Você Merece Ser Feliz escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 3
Recomeço




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Recomeço

Acho que estava naquele momento em que você acorda mas não abre os olhos, como se ainda estivesse tentando se situar com o local. Minha mente estava exauata embora parecesse que havia dormido por longas horas. De repente a voz da minha filha ecoou em minha mente Fogo... fumaça... o bombeiro. Abri os olhos asssustada já me sentando. Senti as paredes girarem ao meu redor.

- Minha filha.- sussurrei e me assustei com minha voz grossa.

- Acalme-se menina, ela está bem.- disse uma senhora ao meu lado. Só então reparei nos aparelhos ao meu rdor, estava em um hospital.

- Preciso ver minha filha.- minha garganta agora doeu mais.

- Ouça menina, ela está bem, está na ala pediatrica, mas posso lhe garantir que ela está bem.- garantiu-me quando viu a aflição em meus olhos.

- Tem certeza?-perguntei ainda duvidando.

- Olha pra mim meu bem. Sou uma freira e freiras não mentem. - me deu uma piscadela e então reparei que usava um habito.

- Oh meu Deus, me desculpe... eu não quis...

- Tudo bem. - sorriu – Descanse, o médico logo virá lhe dar alta. Apesar da fumaça que inalaram não tiveram sequelas, nem você nem sua filha . Assim que ele lhe liberar venho lhe ajudar com um banho.

- Obrigada. Não vejo a hora de tirar esse cheiro de fumaça e por roupas limpas.- tarde demais percebi que agora Nessie e eu não tinhamos mais nenhuma roupa.

A freira me olhau com um ar de compaixão e em seguida pegou uma sacola na cadeira.

- Essas roupas são novas. Doações dadas por almas generosas, sei que você e sua filha assim como outras vitimas deste incendio terão que começar do zero, mas saiba que aqui serão bem vindas pelo tempo que precisar.

Meus olhos encheram de lágrimas, não tinha mais dinheiro pra nada, aquele apartamento havia sido comprado com o pouco dinheiro que conseguira com a venda da casa de meus pais.

Pela primeira vez em muito tempo senti que o chão novamente fosse me engolir. E sem perceber levei minhas mãos ao meu rosto e chorei, chorei intensamente por minha filha, pela condição em que pus a minha anjinha. Ela não merecia viver assim ao meu lado.

Senti um abraço caloroso e sabia que era a freira.

- Minha filha, vocês vão ficar bem.- ela disse em meu ouvido e aquelas palavras me lembraram daquele, homem, aquele bombeiro que arriscou a própria vida para salvar a minha e de Nessie. “Vamos ficar bem, eu prometo.”- ele havia dito, e foi com a lembrança dessas palavras que sem perceber, adormeci.

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Quando acordei e me senti mais controlada corri para a ala infantil para ver Nessie. Ela brincava com outras crianças numa sala bem colorida. Cada parede era pintadea de uma cor e haviam vários brinquedos espalhados pelo chão. Uma outra freira me viu e lançou um sorriso acolhedor.

- Renesme, acho que você tem visita. – ela dissse apontando pra minha direção.

Minha filha abriu um sorriso gigantesco ao me ver. Largou os brinquedos no chão e correu para me abraçar.

- Mamãe?

- Ô meu amorzinho,- disse aa abraçando bem apertado- como você está se sentindo?

Ela se afastou um pouco de meu abraço de urso e colocou suas pequenas mãozinhas espalmadas em cada lado de meu rosto.

-Eeuuuuuuuu tô bem, mas você tava chorando.- ela afirmou daquele jeito que as vezes eu duvidava ser mãe de uma criança de quatro anos e sim de uma mini adulta.

- Não chorei nada sua boba- menti -apenas dormi demais e meus olhos ficaram inchados.

- Hmmm...tá bom, quer brincar comigo?- ela perguntou já voltando a agir como uma criança normal.

- Só um pouquinho.- precisava sair para resolver problemas como a seguradora e nossa documentação.

- Iuuuuupiiiiii!- ela gritou e me arrastou para a roda com os coleguinhas.

Esse jeito dela me deixava feliz. Sabia que Nessie era meu anjinho e que embora tivessemos passado por tudo aquilo, ela ficaria bem.

Assim que tive alta, deixei-a com a freira que cuidou de mim no hospital e junto com outros moradores fomos a seguradora do prédio.

Para nossa infeliz surpresa, Sr Clinton, disse que não poderia pagar a indenização completa enquanto não confirmasse que havia ocorrido um incendio acidental, segundo ele as investigações iniciais alegavam ter ocorrido um incendio criminal.

Era demais pra nossas cabeças, como assim alguém teria tentado nos matar? Contava com este dinheiro para tentar comprar alguma casa para que minha filha e eu pudesssemos sair do hospital.

Quatro dias depois

Dias já haviam se passado e embora amasse ver o quanto minha Nessie gostava de estar ali, naquele hospital catolico com as outras crianças precisava recomeçar.

- Com licença feira.- pedi entrando em sua sala.

- Isabella, minha filha, entre. - ela disse deixando de lado uma pasta que revisava.

- Eu vim me despedir.

- Tem certeza Isabella? Sabe que pode continuar aqui pelo tempo que precisar.

- Sim eu sei e agradeço a generosidade da senhora e de todos aqui, mas consegui alugar um kitnet para Nessie e eu e assim vamos recomeçar nossas vidas.

- Vou rezar para que as coisas se acertem pra vocês duas. – disse segurando minhas mãos.

- Sei disso e agradeço por tudo.

Com a outra parte do dInheiro da seguradora já tinha comprado algumas coisas para nosso novo lar, como um sofá cama, geladeiras, fogão e um armario para guardar roupas e alguns mantimentos.

Alem de alguns utensilios.

Sabia que Nessie adoraria ir ao shopping e por isso decidi assim que saimos do hospital ir com ela comprar algumas coisas.

- Iremos a loja de roupas, – seus olhos e iluminaram- mas compraremos apenas o necessario,como jeans e blusas. - avisei.

- E tenis, calcinhas, vestidos, casacos, tiaras , bolsas, bonecas, ….

- Nessie, só o necessario. - alertei novamente. Ela fez um bico enorme – Depois compraremos as outras coisas.

- Só uma bonequinha por favor, por favor, por favor, por favorzinho.- ficou repetindo juntando as mãos como numa oração.

- Tá bem, só uma. - sabia que teria de ter cuidado redobrado com nosso dinheiro daqui pra frente, mas poderia desistir de uma das calças jeans por ela. Afinal haviamos perdido tudo em uma noite só e enquanto não tivessemos TV uma boneca deveria distrai-la.

- Ah mãe, muito obrigada você merece um beijo. - ela jogou os braços para cima se agarrando em minha cintura.

Enquanto ela escolhia a boneca, pensei no quanto rezei naquela noite do incendio para que pudessemos passar mais tempo juntas e quase perdi as esperanças. Minha mente foi invadida pelo rosto daquele bombeiro, precisava agradecê-lo, um verdadeiro heroi que havia nos resgatado, nos dando a vida novamente. Era uma visão nevoada, escura pela fumaça, o rosto dele, a barba por fazer, e seus olhos eram tão...tão penetrantes.

-Olha minha nova filha. - quase pulei de susto com Nessie balançando a caixa brilhante na minha frente. Nossa que pensamentos foram esses?

- Que linda minha filha, como ela se chamará?

- Euuuuuuuuu não sei ainda. Vou escolher.- ela disse com um sorriso banguela lindo. Ela estava tão feliz e com tão pouco. Tinhamos perdido tudo mas ainda tinhamos uma à outra e era isso que importava pra mim.

Assim que cheguei ao kitnet enquanto Nessie se jogava no sofá, fui até o armario guardar nossas novas roupas. Ouvi batidas na porta e corri para atender, havia esquecido de tranca-la e tive medo que Nessie abrisse sem sabermos quem era.

- Isabella, Nessie, não sabia mais onde procurá-las.- disse Sra. Sue com os olhos marejados. Ela era umas das minhas poucas amigas que fiz quando me mudei pra cá. Era uma senhora viuva e que me ajudou muito olhando Nessie enquanto eu ia trabalhar.

- Não esperava lhe ver tão cedo tambem Sue. - lhe abracei - Entre por favor.

- Vozinha vai morar aqui tambem?- perguntou Nessie já de mãos dadas com ela.

- Não minha netinha do coração. Por acaso vim visitar July na quadra ao lado e ela disse que vocês tinham alugado aqui.

- Sim. Não a vi na seguradora.

- Se lembra que te falei que meu filho é advogado? - afirmei com a cabeça, tinha me esquecido dese detalhe - Ele já está vendo isso. Um horror a seguradora não querer nos indenizar.

- Sim realmente. -disse me lembrando das palavras do corretor. De que o incendio era criminal.

- Mas tambem passei aqui para lhe dar o meu endereço caso precise ainda de alguém para olhar a menina.

- Ah Sue... não sei nem o que dizer.

-Ora, diga sim, sabe que nessie é sempre bem vinda na minha casa e já falei com meu filho. Ela será bem vinda lá também.

- Sim eu agradeço, mas por hora estive no meu trabalho e eles me deram algumas semanas até que pudesse me arranjar.

Sue olhou por algum tempo Nessie e sua boneca e balançou a cabeça.

-Foi um verdadeiro milagre vocês estarem bem. Aquele bombeiro se jogar lá de cima com vocês duas....espero que ele esteja bem.

Sem perceber, senti meus olhos arregalados perante a revelação de Sue. Não conseguia me lembrar de nada até nos debruçarmos na janela do banheiro.

- Ele se machucou?

Sue respirou fundo.

- Assim como vocês ele saiu carregado na maca, só que usava um protetor no pescoço...- ela pensou por um instante – e a roupa dele estava toda ensanguentada.

Senti dificuldade de respirar como se tivessse novamente em meio a fumaça. Se algo tivesse acontecido com o bombeiro por nossa causa, não...não poderia ser.

- Tenho que saber se ele está bem.- disse passando as mãos pelo cabelo.

- Se quiser pode usar meu celular. - Sue tirou o aparelho da bolsa- Ele é do oitavo batalhão.

Quando finalmente, depois de longos minutos, após ter ligado para a central de informações pedindo para transferir para o corpo de bombeiros percebi que já estava roendo a terceira unha.

- Oitavo batalhão do corpo de bombeiros.- disse uma voz de mulher.

-Boa tarde... meu nome é Isabella, sou a mulher que um de seus bombeiros salvou junto com minha filha. É ...gostariamos de agradecê-lo, ele está bem? Se machucou?

- A ligação ficou muda por uns instantes.

- Perdão senhora, não tenho autorização para fornecer informações pessoais.

-Por favor...só me diga se ele está bem, é o minimo que posso fazer por ele depois da situação terrivel que ele se pos para nos salvar.

- Eu entendo senhora, mas....- ouvi uma outra voz no fundo, de um homem. - Só um momento.

- Alô Sra Swan? - como ele sabia meu sobrenome?

-Sim, Isabella Swan.

-Meu nome é Jacob Black, sou capitão do 8o grupamento. A senhora e sua filha estão bem?

- Sim, estamos bem e agradeço pela preocupação. Na verdade Sr Black, acabei de saber que o bombeiro que me salvou se feriu enquanto ajudava minha filha e eu... ele está bem?- novamente o silencio.

- Entendemos sua preocupação Sra Swan mas...

- Eu imploro, por favor, ele arriscou a vida dele por mim e minha filha. Só preciso saber se ele está bem Sr.

Sr Black deu um longo suspiro no telefone.

- Vou falar com Edward e se ele concordar a senhora ´poderá vê-lo.

- Agradeço.

Estava sem telefone e por isso passei o número de Sue para o capitão. Caso ele ligasse com certeza eu seria avisada.

Sue ainda ficou algum tempo em casa e aproveitou para me passar tambem o novo endereço e quando já estavamos nos despedindo seu telefone tocou.

- Isabella é o capitão. Ele disse que para encontrá-lo no Hospital da Consolação daqui a uma hora, antes do encerramento de visitas.


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