Capitulo 1.- Encontro inesperado.

Pov. Peeta

Meu nome é Peeta Mellark, tenho 25 anos, nasci em uma pequena cidade da Califórnia- Panem, sou um grande produtor de filmes, e modesta parte de sucesso e moro em Hollywood, estou indo visitar minha família. Já faz muito tempo que não os vejo, tenho uma agenda muito cheia, uma vida muito corrida, por isso não sou casado nem tenho namorada, sou um cara solitário que gosta de trabalhar.

Não sou só tipo mulherengo, não que não seja bonito, sem querer me gabar sou um cara muito lindo e muitas mulheres fariam de tudo para ficar comigo, mas por algum motivo eu não… tenho vontade de ter nenhum relacionamento sério com elas. Minha mãe diz que é porque eu estou apaixonado, mas a duvida é, por quem?

Falta meia hora para chegar em Panem, estou atravessando a ponte que leva a uma estrada cercada por floresta quando avisto alguém, mais especificamente uma mulher. Ela esta sentada na barra de proteção, em um lugar de risco, pois se cair de lá com certeza ira morrer.

Observo-a com curiosidade, suas feições são de um anjo, tão delicado, seus longos cabelos negros caem em sua costas. Está vestida com um vestido verde clarinho, vejo suas sapatilhas caírem em direção a forte correnteza que passa por baixo da ponte. Foi então que percebi a intenção dela. Ela iria pular.

Paro o carro no mesmo instante em que ela faz menção de ir pra frente, mas para, ela esta com medo, ela não quer pular, pois se quisesse já teria pulado. E quando ela ameaça a ir pra frente novamente.

-Hey o que faz ai?- chamo sua atenção.

Ela vira o olhar em minha direção e é como se tudo estivesse em câmera lenta, seus olhos cinza estão tomados por lágrimas, seu nariz e bochechas levemente corados por causa do choro, seus cabelos balançam com a jorrada de vento. Ela é linda.

-É perigoso ficar ai, você pode se machucar- ela não responde apenas me olha intensamente com seus olhos acinzentados.

Aproximo-me devagar, não quero que ela pule, não sei realmente se ela quer pular, não sei por que estou fazendo isso, só sei que preciso tirá-la de lá.

–Como se chama?- ela volta a olhar pra baixo sem dizer nada- meu nome é Peeta Mellark.

Seu olhar volta a mim, e por um instante vi um brilho diferente em seu olhar, parecia, como se tivesse visto alguém de quem sentia saudades, mas eu nem a conheço, então descarto a possibilidade.

–Tudo bem não quer me dizer seu nome, mas poderia me dizer o que faz aqui?- ela abre a boca, mas nada sai dela, apenas uma fumaça branca de sua respiração devido ao tempo que está muito frio.

O que ela estaria fazendo ali? Ta, pensei que ela fosse pular, mas olhando pra ela agora, vejo como ela esta assustada e com medo. Qual seria seu nome? Por que ela não fala comigo? Quem é essa mulher que encontrei abeira desse precipício?

–Esta frio aqui você não acha?- pergunto quando percebo que ela treme- espere um estante, esta bem?

Ela assente e corro pro carro, pego meu blazer no banco de trás e volto ao encontro do pequeno anjo.

-Aqui, se não vai ficar doente- coloco o casaco sobre seus ombros e ela nada diz, nem mesmo agradece apenas assente novamente.

-Eu não quero ser intrometido, mas o que faz aqui? Poderia me dizer?- tento fazer com que ela me diga alguma coisa, mas ela nada diz.

Sento-me ao seu lado e ela parece surpresa com o ato, sei que é perigoso, mas estou disposto a descobrir o que ela faz aqui. Ela volta o olhar ao rio.

-É lindo, não é? O rio- digo observando-o também- tão lindo, tão misterioso e tão perigoso.

Ela concorda com a cabeça, acho que estamos melhorando.

-De onde você é?- pergunto e ela aponta para placa onde esta escrito “Panem-90km”- Panem? Eu também.

Ela me olha agora com as orbes cinza vibradas, resolvo continuar.

-Bem eu não moro mais aqui, mas sempre venho visitar minha família e velhos amigos- ela parece não gostar de algo que eu disse e desvia o olhar.

-Mas o que faz tão longe de casa?- ela nega- vamos fazer assim, como estou indo para Panem eu te dou uma carona.

Desço da barra de proteção, eu sei que não devo fazer isso, mas algo nessa mulher que não fala me intrigou, ofereço a mão para ela descer também.

–Vamos não precisa ter medo, eu só quero ajudar- ela hesita em pegar minha mão, mas depois de um tempo ela aceita e a ajudo a descer, abro a porta para ela entrar, minha mãe me criou como muito cavalheirismo, ela reprime um pequeno sorriso e entra no mesmo, dou a volta entrando no carro e seguimos para Panem.

Eu não sei quem é esta mulher misteriosa, que não fala e que estou dando uma carona, não sei seu nome, não sei nada sobre ela, mas sinto que a conheço de algum lugar.Tenho certeza que já a vi, ela mora em minha cidade natal e parece ter a mesma idade que eu, seria uma amiga de infância que perdi com o tempo? Uma vizinha? Uma conhecida? Eu não sei, mas alguma coisas nela ficou marcada em mim de uma maneira tão profunda que ficou guardada anos e anos, e de alguma forma só agora ao revê-la ela se mostrou viva dentro de mim.

Reviro nas minhas lembranças mais antigas, em busca de um vestígio de sua existência em minha vida. Quem eu conheço de cabelos negros, rosto angelical e olhos cinza que um dia fez parte da minha vida, mas por alguma razão se afastou de mim? Quem? Quem? Quem?

Foi então que um nome me veio a mente, um nome que marcou minha vida, que por anos nunca consegui esquecer e que ate hoje nunca esqueci, mas seria ela? Seria essa mulher de longos cabelos negros, rosto angelical e olhos cinzentos aquela garota que um dia foi minha melhor amiga, até que seus pais a levaram para longe de mim? A garota pela qual sofria de amor? A garota que me fez chorar noites e mais noites por não estarmos juntos? A garota que um dia tive que dizer adeus? Seria ela Katniss Everdeen?