Hit Me Like A Man And Love me Like a Woman escrita por Effy, Lana Alice Stile


Capítulo 18
Capítulo 17 - Ain't it fun?


Notas iniciais do capítulo

E aí, muchachos?! Eu e a Vitory estamos felizes pelos comentários, mas ainda acho que os leitores fantasmas podiam aparecer ne...
Enfim, sem muitos avisos hoje kk, espero que gostem do capítulo.
Boa leitura :*



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POV Mona

Andy demorou pra chegar e começou a escurecer. Não me preocupei, Andy sabe como se cuidar, na verdade comecei a me preocupar comigo mesma, preciso de um bom plano para ir no porto.

O apartamento era amplo, a sala era perfeitamente mobiliada e arrumada, ao contrario da mansão e do quarto de Andy. Entrei no quarto, que não tinha armário, e comecei a olhar as coisas que estavam na cômoda. Tinham algumas fotos. Fotos do Andy com Dona Edith, de Andy novinho com o pai, e uma foto no fundo da gaveta, que até tava amassada, era de Andy com sua mãe. Eles eram incrivelmente parecidos. O rosto fino e pálido, as maçãs do rosto salientes e rosadas. A diferença estava nos olhos. Andy tinha olhos azuis e sua mãe, possuía olhos acinzentados.

Sentei na beirada da cama pensando no que fazer. Andy não iria me deixar ir no porto, preciso de um plano. Preciso de um jeito pra ir ao porto e não envolver Andy, ao mesmo tempo. Uma maluca ideia cruzou meus pensamentos. E se eu desse um sonífero pra Andy? Iria fazê-lo dormir, e ele não iria atrás de mim, eu voltaria antes do efeito passar, e quando ele acordasse eu apenas diria que ele pegou no sono enquanto deitava no sofá. Beleza, só preciso de um sonífero. Como Andy tem muita insônia, quem sabe ele tenha algum sonífero no banheiro.

Levantei animada e caminhei até o banheiro. Vasculhei tudo, e nada. Não posso sair do apartamento, Andy poderia chegar a qualquer momento. Decidi então ligar pra farmácia pra entregar em casa. Peguei a agenda telefônica e peguei o primeiro número da farmácia. Pedi o sonífero mais forte e o carinha disse que entregaria aqui em casa em quinze minutos. Voltei o telefone pra base me sentindo culpada.

Seria extremamente errado fazer isso, mas não posso jogar Andy no meio disso. Além do mais, só vou ver como James está, não pretendo falar com ele nem nada. Joguei-me no sofá, e fechei os olhos. Não demorou muito e o interfone tocou. Atendi, era o cara da farmácia. Achei uns trocados escondidos no armário da cozinha e paguei o entregador e guardei o remédio no bolso do meu short.

Fui pro quarto e deitei na cama, acho que peguei no sono.

Senti uma mão morna e delicada fazendo carinho em meus cabelos, abri os olhos de vagar e vi aqueles olhos tão azuis quanto os meus a me encarar.

– Até que enfim a Bela Adormecida acordou – Andy disse rindo, seus olhos fitavam carinhosamente.

– Eu dormi tanto assim? – disse e me sentei corretamente pra arrumar meu cabelo. – Que horas são?! Parece que eu dormi por um minuto – ri fraco.

– Quando eu cheguei, você estava até babando! Já são oito da noite – ele disse apontando pra janela, mostrando-me tudo muito escuro.

Caralho! Que horas que o James vai pro porto?! Se ele ainda mantém seus costumes, ele estará lá às nove e meia, James sempre fecha acordos noturnos às nove e meia da noite. Psicótico, eu sei.

– Tô morrendo de fome – disse depois de perceber que fiquei um tempo no silêncio.

– Pedi comida chinesa – Andy falou –,vou tomar banho, presta atenção pra quando o interfone tocar – avisou.

Andy retirou a jaqueta de couro e jogou na cama, depois tirou a camisa e jogou quase em cima de mim. Oxi, oxi...

– Fecha a boca pra baba não escorrer pela sua blusa – ele disse enquanto tirava o cinto da calça. Só depois que eu percebi que eu tava feito uma otária babando no tanquinho dele.

– Larga de ser idiota! – disse revirando os olhos e tentando não secar seu corpo esbelto. Andy deu um risinho fraco e veio em minha direção.

– Pode olhar, eu deixo – ele sussurrou no pé do meu ouvido. Um arrepio percorreu meu corpo. Que safado! Hehe, mais eu adoro gente safada... Pode parar, Ramona.

Balancei a cabeça antes que eu o puxasse pra cima de mim. Levantei-me da cama.

– Vai tomar banho, seu porco! – gritei com ele e saí do quarto quase perdendo a cabeça.

Surpreendentemente, Andy demorou no banho e a comida chinesa chegou antes dele sair do banheiro. Era a hora perfeita. Coloquei a sacola na cozinha e tirei as caixinhas brancas de lá de dentro. Separei a caixinha que seria pra mim e na de Andy, coloquei o sonífero. Como era em comprimido, tive que amassar até virar um pó. E como eu sou desconfiada, coloquei cinco comprimidos amassados, só pra garantir que ele dormiria.

Sentia-me como a pior pessoa da face da terra. Andy estava confiando em mim, e em troca, eu estava o drogando para sair escondida. Queimarei no inferno, eu sei.

Andy finalmente saiu do banho, apenas de bermuda e cabelos molhados escorrendo pelo rosto.

Entreguei a caixinha com remédio pra ele e peguei a minha. Sentamos no sofá. Fiquei sem coragem de falar. Andy comia enquanto ligava a TV, como se nada tivesse acontecendo. Até parecíamos pessoas normais, comendo comida chinesa e assistindo TV.

– Tá calada assim por quê? – ele perguntou, desconfiado.

– Dor de cabeça – menti descaradamente, virando os olhos para o outro lado, tentando não ver os seus olhos.

– Quer remédio? Tem no banheiro – ele disse preocupadamente.

– Ah, precisa não, daqui a pouco passa – falei com um sorriso forçado. – O que a gente vai ficar fazendo aqui? – perguntei nervosa.

– Sei lá – ele disse descontraído. – Podemos ver um filme, ou... – ele me olhou maliciosamente.

Safado.

Por sorte, o celular dele tocou. Ele correu até a bancada da cozinha e atendeu o aparelho. Encarei o relógio da parede, marcava nove horas em ponto. Tenho meia hora.

Andy voltou com uma cara de cansado.

– Quem era no telefone? – perguntei enquanto colocava minha caixinha de comida na mesinha de centro.

– Luke – Andy disse e bocejou. Ótimo, tá fazendo efeito. – Eu tinha esquecido de avisar que não dormiríamos na mansão e ele ficou preocupado.

– Hmm – disse encarando a parede, não tinha coragem de olhar pra Andy, me sentia muito culpada – E Eve? Como ela está?

– Sabe que eu não sei – ele disse e se sentou ao meu lado. – Luke não disse nada, então ela deve tá bem – ele disse e tirou uma mecha de cabelo da minha bochecha.

Andy bocejou novamente, remédio milagroso!

– Estranho, tô morrendo de sono e cansaço – ele disse esfregando os olhos. Uma onda de culpa me atingiu. Merda, Mona...

– Deve ser porque acordou muito cedo e até agora não cochilou, fora que a gente dirigiu por um bom tempo – tentei inventar qualquer desculpa – Por que você não deita um pouco enquanto eu ajeito a cozinha? – sugeri, um pouco nervosa.

– É, uma boa ideia. Depois você vem pra cama – ele disse e me beijou rapidamente e foi pro quarto.

Sentia-me a pior pessoa da face do universo. Enganar Andy desse jeito era para além de errado. Arrumei a cozinha e fui verificar como ele tava. Caminhei até o quarto com calma, me sentindo pior do que tudo.

Andy estava apagado na cama, mexi em seu braço e ele nem acordou. Tá na hora. Peguei uma adaga e coloquei na base das minhas costas, presa pelo short. Pensei em escrever um bilhete dizendo que fui à farmácia, só pro caso de Andy acordar. Fiz o tal bilhete dizendo:

Fui à farmácia, a aspirina que tinha no banheiro estava vencida. Não demoro pra voltar.

Preguei o bilhete na geladeira e joguei as aspirinas fora. Fechei a porta do apartamento atrás de mim com o coração pesado.

Minha sorte era que o porto não ficava muito longe dali. Caminhei um pouco mais do que três quarteirões até chegar ao porto. Tava tudo vazio. Conheço esse porto como a palma de minha mão, vim aqui desde pequena. Apenas uma doca estava acesa, justamente a de James. Caminhei com cautela e sem fazer barulho ou deixar rastros.

Ao chegar tão perto da doca, que dava pra ver as pessoas, me abaixei entre os barris e observei. James estava falando com um homem alto de terno alinhado. Não dava pra ouvir, mas James parecia nervoso.

Sua expressão e postura, estava a mesma de sempre, que era a mesma de meu pai. Ereto, firme, com o cabelo alinhado pelo gel, pele muito pálida e mãos firmes. James era a cópia perfeita de meu pai. Tão perfeita que assustava.

Não demorou muito, James e o cara de terno apertaram as mãos, sinalizando o acordo fechado. O homem de terno de linho passou rente aos barris, acho que não me viu. James ficou encarando o vazio. Estava tão silencioso que até tive medo de respirar. Minhas mãos tremiam e a adaga em minhas costa estava gelada.

– Pode sair detrás dos barris, irmãzinha – James disse com sua voz firme e cortante.

Como ele me viu? Permaneci em silêncio. Filho da mãe!

– Reconheço seu andar em qualquer lugar do planeta. Te conheço, Ramona, crescemos e vivemos juntos. Eu que te ensinei a andar firme, senão, até hoje você andaria torta e sem postura, como qualquer mulher – ele disse quase em um brado. – Como nossa mãe – ele disse por fim.

O modo como ele falou da minha mãe, me irritou profundamente e eu me levantei com raiva nos olhos.

– Dobre sua maldita língua antes de falar da minha mãe – falei com raiva e caminhei para onde ele estava. Seu sorriso macabro brotou em seus lábios pálidos.

– Você sempre esquece que ela era minha mãe também – ele disse ajeitando o cabelo castanho perfeitamente simétrico.

– Você não merece tê-la como mãe, você se tornou como Charles – falei sentindo um gosto amargo, só de proferir o nome de meu pai.

– Você nunca entendeu, não é?! Na verdade, tinha ciúmes porque eu passava mais tempo com papai do que você – ele disse maldoso. – E você não suporta o fato de que papai te colocou no lugar que você merecia – ele disse chegando perto de mim e apertando meu rosto. – Você não entende que nunca vai passar de uma máquina, um robô. Que me pertence, você é propriedade minha. Minha máquina de matar – ele disse grosso.

Uma onda de raiva passou por mim e acertei um tapa em sua face. O barulho foi grande, e a dor também, James elevou a mão para o rosto, no lugar onde eu o esbofeteei.

– Só porque passou mais tempo com Charles, não te faz um deus, ou melhor do que ninguém. Muito pelo contrario – falei, com receio dele vir descontar o tapa.

– Finalmente você parou de agir como a garotinha amedrontada que você sempre foi – ele disse triunfante, como se tivesse gostado do tapa. – Charles ficaria orgulhoso.

– Que se foda o Charles! – minha voz se elevou. – Por mim, você vai queimar no fogo do inferno junto com ele – disse entre dentes.

– Chega de infantilidade, Mona! A melhor coisa que Charles fez foi ser severo conosco! – ele disse bravo – Ao contrario nós não sobreviveríamos nesse mundo. Charles te salvou, ele te fez forte e indestrutível – James bradou. – Amar é destruir, e ser amado é ser destruído – ele olhou em meus olhos. – Você mais do que ninguém deveria saber disso.

Ergui minha mão para bater nele novamente, mas não o fiz.

– Não sei que plano macabro você tem em mente, só deixe Eve fora disso – disse forte. – Você pode ter tudo o que quiser, só desista dela – eu disse, quase implorando.

– O que eu quero – ele disse chegando perto de mim, dei um passo pra trás –, é você morta – ele disse com um sorriso macabro. – Não me leve a mal, irmãzinha, mas você sempre foi um peso morto. Sempre foi muito agradável, muito boazinha, muito prestativa, muito amorosa, e só fodia comigo. Era a favorita da mamãe, a protegida, a santa, a que nunca erra! Eu te odeio com todas as forças dentro de mim. E a única coisa que você faz é me atrapalhar, e não posso ser dono por completo da máfia, porque metade de tudo o que era do papai também é seu! – ele disse, a raiva em seus olhos era evidente. Segurei o choro. – Você é a pedra no meu caminho. A única coisa prestativa que você fez, foi arranjar Eve como amiga.

– Como você pode falar isso?! – eu disse indignada. – Dividimos o útero da nossa mãe por nove meses, vivemos e crescemos juntos, você segurou minha mão no enterro da mamãe! E depois se deixou corromper por Charles! Nós deveríamos proteger um ao outro! Era o que a mamãe queria!

– Engraçado né, como as pessoas que deveriam nos proteger são aquelas de quem deveríamos correr – ele disse e afagou meu cabelo. – Engraçado, não é?!

Ele disse e em seguida riu. Fiquei com raiva e levei a mão para a adaga, mas outras mãos muito mais fortes do que as minhas, me seguraram e vendaram meus olhos. Colocaram um pano em minha boca e inalei alguma substancia que me deixou tonta.

Senti meu corpo cedendo a gravidade. Meus olhos se fecharam e a única coisa que vinha na minha cabeça era o que James me dissera.

Engraçado como as pessoas que deveriam nos proteger são aquelas de quem deveríamos correr.

Andrew deveria correr de mim, porque agora eu sei que ele vai estar em perigo, pois ele não vai descansar enquanto não me achar. Ele deveria ficar bem longe, porque eu só trago problema. E quando você acha que pode confiar na pessoa que dividiu o útero contigo por nove meses, que é a sua única família, quando você acha que pode confiar, na verdade, você não pode.

É, James, é realmente muito engraçado.


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Notas finais do capítulo

Comentem me falando o que acharam! Bj na bunda, até segunda!
XX da Effy ♥