I Will Never Be With You escrita por Miikah


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Yo povo *w*
Creio que essa seja minha primeira One com romance hetero, por isso não reparem o quanto estranha ela tenha ficado u-u
Beijos e...
Boa leitura sz



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Violette POV


Minha vida sempre foi dedicada aos desenhos, eu preferia mil vezes ficar desenhando a manter relações com alguém, sou uma garota um tanto tímida e esquisita aos olhos alheios, fazer amigos é algo que não tenho muito talento, o que é bem diferente dos traços que faço, das cores que combino e das sobras que deixo dando uma forma mais viva ao meu desenho.


Era um dia de aula qualquer, enquanto os alunos se sentavam em seus lugares, eu esperava a aula começar fazendo o que sempre faço de melhor: desenhando. Sempre desenho coisas aleatórias ou dependendo de como estou me sentindo, posso fazer algo que represente isso, assim como o Lysandre faz em suas músicas, sei disso porque o ouvi cantar uma vez no Clube de Jardinagem, o lugar em que mais gosto de ficar.


Com a cabeça perdida em pensamentos e rabiscando qualquer coisa, ouvi a voz do professor anunciando o que parecia ser alunos novos, levantei o olhar para as supostas figuras e num momento de cruzada de olhares, o lápis escorregou dos meus dedos fazendo um leve barulho após cair em cima do caderno. Meu coração acelerou.


Olhos tão brilhantes, o sorriso exagerado, o cabelo escorrido e tão diferente dos outros, tudo isso prendeu a minha atenção. Eu não conseguia ouvir mais nada, não sabia quem era o outro aluno ou nem sequer me lembrava mais dele, meus olhos apenas seguiam aquela figura automaticamente ate se sentar num lugar perto da janela. Foi num momento em que ele estava arrumando o fone pendurado em seu pescoço, que os raios solares atingiram seu rosto deixando-o mais chamativo. Sua forma, seu jeito, suas cores... Tudo nele me prendia, me deixava embriagada, era tão perfeito, tão lindo... Eu estava vendo um anjo, disso posso ter certeza.


Eu não sabia o que fazer, o que falar, a coragem nunca chegou a mim para me fazer tomar uma atitude. Apenas o observando de longe, acabei conhecendo-o um pouco mais, mal sabe ele a felicidade que senti quando descobri seu nome, eu estava voando tão alto aquele dia que nem acabei sabendo na hora.


A-l-e-x-y.


Um nome perfeito para uma pessoa perfeita. Sorri com a mão apoiada ao coração que de tão acelerado eu tinha medo que pudesse sair pulando por ai.


Meus desenhos passaram a ter um único modelo, aquele que não saia dos meus pensamentos, já perdi as contas de quantas folhas já gastei de tanto desenha-lo, sorrindo, distraído, avoado... Todos com um par de asas, o que combinava muito bem.


O tempo foi passando e começamos a nos falar, ate hoje me lembro do dia em que o ouvi falar o meu nome pela primeira vez com aquela voz tão rouca que fazia meus ouvidos quererem ouvi-lo cada vez mais. Eram poucas as palavras que saiam da minha boca, eu não conseguia formular frases concretas quando estávamos juntos, mas era tão maravilhoso ficar ao lado dele. Enquanto eu ouvia uma música em seu fone que ele havia me apresentado, deitei minha cabeça em seu ombro, talvez isso fosse o clima do momento, a música era linda, a melodia me levava para outra dimensão que minha imaginação fazia questão de criar. Alexy e eu juntos, de mãos dadas, sorrisos no rosto e a felicidade entrando no nosso caminho. Seu perfume era tão suave que me acalmava em situações que me faria perder a sanidade, quando ele chegava perto de mim, ou colocava a mão em meu ombro, me oferecia metade do seu lanche... Com todos esses acontecimentos, passei a nutrir um sentimento mais forte por ele.


(...)


Abraçada ao travesseiro, eu olhava fixamente para uma foto dele, a peguei quando Peggy mostrava as fotos que tinha tirado dos alunos num evento da escola e falou que podíamos pegar aquela que quiséssemos. Sorri ao encontrar a dele perto da minha, ate parecia que era obra do destino. Olhei para o teto e pensei na possibilidade de me confessar, ele precisava saber o que eu estava sentindo, do que adianta um amor se apenas um dos lados desfruta desse sentimento? Coloquei a foto em cima de um desenho que acabei de fazer, não tinha o dom suficiente de colocar toda a beleza que continha nele apenas em traços, era algo a mais, que apenas sentindo faria sentido.


(...)


Durante as aulas eu não prestava atenção em nada, estava ansiosa demais para abrir o meu coração, e se ele não sentir o mesmo? E se eu falar alguma besteira? E se... Não, eu não podia pensar negativo, eu tinha que ser forte, pelo menos uma vez na vida eu tinha que fazer algo que meu coração mandava, ir em busca da minha felicidade, trilhar o meu próprio caminho com minhas forças. Querendo ou não a coragem teria que ficar do meu lado.


O barulho do sinal fez meu coração bater mais forte, eu podia ver os outros alunos saindo sorridentes, mas só ele chamava a minha atenção. Levantei-me sem pressa, apesar da certeza que tinha do que estava prestes a fazer, o friozinho na barriga ainda não sumiu completamente. Caminhei a passos lentos pelo corredor a procura de certo rosto a tanto existentes naquela escola. Ate que ouvi falar que ele estaria no Clube de Jardinagem. Engoli em seco e segui em frente, e lá estava ele deitado com os braços atrás da cabeça ouvindo música naquele lugar silencioso. Dei mais alguns passos ate chamar a sua atenção, gentilmente ele sorriu e se levantou pendurando o fone em seu pescoço.


– Olá Violette. – Disse com seu jeito alegre de ser.


– A-Alexy... – Minha voz saiu tão baixa que ele teve que se aproximar para tentar me ouvir, como eu podia estar calma quando ele fazia isso?


– O que foi? Fala mais alto para que eu possa te entender. – Sorriu.


Respirei fundo, e seu corpo tão perto do meu me trouxe certo conforto por causa do seu perfume, pensei nos momentos alegres que passamos juntos, pensei no sentimento que estava guardado no meu coração e na certeza daquilo que eu queria, daquilo que eu desejava. Com a mão sobre o peito sorri e o olhei coradamente.


– Eu gosto de você. – Ele me olhou surpreso. – Mais do que um amigo. – E as batitas em meu coração não paravam de acelerar, creio que meu rosto tenha ficado vermelho ao fim dessas palavras.


– Violette... Eu não sabia. – Ele me olhava sem jeito, parecia tentar buscar as palavras certas. – E-eu não posso ficar com você. – Disse num tom sério, porem calmo.


O que? Mas por quê? Naquele momento as batitas começaram a doer.


– Você não gosta de mim? – Falei com a cabeça baixa, cadê aquela força que estava me motivando agora a pouco?


– Não é isso, eu gosto de você, muito mesmo, mas.... – Ele parecia receoso em falar. O olhei confusa esperando pela resposta. – Eu... Sou o tipo de cara que prefere ficar com alguém do mesmo sexo. Desculpe, mas eu sou gay. – Suas palavras me chocaram, senti meu nariz arder, mas apenas o que fiz foi sorrir.


– E-eu entendo. – A vontade de chorar estava cada vez mais forte, o meu mundo imaginário desabou, as lembranças se tornaram apenas lembranças, o meu chão sumiu, os meus sonhos e os meus desejos escaparam pelas minhas mãos de uma forma que eu não sabia mais quem eu era e o que era aquilo que estava sentindo agora. Do nada senti ele me abraçar, um abraço apertado, um contato onde nossos corpos estavam bem mais juntos do que de costume e não teve jeito, as lagrimas fizeram questão de cair, ele não parecia se importar com a roupa molhada, apenas me abraçava forte enquanto acariciava os meus cabelos, estávamos compartilhando um momento que iria durar ate o fim.


– Me desculpe...Me desculpe... – Ele sussurrava essas palavras na minha crise de choro, eu não conseguia falar que não precisava dizer aquilo, mas a tristeza havia tomado conta de mim naquele momento e apenas me deixei levar.


Os dias passaram e aos poucos eu estava me recuperando de algo que pensei que fosse para a vida toda. Confesso que ainda dói, machuca vê-lo perto de mim e saber que não posso fazer mais nada, mas ele continua sendo modelo dos meus desenhos, que acabam sendo manchados devido às lagrimas que ainda insistem em cair. Apesar dele saber dos meus sentimentos e de eu saber que não posso ser correspondida, levamos uma vida normal só na amizade, ate penso em guardar esses sentimentos a sete chaves, os sentimentos do meu primeiro amor, talvez um dia eu volte a quebrar a cara de novo pensando que vamos ficar juntos. Mas acho que é hora de encarar a verdade, eu nunca vou ficar com ele.


The End


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Notas finais do capítulo

Então amores, levo jeito com romance hetero? *w*