It's Temporary? escrita por Hellie


Capítulo 9
Como vista, ele me vê


Notas iniciais do capítulo

Ohayo, minna! Nada a declarar suahsaush
Espero que gostem! :3



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– Você não pode tocar em mim! Haha – gritei, jogando minha bolsa em sua direção e saindo correndo pela casa. Ouvi uma bufada, e logo depois, passos rápidos.

– Para de ser tão infantil!

– Eu sou assim, bebê – comecei a rir, tropeçando nas pilhas de lixo jogadas pelo chão da sala – credo!

– Que droga, você vai acabar caindo e se machucando! – não foi questão de tempo até isso acontecer, pois já estava com a cara estatelada na madeira.

– Aii! Me ajuda, isso dóoooi! – minhas palavras balbuciavam, e minhas mãos procuravam algo para apoiar. – Não! – bati a mão estendida na minha direção, fazendo uma careta – não toca em mim. – apoiando-me na cadeira, levantei com dificuldade. – Suas mãos sujas não podem me tocar. – comecei a rir outra vez, sentando encima da mesa de jantar.

Seu rosto expressava uma profunda tristeza, não tomando coragem nem mesmo para olhar em meus olhos.

– Não faça essa cara – tornou seu olhar para mim – é mais legal quando sorri. – comecei a andar em sua direção, mas fui impedida por outro tropeção que dei na mesma pilha. Quando ia de encontro ao chão, me segurou com força, logo depois tornando aquilo em um abraço.

– Eu me preocupo com você. Não pode simplesmente aceitar isso?

Fitei aquelas orbes brilhantes e preocupadas, sentindo um pouco de culpa.

– Eu não quero que se preocupe comigo. Prefiro morrer a ter os cuidados de alguém como você.

*

Abri meus olhos rapidamente, um pouco assustada. Que droga de sonho foi esse... Hm? O que é isso...?

Movimentei minha mão calmamente, apalpando o local onde ela estava perdida.

– Onde eu to? – quando enxerguei melhor, tentei mexer o corpo, mas parecia que estava pressionada por algo, e o que eu via eram mexas vermelhas, fazendo cócegas em minhas bochechas também. – Espera ai... – assoprei os fios, deparando-me com o rosto de Castiel adormecido. Gritei mentalmente. - Mas o que...

Olhei um pouco mais para baixo, e descobri exatamente onde estava.

Nós dois estávamos em sua cama, e ele deitado de frente contra meu corpo, prendendo-me na parede. Minha mão estava perto de sua virilha, e o que eu estava apalpando sugiro que seja... Ei, calma ai.

Um de seus braços estava passando por cima de minha cintura, e o outro segurava seu próprio rosto, servindo como um travesseiro. Tentei me mover novamente, mas a cada vez que fazia tal, ele me pressionava mais, e meu rosto se afundava perto de seu pescoço. O cheiro do xampu em suas madeixas me intoxicava por dentro, e nunca senti algo parecido como aquilo.

– Hm... Castiel? – chamei calmamente, usando a minha mão livre para empurrar seu ombro. – Ei – novamente. – Ei Castiel! Acorda, porra! – dei um soco em seu rosto, o que o fez acordar na hora; provavelmente puto.

– Garota irritante! – murmurou, fechando os olhos com força e levantando um pouco a cabeça. Assim que os abriu novamente, quase teve um troço. – O que você tá fazendo?! – olhou para minha mão indecente, ruborizando fortemente. Você tem vergonha disso?

Puxei-a rapidamente, empurrando seu corpo e dando espaço para o meu.

– Eu que te pergunto! O que eu to fazendo aqui? – sentei-me, encarando aflita.

Passou a mão pelo cabelo na parte de trás, corando novamente.

– Você ficava se esfregando naquela pilha de roupa suja no chão, então eu te coloquei aqui e resolvi dormir bem na beirinha, só pra tentar evitar um incidente desses. – estou surpresa. – Mas como você é estupidamente espaçosa, não deu certo – não tão surpresa. Revirei os olhos, pulando seu corpo e saindo rapidamente da cama.

Estava faltando algo naquele quarto.

– Ei, cadê o Lysandre?

*

– Que droga! Por que aquele cretino não me acordou?! – berrava nos corredores da escola, enquanto eu ria de sua cara. Ele estava quase uma hora atrasado para a aula, e já estava pulando para o segundo horário.

– Acho melhor você esperar a troca de professores, e então entrar na sala – opinei, sendo inultimente ignorada.

– É essa a sala. Pode ficar ai e assistir como eu tenho todo o respeito dos professores.

*

Você acha que pode simplesmente ir entrando assim na sala e dizendo “cale a boca e me reverencie” para o professor? O que é? Quer uma suspensão básica de presente?! – gritava a diretora, quase quebrando sua régua de madeira na cabeça de Castiel. Não conseguia conter os risos.

– Hahahahahah, se fodeu! – me lançava olhares de ódio, com uma vontade imensa de me bater. – “Cale a boca e me reverencie”, no céu tem diretoria? E morreu.

– Fique quieta, sua ordinária! – agora você se fode mesmo.

O QUE DISSE, SENHOR CASTIEL?!

– Nada, senhora diretora. – parecia um cãozinho com o rabo entre as pernas.

– “Nada, senhora diretora” – repeti engrossando a voz, apenas para provocá-lo. Olhou-me de canto, tentando ficar paciente. – Ei, olhe aqui pra mim – ele não olhou. – Ei. Ei. Eeeeei! Ei, olha pra mim. Aqui! Olha aqui, olha... – seu braço se estendeu rapidamente, dando um tapa com muita força em minha boca e mantendo-a fechada.

A mulher ficou fitando-o ainda irritada, porém, com sérias dúvidas.

– Senhor Castiel, você poderia abaixar seu braço? – agora estava mais calma.

– É... Não posso.

– Abaixe agora!

Forçou ainda mais a mão, e já estava começando a arder. Olhei para ele, e então, lambi vigorosamente a palma.

– Que nojo, sua porca! – tirou-a rapidamente, passando a própria com força na calça. Levantou o olhar para a diretora, brevemente assustado. A mulher que, coitada, já devia estar sem nenhum único fio de cabelo grudado mais a cabeça, sentou-se lentamente na cadeira, suspirando.

–... Por favor, se retire da minha sala. – colocou a mão no rosto, batendo o pé freneticamente.

– Mas...

Saia agora! – agarrou minha mão e saiu da sala, ofegante. Olhei para ele, ainda rindo; mas agora, sabia o pequeno problema que teria.

– Hm... Foi mal – sorri amarelo, levantando um pouco as mãos e dando de ombros.

– Olha, não vou fazer o que eu quero fazer agora porque estamos na escola, então, trate de ficar quieta ou eu terei que resolver isso aqui mesmo.

– Ai, que meda.

Bufou, virando-se de costas e seguindo o corredor quase marchando. Pus-me a rir silenciosamente, andando a uma boca distância de seu corpo em chamas de raiva.

– Ei! – gritei do fundo do corredor, porém ainda o seguindo. Olhou pelos ombros. – Você já está mais calmo? – provoquei, dando mais um sorriso.

Não respondeu, mas agora, andava com mais pressa.

– Oh, não! Não fuja de mim! – comecei a correr em sua direção, tomando impulso e me jogando em cima de suas costas.

– Me larga, sua idiota!

– Ei, vocês dois! Parem de namorar e se dirijam logo até suas classes, ou serei obrigado a chamar a diretora – olhamos para frente. Desci lentamente de suas costas, aflita. Castiel não parecia nada diferente de mim.

– O... O que? – murmurei, encarando o garoto que se aproximava de nós.

– Desculpe o tom rude, mas estamos em horário de aula, e você e o Sr. Estressadinho estão incomodando as outras classes.

Não me movi. Nem mesmo um único fio de cabelo.

– Eu nunca te vi por aqui. Qual seu nome? – o loiro perguntou, agora bem em minha frente.

– Você... Tá falando comigo? – apontei para meu rosto, com o coração quase na língua.

– Sim, claro. Eu já sei quem é seu amigo. Meu nome é Nathaniel, sou o presidente do grêmio estudantil – sorriu docemente, estendendo a mão. Sem pensar duas vezes, a apertei com vigor, mais aflita ainda.

– Você me vê... Você me vê! – exclamei, abraçando-o com muita força. Senti seu corpo estremecer um pouco, e seu coração acelerar. – Eu posso te sentir! – corou violentamente, me afastando pelos ombros e virando o rosto.

– M-m-me desculpe – olhei-o confusa – é que você me surpreendeu. – inclinei a cabeça, tentando entender do que exatamente ele estava falando.

Oh. Agora eu entendi.

Senti minhas bochechas esquentarem, e minhas mãos começaram a balançar nervosamente.

– Esquece, você entendeu errado – me aproximei de novo, ele deu um passo para trás. Sorri – Que idiotice. Agora eu me sinto feliz. – segurei meu rosto com as duas mãos, logo lembrando que havia deixado Castiel.

– Er... Eu vou para minha classe, desculpe o incômodo – passou correndo por nós, com a pele completamente ruborizada.

– Castiel! Você viu isso? – assim que me virei, ali estava ele, encostado na parede e com cara de poucos amigos.

– O que foi isso? – perguntou com um toque de irritação na voz.

– Eu não sei, mas ainda sim... Preciso falar com ele depois. Você me ajuda?

– Não. – respondeu rispidamente, dando as costas para mim e voltando a seguir o corredor. O que deu nele?

– Mas ele pode me ver! Você não entendeu isso ainda, seu idiota? – ignorou, continuando a andar. – Bom, então deixe que irei falar com ele mais tarde. Preciso descobrir como ele pode me ver...

– Boa sorte, Haylie. – sorriu falsamente, antes de empurrar a porta da sala e fechá-la com força.

Bufei, dando cotoco para ele e virando-me bruscamente.

– Se quer assim, tudo bem então.


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Notas finais do capítulo

:3



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