A Herdeira escrita por Cate Cullen


Capítulo 4
O Nobre Bonito


Notas iniciais do capítulo

Tenho mais uma fic pessoal. Esta é um pouco diferente, não é com personagens da Saga Crepúsculo, mas com personagens criadas por mim, é passada no século XVI. Se gostarem de romances entre cavaleiros e princesas, ou rainhas, acho que gostaram da fic. http://fanfiction.com.br/historia/401407/A_Paixao_Da_Rainha



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Rose pega no cesto que fez durante o inverno e sai de casa para apanhar amoras e framboesas. Se apanhar muitos talvez faça uma tarte para o jantar, ela adora tarte de framboesas e as framboesas e amoras em si. O problema é mesmo esse, geralmente apanha um cesto, mas quando chega a casa já só tem meio.

Rose vai caminhando pela floresta com um sorriso enquanto apanha amoras e framboesas.

Ao longe vê um cavaleiro. Aproxima-se e reconheci-o como o nobre bonito que viu na comitiva dos reis.

Emmett ouve passos, vira-se e vê a rapariga mais bonita que alguma vez passou por ele, os cabelos dourados como o ouro caindo em canudos pelas costas abaixo, os olhos muito azuis como o céu, o rosto perfeito como as estátuas de mármore que enfeitam os palácios. O vestido é do tecido mais simples e molda-se ao corpo revelando umas curvas perfeitas.

- Quem sois? – pergunta Emmett encantado descendo do cavalo.

- Rose, senhor. – murmura.

Observa atentamente o rosto dele, agora tão perto dela, os olhos cinzentos, a boca perfeita, o cabelo negro aos caracóis, as roupas cheias de joias e bordadas com fio de ouro, o chapéu com uma pluma e as mãos escondidas por luvas. Parece um príncipe de contos de fadas.

- Rose? – pergunta um pouco espantado pelo nome simples. – Rose não será um diminutivo?

Rose nunca tinha pensado nisso.

- Sempre me chamaram assim, senhor. – murmura.

- Viveis aqui? – pergunta curioso sobre esta bela rapariga.

- Vivo na vila, senhor, vim apanhar amoras e framboesas. – mostra-lhe o cesto.

Ele sorri para a fruta.

- Posso tirar uma?

- Claro, senhor. – estende-lhe o cesto. – Mas só uma porque quero fazer uma tarte de framboesas e já vou ficar com poucas porque nunca lhes consigo resistir no caminho para casa.

Emmett ri.

- Vindes apanha-las sempre aqui no bosque? – pergunta.

- Sim, só no verão, no inverno não há.

- Tenho de dizer à rainha, ela gosta muito de amoras e framboesas.

- Conheceis a rainha? – pergunta Rose encantada.

- Vivo na corte. – responde com um encolher de ombros como se isso quisesse dizer tudo.

- Pois é. Sou uma idiota, vi-vos na comitiva dos reis ontem quando chegaram e nem pensei que uma vez que íeis na comitiva deveis conhecer a família real. – diz Rose atrapalhada.

- Lembrais-vos de mim? – pergunta ele.

Rose teve vontade de dizer que o rosto mais bonito da comitiva não seria esquecido tão facilmente, mas cala-se.

- Fixei as caras de muitos dos nobres. – opta por dizer.

- E não achais o rei o homem mais bonito da comitiva? – pergunta Emmett. – Todas as mulheres se derretem por ele.

- É bonito. – concorda, muito bonito mesmo, mas o nobre que tem à sua frente é mais bonito, pelo menos na opinião dela. – Suponho que seja fiel à mulher.

- É. Apesar de ter muitas a babar-se por ele. – diz Emmett.

- A rainha também é muito bonita. – diz Rose.

- É. – concorda, mas vós sois mais. Os olhos dela encantam qualquer um. Emmett tem impressão que já viu aquele olhar em qualquer lado.

- Senhor, posso perguntar-vos que fazeis aqui no meio do bosque? – pergunta.

- Vim caçar com a corte e acabei por me afastar e perder-me. – explica em poucas palavras.

- Não gosto nada de caçadas. – murmura Rose. – Pobres dos animais.

Emmett ri.

- Temos de comer.

- Quereis que vos leve de volta à estrada?

- Agradeço-vos. Podeis faze-lo?

- Claro. Vinde.

Rose começa a caminhar. Emmett agarra-lhe no braço.

- Não quereis montar? – pergunta.

- Nunca montei num cavalo, senhor.

- Montais comigo. – diz Emmett. – Eu não vos deixarei cair.

- Prefiro ir com os pés no chão, obrigada.

Emmett ri.

- Como quiserdes.

Ele segue também a pé para poder caminhar mais perto dela. Rose leva-o até à estrada.

- Sabeis o caminho a partir daqui? – pergunta.

Emmett olha para o palácio um pouco mais acima.

- Claro que sim. – responde.

- Então, adeus. – despede-se Rose.

Emmett estava quase a perguntar-lhe quando se poderiam voltar a ver de novo. “Não vou perguntar-lhe uma coisa dessas. Emmett sois noivo da princesa Victoria, não vos podeis deixar encantar por uma mulher do povo.” Pensa e murmura um adeus sussurrado antes de partir a galope pela estrada.

Rose fica com uma sensação de perda e saudade. Como se uma pessoa de quem gostasse muito a tivesse deixado. Fecha os olhos por momentos e pensa no toque dele na sua pele quando a impediu de continuar e perguntou se queria ir no cavalo com ele.

Volta lentamente para casa com o cesto meio apesar de não ter comido nenhuma. Assim que chega à cozinha poisa o cesto na mesa e vai para o quarto, onde da janela se consegue ver o palácio real, pensar no nobre bonito de quem não sabe o nome.

...

Emmett chega à corte já a meio da tarde. Encontra a rainha no pátio a falar com um dos criados.

- Majestade. – murmura respeitosamente fazendo-lhe uma vénia.

- Emmett. – Esme sorri-lhe. – Não devíeis estar no bosque com a corte?

- Perdi-me dos outros e quando encontrei a estrada decidi voltar. – acha melhor não referir a bela Rose que lhe apareceu como uma fada no meio do bosque.

- Fizestes bem. – Esme olha para a floresta. – Divertistes-vos?

- Bastante. A floresta é das mais belas que já vi.

- Pois é. – concorda a rainha.

- Sabeis que descobri amoras e framboesas. – diz com um sorriso.

- A sério? Há tanto tempo que não como isso.

- Não vos pode trazer, pois não tinha onde as meter. Tendes de lá ir, Majestade.

- Ei de ir, se arranjar companhia. – murmura a rainha.

Emmett podia ter-se oferecido. Mas a companhia de quem a rainha fala é a companhia do esposo.

- A minha filha está ansiosa pela vossa chegada. – diz Esme.

Emmett acorda dos seus pensamentos. O que menos lhe apetece agora é aturar a noiva chata, frívola, mimada e mandona.

- Importais-vos se não for ter com ela agora? – pergunta sabendo que Esme o compreenderá. – Não me apetece muito.

Esme sorri.

- Eu sei que a minha filha consegue ser impossível. Não precisais de ir. – assegura-lhe Esme. – Terão muito tempo para estar juntos depois do casamento.

Emmett faz-lhe uma vénia e afasta-se.

Às vezes gostava de poder escolher a noiva. Sem intenção os pensamentos fogem-lhe para a bela camponesa.


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Notas finais do capítulo

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