London Love escrita por Gi Carlesso


Capítulo 8
London eye


Notas iniciais do capítulo

Gente, miiiiiiiiiiiiiiiil desculpas por demorar! É que eu to quase conseguindo publicar OGC9 e to tendo muito trabalho com ele e a escola :/ mas eu juro que vo tentar postar mais ok?Obrigada pelos comentários, vocês são muito fofos ❤



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O resultado do teste só sairia amanhã, como dissera o diretor provisório que fez os testes. Era impossível não ficar ansiosa, mas dessa vez, nervosa apenas um sorriso no rosto ao lembrar que meu teste não fora tão ruim como pensei. Acordei naquela manhã me sentindo melhor, depois de minha conversa com meu pai sobre ele estar fazendo o trabalho de pai muito bem. Bom, eu ainda me sentia mal pelo o que aconteceu entre mim e Henri, mas era melhor deixar de lado.

Afinal, eu prometi a meu pai que não iria me envolver com Henri. Entretanto, depois do que aconteceu na pub, comecei a me sentir confusa, e se ele estivesse interessado em mim?

Não, isso é impossível. Eu não tenho nada que poderia deixar Henri Price interessado, ele era mais do tipo que prefere modelos ou qualquer outro tipo de magricela que adora os holofotes. Eu me sinto mal só de ser fotografada, tanto que às vezes me pergunto se a carreira de atriz é mesmo para mim. Mas acho que todos temos esse medo absurdo de estar escolhendo a carreira errada, vendo apenas as partes negativas.

Mas não posso negar, pois seria contra meus pensamentos. Eu estava sim preocupada tentando entender o que levaria Henri a quase me beijar de repente na pub. E porque eu por pouco correspondi e isso, era a pior parte de tudo.

Eu precisava sair novamente e relaxar, fingir que nada daquilo estava acontecendo ou eu iria pirar. Bom, eu estava em Londres, minha cidade natal, existem milhares de coisas para fazer todos os dias, eu poderia sair e conhecer algum lugar novo.

Coloquei uma calça jeans rasgada na perna, uma blusa branca de gola v e uma bota de cano baixo e uma bolsa. Pensei em pegar um táxi, mas lembrei que algumas coisas eram perto de minha casa. Eu poderia ir ao London eye, já que nunca fui antes. É, boa ideia. Avisei a governanta que estava saindo, peguei um papel que continha todos os endereços de tudo que eu visitaria e fui andando em direção ao primeiro destino.

Bem perto da casa de meu pai, havia uma loja que vendia vários tipos de câmera fotográfica. Londres é linda e ter uma câmera naquela cidade é quase que obrigatório, ainda mais para onde eu estava indo. Todos me dizem a visão do London eye é incrível e por isso, eu queria tirar algumas fotos de lá de cima.

A loja era pequena, mas praticamente tive que virar a cabeça 180° de tanta coisa que havia para olhar. Em um mural, havia diversas fotos tiradas pelos próprios clientes de todo tipo de lugar e em outro mural, um conjunto de quase 150 câmeras de todos os tipos e todas as cores. O vendedor me atendeu perguntando que tipo de câmera eu gostaria.

– Estou me sentindo perdida aqui! – brinquei vendo-o rir. – Você vende muitas câmeras.

– Eram parte da coleção do meu filho. – disse ele admirando o mural de câmeras. – Ele adorava fotografia, quando cresceu começou a colecionar até que se tornou essa grande coleção. Mas ano passado ele faleceu e deixou as câmeras comigo, pedindo para vende-las.

– Sinto muito. – murmurei vendo-o dar de ombros.

– Obrigado. Tenho certeza que ele está num lugar melhor. – o homem tinha um sotaque britânico muito forte, e como não sou tão acostumada, tive que me esforçar para entende-lo. – E então, alguma preferida?

Acabei escolhendo uma mais moderna, uma câmera profissional. Não era tão caro quanto eu esperava, mas logo pude sair da loja já podendo usar a câmera. Realmente tirava fotos incríveis. Fotografei pessoas nas ruas, o Big ban e diversas outras coisas.

A loja não era muito distante de meu real destino, o London eye. Logo eu já estava bem ao seu lado vendo o quão alto era, o que me deixou com calafrios. De lá eu poderia ter a vista quase que completa de toda Londres e poderia tirar fotos incríveis.

Entrei em uma das cabines, a qual estava vazia enquanto as outras lotadas. Me ajeitei em um canto que poderia arrumar a câmera. No momento em que começou a girar, eu senti um frio na barriga, pois estaria no alto em questão de minutos.

Entretanto, fui surpreendida por alguém atrás de mim.

– Henri?! – perguntei com olhos arregalados ao vê-lo de costas para mim do outro lado da cabine. Ele se virou confuso e quando me viu, fez a mesma expressão que eu. – O que está fazendo aqui?!

Ele olhou em volta como se estivesse procurando uma maneira de fugir.

– Acho que o mesmo que você. – disse ele óbvio. – Por que as pessoas vêm ao London eye? Responda.

O encarei indignada. Quer dizer que ele invade minha cabine em pleno London eye e quando pergunto o que estava fazendo ali, me responde daquela forma? Maldito britânico mal educado!

– Engraçadinho você. – revidei revirando os olhos. – Eu vim tirar fotos e você invadindo o meu espaço.

– Ah, claro, você é dona dessa cabine do London eye agora. – disse ele num tom mais alto tentando me revidar. – Só porque seu pai é dono da gravadora, não quer dizer que você é dona do mundo!

Voltei a me virar ficando na direção dele outra vez. Henri me encarava com olhos azuis furiosos e acredito que os meus deveriam estar da mesma forma. Ótimo, estamos brigando numa cabine há sei lá quantos metros de altura em pleno London eye.

– Eu não acho que sou dona do mundo, Price! – falei no mesmo tom que ele. – Eu nem sabia quem meu pai era direito até só quatro dias atrás! Minha única família eram meus avós e eu era uma completa desconhecida do outro lado do oceano! Não é minha culpa que todo mundo resolveu tirar fotos de mim só porque ando com vocês e com meu pai!

Acabei aumentando demais o tom de voz e quando vi, estava gritando com ele. E não foi minha culpa, eu odeio que digam esse tipo de coisa de mim, eu nunca acharia que sou dona do mundo e muito menos por causa do emprego de meu pai. Henri não tem o direito de falar assim comigo, ele não sabe nada sobre mim!

Desviei meu olhar dele tentando me acalmar apoiando meu rosto em minhas mãos. Havia um encosto à beira da cabine onde se podia ter uma vista perfeita, porém eu estava ocupada demais tentando respirar e não chorar. Não, eu não ia chorar na frente dele, não depois do que acabei de dizer.

– Você não me conhece para dizer isso. – falei finalmente controlando o tom de minha voz. – Não sabe o que eu passei.

– Claro que sei. – ouvi-o dizer de repente. Sua voz estava mais próxima e consequentemente, ele também, próximo demais. – Tom uma vez conversou comigo. Ele contou tudo sobre você e sobre a separação dele com sua mãe.

Franzi as sobrancelhas e me virei na direção dele. Nossos olhos se encontraram e tive certeza de que suas palavras estavam sendo verdadeiras.

– Ele até chegou a me perguntar “Henri, se a filha fosse sua, o que você faria?” – ele riu ao tentar imitar o tom grave da voz de Tom. – Ele disse sobre ter ignorado você e nem dito nada quando foi para o Brasil. E, bem, Scar, existe um motivo para ele não gostar muito de mim. – ele mordeu o lábio inferior. – Eu disse uma coisa que ele não gostou muito. Quando ele me disse sobre tê-la deixado ir morar com seus avós, eu disse que pai nenhum deveria fazer isso. E se eu fosse você, nunca o perdoaria.

Então é isso. Essa é a razão para meu pai não gostar nada de Henri, ele havia dito isso à Tom e feriu o orgulho dele. Agora estava claro porque meu pai não queria eu perto de Henri, porque de acordo com Price, eu não deveria perdoá-lo.

Não sabia o que dizer, agora tudo fazia sentido, mas eu estava sem palavras.

– Entende agora? – disse ele baixo, quase que num sussurro. – Se eu fui chato com você quando a conheci, foi porque não queria que seu pai se irritasse comigo novamente. E pelo o que eu disse agora... desculpe, Scar.

Engoli um seco. Ele estava muito próximo, o corpo perigosamente próximo do meu, encostado no parapeito da cabine. Não havia como fugir, nem como correr dali, pois o London eye só pararia depois de um tempo.

– Já perdoei ele. – falei quebrando o silêncio. Henri me encarou confuso. – Ontem, quando cheguei em casa. Ele disse para... para eu não me envolver com você, disse que estava preocupado como pai. Mas eu o perdoei.

– A escolha é sua. Eu não posso interferir. – com um passo, ele se aproximou ainda mais de mim.

– Eu prometi que não me envolveria com você, Henri. – isso fez com que ele franzisse o cenho. Droga, palavras erradas. – Prometi que não aconteceria nada entre nós.

Henri pareceu desapontado com aquela promessa, coisa que infelizmente entendi. Seus olhos voltaram a subir na direção de meu rosto, fitando-me por longos segundos intermináveis. Eu estava sem fôlego só de tê-lo tão próximo a mim, mas aqueles olhos intensamente azuis me fitando estavam tirando meu ar. Estava se tornando impossível de respirar.

– Mas você está feliz com isso?

– Não pode me perguntar isso.

– Claro que posso. Scar, você quer ficar longe de mim. – ele se aproximou, as mãos tocando levemente minha cintura.

– Talvez... – sussurrei, meu coração estava à mil. – Provavelmente sim.

– Então vamos ter que mudar isso. – e com isso, as mãos que estavam presas em minha cintura, puxaram-me insistentes de encontro ao seu corpo.

Seus lábios tocaram os meus quase que ansiosos demais, tocando-me rapidamente sem nenhum movimento. Senti que seus lábios forçavam os meus a se abrirem e quando concedi, aquilo se transformou em um beijo, forte, ardente, lotado de sentimentos confusos e incontroláveis. Era como se já tivesse feito milhões de vezes, senti-lo subir e descer as mãos macias pela minha cintura fazendo-me perder o controle e enlaçar meus braços em seu pescoço. Ele sorriu por cima do beijo, contente por eu não tê-lo afastado como provavelmente esperava.

Valeu o tempo de espera, valeu a briga, valeu a confusão. O beijo era ardente, fez-me esquecer meus principais problemas e me concentrar em apenas corresponder ao beijo de Henri sem reclamar.

Droga, isso não ia prestar. Não mesmo. Se meu pai soubesse, ele iria descobrir que não cumpri o que havia prometido ontem a noite. Credo, sou uma péssima filha.

Ele mordiscou meu lábio inferior, o que me fez segurar seu cabelo com mais força. Parei o beijo lentamente, recebendo vários beijos no rosto inteiro, o que me fez rir.

– Então você não me odeia. – isso não era uma pergunta.

Encarei-o por alguns segundos não conseguindo conter o sorriso ao ver que o rosto de Henri não estava mais sério, ele sorria também, porém com os olhos. Isso me deixava feliz, eu o estava fazendo feliz.

– Não sei. – falei sendo sincera. – Você estava me ignorando há dois dias atrás e do nada me beija. Acho que preciso de um tempo para pensar.

Ele suspirou com minha resposta. O London eye já iria parar, mas eu não queria sair, ficar ali com ele era uma opção melhor em minha mente. Porém, seríamos expulsos se continuássemos aqui, então tive que puxar ele pelos braços para podermos sair dali.

Havia alguns fotógrafos escondidos perto do London eye e acabei parando bruscamente ao vê-los ali apontando as câmeras em minha direção. Henri deveria ter percebido minha reação e acompanhou meu olhar até finalmente ver o que estava me fazendo parar. Mas que merda, eles parecem formigas, estão em todos os lugares!

– Henri... – falei puxando ele pelo braço, porém meu olhar estava cravado nos fotógrafos. – Meu pai não pode saber...

– Eu sei. – sussurrou ele em meu ouvido. – Vamos sair daqui, entrar em algum lugar. Se ficarmos lá por muito tempo, eles vão embora.

Peguei meu óculos escuros de dentro da bolsa e o coloquei, assim como ele. Seguimos pela calçada tentando fingir que não estávamos vendo-os nos seguindo rapidamente se escondendo entre carros. Começamos a andar mais rápido até que Henri me puxou pelo braço e entramos em um Starbucks lotado antes mesmo que os fotógrafos pudessem perceber. Ele me puxou entre as mesas até uma bem distante da entrada e das janelas, pois ficaríamos bem escondidos dos fotógrafos. Sem tirar os óculos, Henri levantou um pouco o rosto tentando ver alguma coisa e de acordo com ele, não havia mais ninguém.

– Essa foi por pouco. – disse ele depois de pedir um cappuccino para mim. – Poderiam inventar um relacionamento entre nós e fazer todo mundo achar que estamos namorando.

Engoli um seco, não era bem todo mundo que me assustava se soubesse...

– Se meu pai desconfiar disso... – murmurei preocupada.

– Ei. – ele levantou meu queixo com a ponta dos dedos. – Ele não vai ficar sabendo, vamos dar um jeito.

Ele sorriu tentando me acalmar, mas não dera muito certo, então se aproximou lentamente de mim e depositou um beijo lento em meus lábios.

– Como você consegue achar que tudo vai ficar bem?

Henri sorriu e roubou um pouco do cappuccino em minhas mãos.

– Sendo perseguido 24h por fotógrafos e fãs todos os dias, você tem que ser positivo. – e piscou.


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Notas finais do capítulo

OOOOOOOOWWWN Harlet é tão fofo



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