Uma Nova Vida Para Annabeth escrita por Tictoczinha


Capítulo 7
Jet Lag


Notas iniciais do capítulo

Heil Amigos. Que um raio caia sobre minha cabeça se eu ousar a abandona-los assim por tanto tempo.



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Estados Unidos é um lugar estranho. Piper e eu tínhamos acabado de chegar do nosso longo voo. Tia Afrodite tinha voltado alguns dias antes o que de certa forma me deu algum certo tempo para me despedir de Luke e Matt como nos velhos tempos: Cinco filmes aleatórios no Netflix, com muita pipoca, chocolate e bagunça. Não foi fácil arrumar tudo aquilo depois, mas era o que merecíamos, nos distrair de tudo.

No dia seguinte eu já estava levando Matt até a estação de Trem, de volta a faculdade. Ele me deu vários avisos de irmão mais velho, bagunçou meu cabelo e entrou no trem. Naquele dia ele ainda me mandou 4 SMS só para saber como eu estava. Mas depois de me despedir de Matt vinha minha obrigação de me despedir de Luke.

Nossa “relação” estava complicada, não do jeito negativo, eu acho... Mas o que ferrava tudo era quando eu falava sobre a viagem e Luke fazia uma cara de partir meu coração. Matt já havia ido embora, e a casa era só nossa. Parece ter duplo sentido nessa frase, mas acredite. Não tinha. Eu não sei, parecia que nós nos sentíamos forçados a fazer “coisas” como em todas as despedidas épicas dos casais dos filmes, mas acabou que no máximo só ficamos juntos no sofá, abraçados e nos beijando talvez razoavelmente, o que foi melhor se tivéssemos feito as “coisas”, ainda mais que aquela ainda era a casa dos meus pais. Fazer as “coisas” lá seriam no mínimo desrespeito,certo?

Despedir-me dele foi doloroso, acima de tudo Luke era meu melhor amigo. Nós chegamos com muitos minutos de antecedência no aeroporto então sobrou um bom tempo para ficar bem colada a ele esperando até dar a hora do embarque. Piper não quis segurar vela então ela decidiu ir para alguma loja de lembrancinhas de aeroporto. Luke e eu estávamos olhando para as pessoas indo e vindo com suas vidas apressadas quanto ele quebrou o silencio.

– Promete não me trocar por algum americano cowboy qualquer? – Ele disse rindo, mas no fundo eu sentia que ele falava sério. Um riso involuntário se formou nos meus lábios e eu juntei nossos lábios por um curto período para logo dizer:

– Você sabe, eu prefiro o Buzz Lightyear – Ele não demorou muito para entender. Cowboy = Woody. Astronauta= Buzz Lightyear. Haha, até que no fundo foi um trocadilho legal. Okay? Ok, talvez não.

– Você sabe que eu não faria isso, certo? – Eu disse retomando o destino sério da nossa conversa. Ele confirmou com a cabeça e pude ver seus olhos ficarem mais vagos. E é ali que meu coração ficava destruído. Sem antes terminarmos nossa conversa a chamada para o embarque já estava sendo feita e Piper chegou para me apresar. Eu não pude terminar aquela importante conversa com Luke e nem me despedir direito. A chamada para a minha chance de uma nova vida havia começado e eu não me sentia forte o suficiente para deixar a antiga.

III

No século XIX, os ingleses protestantes tinham os Estados Unidos como terra prometida para ter uma vida prometida por Deus para criar seus filhos e mulheres. O que eles não sabiam era que ao chegar lá seriam separados de suas famílias e mandados para uma guerra civil.

O aeroporto americano era grande e tinha pessoas de todos os lugares e nacionalidades, era algo engraçado. Virar a cabeça para esquerda e ver um indiano, virar a cabeça para direita e ver um holandês. Eu e Piper presenciamos muito disso já que ficamos quase uma hora inteiras esperando tia Afrodite. Ela tinha marcado de vir nos buscar, mas só depois da 5° ligação feita por Piper que ela se lembrou da tarefa.

Assim que ela chegou Piper tentou brigar com ela, mas sendo quem ela era Afrodite não deu muito ouvido a suas reclamações e puxou assunto comigo.

– Como foi a viagem querida? Já arrumei todo o seu quarto. Está lindo! – Ela falava sem nem ao me deixar responder– Seremos só nós meninas em casa, Tristan está gravando em Hollywood e Silena já está na faculdade, teremos a semana inteira só para a gente- Ela dizia tão feliz quanto uma adolescente Queen Bee.

– Mãe, nós temos planos – Disse Piper um pouco grossa. Na verdade não tínhamos plano nenhum. Piper só queria se livrar da mãe. Eu discordava dela. Após tantas perdas esse meu lado tinha ficado mais sensível então eu tinha passado a entender o quanto uma mãe fazia falta e se eu fosse Piper não desperdiçaria tempo com os meus pais os maltratando.

– Posso saber quais planos, Piper? – Ela perguntou um pouco cabisbaixa. Mal parecia que ela que era a mãe.

– Bem...é..

– Apresentar-me aos novos amigos, tia Afrodite – Eu disse com um falso sorriso carismático – Afinal, é para isso que estou aqui? Não é? – Sim, eu sei. Hipocrisia, não deveria acobertar esse afastamento de mãe e filha, mas eu não poderia dar as costas para Piper agora e vê-la levar um castigo por mentir ou algo do tipo. Que tipo de amiga eu seria?

– Claro Annabeth, irá adorá-los – E lá ia ela, tagarelando mais uma vez durante todo o caminho, enquanto ia dirigindo até chegar ao estacionamento do prédio.

Quando chegamos Afrodite foi guardar o carro na garagem e me deixou com Piper para subir para o apartamento com as malas. Número 425, uma das coberturas, para falar a verdade. A tarefa seria infernal se não existisse elevador.

Andamos até um bonito Hall e chamamos o elevador. Piper me olhava nervosa por sua claustrofobia.

– Annie, não acha melhor irmos de escada? – Piper me perguntou bem nervosa já começando a suar frio.

– Piper, é o 7° andar. Nunca conseguiremos chegar até lá andando- Eu disse e senti seus olhos pousarem sobre os sapatos. Eu sabia o quanto isso era ruim para ela. Sempre que possível ela evitava os lugares fechados como o elevador. Ultimamente ela não demonstrava esse medo, e até estava usando alguns elevadores... O elevador fez seu típico som ao abrir as portas ao chegar aonde o chamamos e Piper me olhou apavorada.

– Venha, Pipes – Eu disse segurando sua mão e a puxando carinhosamente até o elevador - Eu estarei com você, nada te acontecerá.

Puxei as malas e apertei para o nosso andar. Tinha visitado o apartamento de tia Afrodite há muito tempo atrás. Eu não me lembrava muito bem do caminho, andar ou muito menos o apartamento, mas graças ao papel que tia Afrodite tinha me entregado sobre essas coordenadas eu saberia chegar lá.

Piper ia de olhos fechados durantes todo o percurso até sentir o elevador parar. Ela segurou com mais força a minha mão e assim que a porta fez o sinal que chegou ela fez questão de ser a primeira a sair.

– Muito bem, Pipes. Agora me ajude com essas malas aqui! – Eu definitivamente não ia carregar as duas enormes malas da Piper sozinha. Isso que a maioria dos seus pertences haviam sido despachados por uma transportadora. Pergunto-me de onde vieram tantas coisas para essas enormes malas. Às vezes pode não parecer, mas ela realmente era filha de Afrodite.

O andar era inteiro só do apartamento, que por sinal era muito colorido e decorado com coisas de todos os lugares do mundo, a cara de Afrodite.

– Vem – Disse Piper me guiando – Você está no quarto que era de Silena, já que ela está estudando em Dartmouth e o pai dela deu um apartamento lá por perto, ela mal fica nesse quarto, que bem, agora é seu – Piper disse me entregando a chave e me ajudando a por minha única mala para dentro, e bem pequena por sinal, como as coisas da Piper, as minhas também já chegaram antes por transportadora.

Quando abri meu quarto e vi a quão linda era a decoração eu sorri agradecendo a Piper, que provavelmente tinha escolhido para mim.

– Espero que você se sinta em casa – Piper disse me abraçando. E pela primeira vez desde todas as tragédias na minha família eu me senti amada e acolhida novamente por um lar. Estava feliz não só por causa de um quarto, mas porque eu tinha me cansado do luto, eu tinha Piper e Luke e eu os amava.

Eu sei que eu iria parecer muito sentimental, uma idiota, mas ao abraçar Piper eu chorei. Dessa vez não por tristeza, por felicidade.

– Você pode ter certeza que eu irei me sentir – E fiz a coisa mais infantil que me veio à cabeça. Tirei meus sapatos na porta do quarto e corri até chegar à minha cama e pulei.

– A menina vai fazer 17 anos na cara e ainda parece uma criancinha de 7 – Piper disse piscando e indo para seu quarto e ao longe disse:

–Tenho que levar minhas coisas para o meu quarto. Já volto.

IIII

Eu reposicionei algumas coisas e agora tudo estava em seu devido lugar. Algumas fotos de família na minha cômoda. Meus livros organizados por ordem de tamanho na prateleira. Meus Blu-rays perto da televisão, e meus pôsteres favoritos na minha parede. Filmes, jogos e cantores. Acho que nunca contei, mas eu sempre tive uma paixão por jogos, então por isso que estava usando uma T-shirt com a estampa de um controle PS4. Uma das minhas blusas favoritas e mais confortáveis.

Já havia mandado uma mensagem para o meu irmão que já tinha chegado e para Luke também. Ele já pediu fotos, e eu fiquei de mandá-las depois.

Piper chegou em minha porta e perguntou.

– Vamos dar uma volta no condomínio? – Ela disse rindo – Quero te apresentar meus amigos e revê-los – Ela disse eufórica. E eu sabia muito bem o porquê. Um tal de Jason, menino loirinhos dos olhos azuis. Ela não parava de falar nesse menino nos primeiros meses que chegou à Inglaterra e pelo visto ele era a primeira pessoa que ela queria ver aqui.

– Ah, claro – Disse deixando minha empolgação transparecer (não...) e coloquei meu celular no bolso enquanto mais uma vez seguia Piper.

Pelo que ela falava Jason morava dois andares a baixo então por bem ou mal, Piper teria que pegar o elevador.

Dessa vez foi até tranquilo, quando menos percebi Piper estava tocando a campainha do apartamento do menino.

– Boa Tarde? – Atendeu um menino alto, moreno e realmente muito bonito deixando a musica alta contida no apartamento entrar em nossos ouvidos.

– Oi – Piper riu meio sem graça e perguntou – Jason Grace está? – Nesse momento eu me perguntei. Ela não avisou que estava vindo? E se o menino nem morar mais aqui? Seria a desilusão de Piper, deuses! E...

– JASON! – O menino gritou para dentro mais de uma vez, e logo apareceu o tal menino.

–Piper – Disse uma cabeleira loira indo abraçar a minha amiga. Okay, eu estava sobrando aqui e pelo visto o moreno também.

– Hum..Percy Jackson – Ele disse estendendo a mão – Prazer em conhece-la...


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Notas finais do capítulo

Por favor, seu comentário é meu estímulo.
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