London Love escrita por Gi Carlesso


Capítulo 28
Sorria, estão tirando fotos suas


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeey, minha gente linda! Quanto tempo, né? Margaridas, desculpem pela demora, é que essa semana preciso terminar o maior livro que eu já escrevi e bom, tive que me focar nele né? Mas vou voltar a postar LL com mais frequência, desculpem de verdade :(



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Fazia, no mínimo, uma hora que eu estava deitada na cama sem pregar os olhos uma vez sequer. Pelos barulhos dos roncos e respirações lentas, Grace, Ana e Heiley já deveriam estar dormindo profundamente em suas camas, fazendo com que eu fosse a única ainda acordada. Troquei de posição mais uma centena de vezes até que desisti de tentar dormir ao ver que não teria jeito. Por um momento, pensei em me levantar e dar uma volta pela casa, mas se fizesse isso, acabaria trombando em tudo pelo caminho fazendo uma baita barulheira e acordando todo mundo. Tudo parecia quieto demais ali, ao contrário de Londres onde havia som de carros, ambulâncias e pessoas rindo alto aproveitando a noite. Já aqui, mal se ouvia o som da natureza lá fora, apenas o som das respirações e de alguns murmúrios de Heiley, quem deveria falar dormindo.

Virei-me de lado encarando a parede bem a minha frente – era de uma cor bem clara, mas agora no escuro tudo o que eu via era algo preto a minha frente. Irritada, decidi sair dali antes que pudesse gritar “eu quero dormir!!” e dar uma volta talvez pelo jardim na frente da casa. Jardins sempre foram lugares que me acalmavam e talvez me desse algum sono.

Fazendo o mínimo de barulho possível, levantei-me da cama e segui caminhando nas pontas dos pés até fora do quarto. No corredor, a única luz vinha de uma janela na parede da ponta, a qual estava entreaberta. Segui por ali passando em frente ao quarto dos garotos em direção à escada que dava acesso ao andar de baixo, onde eu poderia ir até o lado de fora. Assim que cheguei na sala, o silêncio havia sido substituído por sons de grilos, alguns pássaros e o vento agitando as plantas. Aquele sim seria o tipo de som que me acalmaria, então segui para fora da casa me surpreendendo que o tempo ficara um pouco frio do lado de fora.

Ao invés de sentar nas cadeiras de balanço – que me dariam más lembranças e fariam com que eu risse – fui até a escadinha ao lado das cadeiras. Não era um lugar confortável para me sentar, mas ali eu poderia pensar um pouco e deixar meus pensamentos fluírem até o sono chegar.

O primeiro pensamento que me veio em mente fora meu pai – Tom White, o mesmo que se fazia de difícil diretor de uma gravadora famosa. Bom, ele era mesmo difícil e muito cabeça-dura, mas ainda assim era meu pai. Ainda me restavam lembranças sobre o “abandono” dele e de minha mãe e como aquilo havia afetado em meu emocional, porém, ao contrário do que eu pensava no passado, agora já havia aceitado e não me importava tanto. Já sabia o que acontecera com minha mãe e tinha meu pai perto de mim, isso já me bastava. Mas, além disso tudo, havia aquele pequeno detalhe sobre minha mais recente “fama” e o namoro secreto com Henri, o mesmo que um dia pelo menos eu gostaria de contar a ele. Meu pai tinha o direito de saber por quem eu estava apaixonada, mesmo que ele fosse totalmente contra Henri e seu modo de pensar.

A verdade era que eu queria compartilhar com Tom o fato de eu estar amando alguém e feliz com esse alguém. Eu tinha todo o direito de querer isso depois de tudo que fui obrigada a enfrentar.

Assim como o pensamento sobre meu pai viera, outro surgiu em minha mente irritando-me mais que o primeiro. Fazia dias desde minha última conversa com Tyler ou pelo menos nossa comunicação com poucas palavras como “bom dia”, “oi” ou “você precisa decorar suas falas melhor”. Nada daquilo fazia sentido, eu sabia que ficara um clima estranho entre nós depois da declaração dele, porém ainda queria manter uma certa comunicação constante com ele, afinal estávamos trabalhando juntos.

Já um pouco sonolenta, mandei uma mensagem para meu pai avisando que chegara bem e que não tivera nenhum problema. Porém, enquanto digitava, meu celular vibrou no mesmo instante indicando que alguém me mandara uma mensagem.

Oi. Eu sei que não estamos nos falando muito esses dias, Scar, mas queria pedir uma coisa. Se você não se importar.

Sério, Tyler tinha algum lentor de mentes ou algo assim? Coincidências podiam ser assustadoras às vezes.

Tudo bem, o que foi?

Depois de alguns minutos, meu celular vibrara novamente em minhas mãos.

Eu tive algumas... ahn, recaídas essa semana. Não faço a menor ideia de quem chamar, acho que conversar ajudaria muito. Eu sei que não tenho direito nenhum de pedir isso de você, Scar, mas preciso de ajuda.

Ajuda? Recaídas? Desde que namorei com Tyler, descobri diversas vezes que ele poderia ser muito fraco quando estava vulnerável por alguma coisa, mas vê-lo daquela forma pedindo por ajuda... bom, era assustador. Tyler Blackwell era a última pessoa que eu esperava pedir ajuda.

Você está pedindo minha ajuda para você não ter essas “recaídas”? Tyler, isso é muito estranho, você sabe disso.

Scarlet, eu não posso mais usar drogas e não sei como parar. Por mais que eu seja um completo idiota, não quero estragar o filme e muito menos sua carreira. Por favor, eu preciso de você.

Como se eu estivesse no lugar dele, sabia que Tyler havia acabado de se arrepender de mandar aquilo.

Ok, vou ver o que posso fazer quando chegar em Londres na segunda-feira de manhã. Fique firme ai.

Obrigada, Scar. De verdade.

Soltei um longo suspiro assim que terminei de ler a mensagem. Era como se eu tivesse me esquecido de como respirava enquanto lia aquele pequeno texto na tela de meu celular. Por um momento, até me esqueci de que o sono chegara e eu começara a fechar os olhos contra a vontade.

Assim que soltei um bocejo grande, percebi que era hora de voltar para a cama e tentar ter uma boa noite de sono ignorando os pensamentos sobre meu pai e Tyler.

[...]

Na manhã seguinte, fui acordada da melhor maneira possível. De uma forma tranquila, daquelas em que você faz questão de abrir os olhos com a maior vontade e sair por ai exibindo o maior sorriso possível até mesmo para um estranho na rua.

Mentira, eu acordei com um travesseiro sendo arremessado na minha cara.

– Ei, hora de acordar, mulher! – berrou Ana depois que tirei o travesseiro de cima de mim. – Todo mundo já está de pé lá embaixo!

Antes que eu pudesse xingá-la de todos os nomes feios possíveis, Ana desapareceu em algum lugar entre a porta do quarto e o corredor correndo como uma condenada para o andar de baixo. Dali eu conseguia ouvir as risadas e o cheiro maravilhoso do café da manhã sendo preparado por alguém que eu não sabia quem era.

Levantei-me lentamente sentindo meu cabelo caindo sobre meu rosto e os cobertores que eu usara durante a noite caindo para o lado. Sentia como se um mamute tivesse passado por cima de minha cabeça e uma dançarina de tango tivesse dançado por todo meu corpo com aqueles saltos de 12 cm. Droga, eu estava um trapo para quem estava de férias por um final de semana com os melhores amigos.

Troquei minhas roupas por um moletom cinza meio comprido, um shorts jeans escuro e um all star branco antes de descer as escadas até onde o som das risadas vinha. Assim que cheguei no andar de baixo, Noah passava por ali carregando uma bola de futebol em uma das mãos e a outra no bolso de sua blusa.

– Ei, Noah. – chamei. – O que está acontecendo?

Ele se virou para mim surpreso ao me ver esboçando um sorriso largo.

– Scar, você demorou para acordar! Estamos na cozinha planejando o que fazer hoje. – disse ele sorrindo e passando um braço ao redor de meus ombros. – Não dormiu direito?

– Não muito, estava sem sono. – resmunguei.

Juntos, seguimos para a cozinha onde eu conseguia decifrar a voz de cada um – Will contava algo sobre um dos shows quando Zack levou um tombo feito depois de escorregar numa poça de água no palco. Ouvi a risada de Henri em meio às palavras de Will e inclusive as de Ana e Heiley, quem pareciam conversar.

Quando passamos pela porta, meus olhos passaram por cada um naquela cozinha – Will, Zack, Heiley e Ana estavam sentados na mesa no centro do local conversando e jogando coisas um no outro. Eles riam muito, pareciam completamente felizes falando sobre como o tombo de Zack havia feito o público rir. E então, meus olhos vagaram na direção da pia, onde Henri cortava alguma coisa de forma concentrada e Grace estava ao seu lado dizendo algo. Mas, o problema não era o fato de eles estarem conversando, e sim o detalhe de ela estar com uma das mãos sobre o braço dele próximas até demais.

Respirei fundo tentando jogar o sentimento de ciúme para um canto em minha mente, segui com Noah para dentro do lugar para me juntar a eles. Quando me viu, Will fez um sinal de “aleluia”.

– Olha só quem resolveu acordar! – exclamou ele. – Caramba, eu estava quase ligando para o resgate para ver se eles conseguiam te tirar daquela cama.

Revirei os olhos, porém ria.

– Muito engraçado, Will. – eu disse bagunçando seu cabelo. – Bom dia para você também.

– Sente aqui, Scar. – Heiley me apontou a cadeira ao seu lado. Sem questionar, fui até lá. – Você está com cara de cansada, o que acha de tomar sol lá fora?

– Do jeito que estou branca vou acabar pegando uma queimadura.

Eles concordaram rindo de minha piada e continuaram a conversar sobre os shows incluindo momentos quando brigavam ou brincavam com os seguranças na beirada do palco. Eu estava bem incluída na conversa, rindo com eles e concordando com a maior parte do que era contado, pois me lembrava de quando era apenas uma fã e assistia à todos os shows pela internet ou procurava por vídeos. Mas, enquanto os ouvia falando, eu prestava atenção disfarçadamente na conversa ao lado na região da pia.

– Bom dia, Scar. – disse Henri de repente beijando-me no rosto. – Desculpe, estava preparando omeletes.

Num pequeno movimento, Henri tentou me dar um pequeno beijo na região de minha bochecha, entretanto, desviei lentamente de forma discreta para o outro lado impedindo que ele conseguisse me beijar. Apesar de não estar olhando para ele, eu sabia que uma expressão confusa tomara conta de seu rosto, pois Noah nos encarava com uma expressão exatamente igual a dele.

Ok, eu sabia muito bem que estava sendo infantil com essa coisa de ciúme sendo que jamais tive nem sequer motivos para agir dessa forma. Porém, também sabia que Henri não poderia agir como se não tivesse percebido nada, afinal, estava mais óbvio que qualquer coisa.

Apesar de não estar olhando para Henri, percebi que o mesmo se levantara disfarçadamente e caminhou de volta para o balcão para preparar os omeletes que havia falado. Já Grace, nem ao menos dissera qualquer coisa para mim, coisa que aprovei já que não responderia de uma forma... ahn, educada.

– Vocês têm alguma ideia do que fazer hoje? – perguntou Heiley tapando a boca com uma das mãos para que migalhas do pedaço de bolo que ela comia não caíssem para fora. – Não quero nadar de novo.

– Não que seja difícil para esses garotos arrumarem o que fazer. – tive que desviar das centenas de pedaços de bolo que vieram em minha direção lançados por Will e os gêmeos. – Ei, parem!

– Ela tem razão, nos dê um par de gravetos e arrumamos o que fazer em menos de cinco minutos. – Zack começou a gargalhar, porém ninguém o acompanhou.

– Isso foi gay, Thompson. – Will revirou os olhos. – Olha, não precisamos de gravetos ou qualquer coisa que o gêmeo número 1 está falando. – ele olhou na direção de Grace. – Só precisamos de alguém que conheça a área.

Grace respondeu com um olhar surpreso por ter sido colocada na conversa de forma repentina como aquela. Ela ainda tinha alguns pratos nas mãos, os quais colocou de volta na pia ao lado de Henri e virou-se na nossa direção. Só daquela forma eu consegui observá-la direito – Grace parecia um pouco arrogante olhando logo de cara, porém quando falava ela se passava muito bem por uma pessoa doce e gentil. Droga, ela não podia ser desse jeito, não poderia ter aquele defeito estrondoso que acaba com a personalidade da pessoa?

É, claro que não.

– Hum... tem o gramado atrás da casa, ali é um bom lugar para jogar futebol. Sei como vocês garotos adoram isso.

– Estou custando a acreditar que ela disse futebol. – Will escondeu a cabeça entre os braços cruzados em cima da mesa e assentiu de forma negativa lentamente. – Cara, péssima ideia.

Ao contrário dele que pareceu um pouco irritado pela ideia de Grace, os gêmeos e Henri praticamente tiveram um ataque ao ouvir a palavra “futebol” e largaram tudo para trás ao correr para fora da cozinha. Até mesmo Henri que antes pareceu tão concentrado em seus omeletes largou-os fritando sem ninguém cuidando.

Grace deu de ombros.

– Por que é uma péssima ideia?

Will levantou a cabeça coberta por seus braços e a encarou como se estivesse óbvio. Mas na verdade, ele parecia mais um pouco maluco com os cabelos castanhos caindo sobre os olhos e a expressão abatida forçada. Mas antes que ele pudesse responder, os três voltaram como um tufão correndo pela cozinha e mandando todos se levantarem e irem logo se trocar. Henri pareceu prestes a me empurrar da cadeira, mas assim que se aproximou deteve-se por um segundo tornando sua expressão um pouco magoada.

E assim como entraram, saíram correndo pela porta da cozinha gritando algo como “andem logo, seus molengas!”.

– Por isso. – continuou Will. Ele bufou enquanto levantava-se da cadeira e ia em direção a mesma porta que os três saíram. – Vamos jogar futebol, galera. – disse com uma falsa animação. – Porque ficar horas de pé em um show não é o bastante para meus joelhos.

Will saiu do cômodo praticamente arrastando os pés e começou a gritar com os três do lado de fora coisas como “calem a boca ou vou jogar cada um de vocês no lago só de cueca!”. Assim, ficaram apenas eu, Heiley, Ana e Grace na cozinha entreolhando-se e rindo dos sons de brigas que vinham do lado de fora. Claro, o ar do ambiente não ficara exatamente alegre ou coisa do tipo, tanto que ninguém disse nada por um bom tempo. Bom, Ana e Heiley gostavam da mesma pessoa, então tinham todo o direito de não gostar tanto uma da outra. E eu e Grace... digamos que nosso caso era um pouco pior.

Bem pior.

– Henri é um bom cozinheiro, Scar. Você é uma garota de sorte.

Eu não me movi, porém vi a forma que Ana me olhara mandando-me uma mensagem mental “Agora a coisa vai ficar feia e eu vou assistir de camarote”.

Forcei-me a olhar para Grace tentando pelo menos esboçar um pequeno sorriso, por mais falso que fosse.

– É, sou uma garota de sorte. – eu disse cruzando os braços em frente ao peito. – Henri é um ótimo cozinheiro.

Heiley estava bem entre mim e Ana, quem debruçava-se sobre a mesa praticamente implorando para que eu e a garota do balcão começássemos a arrancar o cabelo uma da outra. Bem, não que isso fosse acontecer.

– E muito simpático. – ela continuou enquanto soltava um risinho envergonhado. Caraca, ela está implorando para que aconteça um homicídio aqui. – Ah, e se me permite dizer, muito bonito também. Ele combina com a fama.

– É, ele combina com a fama, é bonito, bom cozinheiro e muito simpático. – eu disse dando ênfase em cada palavra com certa rapidez. – E mais um detalhe que ele deve ter esquecido de mencionar, meu namorado.

Ela havia conseguido exatamente o que queria, eu completamente irritada e pronta para matar alguém. Entretanto, eu não seria louca o bastante para fazer qualquer coisa que se passava em minha mente, então, apenas levantei-me da cadeira e sai daquela cozinha chutando tapetes e mal me importando de quem era a casa.

Droga, poderia até ser que Grace não estava fazendo aquilo de propósito, porém ela deveria entender a gravidade da situação – eu namorava Henri em segredo, ou seja, era obrigada todos os dias a ouvir e ler sobre “Henri Price, o solteiro mais cobiçado do momento” e ainda por cima, milhões de garotas desejando ser eu. Caramba, ela deveria perceber que falar daquela forma sobre ele e na minha frente.

Fui para fora da casa seguindo em direção ao campo atrás da casa onde a própria Grace falara sobre para que os meninos jogassem futebol. Encontrei os quatro jogando animadamente (quer dizer, três deles já que Will parecia querer pegar a bola e sair correndo dali) sem nem perceber minha presença. Em parte, aquilo fora bom, pois pude deixar que meu corpo caísse sobre a grama fresca e macia recebendo raios fortes de sol em minha pele. Era uma sensação boa de calmaria, tanto que me fez esquecer por alguns segundos que minha vida estava uma bagunça.

Não sei por quanto tempo fiquei ali, poderiam ter sido alguns minutos ou horas, pois fechei meus olhos e deixei que o sol absorvesse todos os pensamentos negativos que surgiram em minha mente.

– Se eu fosse você sairia dai ou vai acabar fritando.

Nem me dei ao trabalho de me sentar ou ver de quem se tratava, afinal, eu conhecia aquela voz mais do que tudo no mundo.

– Fritar é o meu objetivo. – resmunguei ainda sem abrir os olhos.

– Fritar seus miolos? – Henri riu de sua própria piada. Pelo som que a grama fez ao ser esmagada pelo seu peso, ele parecia estar se deitando ao meu lado. – Você não precisa ficar de baixo do sol para isso acontecer, Scar.

Suspirei. Não mesmo, eu só preciso pensar em nosso relacionamento, em meu pai e em meu trabalho que meus miolos desapareceriam em questão de segundos.

– Eu sei que vai parecer bobagem e que homens deveriam perceber mais as coisas. – abri os olhos pela primeira vez, dando de cara com Henri olhando para o céu com as mãos entrelaçadas acima do peito. Gotículas de suor escorriam por sua testa por conta do jogo e ele tinha as sobrancelhas negras franzidas. – Mas... por que está brava comigo? Quero dizer, Scar, você ficou irritada de repente e não consigo ver nenhum motivo para isso. Sério, você está me fazendo pirar.

É claro que ele não percebeu. Eu não culparia Henri por isso, afinal ninguém havia enxergado um motivo coerente para minha onda de ciúmes repentino quando estávamos ainda na cozinha. Bom, depois que Grace começou a provocar de forma nada discreta é claro que todos deveriam ter percebido o porquê de meu ódio.

– Você não fez de propósito... eu acho. – ponderei. Ele tinha os olhos azuis ainda voltados para o céu, porém eu sabia que toda a sua atenção estava concentrada em mim e em minhas palavras. – Sei lá, é que... ok, não gostei nada de como você e Grace estavam conversando. E... ela meio que me ficou falando coisas sobre você depois que vieram aqui para fora jogar.

Ficamos em silêncio por tanto tempo que a única coisa que eu ouvia era o som da bola sendo chutada e das vozes dos meninos discutindo sobre terem roubado ou errado. Will parecia um pouco mais animado que no começo, tanto que gritava com Noah sobre ele ser lerdo e que queria um gol logo. Eu queria rir daquela situação, porém a em que eu me encontrava não poderia ser tratada com risadas.

– Scar, eu nem conheço ela. – Henri se levantou a fim de ficar sentado na grama, um movimento que o deixara de costas para mim. Tinha o rosto escondido entre as mãos parecendo um pouco irritado consigo mesmo. – Posso até achar Grace legal, mas caramba, eu nem a conheço direito. Se eu te fiz pensar que estava interessado nela... desculpe, de verdade.

Mordi os lábios. Claro que ele não teve a intenção, mas então por que diabos eu me sentia com ódio só de ter que olhá-lo? Isso não fazia sentido.

– Eu devo sentir raiva por causa do que Tyler fez comigo. – comentei mal conseguindo evitar de fazer uma careta. Henri virou-se em minha direção parecendo agora interessado no assunto. – Sabe, de sentir ciúme com medo de perder a pessoa... ou você fazer comigo o mesmo que ele fez.

– Mas eu não sou Tyler.

Em meio ao sentimento de querer vomitar toda minha comida de ontem por me lembrar de Tyler e de todas as lembranças relacionadas a ele vierem em minha mente, acabei por sorrindo.

– Não. Você não é Tyler. – estiquei minhas mãos pegando a mão livre de Henri e entrelaçando nossos dedos. – Desculpe por ter agido desse jeito.

Henri sorriu em resposta aproximando-se de mim lentamente e passando um dos braços ao redor de meus ombros num abraço apertado. Aquilo era tudo o que eu precisava, um abraço apertado de alguém que eu realmente gostava.

Porém, enquanto tinha os braços de Henri ao meu redor e o sentia beijando lentamente meu pescoço de forma carinhosa e fazendo-me rir, percebi uma movimentação estranha em um dos arbustos próximos ao campo em que estávamos. Não parecia com o balanço causado pelo vento ou qualquer coisa do tipo, era mais como se algo se movimentasse entre as folhas pequenas e cheias do arbusto. Mas então, assim como avistei aquilo, percebi do que se tratava com um susto.

E assim que vi o fotógrafo.

Tirando fotos de mim e Henri.


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Notas finais do capítulo

VISH! '----' E agora? O que será que vai acontecer? Vejo vocês no próximo, beijocas :) x



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