O grupo ficou apenas sentindo as sensações que os elementos lhes proporcionavam por alguns minutos. Diogo sentou se no chão com o diário em mãos, e Josh sentou se ao seu lado. As meninas sorriam fascinadas pela habilidade que lhe permitiam controlar seus respectivos elementos. Ane e Mya foram as primeiras a conseguir projetar alguma coisa, desde faísca a gotas de água no meio do pentagrama. Soraya e Surya sorriam abismadas pelo controle que tiveram, mas Déia estava assustada pela tranqüilidade quê sentia. Nem mesmo a idéia de que ainda podia descobrir, nos outros apartamentos a assustava mais, e todo o medo que tiveram desde quando a porta do elevador abriu fora embora como num passo de mágica.

—Meninas que tal continuarmos amanhã? — perguntou Josh — sabe temos que descer , ta na hora.

—Ah Josh vamos ficar mais um pouquinho — pediu Déia fazendo biquinho — agora que me acostumei com essa novidade

—Josh tem razão — interrompeu Soraya — estamos a muito tempo aqui é melhor descermos e voltarmos amanhã

—Ou podemos terminar de ler o diário lá em casa — Insistiu Déia sorridente

—Vocês podem continuar — Diogo disse — nós temos que voltar pra recepção

—Tudo bem meninas —Disse Mya — vamos voltar, mas antes temos que nos despedir dos elementos

—Não podemos simplesmente sair? — Perguntou Geane

—Não, vamos nos despedir dos elementos ao contrario, começamos com o ar vamos nos despedir do ultimo para o primeiro

—Então eu começo? — Andréia perguntou e Mya assentiu — Só digo o nome?

—Diga ‘’ despeço-me grata por usufruir de suas habilidades’’ e diga o nome ok? — perguntou Mya

— OK... —Andréia respirou fundo  — Despeço-me grata por usufruir de suas habilidades espírito.

E assim uma por uma fora se despedindo dos elementos. Quando Mya terminou de pronunciar a ultima palavra um ruído no corredor chama a atenção do grupo assustando-os.

—O que foi isso? — Ane perguntou

—Correntes — murmurou Su — vamos ver o que é

A porta do apartamento estava entre aberta, e foi pela fresta que Su pode ver o que fez aquele ruído. Uma criatura rastejante passava pelo corredor entrando numa das portas.

—Su o que você viu? — Soraya perguntou atrás da amiga

—Uma criatura horrenda — respondeu Su tremendo — lembra da surpresinha que Liana disse que podíamos encontrar?

—Sim — respondeu Mya — o que tem?

—Acabei de ver o que era — Su tremia muito e suas pernas bambas não agüentaria muito tempo — preciso sentar

A garota sentou se no chão com a ajuda dos amigos. Pálida, tremendo e suando frio contou com dificuldade o que vira no corredor. Contou sobre a criatura rastejante sem pernas.

—Você viu o rosto? — Perguntou Diogo espiando pela fresta

—Não, mas quero sair daqui antes que ele ou ela... Aquela coisa volte — disse a amiga

—Ok Josh e eu vamos sair e ver se ele/ ela... Aquela coisa esta ali fora — informou o amigo com pouca firmeza na voz.

Antes que pudesse colocar o pé pra fora. Diogo foi puxado com violência por uma Ane completamente histérica.

—Tá maluco? — perguntou a garota — quer morrer?

—Como se fosse fazer diferença pra você — Diogo balbuciou

—Er... não quero que morra — Ane disse hesitante

—Por... — Antes que Di pudesse terminar a pergunta Geane colou seus lábios nos deles.

—Rum — pigarreou Josh fazendo o casal se afastar — não querendo atrapalhar mais já atrapalhando eu quero informar que é melhor irmos logo

—Tá certo — Di disse fitando Ane que sorria tímida

—Vão logo — pediu Surya

Diogo e Josh saíram do apartamento, olhando ao redor. O altar antes colocando no fim do corredor havia sido retirado. O corredor estava ‘’limpo’’ sem nenhuma criatura rastejante.

—Chame elas — pediu Josh perto do elevador

—Tá tudo limpo — Di disse batendo na porta

—tem certeza? — Perguntou Soraya

—Tenho

As garotas grudadas umas as outras foram saindo do apartamento correndo até o elevador. Desceram voltando pro seu apartamento. Josh e Diogo foram pra recepção.

—Vamos ler? — perguntou Déia

—Melhor esperar pelos meninos — disse Soso — vai dormir e amanhã nós vamos ler

— Concordo com a Soso — Su disse — não é justo continuar sem eles

—Também concordo — Mya Disse — vamos dormir

—Eu vou tomar outro banho — Disse Surya —  tava cheio de pó lá em cima. Argh!!

Na recepção....

—O que será que era aquela criatura? — pergunta Josh organizando a mesa

—Não sei Josh — Diogo respondeu — mas deve ter sido horrível pra Surya ficar daquele jeito

—E o beijo? Surpreendeu? — Josh estava curioso

Diogo sorriu.

—Ah você gostou né? — brincou Josh

—Quem não gostaria?

—Com licença — pediu um Senhor — Melya Alburquerque mora nesse prédio?

—Sim —Respondeu Josh —Posso ajudar em alguma coisa?

— Gostaria de falar com ela, por favor — pediu o senhor

—Claro, vou perguntar sem posso liberar sua subida — Informou o garoto

 —Alo Mya? — Disse Josh — Tem um senhor aqui querendo falar com você

—Um senhor?

—Sim, posso liberar?

—Diga que é urgente — disse o senhor sorrindo

—Ele informa que é urgente

—ok pode liberar

—tudo bem —Josh desligou o telefone — ela liberou pode subir, é no 12º andar a porta 560

—Obrigado garoto — O Senhor caminhou até o elevador lentamente.

—Que estranho — Disse Di baixinho — meio tarde pra visitas não acha?

—Pois é — Josh disse — quem sabe ele já esteve aqui mais cedo enquanto estivemos fora

—é quem sabe — Di ficou fitando o velho desconfiado até a porta do elevador fechar e o homem sumir de seu campo de visão.

No apê...

—Quem era? — pergunta Ane

—Josh —responde Mya sentando-se no sofá — ele disse que tinha um senhor lá embaixo querendo falar comigo

—Quem pode ser? — Geane perguntou preocupada — já é tarde

—Sei lá

A campainha toca e Melya vai atender. A garota tem uma surpresa quando abre a porta, seu coração só faltava sair pela boca de tão acelerado. Ali diante dela, parado com um largo sorriso estampado no rosto estava o velho senhor.

—Olá Melya — cumprimenta o senhor  — desculpe pela hora, não pude vir mais cedo

Mya continuava paralisada na porta.

—Quem é Mya? — pergunta Geane do sofá

—Oi — disse a garota — entre

O velho senhor adentrou a sala calmamente, dirigiu-se até o sofá cumprimentando Ane com um aceno.

—Acho que deve estar se perguntando o que faço aqui não é? — perguntou fitando seus brilhantes olhos azuis em Melya — eu irei explicar tudo a vocês, mas peço que chame suas companheiras e seus companheiros que estão lá embaixo.

Mya pediu a Ane pra chamar as garotas enquanto ela chamava os garotos. Minutos depois todos se encontravam sentados amontoados na sala. O velho senhor sorria ao ver aquele grupo tudo junto num único sofá.

—Podem se sentar ao meu lado — disse sorrindo — não mordo

—Eu lembro de você — Disse Soraya firme — o velho do hall

—Ah por favor deixe-me apresentar me direito — disse — eu me chamo Miguel

O espanto tomou conta de cada um. Alguns pensavam ser apenas coincidência enquanto outros percebiam o que acontecia.

—Miguel? —Perguntou Déia — você se chama Miguel?

—Sim e acredito que vocês estão com meu diário — disse Miguel ainda sorrindo — posso vê-lo?

—Você morreu — Diogo balbuciou — nós vimos Natan matar você

—Não fale esse nome enquanto estiver eu aqui — pediu — eu posso ajudar vocês a entenderem tudo, mas nunca pronuncie esse nome em minha presença

—Não iremos — respondeu Mya depressa — o que faz aqui?

—Calma Mya — Miguel desfez seu sorriso e suspirou — são tantas perguntas, mas vou responder uma de cada vez

—Você nem faz idéia de quantas são— Soraya disse

—Vou contar uma coisa a vocês que acredito que ainda não descobriram — Miguel disse endireitando-se no sofá — Vocês sabem o porquê de eu ter as escolhido?

—Não — disse Su — por quê?

—Porque meu pai Walter Slyke teve quatro filhos —Miguel fez um gesto impedindo que qualquer um falasse — Natali e Mirian, eu e Nat — disse — A historia de minha irmã Mirian vocês já deve saber — o grupo concordou — agora deve ter ficado a pergunta o eu aconteceu com Natali, certo?

—Sim — Disse Mya — o que houve?

— Natali foi brutalmente assassinada por meu... irmão e meu pai eu descobri isso duas noites antes de meu assassinato. N. descobriu que eu sabia da morte de nossa irmã e das outras pessoas. Eu queria avisar Billy um homem que estava me ajudando, mas N. matou-me antes disso. Se Billy descobrisse ele poderia mandar Slyke e N. pro inferno. Eles estavam possuídos por demônios desde o pacto que Slyke fizera. Slyke vendeu a alma do primeiro filho em troca de saúde, ele estava doente e logo seu corpo mostraria os efeitos da doença.

—O que ele tinha? — perguntou Ane

—Nunca soube — respondeu — o que sei é que seu corpo entraria em decomposição

—Nossa, ele iria se decompuser vivo, credo — Disse Su arrepiando-se

—Quando eu descobri do pacto contei a Billy, ele era um homem de fé tinha poder, foi ele que ensinou-me a controlar minhas habilidades — Miguel sorriu — era um homem de bem, ele ensinou-me a descobrir quando alguém esta possuído repreendendo em Cristo. Eu tentei confrontar meu pai depois da morte de Natali, mas ainda era novato no ‘’trabalho’’ e acabei travando uma luta com ele. N. apareceu logo depois e ai... a coisa ficou feia.

—Então ele te matou pra que Billy não o mandasse pro inferno? — Perguntou Soraya

—Sim, ele tinha sede de vingança contra mim, nunca soube o porquê — Miguel parou quando ouve um ruído no teto — como conseguem conviver com isso?

—Já estamos acostumados — disse Su — continue a história

—Depois que ‘’morri’’ fiquei preso a esse mundo — Disse Miguel — tinha que continuar com o  plano  de livrar as pessoas desses demônios, mas quando voltei o prédio todo não existia mais, na verdade nunca existiram.

—Como assim? — Perguntou Mya — o prédio está de pé

—Me referi as pessoas — Miguel parou novamente olhando pro teto — nunca perceberam o silencio?

—Sim no primeiro dia que viemos, mas Slyke disse que trabalham fora — Disse Ane

—Tão ingênua você minha neta — Miguel sorriu ao pronunciar as ultimas palavras

—Neta? — Perguntou Soraya assustada

—Já chego nessa parte querida, o que quero dizer é que as pessoas nunca existiram, todas essas que vocês vêem são apenas as almas delas. Almas atormentadas sacrificadas em oferendas por N. e Slyke.

—No andar de cima tem um altar — disse Déia depressa

—Com sete bonecos dentro de uma bacia com sangue? —Perguntou Miguel levantando uma sobrancelha

—Sim e tem fotos, crânios, bonecos e agulhas — completou Diogo

—Aqueles sete bonecos são vocês, mas não devia estar na bacia a não ser que o dia da morte...

—21/08/13 — disse Josh — é a data não é? Vamos morrer nesse dia?

—Não se conseguirem mandar Slyke e N. pro inferno até o ultimo minuto antes da meia noite

—Se não conseguirmos vamos morrer — lamentou Ane

—E a questão da neta é que os pais de vocês pelo menos um deles são nossos descendentes, meu e de meu irmão. A evolução de vocês na gestação foi quase como de um humano, a única diferença é que vocês não nascem  completamente vivos e nem ‘’mortos’’  como devem pensar que são.

—Então Liana não é morta? — Ane perguntou

—Liana? — perguntou Miguel — a cúmplice de Slyke? Sua filha?

—Sim — Ane respondeu

—Liana é diferente de vocês, ela nasceu de duas linhagens Ane é minha descendente e Diogo descende de N. Liana poderia ter escolhido estar do nosso lado, mas preferiu o outro. Então isso a matou.

—Ela não está do nosso lado? — Su questionou

—Não confiem nela, ela não está de lado algum, depois que conseguir o que tanto deseja ela nem vai lembrar de que um dia os conheceu — Miguel gesticulou apontando Ane e Diogo — não liguem pra ela

—E podemos confiar em você? — perguntou Josh

—Se quiserem continuar vivos sim — respondeu Miguel — posso ver meu diário?

—Vou buscar — Disse Melya

— se não estamos vivos e nem mortos, como estamos? — Ane perguntou confusa

—Vocês estão vivos, só que não podem morrer completamente como qualquer humano. Não ainda até a data marcada.

—E por que nos escolheu pra isso? — perguntou Soraya — por que somos seus descendentes?

 —Quase todos de vocês,  Soraya, Surya Mya e Ane são meus descendentes, e Josh, Déia e Diogo de N. Não importa que descendem deles  vocês são puro de coração, por isso ainda estão vivos, estão aqui.

—Aqui está — disse Mya entregando o diário a Miguel — o  que quer ver nele?

Miguel observou o diário por alguns instantes, folheou lentamente cada pagina, as vezes sorrindo as vezes secando uma lagrima fugitiva.

—Aqui está — disse Miguel mostrando uma colagem  — essa era minha mãe

—Lilian — todos disseram

— certo — Miguel informou — descobriram lendo meu diário, não é?

—Vimos o espelho com a data também — Déia comentou

—Ela morreu olhando se no espelho, foi levada pra dentro dele, na noite da sua morte. — comentou Miguel olhando a foto.

—Então você não nos lançou uma maldição? — perguntou Surya

—Não, eu lancei uma prece protegendo vocês e ‘’ativando’’ os elementos

—Hum — disse Su — agora muita coisa ta explicada

—Com certeza — disse Soso

—Sabem fiz isso por que uma batalha está pra acontecer — disse Miguel

—Contra Slyke e N.? — perguntou Soso

—E contra essas almas que estão presas, eles vão usa-las contra vocês

—E como vamos saber quando ela começar? — Mya perguntou

—Ela ja começou — disse Miguel