A Morte É Uma Arte. escrita por Cora


Capítulo 1
Morra.


Notas iniciais do capítulo

"O mal é um ponto de vista."
— Entrevista com o vampiro.



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Ela olhava contente para o vazio e a mistura de cores sombrias.
Gostava de como parecia tão certo e errado ao mesmo tempo. Ela tinha sonhado por meses com aquela cena.
O cheiro era forte, quase insuportável.
Mas não para ela, nunca para ela.
Lembrava-se de quando ele a tinha humilhado. Os dois eram loucos, mas ela era mais.
Houve ameaças, provocações, gritos e discussões.
Ela odiava que a ameaçassem, que gritassem com ela.
Jurou que se vingaria.
Levou meses, mas estava satisfeita. Adorava olhar a cena e não cansava de desenhá-la em todas as folhas em branco que conseguia. Havia folhas e folhas com a mesma imagem. Pendurava nas paredes do quarto, da sala, e ria e ria.
Ele olhava para ela. Dea, seus amigos a chamavam de Dea por causa da sua paixão por contos macabros. Dea, de Dead.
Soava com uma perfeição que nem seus amigos poderiam entender. Mas ela entendia.
O gosto era bom, bom de uma forma empolgante, nunca se sentira tão satisfeita em sua vida.
Dea olhou para ele.
Os braços pálidos estavam pendurados em cima da cabeça, os pés amarrados ao chão.
As cordas marcavam os pulsos cortados, cortes que ela fizera questão de fazer. Vira o sangue pingando, ela colocou o dedo em uma das feridas e lambeu, o gosto era de satisfação.
Ele ainda a olhava, não podia fechar os olhos porque ela colara as pestanas para que ele não ousasse perder a cena, depois costurara a boca, se gritasse, os pontos romperiam e a dor seria pulsante.
Os cortes nos pulsos eram uma lembrança. Ele tinha se cortado na frente dela uma vez e isso a consumiu como fogo. Ela queria que ele sentisse a dor que ela sentira.
Fez amor com ele, ou quase isso. Fez amor e cada vez que ele gemia ela enfiava a faca alaranjada de ferrugem em pontos do corpo que sabia que não o matariam. Ele gritava e os lábios de rasgavam.
Ela costurava outra vez.
A morte estava perto, vagando silenciosa em direção a ele. Sabia que ambos sentiam sua presença, e ele sabia. Sabia que morreria, mas não logo, antes precisava pagar.
Dea prendeu grampos na ponta do pênis. Os grampos eram ligados a uma máquina que mandava ondas de choque para corpo. Prometeu a ele que sempre que se mexesse; que soltasse um único som, ela apertaria o botão vermelho e ele sofreria.
Pegou a navalha e começou a escrever seu nome naquele corpo. Teve o prazer de apertar o botão mais vezes do que gostaria.
Ahn como era divertido! Nunca se sentira tão viva em sua vida. A sala escura pertencia a um depósito que pertencera a uma mulher que ela conheceu quando tinha 13 anos, não havia ligação e ela se certificou de que não haveria provas. Não era boba, não seria pega.
Sempre ria dos idiotas que eram pegos pela polícia. Tão atrapalhados e incapazes. No fim, sempre soube que seria ótima no lugar deles.
Arrancou, quebrou e cortou cada parte daquele corpo.
Quando Dea finalmente notou que ele estava quase morrendo, injetou uma dose de adrenalina suficiente para o gran finale.
Pegou um quebra nozes prateado. Ela sempre odiou nozes, mas disse a si mesma que comeria em memorial a sua grande obra.
Envolveu o pênis e apertou com força. Ele gritou e ela soltou uma gargalhada.
O sangue dele manchava suas mãos, sua roupa. A cor a deixava querendo chorar de alegria.
A morte era tão doce...
A tortura tão digna.
Ela enfiou a faca no estômago, depois abriu espaço no peito, puxando o coração. Ela sorriu. O cheiro podre nunca foi tão bom. Os olhos dele estavam vidrados nela. Morto.
Mesmo fora do corpo o coração dele ainda batia.
Ela passou a língua pela superfície molhada de vermelho, riu e jogou o coração no chão. Pisou com tanta força que ele ficou exprimindo como um inseto.
Finalmente ele estava onde era seu lugar, em baixo dos pés dela.
Horas depois, quando estava sentada em seu apartamento, lendo um romance de Nora Roberts, ela não evitou de sorrir.


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Notas finais do capítulo

EU NÃO SOU PSICOPATA. u.u
Eu sou fã de contos de terror, você deve ter notado.
Espero que gostem,



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