O Primeiro Beijo De Clarisse La Rue escrita por saoren


Capítulo 6
Capítulo 5 - Criações malditas de Hefesto maldito!


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, esse é o último capítulo dessa jornada. Muito obrigada por acompanharem e me ajudarem a continuá-la a cada postagem. Espero que tenham curtido bastante mesmo. Boa leiura!



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Di Imortales! Ah, mas eu ia MATAR aquela coisa! Tudo bem, monstros não podem morrer de verdade. Mas o que eu ia conseguir fazer com uma simples adaga? E ainda mais: Como eu salvaria Chris daquilo? Como eu iria explicar tudo?

Na verdade ele se comportou de forma estranha para um mortal. Ou talvez ele não fosse um. ELE ERA UM SEMIDEUS! Como eu pude ser tão lerda! Nem a dislexia era desculpa para isso!

Tudo que ele fez foi dar a volta no carro, remexeu em alguma coisa no banco de trás e voltou com duas espadas e... minha lança. Mas como? Ah... Crianças de Hermes!

– Rodriguez, você não tinha o direito de...!

– Ora, apenas lute, mostre sua verdadeira identidade, Clarisse - odeio quando me provocam a fazer aluma coisa.

Ele me entregou a lança e a espada.

– Não esqueça de tirar esses saltos e rasgar parte desse vestido.

Certo, isso teve duplo sentido, com certeza, mas eu consegui entender se dar um supapo nele primeiro.

Aquele negócio parecia um autômato desgovernado de Hefesto. Cadê o Beckendorf quando a gente precisa. Seu rugido era uma mistura de ferrugem e alguém se engasgando. Era assustador. Devia ter uns três metros de altura e sua carcaça já estava gasta. Tinha uma espécie de cifre em cada lado da cabeça e braços gordos de lata. Uma armadura cheia de sujeira e lixo grudados. Certamente uma criação que deu errado no meio do caminho e foi descartada. Os deuses fazem isso.

– Clarisse, acerte-o nas ligaçoes entre o calcanhar e a panturrilha. Suba na lateral direita e acione o comando de autodestruição.

– Ei, eu que digo o que fazer aqui, ok? - mas acabei fazendo do jeito que ele falou, era mais fácil e mais rápido.

Tive muita sorte em um certo momento, pois enquanto Chris o distraia, corri para perto de seu pé, mas um mortal maldito saiu do restaurante e gritou, chamando a atenção do monstro. Obrigada, mortais de araque.

Consegui escalar uma parte do pé esquerdo e enfiar minha lança entre alguma engrenagens, impedindo-o de movê-lo. Bingo! Chris estava a ponto de morrer quando o autômato pegou-o e começou a esmagá-lo.

Ele estava sendo tão espremido entre os dedos do gigante de bronze que começou a esganiçar feito um cachorro atropelado. Nesse momento me desesperei de verdade e acho que a adrenalina correu mais rápido pelo meu corpo, pois em alguns segundos eu tinha conseguido chegar à base de comando daquela criação hefestiana. Meu cérebro nunca trabalhou tão rápido. Agarrei a espada e comecei a destruir todos os botões ali, esperando que houvesse um curto circuito no sistema. Azar.

Até que me lembrei do lugar mais comum que monstros são alvos fáceis: debaixo do braço. Não me pergunte como consegui fazer isso tudo em tão pouco tempo. A esse momento Chris gritava muito. Aquilo me fez entrar em pânico mesmo. Agradecimentos especiais ao meu meio-irmão super querido, Deimos Panaca.

Tão fácil. Assim que cheguei naquela axila "super cheirosa" encontrei um botão encoberto com vidro para proteção. Claro. Pelo menos, Hefesto se deu o trabalho de fazer um. Com toda minha força finquei minha espada ali e uma voz de homem falou algo em grego. Algo como "Auto destruição em trinta segundos: 30, 29, 28..."

Pronto, tudo que eu precisava fazer agora seria fazer o autômato soltar o meu namo-Rodriguez. Fazê-lo soltar o Rodriguez. E me passou pela cabeça a ideia mais ridícula da minha vida, mas teria de ser feito.

Corri para frente do monstro pelo seu ombro direito, passando direto para sua mão. Quase caí duas vezes. Ufa! Uma das engrenagens na mão estava começando a se soltar e a qualquer momento ou a gente explodiria ou ficaria todo quebrado. Fui pelo mais perigoso: bati a lâmina espada umas três ou quatro vezes para conseguir soltar um pedaço da mão. Os fios que mantinham pressão sobre o corpo de Chris se partiram e ele conseguiu com dificuldades sair da área de risco.

O problema agora era como descer daquele negócio. "13, 12, 11..."

– Segure-se em mim! - ele gritou.

– Nem morta, Rodriguez!

– Morta é que não vai segurar mesmo. Anda logo, ainda tô afim de sobreviver e terminar esse encontro!

Não sei como ele queria conseguir escapar de um cara descontrolado a dez segundos da autodestruição e de três metros de altura, mas se a gente começou aquilo juntos, deveríamos terminar juntos também.

– Meu pára-quedas ficou enganchado no dedo dele!

Mas que m... de onde esse pára-quedas surgiu, meu Ares do Olimpo!?

"6, 5, 4..."

– Pule! - gritei

Era óbvio que ainda ter que pegar o pára-quedas em três segundos seria suicídio! Até o lesado do Jackson se tocaria disso.

Demos as mãos e pulamos o mais distante que conseguimos, saímos da área do restaurante, parando no telhado de uma casa abandonada. Milagre não termos caído dentro do recinto.

Ouvi o som de ossos se chocando. Chris quebrou um braço e eu entortei o pé esquerdo.

"3, 2, 1". CATÁSTROFE TO-TAL!

Depois de uns cinco minutos quando tudo já estava mais "calmo", pessoas que estavam dentro do restaurante saíram para ver o que tinha acontecido. Duas delas eram parentes de Chris e foram ver se estávamos bem. A névoa cuidou do resto.

Arrajaram um pouco de ambrosia para mim e néctar para Chris. Depois de nossos ossos e músculos voltarem ao lugar certo, nos deixaram a sós em sala uma escondida, somente para a família do proprietário.

– Clarisse, me desculpe, eu queria que tudo desse certo, eu relmente gosto de você - ele começou a se explicar, mas levantei a mão para enterrompê-lo

– Não foi sua culpa, Chris, só me leve para casa, está bem - falei séria e 100% desanimada.

Ele sorriu e me perguntei o por quê.

Saímos do restaurante e ficamos calados por todo o trajeto até minha casa. Aquilo tudo foi muito frustrante. Quer dizer, a partir do monstro, claro.

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Minha rua estava um breu. Ninguém nas calçadas ou janelas de suas casas. Nenhuma luz acesa. Ótimo, vamos sofrer juntos, então.

Saí do carro junto com Chris, que me acompanhou até a porta de casa. O clima estava meio estranho, até ele decidir falar alguma coisa, bobagem.

– Pelos menos estamos bem, não é? - disse meio sem jeito.

Continuei encarando seu rosto, séria, sem expressão.

– Por favor, La Rue, não deixe de falar comigo.

– Por que você sorriu quando pedi você me trazer para casa? Não fiz nenhuma piada.

– Não sorri por causa de piada - ele passou a palma da mão na testa - foi a primeira vez que você me chamou pelo meu nome. Só isso.

Me segurei para não derreter ali mesmo na calçada em frente ao cara mais gato e mais doce que já conheci depois do mais louco encontro da história dos mais loucos encontros.

– Por que você não me disse que também era um semideus, Chris? - me aproximei dele.

– Eu tinha medo - ele fez aspas com os dedos - de você me rejeitar por eu ser um filho de Hermes. Todos acham que nós somos somente ladrões e tal, odeio isso. Além do mais, Quíron disse para nenhum semideus descontar sua raiva em um mortal. Consegui muito bem me desfarçar de um, pelo jeito - um sorriso triste floreceu.

– Ah, Chris - abreacei-o - Eu jamais lhe rejeitaria. Só não prometo não bater - rimos.

E então, como se alguma lei estranha que esses cientistas inventam nos atraísse, nossas bocas se encontraram. Uma explosão aconteceu dentro de mim, mas por fora eu tentava parecer controlada. Éramos o encaixe perfeito, um para o outro. Foi suave, mas um pouco desesperado, pelas duas partes.

– Filha de Ares.

– Ãh?

– A explicação é que eu tenho um certo abismo por uma certa filha de Ares. Só isso.

– Acho que você faz jus a ser filho de Hermes, Chris.

– Por quê?

– Acho que você roubou meu coração - eu sei, isso é muito piegas, mas me permiti ser verdadeira com ele, ali.

Nos abraçamos por um tempo e ouvimos um barulho muito desconfortável na casa vizinha, o que quebrou o clima. Abri a porta da casa e me virei para ele. "Boa noite, ladrãozinho.", falei. "Boa noite, minha guerreira, até amanhã", e esperei ele entrar no carro e partir.

Fechei a porta da casa e fui andando para meu quarto. Parecia que estava voando, minha cabeça estava nas nuvens. Fiquei repassando aquela cena na minha mente, no banho, quando fui falar com minha mãe pelo telefone e na hora de dormir.

É parece que alguém roubou mesmo meu coração, definitvamente.


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Notas finais do capítulo

Terminado! Agora, deixa eu enxugar minhas lágrimas ~sniff.
Tá, chega de drama. Só quero agradecer de novo por todos os reviews e o apoio em geral.
Um beijo especial para a Gi FL, que favoritou a fic e é isso. Leiam minhas outras fic também, ok?
Bye bye.



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