Ela... Podia! escrita por Juliana


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Lily suava frio em frente a igreja, estava prestes a se casar. E estava extremamente nervosa, não por causa do casamento em si e, sim, por causa de seu noivo. Por que Lily Evans estava prestes a se casar com Louis Starkey e não com James Potter. Mas, afinal, você deve estar se perguntando, noivas não pensam isso diante de seu casamento, noivas não pensam assim, noivas pensam em como seus noivos são perfeitos e como elas queriam estar casadas logo. Noivas não pensam em se casar com outros homens, noivas pensam em seus noivos. E só.

E era isso que Lily deveria estar pensando, por que Lily Evans (dentro de alguns instantes Starkey) era uma menina modelo, ou melhor, a menina que seguia os modelos. Desde pequena fora assim, fora para a escola e era uma aluna exemplar, ia de casa para o colégio e do colégio para casa; quando crescera, não frequentava festas, estudava de manhã, trabalhava a tarde e descansava durante a noite; nunca bebeu, nunca fumou, nunca usou drogas, nunca pichou muros, nunca roubou, nunca fez nada errado. Lily Evans seguia os modelos, seguia ordens. Seguia tantas ordens que quando seu pai lhe apresentou, o filho de um amigo e também seguidor de ordens, Louis e disse: "quero que namore com ele", ela namorou, quando ele disse: "o pai de Louis me contou que ele a pedirá em casamento, aceite", ela aceitou. Com relação a Louis a única ordem que ela não seguiu foi uma, de sua mãe: "você terá que aprender a amá-lo". Ah, não, disso ela nunca foi capaz.

Mas, mesmo com toda essa vida certinha que Lily Evans levou, nada a impediu de conhecer o verdadeiro amor de sua vida: James Potter. Que era totalmente ao contrário dela, é claro, James Potter nunca fora um aluno exemplar, James Potter matava aulas ao invés de ir a escola, James Potter ia à festas todos os finais de semana. James Potter bebia, fumava, já experimentara drogas, pichava muros. A única coisa que nunca fez foi roubar, até por que ele não precisava. James Potter era um rebelde sem causa totalmente apaixonado por Lily e fora ele quem a fizera fazer as três coisas mais erradas da sua vida: Desrespeitar a regra de "nunca chegue perto de James Potter", não amar seu noivo e, ainda por cima, traí-lo.

Por que ela lembrava da noite anterior quando seu pai a levou para casa e a deixou sozinha para descansar para o "grande dia" enquanto todos preparavam as coisas para o casamento. E James simplesmente arrombara a janela de seu quarto vestindo sua habitual jaqueta de couro e calças jeans e dizendo:

– Ainda da tempo de desistir, ruiva. - Mesmo tendo o tom divertido, Lily pôde notar o ressentimento na voz dele. E por que não estaria ressentido se ela simplesmente chegara pra ele e dissera: "acabou" quando ela fora ordenada a fazê-lo.

Por que ela e James tiveram um pequeno caso de beijos e amassos (pronto! As duas primeiras coisas erradas já podem ser retiradas da lista: Lily havia chegado perto de James Potter e nunca seria capaz de amar ninguém depois de tê-lo tido) escondidos de seus pais que acabou no momento em que sua mãe descobriu.

– James! Me deu um susto. Não deveria arrombar a casa dos outro assim. Aliás, o que está fazendo aqui? Preciso descansar para... amanhã. -

James sabia o que ocorreria. Ele fora convidado, não por vontade de Lily e sim por ordem de sua mãe "quero que convide-o, para que ele saiba que acabou" sendo uma ordem direta, Lily mandou o convite.

– Então você vai mesmo casar com o boyzinho? - Ele se aproximou alguns passos.

– Por que não iria? E ele não é nenhum boyzinho.– Fingiu arrumar algo na penteadeira para não ter que encará-lo.

Surpreendendo-a mais que tudo ele a virou de frente para ele e Lily pôde contar cada pintinha que ele tinha no rosto dada a mínima distância. Sentiu o habitual cheiro de perfume masculino, tabaco e bebida alcoólica que sempre a enlouquecera. Sentiu seu hálito quente perto demais da sua boca.

– Por que? Por que eu e você sabemos que ele é sim um boyzinho tanto quanto sabemos que é de mim que você gosta.

– Você... precisa ir... embora. - Disse sem folego quando as mãos dele que estavam em seus ombros desceram até sua cintura a pressionado contra ele.

– Exatamente pelo contrário. Eu preciso ficar. Ficar e te mostrar o quanto melhor que ele eu sou.

Ele a empurrou até a parede e a pressionou lá. Roçou o nariz contra seu pescoço como sempre fazia antes de começar a distribuir beijos e mordidinhas leves por seu pescoço alvo.

– James... - Ela queria dizer "James, não...", mas saiu mais como um gemido enfraquecido.

Sentiu- o sorrir contra seu pescoço ele desceu a mão até sua perna, a ergueu na altura da cintura e começou a acaricia-lá por cima da calça. Subiu os beijos do pescoço até sua boca e Lily finalmente sentiu seu desejo ser realizado por que nada, nunca nesse mundo, seria melhor do que o beijo de James. O gosto de tabaco se acentuava assim como um leve sabor da pasta de dente de menta e sua língua maravilhosamente experiente que já beijara mais bocas do que Lily poderia contar. Antes que ela pudesse perceber ele levantou sua outra perna e a fez entrelaçar suas costas a levando para a cama.

E teria sido a melhor noite da vida de Lily se quando já estavam decididamente satisfeitos um do outro James implorou, quase chorando, pra que ela ficasse com ele:

– Foge comigo, Lily. Eu arranjo emprego, faço o que você quiser. Vem comigo. Eu amo você, Por favor!

E ela negou, veemente, dando a desculpa que sempre dava para tudo.

– Eu não posso. Não posso fazer isso.

E ele foi embora deixando Lily sozinha e desolada por ter traído seu noivo e por ter dado tchau à única chance que tinha de ter sido feliz. E perguntando-se pela primeira vez seriamente se valia a pena seguir os modelos?

A Lily que se encontrava em frente da igreja balançou a cabeça afastando os pensamentos. Aquela traição nunca ocorrera, ela amava seu noivo, estava se casando por amor, James era página virada na sua vida. Tudo que ela tinha de fazer era acreditar naquelas mentiras descabidas.

Viu Marlene, sua melhor amiga, ir em sua direção saída direto da porta dos fundos da igreja caminhar em sua direção. Lily queria que Marlene fosse sua madrinha, mas por decisão de sua mãe ela pôs sua irmã como madrinha dela junto com seu marido, Vernon Dursley. Assim como a irmã de Louis era madrinha dele junto com seu namorado.

Lily, sua mãe mandou avisar que daqui a cinco minutos já poderão entrar.

Lily assentiu e, se afastando de seu pai que parecia muito mais feliz que ela, chamou Marlene com a mão.

– O que foi? - Ela perguntou.

– Lene, me responde uma coisa. - Ela falou baixo. - Ele está aí? - Não sabia por que perguntara, só tinha de saber: James Potter a veria assinar o contrato de sua infelicidade?

– Está. - Marlene respondeu hesitante.

– Mas... por que? Por que ele veio? Lily choramingou. Marlene entendia, ela sabia de seu antigo "caso" com James, mas não sabia sobre a noite passada.

– Não sei Lily, eu não sei. Também me perguntei isso. Lily, você tem certeza de que quer realmente isso?

Lily não respondeu por que nesse momento seu pai lhe chamou para entrar na igreja. Lily deu as costas à Marlene e prostrou-se junto a seu pai. Em instantes a marcha nupcial começou a tocar, as portas se abriram e todos ficaram de pé para ver a noiva. A primeira pessoa em que seus olhos bateram não foi seu lindo noivo loiro no altar e, sim, em James que estava de pé diante do último banco e a olhava como se fosse o dia mais triste de sua vida. Lily baixou a cabeça e entrou assim na igreja, de cabeça baixa.

Só a levantou novamente quando seu pai o fez, beijando sua testa e a entregando para Louis.

E o padre começou a falar e a falar e a falar. Lily não ouvia nada, sua mente ainda estava na noite passada e no olhar perdido de James quando a viu entrar dentro da igreja. Não queria estar ali, não queria estar casando dentro de uma igreja, de vestido branco com Louis, depois de ter entrado ao som da marcha nupcial. Queria casar na praia, com juiz de paz, com um vestido solto, bege que se balançaria com o vento; seu noivo seria James com camisa e calça de algodão branca, e ela entraria (ou melhor, iria ao seu encontro) ao som de uma música que significasse algo para os dois. Não queria passar a lua de mel na França com Louis. Queria estar com James em algum lugar cheio de praias onde eles poderiam se divertir muito mais do que na... França. Não queria morar num apartamento no centro da cidade que os pais de Louis deram de presente onde criariam seu único filho chamado Louis Marcheal Starkey Junior. Queria morar numa casa sossegada com James onde criariam seus três filhos, Harry, Hayley e Harold com um cachorro chamado Almofadinhas (em homenagem ao padrinho de casamento deles, que seria Sirius, melhor amigo de James). E principalmente, não queria um casamento sem amor com Louis. Queria, mesmo que nada saísse como o planejado, James e todo o amor que ele podia lhe dar. Era isso que Lily queria, desse jeito, como ela e James haviam planejado em um de seus encontros. E isso era tudo o que ela não podia ter.

Lily! Lily, querida, o padre! - Ouviu a voz enjoada de Louis em seu ouvido. Voltou sua atenção para o padre que repetiu a pergunta irritado:

Lily Elizabeth Jessie Evans, você aceita Louis Marcheal Starkey como seu legítimo esposo, prometendo amá–lo e respeitá-lo, na saúde e na doença na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

Silêncio. Lily olhou para o padre na sua frente. Olhou para Louis. Olhou para os convidados. Olhou para James. Estaria certo casar para agradar terceiros. Ou pela quarta vez na vida ela deveria fugir das regras graças a James Potter? Era o que ela queria. Mas não podia. Ela não Podia. Ela não podia. Ela não podia...

– Não.

Ela... podia.

O silêncio que se seguiu foi ainda mais longo, ninguém era capaz de acreditar que ela estava dizendo não ao seu noivo.

Lily, filha, acho que você não entendeu a pergunta direito.

– Eu entendi muito bem, mamãe. E eu não quero me casar. Não com Louis. - Sentia-se livre pela primeira vez em toda a sua vida. Via as exclamações surpresas das pessoas à sua volta, ouviu alguém se levantar e teve certeza de que era James.

– Mas, filha... talvez você precise de mais tempo para pensar. - Pediu desesperada.

– Não. Eu não quero me casar com Louis. Não é ele quem eu amo, não é essa vida que eu quero. - Ela se virou. James, como previra, estava de pé entre os bancos sorrindo de orelha a orelha. Ela começou a caminhar em direção a saída. Sorrindo e dizendo. - James, o que disse noite passada ainda está de pé? - Ele começou a atravessar por entre as pessoas - - Foge comigo? Arranja um emprego? Ainda me ama?

Chegou ao final do corredor justamente quando ele consegui atravessar as pernas daquelas pessoas confusas.

– Podíamos repensar a parte do emprego? - Ele sorriu. Lily retribuiu. - Comprarei a passagem para um lugar cheio de praias. O que acha?

– Acho maravilhoso!

Ele pegou a mão dela e, juntos, correram o mais rápido possível para longe de tudo aquilo e para o mais perto de uma vida feliz possível. Afinal, Lily podia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

Adoraria se comentassem!