O Amor E O Ódio São Sentimentos Que Andam Lado escrita por Annye Silva


Capítulo 2
Capítulo 2 - Reencontro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/394627/chapter/2


Liz’s Point Of View

Depois de duas horas e meia de viagem, estava eu em Bolton. Aquela cidade era perfeita, eu amava morar lá quando era pequena, pena que mamãe e tia Grace colocaram na cabeça que Londres seria um lugar melhor para morar, então mamãe convenceu papai a comprar uma casa lá e tia Grace fez o mesmo com tio Spencer, e tudo que as duas super irmãs querem elas conseguem, enfim, mudamos para Londres. Mamãe e tia Grace são inseparáveis. Como todas as irmãs normais, elas tinham suas briguinhas, mas no final uma sempre cuidava da outra e elas eram melhores amigas, onde uma estava, a outra estava atrás. Eu particularmente sempre achei bonita a amizade das duas. Se tia Grace tivesse tido uma filha ao invés do “Matthew Rock Star”, acho que seríamos grandes amigas como elas, mas o destino preferiu me apunhalar pelas costas e me dar um primo idiota. 
Parei meu carro na frente da casa da vovó e observei o muro enorme em volta da casa e o portão dourado. A casa da vovó não tinha muro antes, mas como o tonto do meu primo se tornou famoso, vovó achou melhor construir um muro envolta da casa por conta das fãs dele. Mamãe disse que no natal de 2007, o qual Matthew estava em Bolton e eu em Los Angeles, todo mundo acordou com as fãs de Matthew na grama da vovó, com pôsteres, bichinhos de pelúcia e cartazes, gritando o nome dele, foi uma confusão só. Matthew saiu para cumprimentá-las e quase ficou pelado, porque as fãs quase rasgaram as roupas dele. Então, a partir daquela dia, vovó e minha família decidiram que para o bem do “super astro” era melhor construir um muro em volta da casa. Por mim que as fãs o carregassem para outra galáxia! Apertei o interfone e, antes que eu pudesse respirar, a voz de mamãe ecoou pelo fone, me acordando de meus devaneios. 
- Filha! Até que enfim você chegou, amor! Estou com saudades. – Mamãe disse, fazendo um escândalo. 
- Hey, mãe, também estou com saudades. – Tentei disfarçar meu susto. 
- Oh! Querida, como você está linda, estou te vendo pela câmera. Estou louca para te abraçar. – Tia Grace sempre tão adorável, pena que seu filho não herdou tais genes. 
- Obrigada, tia, você também deve estar maravilhosa como sempre. – Falei simpática, mas quando será que elas realmente iriam abrir o portão? Eu estava congelando aqui fora. 
- Obrigada, meu amorzinho... 
- Vocês duas, podem abrir o portão para minha neta? Ela vai congelar lá fora. – Clac, ouvi o barulho do portão abrir. – Olá, querida! Pode entrar e aqui dentro conversamos melhor, essas duas cabeças de vento não param de tagarelar um momento e se esquecem de abrir o portão para você. – Vovó, sempre tão meiga e direta. Eu amo isso nela, ela sempre fala o que tem para falar na cara. 
- Oi, vovó, obrigada por não me deixar congelar aqui fora. 
- Está tudo bem, querida, estamos te esperando aqui dentro. – Vovó desligou o interfone e, antes de desligar, pude ouvi-la chamando mamãe e tia Grace de tontas. Eu amo essa minha família. 
Estacionei meu carro atrás da BMW do papai, nessa época de natal tinha tantos carros espalhados pela garagem da vovó que parecia que ela tinha aberto uma concessionária. Desci do carro e quando fui abrir o porta malas para pegar minhas malas, vi papai, tio Spencer, vovó, mamãe e tia Grace, todos correndo em minha direção. Papai me abraçou e me rodou no ar, como ele fazia quando eu tinha seis anos de idade, depois de quase quebrar meus ossos ele pegou minhas malas e as carregou. Tio Spencer me abraçou e ficou procurando por algum namorado meu dentro do carro, ele se negava a acreditar que eu não tinha um, por um momento achei que ele fosse caçar por algum namorado meu, dentro do bolso da minha calça jeans. Tia Grace o chamou de tonto e veio me abraçar, seguida de mamãe que me beijava e me sufocava com seus abraços apertados e, por fim, vovó que cortou o abraço de mamãe e disse para ela parar com aquela “palhaçada” que ela também queria me abraçar. Eu ri demais com a vovó. Entramos dentro de casa e tudo estava como antigamente, a casa impecável e carregada de enfeites natalinos. Aquele era o melhor lugar do mundo e eu não o trocaria por nada. 
- Querida, acho que você deve estar cansada. Se quiser subir para descansar, seu quarto é o ultimo do corredor, do lado direito. – Mamãe. 
- É! Eu preciso de um banho e me arrumar, daqui a pouco chega mais gente e eu quero estar apresentável. – Sorri. 
- Daqui a pouco meu Matthew também chega! Estou morta de saudades do meu filho. Espero que esse ano não haja mais brigas entre vocês, até porque, no último Natal, vocês se deram até que bem, me pergunto qual foi o motivo da mudança. – Disse tia Grace, sorridente. 
OMG! Não sei porque, mas me arrepiei quando tia Grace disse que Matthew estava chegando e citou o último natal. Fiquei sem graça e dei um sorriso amarelo. Na verdade, nem eu sabia como eu e Matthew reagiríamos um com outro, depois do último acontecimento. Desfiz minha cara de confusão e sorri amarelo outra vez. 
- Não vai ter brigas, tia, agora eu tenho vinte anos e Matthew vinte e dois, estamos velhos para isso, huh? 
- Fico contente em saber disso. – Tia Grace. 
- Já que não vai ter brigas, vocês podem até sair juntos hoje, não é? Pois na véspera de Natal sempre tem uma grande festa em Bolton, e vocês dois nunca perderam uma. – Mamãe completou. 
Ah, sim! Da última vez que Matthew e eu saímos para uma festa de Natal juntos, acabamos nos beijando dentro do banheiro e eu não quero isso de novo. Ok, hora de subir para o quarto e acabar com esse assunto inconveniente. 
- Bem... Eu vou subir, família, vejo vocês daqui a pouco. – Dei de ombros e fui em direção à escada. 
- Ok, querida, estamos contente por você estar aqui. – Disse vovó. 
- Eu também. – Sorri e subi as escadas correndo. Entrei no meu quarto e me joguei na cama. Eu estava apreensiva com a chegada de Matthew, não sei o porquê, mas algo me dizia que as coisas iriam se complicar um pouco. 

Liz’s Point Of View Off

Matthew’s Point Of View

Fiz exatamente três horas de viagem, tinha um pouco de trânsito na rodovia de Londres devido à véspera de Natal. Eu estava ansioso para chegar à casa da vovó e ver todo mundo. Parei em frente ao portão e antes de apertar o interfone notei o número de carros estacionados dentro da casa e o último que eu vi era um Porsche chumbo, com uma placa escrita PRINCESS E. Senti um frio na espinha, eu sabia de quem era aquele carro. Era da convencida da minha prima, eu nem tinha visto a garota ainda, mas meu corpo já me alertava que ficar perto dela seria perigoso. Relaxa, Matthew, hoje à noite deve ter muita festa rolando depois da meia noite, então saía e se divirta com as melhores garotas da cidade, as quais dariam de tudo para ter uma noite de prazer com você. Era isso que eu iria fazer! Nada iria mudar meus planos essa noite, nem mesmo a PRINCESS E. Eu ri com essa placa, ela continua a mesma Barbie de sempre, o que a deixa mais insuportável. Apertei o interfone e vovó quem atendeu, eu não pude evitar rir com ela. 
- Vocês não vão atender nada, não quero que meu neto morra congelado. Oi, querido! Pode entrar e aqui dentro nos cumprimentamos melhor. 
- Ah, mamãe! Deixa a Grace atender! É filho dela. – Ouvi tia Rachel resmungar. Hilário. 
- Ela é assim mesmo, Rach, deixa ela. – Mamãe pareceu dizer emburrada. 
- Calem a boca, as duas. – Clac, ouvi o barulho do portão se abrir. – Pode entrar, querido. 
- Obrigada, Vó. – Dude, minha vó é uma figura. É a melhor do mundo. 
Estacionei meu carro do lado da PRINCESS E. Eu vou parar de falar isso, é que foi engraçado, se nós ainda fossemos mais novos, com certeza eu zoaria minha priminha, mas como pretendo ficar longe, é preferível que eu guarde minhas piadas internas apenas para mim mesmo. Saí do carro, peguei minha mala e lá veio toda a minha família me abraçar, e tia Rach sempre dizendo como cada ano que passa eu fico cada vez mais bonito, por isso que ela é minha tia favorita. Vovó, como sempre, afastando mamãe de mim antes que ela quebrasse meus ossos com seus abraços, acho que a família é conhecida por seus abraços apertados. Tio Stephen estava me perguntando como é ser Rock Star e pegar todas as mulheres que eu quiser, tia Rach deu um cutucão na costela dele, eu tive que rir. Papai me perguntou se eu já havia conhecido Jessica Alba e se não, que se um dia eu a conhecesse que era para eu dizer à ela que ele a achava a mulher mais bonita do mundo. Mamãe pisou no pé dele e todos riram. 
- Gente... Vou subir antes que os convidados cheguem. – Fui indo rumo à escada. 
- Vai lá, querido! Sua prima subiu há algum tempo. – Tia Rach. 
Frio no estômago. Porque senti isso mesmo? Dei um sorriso educado para tia Rach e, man, eu não sabia o que falar. 
- Ela está linda, filho, você precisa vê-la. - Mamãe. 
Mais bonita do que já era? Tudo bem, eu não suporto minha prima, mas nunca disse que ela era feia. Mamãe deve estar exagerando como sempre, e também não me importa o quão bonita ela esteja, ela vai ser sempre a mesma. Dei um sorriso sem graça e subi para o meu quarto que, de acordo com a vovó, era o último do corredor, à esquerda. 
Joguei minha mala no canto do quarto, e comecei tirar minhas roupas e jogar as peças pelo quarto e, então, por último, entrei no banheiro e joguei minha boxer por lá. Girei o registro e senti o jato de água gelada encharcar meu corpo. CARALHO! QUE ÁGUA GELADA DA PORRA É ESSA? Fechei o chuveiro com pressa e olhei em cima do chuveiro para ver se o botão estava no quente, e, sim, estava no quente, mas por que inferno então caiu aquele jato de água gelado em mim? Deve ter queimado a porra do chuveiro. Abri a porta do box, me enxuguei com a toalha e enrolei a mesma na cintura. Teria que ir tomar banho no quarto que meus pais sempre ocupavam na casa da vovó. Obrigada meu Deus por existir ar condicionado, enquanto o frio tomava conta de Bolton lá fora, dentro de casa estava parecendo Miami Beach. Abri a porta do meu quarto e quando olhei para a porta da frente, notei que ela estava entreaberta. Aproximei-me um pouco da porta e ouvi uma música tocando na rádio, era Corrupted do McFLY, da minha banda. Aquele quarto não poderia ser da tia Rachel e do tio Stephen, porque eu me lembro que o quarto deles ficava do lado do meu quarto, então aquele quarto só poderia ser... Da Liz. Não sei porque, mas meu coração acelerou um pouco. Meu lado pervertido dizia que eu deveria espiá-la e o lado do meu cérebro que ainda tinha alguma sanidade, dizia que eu não tinha nada que espiar. Mas como nós homens sempre pensamos com a cabeça de baixo, decidi espiá-la, e, dude... Eu vi o paraíso. 
Liz estava com uma lingerie preta, daquelas sem costura, a calcinha era mais parecida como uma boxer feminina e o sutiã era meia taça, por incrível que pareça, era incrivelmente sexy. Ela estava com mais curvas, e suas coxas estavam mais torneadas e seus longos cabelos castanhos estavam espalhados por suas costas. Ela estava na frente do espelho, passando hidratante no corpo e cantarolando Corrupted, que ironia, huh? Ela continuava com as mesmas feições de antes, porém ela estava mais mulher e eu preciso acrescentar que ela estava mais bonita do que sempre fora, e gostosa, que corpo era aquele meu Deus? De repente eu senti um calor subindo pela minha espinha e senti que meu amigo estava começando se animar, eu deveria sair dali, mas o jeito que ela passava hidrante no corpo era tão... Excitante, que eu não conseguia me mover. Ela acabou de passar o hidratante e jogou o frasco em cima da cama e mexia no seu piercing do umbigo. 
Am I too much for you? Cause you´re too much for me, still wanna be corrupted.
Liz cantarolou o refrão de Corrupted e a ironia do momento pesou muito mais, ela mal sabia da procedência daquela música. Eu a observei por mais um tempo e, sim, meu amigo já dava sinais de que ele queria diversão. Tentei escondê-lo com minhas duas mãos e resolvi que era hora de dar o fora dali, antes que alguém me pegasse no flagra, e principalmente ela me pegasse no flagra. Arrastei-me para o quarto de mamãe e a mesma subia a escada e estava no corredor. Salvo pelo gongo! Ainda bem que eu já estava chegando à porta do quarto dela e ela nem imaginava o que eu estava fazendo. Matthew, você é foda! 
- Filho, está fazendo o que de toalha pelo corredor? – Mamãe perguntou curiosa, e por um instante ouvi uma porta sendo fechada. Acho que Liz percebeu que a porta estava entreaberta e que eu estava no corredor e então trancou a porta. Mal sabe ela que eu já tinha visto seu corpo seminu. Coitada da PRINCESS E. tão atrasada. 
- Acho que meu chuveiro está queimado, mãe, estava indo tomar banho no seu banheiro, tem problema? 
- Claro que não, filho. Depois vou falar para o seu pai pedir para alguém trocar seu chuveiro. Se arruma logo querido, daqui a pouco os convidados chegam e você e a Elizabeth nem estão prontos ainda. – Claro, a Liz, esse povo não sabe falar sem tocar no nome daquela garota? 
- Ok, mãe. Estou indo. – Dei um beijo no rosto da minha mãe e corri para o banheiro. Desculpa mãe, mas eu vou demorar mais que o esperado no banho, não tenho culpa se minha amada priminha não trancou a porta do quarto dela direito. 
Abri o registro e deixei a água quente cair sobre mim, hoje seria uma noite daquelas... Eu sei que seria. 

Matthew's Point Of View Off

Liz’s Point Of View

Tomei um susto quando ouvi a tia Grace falando com Matthew no corredor e vi que minha porta estava entreaberta, então fui correndo até a porta e passei a chave. Já pensou se aquele garoto me vê assim? Eu, hein! 
Depois de um século decidi que iria colocar meu vestido tomara que caia preto, uma meia calça vinho e minha Ankle boot e, por cima, meu casaco preto, optei por deixar meus cabelos soltos e fiz uma maquiagem leve. Mamãe e tia Grace já tinham vindo me chamar duas vezes para descer, dizendo que o povo já tinha chegado. Mas eu não sei porque eu estava assim tão indecisa com as minhas roupas, na verdade, eu sabia... Na verdade eu sabia que todo mundo iria cair matando em cima do Matthew, perguntando como é ser famoso e blá, blá, blá, e eu seria esquecida, ou só me sobraria aquelas perguntas do tipo “Como você cresceu!” e “Está namorando?”, eu odiava responder esses tipos de perguntas e isso estava me deixando nervosa, mas não tão nervosa quanto encarar meu primo. Ah! Se eu pudesse voltar no passado e ter apagado aquele momento, eu já tinha o feito. Respirei fundo e me olhei mais uma vez na frente do espelho e falei para mim mesma: Não tem nada de errado com você, está tudo sob controle. Decidi descer antes que minha auto-estima se transformasse em uma baixa estima e caminhei até a porta do meu quarto, e saí. Andei lentamente pelo corredor, eu desejava que a escada não chegasse nunca... Mas eu cheguei ao topo da escada. Eu olhei para baixo e a sala estava repleta de pessoas, pareciam que todos me olhavam, comecei a corar e minhas pernas ficaram bambas, por um momento pensei que eu não conseguiria andar. Pude ver mamãe, papai, Tia Grace e tio Spencer rindo para mim, mas quando olhei para a ponta da escada, encontrei aquele par de olhos Verde me fitando com curiosidade do primeiro andar. Meu coração bateu mais rápido, Matthew estava insuportavelmente gostoso. 

Liz’s Point Of View Off


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Amor E O Ódio São Sentimentos Que Andam Lado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.