She Will Be Loved escrita por Carol Munaro


Capítulo 14
Im Not... Jealous


Notas iniciais do capítulo

Hello! Boa leitura :3



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- Hoje a noite eu to aí. - Falei no telefone.

- Mas eu quero te ver agora. - Sorri com a minha irmã falando no telefone.

- Quando eu chegar, vou ficar só com você.

- Você vai me ajudar a colocar roupinha nas bonecas?

- Bia, eu não brinco de boneca. - Alice riu. Ainda não tínhamos saído do chalé.

- Mas é só ajudar. - Bia, o que eu não faço por você?

- Tá. Mas só colocar as roupinhas.

- É. Papai falou que você viajou com a namorada.

- Eu não namoro.

- Tio Peter veio aqui também.

- Imaginei.

- Ele disse que não achava que você fosse mesmo viajar com a sua namorada. - Se o Peter não zoasse com a minha cara, eu até estranharia.

- Peter tem demência.

- O tio tem o que?

- Nada, princesa. Eu vou ter que desligar, tá bom? Em casa a gente se fala.

- Eu to com saudade.

- Também to com saudade. Vou desligar.

- Te amo. - Sorri.

- Também te amo. - Desliguei.

- Parece até meigo. - Alice disse.

- Você é folgada demais.

- Só um pouco. Pegou tudo que é teu?

- Peguei. Vamos. - Devolvemos a chave pra senhora e pagamos o que faltava. Entramos no carro e fomos embora.

- Que horas são? - Perguntei.

- Meio dia.

- Então, vamos chegar lá mais ou menos oito horas. - Eu estava pensando em algo.

- É. To achando que a gente vai se fuder quando chegar.

- Você acha? Eu tenho certeza.

- Foda-se. Foi divertido. Principalmente você caindo no banheiro hoje de manhã. - Ela disse e começou a rir.

- Não foi nada engraçado.

- Foi sim! - Fiz uma careta.

- Amanhã vai querer carona?

- Acho que vou andando, como antes. Também acho que você me acostumou mal.

- Não te dei carona nem uma semana.

- To falando da viagem.

- De ficar o dia todo falando comigo dentro de carro? Eu sei que sou irresistível.

- Menos, Andrew. Bem menos. Tu não é tudo isso não. - Ela disse e riu. Fiz cara de indignado.

- Absurdo.

- To falando de a gente conversar até dormir.

- Hm... É... Também vou sentir falta disso. É pra isso que existe celular. Não é a mesma coisa, mas serve.

- Tipo, se não tem tu, vai tu mesmo. - Ri baixinho.

- Exatamente. - Ela mordeu o lábio olhando pra paisagem, que só tinha mato. Parei no posto de gasolina. Ela murmurou algo sobre comprar chocolate e entrou na lojinha.

(...)

- Tá cansado? - Alice perguntou assim que vimos a placa "bem vindo a Toronto".

- Um pouco.

- Hm...

- Passamos Toronto e depois paramos ok?

- Não. Pode parar aqui. Quero fazer xixi. E a cidade não é pequena. - Parei no primeiro posto de gasolina que vi. Ela correu pra lojinha de conveniência. Um carro parou na bomba de frente pra minha e uma menina saiu dele. Ela olhou pra mim e sorriu. Sorri de volta. Depois de abastecer, estacionei o carro em frente a lojinha e entrei. Pedi um café pra mim e um chocolate quente pra Alice. Ela odeia café. Enfim, ela logo saiu do banheiro e agradeceu pelo chocolate quente. Alice mal sentou e a menina entrou na lojinha também. Alice olhou pra ela e travou. Cara... Toronto não é uma cidade gigante, mas também não é pequena. Ainda mais aqui que é um pouco deserto, pelo o que eu pude perceber. É uma coincidência do cacete ela conhecer a garota.

A menina olhou pra Alice e arqueou uma sobrancelha com uma expressão arrogante no rosto. Aí eu lembrei quem era. Olhei pra Alice novamente.

- Emily. - Ela me olhou.

- Não sabia que lembrava.

- Lembrei agora. Quer ir embora já?

- Não.

- Posso perguntar o que aconteceu entre vocês?

- Não.

- Certo... Se prepara porque ela tá vindo pra cá. - Alice revirou os olhos. Emily se aproximou da mesa e não olhou pra cara da Alice. Ela pegou um papel, anotou algo e deixou na minha frente.

- O que é isso? - Perguntei.

- Meu telefone. - Alice olhou pra ela incrédula e eu arregalou os olhos. Nunca (repito: NUNCA) é bom ficar entre uma briga de meninas, mesmo que seja por mim. É... Medonho! Elas podem se juntar e ficarem contra mim! E, acredite, meninas irritadas são capazes de torturarem, te despirem e depois te colocarem em exposição como se fosse um pedaço de carne no açougue!

- Como você é ridícula, Emily. - Alice falou.

- Ué, você não roubou meu namorado? To fazendo o mesmo.

- Hey, espera aí. Quem disse que eu namoro alguém? - Falei.

- Então, vai ser mais fácil. - Emily disse sorrindo.

- Eu não sou um prostituto! - Protestei. Absurdo!

- Eu não roubei o Will de você, sua cara de pau. E vocês nem namoravam. Só ficaram. E eu não sabia disso.

- Sonsa como sempre. Bom, qual seu nome? - Ela perguntou pra mim. Acho que meu desespero era visível na minha expressão, porque assim que ela fez a pergunta, riu.

- Ahn... Andrew. - Respondi.

- Ele não vai ligar pra você, Emily. - Alice disse irritada.

- Quem disse? Você é porta-voz dele por acaso?

- Pra começar, moramos a horas daqui.

- E daí? - Alice revirou os olhos. - Sabe, você tem cara de quem é santo, mas claro que de santo não tem nada. - Quieto eu estava, quieto fiquei. Emily se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido: - Mas se você for mesmo santinho, eu te levo pro mal caminho. - Arregalei os olhos olhando pra Alice e já sentia meu amigo dar sinal de vida.

- Emily, você tem deficiência no cérebro. - Alice disse. - Sério, para com isso. É desnecessário.

- Desnecessário? - Ah, pronto. A menina começou a se irritar. Será que a mocinha do balcão de doces quer conversar com um menino indefeso e em perigo? - Escuta aqui, queridinha - Agora fudeu! -, por sua causa o Will morreu. Se ele estivesse comigo, isso nunca teria acontecido. - Abri a boca pra interromper, mas a Alice fez sinal pra eu me calar. - Eu odeio você. E odeio tudo que envolve você. - Ela virou pra mim. - Menos você. Nunca odiaria alguém bonito. Mas você, Alice... Você é desprezível!

- Ô, menina, lava a boca antes de falar da Alice. Ela não tem culpa se qualquer garoto que tenha cérebro sempre vai preferir ela a você! E ela não tem culpa de nada que aconteceu ao Will. Ela ia fazer o que? Você sabe que não tinha o que fazer, se você sabe da história, o que, realmente, eu duvido muito.

- Você nem sabe o que aconteceu entre nós duas. - Emily disse.

- Você mesma acabou de falar. E eu não sou idiota pra não perceber. Deixa a Alice em paz, Emily. - Não sei qual das duas estava mais prestes a chorar. Emily virou as costas e saiu sem olhar pra trás.

- Obrigada. - Alice disse ainda com a cabeça baixa. Peguei na mão dela por cima da mesa.

- Não precisa agradecer. E... Não fica assim.

- Éramos melhores amigas! Como eu não vou ficar assim?

- Você disse que não sabia. Você não tem culpa.

- É horrível. - Respirei fundo e olhei em volta.

- Vamos continuar a volta pra casa. E leva bastante chocolate.

- Pra que? Pra adoçar minha vida? - Alice perguntou rindo. Ri baixinho.

- Bem por aí.

(...)

Já estávamos quase chegando. Faltava, mais ou menos, uma hora e meia pra chegarmos em casa. Alice já tinha dormido, acordado e dormido de novo.

- Minha bunda tá quadrada. - Ela resmungou e eu ri.

- E a minha, então? Mas vamos parar daqui a pouco.

- Onde? - Não respondi. Estacionei o carro em uma rua iluminada e tinha bastante gente passando por ali. Já tinha ido até aquele lugar com o Peter. Saí do carro e Alice ainda olhava confusa pra mim.

- Não vai sair? - Ela arqueou uma sobrancelha, mas saiu.

- Tenho medo das suas ideias. - Ela disse olhando em volta.

- Não precisa ter medo. - Abri a porta do Pub. Não tinha nenhum segurança, ninguém impedindo menores de idade, como nós, de entrar. E mesmo se tivesse... O segurança conhece o Peter e, consequentemente, me conhece também.

- Nunca vim num desses.

- É divertido. - Pegamos uma mesa do lado de uma mesa de sinuca. Ela ficou olhando pra mesa do nosso lado. - Quer jogar?

- Nunca peguei numa dessas varetinhas. - Ri.

- É taco.

- Tanto faz. - Peguei na mão dela e arrastei-a até a mesa. Peguei um taco e estendi outro pra ela. - Eu sei, mais ou menos, como joga. 

- Sabe?

- É só acertar as bolinhas pra elas caírem. - Ri de novo.

- Não é tão simples. E a branca...

- Não pode cair. Ok, não sou tão burra e alienada quando o assunto é sinuca.

- Um pouquinho só. - Ela me mostrou o dedo do meio. - Meninas deviam ter bons modos.

- Sou o que, então? Hermafrodita? Ou lésbica? Ou bi, quem sabe?

- Espero que nenhum deles. - Disse rindo e ela revirou os olhos. Posicionei as bolas e depois o taco sobre a mesa. Ela apoiou o cotovelo no taco que estava com ela e me observava.

- Pensa pelo lado positivo. Se eu for bi, dá pra fazer um ménage. - Gargalhei.

- Tem razão. É um lado positivo.

- Toma vergonha nessa cara, garoto. - Sorri.

- Sua vez. - Ela colocou o taco por cima da mesa e se inclinou. A blusa que ela estava tinha decote e, mesmo na inocência dela, tinha muita coisa mostrando ali. Olhei pra frente e vi um grupinho de meninos fazendo piadinhas. Peguei levemente no ombro dela e entrei na sua frente. Puxei o decote pra cima. Ela me olhava confusa. Olhei pro decote de novo. Não resolveu muito. Tirei meu casaco e vesti nela.

- O que você tá fazendo? Tá mó calor!

- Estava quase saindo pra fora! E você estava virando motivo de piada.

- De quem?!

- Do grupinho atrás de mim. - Fechei meu casaco até o pescoço dela. Ela se inclinou um pouco pro lado e mandou o dedo do meio pros meninos. Ri.

- Agora a parte mais interessante: você estava com ciúmes?

- Claro que não. Só não acho certo.

- Hm... Você tá vermelho.

- To normal, Alice. Para de graça e joga logo. - Voltei pra onde eu estava antes. Ela sorriu de maneira sedutora pra mim e eu ri baixinho. Ela empurrou a bola com o taco e acertou o buraco. - Sorte de iniciante.

- Mentiroso. Sua mãe não falou que é feio mentir?

- É, ela disse. E eu não menti. - Posicionei o meu taco.

- Crianças que mentem tem que ser castigadas. - Levei a frase pra um lado erótico. Sorri malicioso. - Não sei porque, mas com certeza você já deve ter pensado em algemas e chicote. - Corei rindo.

- Mais ou menos.

- Você é mais safado do que eu pensei.

- E você também! Não sou o único que vive pensando merda entre nós dois. - Ela revirou os olhos.

- Joga logo.

- Aí, ó, já quis mudar de assunto.

- Não to mudando de assunto. To mandando você jogar.

- Desde quando você manda em mim?

- Desde sempre. Sabia que as fêmeas tem controle sobre os machos?

- Era só o que faltava.

- Joga logo, Andrew. - Ri e joguei. Alice foi pegar algo pra gente beber e um garoto perguntou se podia jogar comigo. Falei que tudo bem. Começamos a jogar. Claro que um olho meu era no jogo e o outro na Alice do outro lado do pub pegando as bebidas.


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Notas finais do capítulo

Bye! ♥