O Amor E O Ódio São Sentimentos Que Andam Lado escrita por Annye Silva


Capítulo 13
Capítulo 13 - Falling in Love




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Matthew's Point Of View

“Hey guys! No momento não posso atender, já sabe o que fazer depois do bip, certo?”
Já estava cansado de ouvir essa mesma mensagem durante as últimas duas semanas e o barulhinho do bip irritante. Perdi as contas de quantas mensagens deixei na caixa postal da Liz e nada dela me retornar. Garota difícil. 
- Ah, não! Matthew está checando, de novo, a caixa postal? – Jamie tinha que perceber tudo o que eu faço?! 
- Ele esta a fim de alguma garota, mas está mantendo segredo. Mais cedo ou mais tarde nós vamos descobrir quem é a tal garota, Matthew. – Justin disse, irônico, ao mesmo tempo em que empurrava seu carrinho com suas malas. 
- Eu não estou escondendo nada de ninguém, só estou pegando meus recados na caixa postal. Vocês não fazem isso, não? – Menti. David me olhava de esguelha. 
- Você está obsessivo com isso, dude. Todo break que a gente tinha durante os shows você estava checando seu celular. Isso me cheira a amor oculto. – Jamie gargalhou e fez um hive five com Justin. 
- Olha, Jamie, acho que Katy Perry acabou de passar pelo portão de desembarque! – Menti descaradamente e apontei para o portão da ala sul. Os guys olharam ao mesmo tempo. 
- Cadê? – Perguntaram em uníssono. Quer mudar o rumo da conversar? Diga que está vendo uma cantora gostosa e os caras se esquecem de tudo. Mulheres têm razão quando dizem que homens só pensam em sexo e futebol. 
- Foi para lá, acho melhor você se apressar, Jamie. Quem sabe Katy não largar o Russel e te dá uma chance? – Incentivei e os olhos de Jamie brilharam. Caiu como um patinho. 
- Você tem razão, Matthew, até porque eu sou mais gostoso que aquele noivo tosco dela. Vem comigo, Justin. – Jamie disse, convencido, e saiu puxando Justin, e os dois foram atrás da “suposta Katy Perry”. 
- Não tem nenhuma Katy Perry, certo? – David percebeu minha farsa. 
- Claro que não. Só disse isso para mudar o rumo da conversa. 
- Coitado do Jamie. – David balançou a cabeça negativamente e sorriu. – Dude, você precisa disfarçar mais. Justin e Jamie já estão percebendo que você está envolvido com alguém. 
- Eu estou tentando, mas a Liz não facilita as coisas. Aquela garota é pirracenta. Não retorna minhas ligações e nem responde minhas mensagens, não sei mais o que fazer. – Disse, confuso. 
- Ela e Soph compartilham do mesmo gênio forte. Quando Soph está com raiva de mim, eu sempre dou um jeito de fazer chantagem com alguma coisa que ela mais gosta. 
- E isso resolve? – Perguntei, curioso. 
- Na maioria das vezes, sim. – David sorriu, satisfeito. 
- Eu sei de algo que a Liz gosta de mais, com a qual eu posso chantageá-la. – Disse, maquiavélico. – David, você é um gênio! – Disse, contente, e abracei meu amigo. 
- Para com isso, dude. – Ele me empurrou. Justin e Jamie estavam vindo ao nosso encontro, enquanto um táxi nos aguardava do lado de fora do aeroporto. 
Damn! Cheguei tarde de mais, nada de Katy Perry. – Jamie disse, triste. David e eu seguramos uma gargalhada. 
Sorry, man. - Desculpei-me. – Guys, eu preciso passar em um lugar antes de ir para casa. Vejo vocês depois. – Disse, indo em direção a outro táxi. 
- Hey, Matthew! Não se esqueça dos planos de hoje à noite. – Justin gritou. Que planos mesmo? 
- Ok! – Gritei, fingindo saber do que Loss falava e entrei no táxi. Agora era hora de colocar meu plano em ação. – 298 Burham, Chelsea, por favor. – Disse ao motorista. Ele assentiu e deu partida. 

 

***



Cheguei ao condomínio onde minha adorável prima e Sophie moravam. Um condomínio muito bonito, por sinal. Lembro-me de ter passado diversas vezes por aqui e nem fazia ideia de que Liz morava perto de mim. Acho que a vida tem dessas paradas estranhas. 
Olhei as horas e faltava uma hora para Liz chegar em casa, o que significa que eu teria que ser bem rápido com Sophie. O elevador parou no 17° andar e dei de frente com o apartamento 34. Apertei a campainha e antes que Soph atendesse, ouvi Paris latir. Aquela cachorrinha era bravinha como a dona dela. 
- Matthew?! O que faz aqui? – Soph disse, em um misto de confusão e surpresa. 
- Hey, Soph, não vai me convidar para entrar? – Disse, simpático. Paris correu até mim, abanando o rabinho. Acho que aquela danadinha ainda se lembrava de mim. Deve ser pelos cookies que eu dava para ela, escondido da Liz. – Hey, garota! – Peguei-a no colo. 
- Desculpa, Matthew, entre. – Soph me cumprimentou com um beijo no rosto. – Acho melhor você ser rápido, se a Liz chega e te pega aqui, ela te esmurra. – Acho que a situação está mais grave do que pensava. 
- Ah, ela não chegou ainda? – Me fiz de besta. – Sabe, Soph... Eu vim justamente para me desculpar, já que ela não retorna minhas ligações. – Sentei-me no braço do sofá, com Paris mordendo meus dedos. 
- Também, né, Taylor, você é um safado. – Soph arqueou a sobrancelha. – Acho melhor você deixar iss... – Soph foi interrompida por uma musica do Muse. – Meu celular está tocando, já volto, Matthew. – Dito isso, Sophie correu apressada, acho eu que para seu quarto. 
- Tudo bem. – Disse calmo. – Hey, Paris, o que acha de conhecer minha casa? Lá tem muitos cookies e você vai poder comer a vontade. O que me diz? – Paris abanou o rabinho freneticamente e passava as patinhas no meu peito. Essa cachorrinha é muito esperta. Ela parecia entender tudo o que eu dizia. – Acho que isso é um sim. Boa garota. – Levantei-me do sofá e fui rumo a porta. 
- Sorry, Matthew, David me ligou... Matthew, onde você pensa que vai, e levando a Paris? – Soph disse, exasperada. 
- Ela vai para a minha casa. Diga para Liz buscá-la pessoalmente, ou se não a cachorrinha fica comigo. – Sorri, ardiloso. 
- Matthew Ross! Devolve a Paris, agora! – Soph correu atrás de mim, mas fui mais rápido e entrei no elevador. 
- Diga tchau para a Soph, Paris. - Levantei a patinha de Paris, como se ela estivesse dando tchau para Sophie. A mesma me olhava furiosa enquanto a porta do elevador se fechava. 
Eu tentei, da maneira mais fácil, que Elizabeth me perdoasse, contudo não deu certo. Fui obrigado a voltar para o Old times. Trapaças. Elas sempre vão existir entre nós dois... Simplesmente é da nossa natureza.

Liz’s Point Of View

- Ok, Josh. Já falei que estou trabalhando nisso, certo? Até amanhã, te amo, marido. – Desliguei o celular e havia mais uma ligação perdida do Puto Taylor. Decidi apelidar Matthew de Puto, pois é o que ele sempre foi e sempre será. 
Em duas semanas, ele me ligou oitenta vezes e deixou, no mínimo, umas quarenta mensagens no meu correio de voz. Eu até ouvi alguns com a Soph, era divertido rir dos pedidos de desculpa dele. Confesso que senti vontade de ligar de volta, mas prometi que não vou mais ceder aos encantos daquele pervertido. 
Cheguei ao meu apartamento e o que eu mais queria depois de um dia de trabalho, era tomar um banho e pegar um cineminha com Soph. O estranho é que cheguei e estava tudo silencioso, nem mesmo Paris estava destruindo algum ursinho meu ou uma sandália de Sophie, no sofá. Onde estava minha bebê? 
- Paris! Mamãe chegou. Cadê você? – Geralmente, quando ela ouve o barulhinho da chave, ela me espera na porta, mas não hoje. Talvez Soph deva tê-la levado ao parque. Liguei só para me certificar. – Hey BFF!
- Hey... Liz. – Soph pareceu preocupada e meu sentido de aranha (sim, meu sentido de aranha. Desde que assisti Homem Aranha pela primeira vez, cismei que meus sentidos são iguais aos deles. Eles nunca falham.) me dizia que algo estava errado. 
- Soph, está tudo bem? Onde está Paris? 
- E-Elizabeth, eu preciso te dizer algo. – Soph disse receosa e agora eu estava realmente desesperada. Só falta a Paris ter... Oh, meu Deus! 
- Soph, não me diga que a Paris morreu! – Disse, surtada, e lágrimas grossas começaram a inundar meu rosto. 
- Não, Liz! Por Deus! Matthew apareceu em casa hoje e levou-a para a casa dele e disse que se você a quiser de volta, você terá que buscá-la. Por favor não me mate! – Soph disse a última frase tão rápido que mal pude entender e minha ficha não tinha caído; só então eu fui perceber que... MATTHEW, DESGRAÇADO! - MATTHEW RAPTOU MINHA CACHORRA? – Berrei. O sangue fervia pelas minhas veias, agora que eu iria acabar com a raça dele. Quase tive um heart attack por culpa dele. 
- Mais ou menos. Ain, Liz! Me desculpa, foi tudo tão rápido e você sabe como Matthew é ligeiro. – Soph disse, sentida. 
- Está tudo bem. Estou indo para a casa dele agora! É hoje que eu arranco o couro dele. – Desliguei o telefone, furiosa. Matthew não perde por esperar. 

 

***



Apertei a campainha diversas vezes, eu estava quase afundando o botão da coitada. Minhas mãos estavam coçando para ir de encontro com os olhos do meu primo idiota. Eu precisava bater nele... E como! Ainda mais que ao abrir a porta ele deu um sorriso cínico de canto e segurava Paris, como se ela fosse realmente dele. 
- Me dê apenas um motivo para eu não quebrar essa sua cara de idiota! – Disse, alterada, e ele continuava rindo. Filho da puta! 
- Nossa, Liz! Para que tanto ódio nesse coração? – Ele perguntou, sarcástico, e minha vontade de socar a cara dele estava me consumindo. Fechei meu punho e estava pronta para mirar o olho dele. Acho que Matthew percebeu o que o aguardava, pois ele foi dando passos rápidos para trás. - Liz, você não seria capaz de me bater, certo? – O medo está visível na voz dele. Que mulherzinha. 
- Eu sou capaz de muita coisa, Matthew. – Disse, malvada, e me aproximei mais. Aquele soco lavaria minha alma. No momento em que eu socaria meu primo idiota, Paris desatou a latir, como se ela estivesse defendendo aquele safado. O mundo está mesmo contra mim. 
- Haha! Vai me bater e ganhar uma mordida bônus da Paris? – Matthew disse, pretensioso. 
- Ok, Paris, eu não vou bater nesse safado. Me dá ela! – Disse, brava, e peguei minha cachorrinha no colo. – Um minuto que você passa com esse sem vergonha, já fica do lado dele? – Dei uma bronca na minha cadelinha e fiz carinho em sua cabeça. 
- Ela sempre gostou de mim, na verdade, todo mundo gosta. – Matthew disse, pretensioso, e eu fiz cara feia. 
- Na próxima vez que você aprontar outra dessa, eu quebro a sua cara. – Dei de ombros e estava pronta para ir embora, no entanto, Matthew me impediu, entrando na minha frente. 
- Liz... Desculpa, ok? – Ele disse, olhando dentro dos meus olhos. – Eu não queria te preocupar. Eu só trouxe a Paris porque eu sabia que era a única maneira de você vir me ver. – Ele pausou e passou as mãos pelos cabelos, nervosamente. Meus hormônios me traíram, pois eu estava achando o jeito que ele mordia o lábio extremamente sexy, entretanto mantive meu foco. – E me desculpa por aquele dia com a Lana... Não foi minha culpa... Eu não a convidei para vim aqui em casa, eu só queria ficar com você. Se eu estivesse mentindo, eu não teria passado as últimas duas semanas, obcecado, pensando em uma maneira de você me perdoar. – Ele disse, sincero. Acho que Matthew deve ter algum tipo de feitiço sobre mim, pois eu estou acreditando nele agora. 
- Eu acho que acredito em você, mas na próxima vez que você me chamar para sair, por favor, certifique-se que ninguém vai aparecer e te agarrar do nada, ok? – Por que eu disse isso mesmo? Oh meu Deus, pareci uma garota ciumenta falando. – Bem... Acho que preciso ir para casa. – Disfarcei. Odeio parecer que tenho... Sentimentos. 
- Não vai, não. Fica aqui? – Ele disse baixinho, se aproximando de mim e passou as mãos pelos meus cabelos. Tentação. 
- Eu preciso... – Minha vontade de ir embora passou logo em seguida, quando a língua quente de Matthew invadiu meus lábios calmamente. Beijo que não durou muito. Os latidos de Paris quebraram o momento. 
- Acho que ela está com ciúmes. – Matthew disse carinhoso e alisou a cabeça dela. 
- Ela não gosta de brigas e nem de momentos assim tão carinhosos. – Sorri. 
- Brigas eu até concordo dela não gostar, afinal, ela salvou minha pele hoje. – Ele sorriu. – Mas momentos carinhosos são permitidos, Paris. – Ela mordia o dedo de Matthew, como de costume, e eu ficava toda derretida como ele tinha jeito com animais. – O que você acha de assistir um filme hoje, só nós três? – O nós três que ele disse, incluía Paris. 
- Acho perfeito, mas vamos assistir na minha casa. Aqui é meio perigoso, sabe. - Cocei a nuca. É uma coisa que eu faço sempre que fico nervosa ou tímida. 
- Seu pedido é uma ordem. – Ele sorriu, charmoso, e abriu a porta. Como nem tudo são flores, nosso plano foi por água abaixo, pois ao abrir a porta, David, Soph, Jamie e Justin estavam todos parados lá. Um sorriso fraco surgiu em meu rosto. Matthew engoliu em seco. 
- Liz! Você também veio para a noite do vídeo game? – Justin disse animado e me abraçou. Agora que eu mato o Matthew de vez! Combinando algo comigo quando ele já tem planos? 
- É... Noite do vídeo game. Matthew me avisou em cima da hora, ele sempre faz plano e me avisa assim do nada. – Dei um cutucão discreto na costela de Matthew, ele sorriu amarelo. 
- Matthew é meio tapado. Que cachorrinha mais linda. – Justin pegou Paris no colo e entrou para dentro de casa. 
- Liz, como está, linda? – Jamie disse, animado, e me cumprimentou com um beijo no rosto. 
- Bem e você, Oliver? 
- Também. Hey, Matthew, você comprou as pizzas? – Jamie indagou. 
- Já estava saindo para comprar. – Matthew abriu a boca para falar alguma coisa, pela primeira vez. 
- Como você é engraçado, né? Quem sai para comprar pizza, quando se tem telefone em casa?! – Jamie realmente achou que Matthew estava fazendo piada. Menos mal. – Hey, Justin! Acho que a cachorrinha está com medo de você, ela não para de latir. – Oliver brincou e se juntou a Justin e Paris no sofá. 
- Ela está latindo porque você acabou de chegar aqui, freak. – Justin rebateu. 
- Matthew, espero que a Liz tenha acertado seu olho, mas acho que ela não o fez, porque não vejo marcas. – Soph disse brava, entre dentes, e deu um chute leve na canela dele. Eu ri, Matthew gemeu. – Sequestrador. 
- Outch!  - Matthew alisou a canela. - Foi mal, Soph. 
Soph e David se juntaram a Justin, Jamie e Paris. Minha cachorra era extremamente popular, todo mundo estava brigando pela atenção dela. So funny.
- Guys, vou ligar pra pizzaria, pizzas tradicionais mesmo? – Matthew perguntou. 
- Sim. – Eles responderam em uníssono. 
- Ok. – Ele me olhou de canto, indicando que eu deveria segui-lo até a cozinha, e eu o segui. 
- Liz, foi mal. Eu tinha me esquecido totalmente que hoje era a noite do Vídeo Game. – Ele segurou minha mão e aquele toque me causou uma sensação diferente. Como reflexo, soltei as mãos dele e joguei meu cabelo para trás. Matthew disfarçou, procurando pelo celular dentro do bolso de sua bermuda. 
- Eu sei que não foi sua culpa, está tudo bem. Eu não sabia que vocês ainda faziam esse programa. Eu me lembro que era divertido. – Disse, sincera. Eu não estava com raiva; é melhor os meus amigos aparecem, do que a vizinha peituda. Éca! 
- É divertido até hoje, mas eu estava querendo ficar com você. Como não tem jeito, tenho que me contentar em te beijar escondido, aqui na cozinha. – Matthew sorriu e nossas bocas estavam muito próximas, porém não me surpreendi com a chegada repentina de David e Soph. O beijo não aconteceu de novo. Droga. 
- Dude, foi mal. Soph me avisou que a Liz vinha para cá, eu tentei convencer os guys de fazer a noite dos games lá em casa, mas eles não quiseram. – David se desculpou. 
- Justin e Jamie são difíceis quando querem. – Soph falou e abraçou David de lado. 
- Não se preocupa, dude, a culpa foi minha que tinha me esquecido que essa semana os games eram aqui em casa. – Matthew disse, tranquilo. 
- Que clube do bolinha é esse aqui na cozinha? – Justin perguntou, divertido. 
- Dude, pede logo essa pizza. Eu e a Paris estamos famintos. – Jamie disse, segurando Paris. 
- Estou ligando, porra, está dando ocupado. – Matthew disse, impaciente. 
- Nem pense em dar pizza para ela, Jamie, que eu te bato. – Falei, enquanto pegava um fardo de Heyneken na geladeira. 
- Não, Liz! Seus tapas me assombram até hoje. – Jamie fez cara de apavorado. Eu gargalhei. 
- Vamos, Taylor, eu te ajudo a pedir a pizza. – Soph disse prestativa e saiu da cozinha com Matthew, David e Justin em seu encalço. Deixando Jamie e eu para trás. 
- E a Lizzy, como ela está, Jamie? – Jamie encarou os próprios pés. Ele pareceu sem graça com a minha pergunta. 
- Nós não estamos mais juntos, desde o começo do ano. – Ele sorriu fraco e brincava com Paris. 
- Eu sinto muito. – Nunca pensei que Jamie e Lizzy terminariam um dia. Eles namoravam desde o colégio e pareciam se amar tanto. No final das contas, tudo que é bom sempre acaba. Por isso me distancio de sentimentos. – Mas você está bem? 
- Estou sim. A gente tinha uma coisa legal, no entanto chega uma hora na vida em que as pessoas seguem rumos diferentes. – Ele disse, compreensivo. Pelo menos eles terminaram numa boa, é o que me parece. 
- É, você tem razão. – Saber que Oliver está disponível no mercado, me caiu como uma luva. – Jamie, eu tenho uma amiga que adoraria te conhecer. – Abri uma cerveja e dei para Jamie, em seguida abri outra para mim. 
- Eu também adoraria conhecer essa tua amiga, Liz. – Jamie sorriu, safado. – É só falar dia, horário e local que está tudo certo. 
- Ain, Oliver, por isso que te amo! – Disse, contente. – Pode deixar que eu vou marcar um encontro para vocês. - Ele assentiu. 
- Liz, Jamie, a pizza chegou! Tragam as cervejas, guardanapos e ketchup! – David gritou da sala. 
- Estamos indo! – Gritei de volta. Jamie me ajudou a levar as coisas e fomos para a sala. 
Depois de alguns pedaços de pizza e muitas cervejas, todo mundo estava “alegrinho”, principalmente eu. Jogamos Guitar Hero e Mortal Kombat, aliás, me ferrei no Mortal. Os guys tinham feito uma aposta, se eu ganhasse do Justin na última rodada, eu poderia castigá-lo e se ele ganhasse de mim, vice e versa. Por azar, perdi por pouco para o Justin, que adorou a ideia de me castigar. 
- Liz! Já sei... Qual será seu castigo. – Justin disse, meio mole. 
- Vamos, Justin, acaba logo com isso. – Soph berrou. Justin estava enrolando para dizer qual castigo ele iria me dar. 
- Demorou, Loss, se você demorar, eu vou dormir. – Meus olhos estavam fechando involuntariamente, isso é conseqüência da bebida. 
- Ok. – Justin foi até o barzinho de bebidas de Matthew, pegou uma garrafa de tequila e um copinho e voltou para o meio da sala. – Liz... Você terá que tomar uma Body Shot de tequila no Matthew. - Justin olhou malicioso para Matthew, que ficou sem jeito, e eu não sabia aonde enfiar minha cara, but desafios são desafios e eu não dou para trás nunca. 
Let’s do it. – Disse, confiante. Uma parte de mim estava com medo, a outra não tinha nada a perder mesmo. Matthew me olhou como se me perguntasse se aquilo estava tudo bem para mim, apenas assenti. 
- Essa eu quero ver. – Jamie disse, entusiasmado. 
Soph me olhou preocupada e David caiu na gargalhada. David bêbado. Justin colocou tequila no copinho e trouxe uma metade de limão e um pouco de sal em um pires. 
- Matthew, levanta a camiseta. – Justin ordenou. 
- Dude... Não precisa disso tudo. – Matthew disse, apreensivo. 
- Isso é Body Shot, Taylor. – Justin sorriu. 
- Para de ser frouxo e levanta logo essa camisa, Matthew! – Jamie botou lenha na fogueira. 
- Anda logo com isso, porra! – David gargalhou. 
- Está legal. – Matthew cedeu, levantando a camisa e deitou-se no sofá. Puta que pariu, não era justo ver aquele abdômen perfeito e fingir que ele não me atinge em nada. 
Justin colocou a copo de tequila em cima do umbigo de Matthew e a metade de limão na boca de Matthew. Loss estava mesmo querendo me torturar, ou querendo provar alguma coisa. Eu conheço esse safado. Não vou deixá-lo me afetar em nada, se ele é esperto, eu também sou. 
- Vem, Liz. – Justin chamou. – O desafio está lançado. 
- Ok. – Sorri de canto. 
Respirei fundo e me controlei para não agarrar Matthew na frente de todos meus amigos, que, por sinal, estavam todos vidrados no Taylor e em mim. Passei um braço de cada lado do corpo de Matthew e os olhos dele me fitaram curiosos. O olhar dele era intenso, era diferente de todos o que ele tinha... Foi tão profundo. Por um momento me perdi naqueles olhos incrivelmente azuis. Acordei do meu transe com um grito de Jamie dizendo “Demorou”, então me aproximei mais e peguei o limão da boca dele vagarosamente, senti meu peito subir e descer, num movimento desesperado ao entrar em contato com o dele, e um frio subiu pela minha espinha. Aquela sensação me deixou apavorada, pois eu já tinha sentido ela uma única vez... E foi quando... Apaixonei-me por Ethan Nolan. Peguei o limão mais que depressa com a minha boca, mordi e virei a dose de tequila de uma vez. 
Ouvi os guys vibrarem e eu estava realmente surtando, eu não podia estar apaixonada por ele. Eu me recuso! Desesperada, peguei a garrafa de tequila e entornei de uma vez, o líquido forte desceu queimando pela minha garganta. Aumentei o som e Temporary Insanity (Colocar pra tocar quando pedido) estava tocando. Irônico, não? Corri para o quintal, estava difícil respirar na mesma sala em que Matthew estava. 

Matthew’s Point Of View

Confuso. Tudo está muito confuso. Não entendi porque Elizabeth saiu correndo do nada, mas algo me dizia que alguma coisa estava fora do normal. 
- Matthew quase beijou a Liz! Realizou seu sonho outra vez! – Jamie gargalhou. 
- Cala a boca, Oliver. – Soph disse. –  vai ver o que a maluca da Liz está fazendo. 
- Soph, realiza, ela quase beijou o Matthew, deve estar vomitando. – Justin brincou e eu nem dei ouvidos e fui atrás da Liz. 
Ela estava parada na beira da piscina, com a garrafa de tequila. A luz da lua brilhava sobre seu rosto delicado e destacava seus traços marcantes. Linda. Com os olhos fechados, ela cantava a música e dançava conforme a mesma. Eu pensei em chamá-la, mas eu só queria ficar parado e quietinho... Apenas observando-a. 
(N/A: Coloque a música para tocar) 

What just happened, did you kiss me? 
Cause that's a place we've never been until now
And I don't know how it's gonna be after this
Do we pretend these feelings don't exist at all? 
Or do we fall? 

My confusion shows whenever you get so close 
I stumble, I stutter, forget what to say
I'm nervous, I wonder why I'm acting this way


Ela dançava e passava as mãos pelo contorno de seu corpo perfeitamente desenhado. Mesmo estando “alta”, ela cantava a música corretamente e parecia senti-la com a alma. 

Its temporary insanity
What's going on with you and me
Is it real or is it fantasy? 
Forever or just temporary insanity? 


Ela jogava os cabelos conforme a batida e sorria. Ela estava perdida na música, e eu perdido em seus movimentos. 

you made a move to change your mind
Too much to lose, you've crossed something the line 
between friends and more
was it all a big mistake? 
and if it was it's much too late to undo
And I don't really want to

I'd let you go but I still don't know
how I feel about you, what this really means
it's crazy to want you
Is it meant to be? 


O jeito dela falar, sorrir, andar e até as repentinas mudanças de humor me davam um frio na barriga. Tudo nela é tão atraente e convidativo, eu sinto que não posso mais fugir do que estou sentindo... Na verdade, do que sempre senti. 

it's temporary insanity
what's going on with you and me
Is it real or is it fantasy? 
Forever or just temporary? 
it's temporary insanity
What's going on with you and me
Is it real or is it fantasy? 
Forever or just temporary insanity? 

What you do to me
What comes over me
If this is crazy, there's nothing I'd rather be


A verdade é que eu sempre fui apaixonado por ela, a verdade é que eu passei anos a observando de longe, a verdade é que antes mesmo de tê-la beijado ela já não saía dos meus pensamentos, ela sempre foi dona dos meus sonhos e do meu coração. Acho que nasci apaixonado pela garota problema. 

it's temporary insanity
What's going on with you and me
Is it real or is it fantasy? 
Forever or just temporary? 
it's temporary insanity
What's going on with you and me
Is it real or is it fantasy
Forever or just temporary? 

Losing my mind


Liz abriu os olhos e sorriu timidamente quando me viu. Ela abriu os braços e gotas de chuva começaram a molhar seu corpo. O tecido do vestido dela estava grudado em seu corpo molhado, me enlouquecendo. 
O céu estava estrelado, mas a chuva insistia em cair. A famosa chuva de verão. Liz não estava se importando nem um pouco por estar molhada, ela parecia tão leve. 
- Vem, Matthew! A água está ótima. – Ela disse, rodando com os braços abertos. 
- Liz, sai daí! Você vai pegar um resfriado, sua maluca. – Gargalhei e caminhei até ela. 
- Eu não me importo de ficar doente, eu... Eu me importo de não sentir mais essa coisa que eu estou sentindo, sabe? Isso é bom. Eu tenho medo, Matthew, mas é tão forte. – Ela disse confusa e me olhava dentro dos olhos. Aquela era a garota que eu era apaixonado: confusa e divertida. 
- O que você sente, Liz? – Acariciei seu rosto molhado e minhas mãos desceram pela lateral do corpo dela. Meu corpo precisava insanamente do dela. 
- Eu não consigo dizer... E você, Matthew, o que sente? – Ela passou a mão pelo meu rosto. Seu toque era tão suave. 
- Liz, eu sou... Você quer... – Diga, Matthew, você consegue. Você gosta dessa garota desde que ela começou a usar batom. Uma voz na minha cabeça me dizia. Certo, eu precisava tomar coragem e acabar com essa espera. Enxi meus pulmões de ar e soltei lentamente. Era agora ou nunca. – Liz, eu sempre fui... 
- Elizabeth, sai dessa chuva, garota! Você vai ficar doente, sua maluca! – Soph gritou como se fosse tia Rach. Liz se distanciou de mim e sorriu de leve. Sophie do caralho, dia do caralho! Tudo para me atrapalhar. – Vem, vamos para casa. – Soph colocou uma blusa nos ombros de Liz. – Matthew, você é mesmo um irresponsável. Por que você a deixou tomar chuva? 
- Soph, eu to... – Liz tentou argumentar e Soph a cortou. 
- Fica quieta, Liz. Amanhã você precisa estar bem para o evento da Vogue Teen UK, miss drunk. Se ela não conseguir trabalhar amanhã, a culpa é sua, Taylor. 
- Soph, você não é mãe dela, deixa a garota ser feliz. – Disse e Soph me mandou o dedo do meio, arrastando Liz para dentro de casa. 
- Matthew, o que houve? – David perguntou, preocupado. 
- Eu estou apaixonado pela minha prima, dude. Eu preciso dizer isso à ela... Ela tem que ser minha namorada. 


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