Sete Chaves escrita por Hakume Uchiha


Capítulo 2
Oficialmente sequestrada




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“Joel” colocou um capuz na minha cabeça e amarrou as minhas mãos. A arrancada que o carro deu foi tão forte que eu fui jogada pra trás. Quando fui tentar abrir a boca pra gritar, só senti uma paulada forte na testa e não vi mais nada.

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Cap. 2


Fui abrindo os olhos devagar. Minha cabeça doía muito. O lugar era um pouco escuro, tinha uma lanterna numa cômoda que piscava freneticamente. Eu estava deitada numa cama, que pela largura, parecia ser de casal. Meus pulsos, já livres, estavam machucados pela força de quem amarrou a corda.


Comecei a ouvir algumas vozes lá de fora.


- Iaí, como é que agente vai fazer? Vai pedir o resgate? Ou vai esperar por ele?


- Eu acho melhor esperar por ele.


- Eu também.


- Olha, parece que a menina acordou!


Um dos caras abriu a porta do quarto e foi entrando. Ele tirou a máscara que escondia o seu rosto e eu pensei: “Droga, tô ferrada! Sempre que eles deixam a vítima ver o rosto, é sinal de que vai matá-la”. Abaixei minha cabeça junto com o meu olhar, numa tentativa de mostrar a ele que não tinha visto seu rosto.


- Olha só, Fabrício, ela não quer olhar na tua cara!!! – fez chacota outro homem que ia entrando no quarto.


- Q- quem s-são v-vocês? O q-que querem? – perguntei, com a voz trêmula. E não gostei da risada maliciosa deles.


- Eita guria burra!! Só podia ser filhinha de papai mesmo!!! Não tá ligada que isso aqui é um sequestro?


- Então v-vocês querem di... dinheiro?


- Não... imagina!!! Nós queremos ir pra Disney!!! – gargalharam com a piada do homem.


- Meu pai é rico, por favor, pede a ele... e me soltem!!! – implorei, e algumas lágrimas já insistiam em cair no meu rosto.


- Oh, que peninha dessa menininha bonitinha!!! Na verdade, bem que você é bonita mesmo...


O homem foi chegando perto de mim, e eu me afastei pro cantinho da cama.


- Tá com medo, princesa? Fica não...


Eu não estava gostando nem um pouco daquilo. Os outros caras estavam chegando perto também. Eu me senti um pedaço de carne no meio de urubus. Olhei pros quatro cantos do quarto e a única saída além da porta era uma janelinha pequena no alto da parede. Eu nunca ia conseguir sequer chegar lá. Ele pôs as mãos em minhas pernas, tentando me puxar pra perto dele. Eu me segurava na cabeceira da cama, e não arranjei alternativa a não ser rezar todas as orações que eu conhecia. E cada vez ele chegava mais perto. Minhas lágrimas já inundavam meu rosto, ele estava a centímetros de me beijar. Meus Deus, me ajuda, por favor...


- Chega, Joel. – uma voz rouca de homem ecoou todo o quarto, fazendo não só o homem recuar, mas também todos os outros.


- Eu disse pra não tocar em um fio de cabelo dela, não disse? – falou o homem com sua voz rouca novamente.


- Pô, Cortez, tu quer a menina só pra tu? – perguntou o tal de Joel.


- E se for? Algum problema? Saiam daqui, me deixem a sós com ela.


Todos obedeceram. Meu Deus, o homem que me salvou agora ia me machucar também? Encolhi minhas pernas e coloquei minha cabeça encostada nos braços. Eu estava tremendo.


- Você tá bem? – me perguntou aquele homem que tinha sido chamado por Joel de Cortez. Ele sentou-se ao meu lado. Eu não o respondi.


- Eu perguntei se você está bem! – ele puxou meu braço e levantou meu rosto, fazendo-me encará-lo. Meus olhos cheios de lágrimas faziam uma imagem borrada do rosto dele, eu preferia continuar assim, se não fosse a dor que senti quando ele colocou a mão na minha testa, no lugar da pancada, que me fez trancar as pálpebras e deixar cair as gotas que não revelavam seu rosto.


- Joel, seu imbecil!!! Pra quê foi bater nela?!


- Pra ela não bater na gente, ou sei lá, tentar fugir. – respondeu o homem do lado de fora do quarto, fazendo Cortez balançar a cabeça em sinal negativo.


- Bem, eu não tenho tempo agora, mas depois eu venho dar um jeito nisso aqui. – colocou o dedo novamente, me fazendo soltar um “ai” baixinho e abrir os olhos.


Na verdade eu não abri os olhos, eu arregalei os olhos. Aquele homem era incrivelmente lindo.


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