I Won't Give Up escrita por Lena Potter Howe


Capítulo 50
Viciadas


Notas iniciais do capítulo

Heey gente *u*
Vou agradecer novamente a linda da Auslly Is Forever pela recomendação você já sabe que eu amei s2
E também agradeço a Francesca Mussolini pela recomendação muito linda. Obrigada mesmo *u*
Boa leitura!



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POV Ally

Senti minha cabeça latejar assim que abri os olhos. Suspirei aliviada por ter acordado. Eu havia revivido tudo que passei em forma de sonhos. Acho que era mais a minha vida mostrando que tudo o que passei é em parte pesadelos e uma parte sonhos.

Sentei-me na cama e me perguntei por quanto tempo havia dormido. Eu estava um pouco perdida no tempo porque havia desligado meu celular há muito tempo, e não tenho a intenção de liga-lo. Joguei a coberta para o lado e percebi que Mel não estava lá. Lembrei-me da pequena dormindo junto com Mary. Do mesmo jeito que acordei, andei até a sala. Entretanto o cômodo estava totalmente vazio. Fui até a cozinha e encontrei Mary sentada junto com Mel à mesa. Mary falava algo, provavelmente contando algo, pois a menina ouvia atentamente.

–... E neve caia por todos os lugares. Acho que você não se lembra, pois saiu de lá pequeninha, temos que te levar lá – Mary falou sorrindo e a menina acenou freneticamente.

– Temos mesmo – concordei e me sentei ao lado das duas. Mary me olhou surpresa e depois estreitou os olhos.

– Até que enfim a bela adormecida acordou – falou cruzando os braços e eu franzi a testa confusa.

– Por quê? – perguntei trazendo Mel para meu colo.

– Você dormiu por quase dois dias – ela falou e eu arregalei os olhos. Ao menos o tempo havia se passado rápido. Não é o que dizem? O tempo cura tudo. Então provavelmente eu serei uma exceção.

– Desculpe – falei envergonhada e ela balançou a cabeça.

– É preciso fazer isso às vezes – ela falou compreensiva e depois sorriu para Mel – A Melzinha e eu nos demos bem sem você – ela falou enquanto minha irmã ria. Coloquei a mão no peito fingindo estar ofendida e Mary riu – É brincadeira sua boba – ela falou e eu estreitei os olhos.

– Aonde vai? -perguntei apreensiva quando percebi que ela estava arrumada para sair. Ela pareceu perceber meu medo porque negou levemente com a cabeça. Todos os segredos, todas as risadas agora eram apenas por causa de Mel.

– Tenho que trabalhar – ela falou desanimada. Eu assenti e suspirei.

– Vou ficar com Mel – avisei e Mary concordou. A loira se levantou e depois beijou a testa de Mel.

– Até mais tarde – ela falou eu assenti.

Mary pegou várias coisas e se despediu novamente antes de sair. Assim que a porta do apartamento se fechou a menina em meu colo virou seus olhos curiosos para mim.

– Que foi pequena? - perguntei vendo a curiosidade no rosto da menina.

– Vamos voltar pra casa? – ela perguntou esperançosa enquanto meu coração terminava de quebrar.

– Você não quer ficar com a titia? Vamos ficar com ela um pouco. Só para não ficarmos com saudades – falei mesmo sabendo que não fazia sentindo. Mas, eu já não conseguia mentir nem mesmo para Mel. Ela acenou com a cabeça e sorriu mostrando os dentinhos tortos.

– Desenho? – ela perguntou animada e eu assenti. Nós começamos a prestar atenção no desenho que passava. O desenho que ela tanto queria ver era de uma fada. Ao menos parecia uma fada.

Já distraída, comecei a lembrar do que Mary dizia a Mel esta manhã. Sobre leva-la a New York. Soltei a respiração lentamente lembrando-me de minha família. Ou possível família? Seria tão bom tê-los agora. Com a saudade me sufocando decidi ligar para Thomas.

– Vou ligar para alguém. Não saia daqui – pedi para Mel enquanto colocava-a sentada. Ela assentiu provavelmente sem nem ter ouvido o que falei. Mel tem uma mania de se esconder às vezes. Porque isso me lembra de algo?

Balancei a cabeça negativamente não querendo saber qual seria essa lembrança. Fui até o quarto de hospedes e peguei o celular que jurei não ligar. Quando finalmente liguei vi algumas ligações perdidas. Trish. Dez. Audrey. Lucy. Harry.

Meu coração parecia cada vez menor. Procurei o nome de Thomas na lista de contatos e liguei para ele não me importando com a distância. Quando finalmente começou a chamar, eu desejei que ele atendesse. Afinal, era a única pessoa que eu tinha coragem de falar.

– Oi? – ele atendeu desatencioso.

– Oi Thomas – falei em um sussurro, controlando a voz instável. Havia motivos incontáveis para chorar.

– Ally – ele exclamou feliz. Porque a cada palavra dita ou escutada a vontade de chorar aumentava? – Eu estava tentando te ligar – admitiu e eu sorri minimamente.

– Mesmo? Por quê? – perguntei curiosa.

– Quando você virá para cá novamente? – ele perguntou me deixando surpresa.

– Ah, não sei. Por quê? – perguntei confusa.

– Porque o resultado do exame já saiu – ele disse agora sério. Prendi a respiração sem saber o que fazer. Um medo me invadiu ao perceber sua voz séria? Eu havia me enganado, e não seria nada dele?

– Ah – murmurei ainda sem palavras.

– Ally você pode vim para cá depois do ano novo? – ele perguntou parecendo ansioso. Fechei os olhos e comecei a andar por todo o quarto. Eu posso? Meu futuro não parecia algo muito definido no momento.

– Posso. Posso até mesmo agora – brinquei ainda andando nervosamente.

– Pode? – ele repetiu alegre. Franzi a testa. Afinal, ele estava sério ou alegre?

– Acho que sim. Mas, porque tanta pressa? Qual o resultado? – perguntei curiosa e ele riu.

– Não vou dizer – falou novamente serio, deixando-me confusa - Quero você aqui amanhã mesmo. Vai trazer seu namorado e amigos novamente? – perguntou atenciosamente. Meus olhos arderam, como era frequente.

– Não - falei e minha voz tremeu – Vou levar minha amiga – disse sem pensar tentando fazer com que ele não percebesse.

– Ei, está tudo bem? – ele disse preocupado e eu fiquei com raiva por ele ser tão atencioso.

– Está – falei começando a andar pelo quarto novamente.

– Ok – ele disse desconfiado e eu suspirei.

– Quando eu tenho que ir? – perguntei e ele pensou por um tempo.

– Vou arranjar três passagens para amanhã – ele disse pensativo e eu praticamente ri.

– Como você irá arranjar passagens de um dia para o outro, depois do natal? – perguntei desacreditada.

– Não duvide de mim – ele disse sorrindo e eu me joguei na cama.

– Tudo bem. Avise-me depois – pedi e ele concordou. Combinamos de ele me ligar mais tarde. Logo depois desliguei.

Tão fácil assim? Agora eu viajaria e esqueceria tudo? Ou apenas sentiria mais dor se descobrisse não ser sua prima? Parecia ser tão real o fato de ser sua prima, mas eu não conseguia simplesmente acreditar nisso por medo. Ultimamente eu só sentia medo.

Levantei da cama com a cabeça praticamente pegando fogo de tantos pensamentos. Voltei para a sala onde minha irmã continuava assistindo a fada colorida. Sentei ao seu lado e puxei para mais perto.

– Você gostaria de conhecer o lugar em que a tia estava falando hoje de manhã? -perguntei repentinamente e ela me olhou curiosamente.

– Neve? – perguntou ansiosa.

– Sim – respondi abrindo um pequeno sorriso.

– Sim, sim, sim – ela repetia pulando em meu colo. Eu ri e beijei sua bochecha.

– Talvez iremos amanhã mesmo – falei e me amaldiçoei por dar esperanças. Talvez nós nem fossemos. Talvez nós fôssemos apenas nós duas mesmo. Talvez, talvez...

Ela sorriu alegremente e depois voltou a prestar atenção na fada brilhante e colorida. Agradeço por Mel ter apenas dois anos e não entender a gravidade das coisas. Nós passamos um tempo apenas assistindo aquele desenho das fadas. O tempo todo eu não conseguia para de pensar no futuro. O que acontecerá agora? Comigo e ele? Ou até mesmo o que eu irei fazer.

Acabei pensando em tanta coisa que só despertei quando ouvi a porta batendo. Mary se jogou ao meu lado parecendo muito cansada. E ainda eram quatro horas da tarde. Olhei curiosa para ela e Mary suspirou.

– Não tenho mais pacientes, era só uma muito importante – explicou e eu assenti. Mel estava tão fixada no desenho, que durava horas, e nem mesmo percebeu Mary. Nós três ficamos em silencio por alguns minutos, até que decidi contar sobre Thomas.

– Liguei para Thomas – admiti e ela pareceu surpresa, antes que pudesse falar, continuei – Saiu o resultado – falei simplesmente, ela entenderia. Mary abriu a boca mais não disse nada. Ela pareceu me avaliar por alguns segundos. Acho que meu estado não era dos melhores.

– Qual é o resultado? – ela perguntou ansiosa e hesitante. Dei ombros e suspirei.

– Ele não diz. Quer falar pessoalmente. Talvez para não for um impacto tão grande – disse e minha voz tremeu.

– Com certeza não é por isso – ela disse seriamente enquanto eu fungava – Você vai quando? – ela perguntou e eu sorri minimamente.

– Nós vamos amanhã – falei envergonhada e ela arregalou os olhos.

– Quem disse que eu vou? – perguntou incrédula e eu dei ombros novamente.

– Eu. Por favor – implorei e ela viu que eu não aguentaria ir sozinha.

– Tudo bem, mas amanhã? – disse confusa.

– Sim. Não temos nada para fazer aqui – falei com a voz baixa.

– Eu tenho. Não viu que eu trabalhei até no dia seguinte do natal? – perguntou e eu assenti.

– Vi sim, mas só por alguns dias. Você não vai ganhar férias durante o ano novo? – ela assentiu em resposta. Então, apenas por esse tempo. Sei que já tirou férias faz pouco tempo, mas, por favor – pedi e ela suspirou.

– Tudo bem – disse e fiquei um pouco mais aliviada.

– Obrigada – praticamente gritei e ela sorriu.

– Sem problemas, vou avisar apenas Trish – ela disse incerta e eu estremeci. Nós estávamos praticamente fugindo de tudo. Acenei positivamente.

– Vou ligar para Thomas novamente – avisei e ela assentiu também pegando o celular.

Voltei para o quarto de hospedes ligando para Thomas. Depois de chamar três vezes ele atendeu.

– Oi Ally - disse meio animado.

– Oi – falei tentando parecer alegre.

– Consegui as passagens – falou orgulhoso e eu fiquei impressionada.

– Mesmo? Para amanhã mesmo? – perguntei desconfiada e ele riu.

– Sim, compre três. Não sei quem vem com você – ele falou e eu concordei.

– Está ótimo.

– Vou ao aeroporto busca-la. E é só imprimir as passagens ok? – avisou.

– Aham. Então até amanhã?

– Até amanhã – concordei e desligamos.

Mary entrou no quarto e vi que ela se controlava para não chorar. Fiquei confusa e ela deitou na cama sem nem falar nada. Fiz o mesmo ao seu lado. O silêncio prevaleceu por vários minutos.

– Trish estava triste – contou fungando em seguida – Mas, ela não se opôs – Mary acrescentou e depois afundou a cabeça no travesseiro – É possível sentir tanta saudade em tão pouco tempo? - sussurrou e fechei os olhos.

– Acredito que seja – falei e fiquei por alguns segundos pensando no que dizer – Como um viciado estar sem drogas durante três dias – Comparei e nós duas rimos de nossa própria tristeza.

Queria ter alguém para dizer que isso era a coisa certa no momento.

POV Austin

3 dias sem ela, e nada está bem. Nada e nem eu estou bem. A casa parecia estar mergulhada em uma profunda tristeza. A casa e todos. Trish e Dez vieram para casa outras vezes e pareciam estar muito abalados. Mesmo assim ninguém tocava no assunto. No dia seguinte do natal nós fomos obrigados a trabalhar.

Isso porque a revista estava fazendo sucesso. Muito sucesso. Era difícil ficar feliz por isso. Mas, também era difícil ficar totalmente triste. Eu estava tão confuso com tudo isso. Minha família inteira dizia que ia passar. Passar o que? Eu queria que passasse?

Tantas coisas estavam erradas. Mas, eu não tinha a menor ideia de como concertar. Esperar o ano novo passar, ou apenas esperar? Além de toda a preocupação que ocupava meu espaço. Preocupação com Mary, Mel e principalmente Ally. Passamos por tanta coisa para “acabar” assim.

A única coisa que eu ouvia era: “espere Austin”. Esperar o tempo passar e me afundar no trabalho. Se for a coisa certa a se fazer? Eu não sei.


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Notas finais do capítulo

E então, Austin tem que esperar?
Gente, desculpa se eu não respondi o comentário de alguém aí porque as vezes eu esqueço ok? Vou responder todos que eu ver. Obrigada a quem comenta. Espero muito comentários para comemorar capitulo 50 de IWGU. Comentem o que acharam da fic até aqui e como ela está okay? Uma chance para quem nunca comentou hein *u*