Kurt e Sam continuaram com seus beijos por mais alguns minutos, até que o loiro sentiu que todo o ar havia se esvaído de seus pulmões e deixou seu corpo amolecer nos braços do menino com os olhos azuis muito brilhantes. Não era justo que eles não poderiam ficar assim para sempre.

– Jesus, Kurt... Você é perfeito. – sussurrou o loiro, enquanto Kurt apenas o encarava. – Nós... nós somos perfeitos juntos, Kurt. Por que não posso ter uma chance?

– O que você quer dizer? – Perguntou o castanho confuso.

– Eu e você, Kurt... Desde que eu te vi pela primeira vez nesta escola eu estive tão apaixonado por essa beleza sobre-humana e essa voz angelical que eu não sei mais se posso viver sem. – Falou sério o loiro, agora segurando as mãos macias do castanho. – Kurt eu sou fascinado por tudo que aprendi sobre você e eu preciso a cada dia te conhecer mais. Eu não posso mais esconder isso de você, eu te amo. – Falou a ultima parte olhando o castanho tão intensamente que Kurt pensou que ele fosse derreter. – Eu te amo e eu não posso esconder isso, eu não quero esconder isso. E desde que você tem uma pessoa especial na sua vida eu fico louco, porque tudo o que eu sempre quis foi ser esta pessoa para você.

Kurt olhou para Sam por alguns segundos tentando processar o que estava acontecendo.

– Por favor, diga algo...

– Sam... E-eu, eu não sei o que dizer. – gaguejou o castanho, chocado com a situação. Tudo era demais para ele entender agora. – E-eu gosto muito de você, mas... Eu já tenho o Blaine e ele... Oh meu deus Sam. ... - Começou agora o castanho com dificuldade para respirar, após receber um choque de realidade. – B-Blaine... Eu... Vamos embora

Kurt estava sentindo dificuldade para formar novas palavras, o ar já não estava mais circulando pelo seu corpo, ele precisava de Blaine, ele estava confuso e não sabia o que estava fazendo.

– Sam eu preciso ir pra casa... Por favor, vamos embora.

Sam primeiro ficou com raiva, ele tinha despejado todos os seus sentimentos abertamente para Kurt, e tudo o que ele recebeu em troca foi uma crise de pânico por ele ter lembrado de seu namoradinho. Ao mesmo tempo ele se sentiu culpado, porque Kurt estava confuso e preocupado e era tudo culpa dele, dele e de sua paixão estúpida.

– Eu te levo pra casa, vamos. Eu ainda consigo dirigir.

~K&B~

O loiro teve que puxar Kurt todo o caminho até o carro porque o castanho estava hiperventilando no meio de sua crise de pânico. Durante todo o caminho Sam viu seu amor chorando abertamente enquanto olhava para a janela.

– E-eu s-s-ou um traidor... Sam, eu sou um traidor. – sussurrava repetidamente.

– Não fique assim, Kurtie... Isso não foi sua culpa. – Disse Sam já estacionando o carro na frente da casa dos Hummel, escondendo sua raiva. – Venha, chegamos.

Sam puxou o freio de mão e desafivelou seu cinto, se esticando para dar um abraço em Kurt. Ele abraçou seu pequeno anjo até que os soluços do menino sumiram e ele parou de tremer.

– Sam... Eu sinto muito. – Falou realmente arrependido. – Eu realmente sinto, muito obrigado por tudo o que você fez esta noite.

Sam apenas sorriu antes de dar um beijo na testa do castanho.

– Eu entendo, Kurt. – Disse simples. – Melhor você entrar, seu pai vai começar a ficar preocupado. Blaine também. – Acrescentou a ultima parte em tom de desprezo, fazendo Kurt dar um sorriso triste.

– Eu te vejo na escola segunda... - Falou o castanho enquanto já estava abrindo a porta do carro. – Se cuida.

Sam esperou Kurt entrar em sua casa para dar partida no carro e deixar todos os seus sentimentos escaparem de seu corpo através de lágrimas quentes em seus olhos.

~K&B~

– Papai... Eu cheguei. – Kurt chamava a atenção de seu pai, que estava muito concentrado no jornal.

– Oh, garoto, estava te esperando. Como foi a noite?

– Foi ótima, eu adorei! – Disse com entusiasmo fingido, aproveitando-se de todas as suas aulas de teatro.

– Eu fico feliz que tenha gostado. Sam não quis entrar? – Questionou o mais velho desviando seus olhos do jornal.

– Ele estava com pressa. Onde estão a Rachel e o Finn? – Perguntou mudando de assunto.

– Eles estavam ocupados com os últimos preparativos para o casamento, tiveram de ir embora.

– E o Blaine?

– Ele não saiu do quarto, acho que não estava se sentindo bem. – Kurt de repente sentiu o arrependimento batendo muito forte.

– Oh eu entendo, vou me deitar. Boa noite papai.

– Boa noite garoto.

~K&B~

Kurt deixou a sala subindo as escadas rapidamente. Quando entrou em seu quarto ele pode finalmente se jogar na cama para enquanto seus pensamentos tentavam interminavelmente assombrá-lo.

O que ele havia feito?

Como ele poderia olhar naqueles olhos dourados e simplesmente contar tudo o que aconteceu hoje?

Por que ele havia magoado Sam depois de tudo o que o loiro havia feito por ele?

Kurt Hummel era uma pessoa terrível.

~K&B~

Blaine havia passado a tarde toda debaixo das cobertas. Ele tentava se animar e fazer algo, mas só de imaginar seu garotinho no baile com outro cara ele já se sentia enjoado. Ele se sentia péssimo por não poder acompanhar seu menino, ele sabia o quanto aquilo era importante para Kurt.

O moreno tinha escutado a voz de Kurt há algum tempo, também ouviu a porta do quarto do menino sendo aberta, mas estranhou que o menino não havia sequer lhe dado boa noite.

Blaine tentou ignorar e pensar em outra coisa, mas não aguentou esperar tanto então se levantou e foi encontrar o castanho.

~K&B~

Quando as batidas começaram em sua porta Kurt tentou fingir que estava dormindo, ele não queria falar com ninguém agora. No entanto, como as batidas insistente continuaram Kurt se levantou para verificar quem estava do outro lado, não que ele já não imaginava.

– B-Blaine, entra. – Disse o castanho simples, dando espaço para o mais velho, Blaine entrou no quarto e foi direto se sentar na cama. – Meu pai disse que você não estava bem, não queria te incomodar.

– Você sabe que eu não me incomodo, eu queria te ver... – E nesse momento Blaine sabia, ele tinha certeza que algo errado havia acontecido, porque Kurt estava mais nervoso que o normal, e o clima entre eles estava tenso como há muito tempo não ficava. – Como foi o baile?

– Foi bom, mesmo a decoração sendo brega as músicas não estavam ruins. – Kurt falou simples, e percebeu que ele não poderia esconder nada de Blaine. Nunca. Não com aqueles olhos dourados olhando diretamente pra ele em busca da verdade.

– E então... – Começou Blaine, pedindo mais detalhes.

– Oh Blaine... As coisas estavam ótimas m-mas... Quando estávamos indo embora uns caras do time de futebol vieram incomodar a gente, e eles falaram algumas coisas...

– Você está machucado!? – Perguntou Blaine já se inclinando sobre Kurt em busca de alguma marca da noite, suavizando a voz pela primeira vez desde que entrou no quarto.

– Não, eu não... Sam não deixou eles encostarem em mim. Eu levei um empurrão mais só isso, o pior foi com Sam. – Kurt disse um pouco magoado mirando o chão, não conseguindo encarar Blaine nesta parte da conversa.

– Bom, acho que eu realmente tenho que agradecê-lo então. – Suspirou Blaine, passando suas mãos suavemente sobre os cabelos castanhos. – Eu estou aliviado que você esteja bem Kurt, eu sinto muito que não estive lá para você. Eu odeio que eu não posso te ajudar com isso nunca.

– N-não se desculpe Blaine, por favor. – Kurt tomou uma respiração profunda, ele não podia esconder nada de Blaine. Não para este Blaine preocupado e amoroso.

– Eu só quero que você saiba que eu estou realmente triste com isso, um dia eu quero poder te levar a um baile Kurt e eu também quero ser capaz de te proteger de qualquer pessoa que pense em te fazer mal, e ...

– Tem mais uma coisa que eu preciso te falar. – Kurt interrompeu olhando agora diretamente nos olhos de seu amado. – Depois que os brutamontes foram embora e eu fui ajudar Sam com seus machucados, ele me beijou. – Disse, analisando a expressão em branco de seu namorado. – E eu retribui.

A partir desse momento o moreno só ouvia um zumbido enquanto a voz de Kurt muito distante explicava todos os detalhes de como Sam o não deixou que ninguém encostasse nele, e o protegeu mesmo que isso o deixou com alguns hematomas. De como ele se sentia culpado e precisou cuidar do loiro. De como seus lábios estavam muito próximos e ele ficou confuso por causa do perfume do loiro. Blaine não disse nada, ele nem se lembrava como falar, ele tirou suas mãos levemente dos cabelos castanhos e manteve-se imóvel, sem imaginar nenhuma reação para o momento.

– E-eu amo você, Blaine. De verdade. Mas as coisas aconteceram, e Sam foi tão bom comigo nesta noite que não hora eu não pensei em nada, mas depois quando eu lembrei de você eu me senti péssimo e-e horrível. – Kurt agora apelava desesperado com sua voz já esganiçada, o silêncio era a pior reação possível que ele podia imaginar do moreno. – Eu sei que o que eu fiz é totalmente imperdoável mas...

– Kurt... – Sussurrou o mais velho, pedindo silencio do castanho. – Eu já entendi.

– Blaine, por favor... Eu nunca, nunca vou fazer nada parecido novamente. Fale comigo...

– Deus... como eu seu idiota, eu sabia que tinha algo entre vocês, como eu posso competir com alguém que não tem vergonha de mostrar publicamente o quanto te ama? Alguém que pode te levar para o baile e dançar com você? E sempre te protege dos idiotas na escola... Porra, Kurt, eu sabia que isso iria acontecer, mas eu não imaginava que fosse tão cedo. – Kurt agora viu uma lagrima solitária escorrer dos lindos olhos do moreno e se sentiu a pior pessoa do mundo.

– Não, Blaine... Eu sinto muito de verdade, não vai acontecer de novo, eu juro, eu só... – Os soluços involuntários já escapavam da boca de Kurt, ele sentia-se como se não tivesse mais ar dentro de seus pulmões e de repente tudo no quarto parecia muito pesado.

– Você precisava de alguém e ele estava lá, e eu não... Como sempre. Você sabe Kurt, daqui a alguns dias isso vai ser muito pior, quando eu for embora, para o outro lado do País, mas acho que isso não vai ser um problema tão grande já que você tem o Sam bem aqui, não é? Eu não posso te dar o que você precisa agora. E nós dois sabemos disso já faz tempo. – Blaine se levantou precisando de ar, de repente aquele quarto parecia muito apertado apenas para os dois, estava difícil olhar nos olhos verdes agora. Ele amava tanto aquele menino, e cada lágrima que ele via escorrer doía fisicamente em seu próprio peito.

– Tudo o que eu preciso é você, Blaine. Eu cometi um erro terrível e eu estou arrependido, o que eu posso fazer pra você entender? – Kurt implorou desesperado, agarrando a gola da camiseta de Blaine, as lágrimas há muito tempo fluindo pelas suas bochechas, ele precisava convencer o moreno de que aquilo foi um erro e que nunca mais iria acontecer novamente.

– Kurt, por favor...- Pediu, soltando as mãos do mais novo de sua roupa. - Talvez nós só devêssemos parar de tentar insistir nesse relacionamento. – Blaine falou olhando o chão, com a voz fraca.

– Não... Não Blaine, por favor, você não pode fazer isso comigo. – Blaine viu os olhos desesperados do castanho, ele amava Kurt tanto. Mas agora ele não tinha certeza se ficar junto com ele era a melhor decisão que eles poderiam tomar.

– Então... Você consegue olhar agora nos meus olhos e falar que não sente nada pelo Sam?

– B-Blaine, e-eu... N-nós... – Kurt tentava inutilmente buscar palavras em meio a seus soluços.

O moreno ficou alguns segundos, desesperado para ouvir uma resposta de Kurt, mas de repente tudo era demais, e ele precisou deixar o quarto. Fechando a porta atrás de si ele só podia ouvir o choro silencioso do seu anjo, e seu mundo de repente parecia estar caindo.