryu se vira e está curioso agora.

–E-eu aceito... seus sentimentos e resolvi... resolvi tentar - olho acanhada para meus pés, evitando seu olhar.

–Tentar? - faço que sim com a cabeça, mas não o olho. Ainda não.

–Eu resolvi que devemos tentar, pelo menos. Nós dois... mas se você não quiser não tem...!

–Eu quero!

–S-sério?

–Chizu, olhe para mim.

–Eu estou tentando!

Não consigo olha-lo nos olhos, não importa o quanto eu tente. Estou me sentindo ansiosa demais, nervosa demais e meu rosto não para de ficar cada vez mais vermelho.

Não vejo quando ele chega perto o suficiente para segurar meu queixo para que eu olhe para ele.

–Eu quero isso, vamos tentar.

–E-então isso significa que... - meu rosto parece que está pegando fogo.

–Sim, agora estamos namorando. Oficialmente.

Deus, será que eu não deveria ter me arriscado tanto? O final disso pode ser muito triste...

Ou não.


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Notas finais do capítulo

Agora foi amigos, agora foi!
Soltem os fogos!
Bem, até o próximo!



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