Garotos são estúpidos e isto é um fato. Às vezes me pergunto por que minha vida não é igual a um romance de Nicholas Sparks, mesmo com as partes tristes. Mas nada de bom acontece comigo porque eu sou Rachel Azarada Berry e o único namorado que eu tive terminou comigo pois eu corrigi os erros gramaticais de sua cartinha de amor, isso quando ambos tínhamos 5 anos. Agora podemos dizer que estou desesperada, o dia dos namorados está para chegar e eu nunca fui beijada em minha vida, mas não entendo o motivo, tenho uma pele bronzeada, madeixas longas e negras, pernas torneadas e pouco seio, talvez o que estrague minha aparência é meu nariz absurdamente grande o qual eu não mudarei, eu tenho que continuar com o legado de minha eterna inspiração: Barbra Streisand.

–Berry? – Ouvi uma voz me chamar e em seguida uma risada abafada.

– O que você quer, Puckerman? – Perguntei não me importando em deixar visível minha irritação.

– Não pude deixar de ouvir, mas é sério que você nunca foi beijada? – Ele perguntou risonho.

Eu congelei. Merda, as vezes penso alto demais. E o pior de tudo foi que o maior imbecil da escola ouviu meus pensamentos, justamente a parte mais vergonhosa. Não sabia onde enfiar a cara depois de um momento tão constrangedor. A besteira está feita, encare isso como a mulher forte e independente que você é, Berry!

– Sim, Puckerman, eu nunca fui beijada. – Mantive meu olhar firme – Sou uma mulher muito exigente quando se trata de homens.

– Bem, eu posso resolver o seu problema. – Ele sugeriu – Já fiquei com todas as garotas da escola, você é a única que falta em minha lista. Benefício duplo.

– Por mais que você seja o garoto mais desejado da escola, não tenho o mínimo interesse em você. – Sorri arrogante –Como eu disse, sou bastante exigente e eu não vou ser apenas mais uma conquista.

– Você tem certeza disso, Berry? – Puckerman se aproximou de mim perigosamente.

– Certeza absoluta. – Respondi rapidamente, rezando para que minha voz continuasse firme.

– Tudo bem. – Ele se afastou – Te vejo por aí.

Neste exato momento acho que a escola está pequena demais para meu ego enorme. Ser cantada pelo garoto mais gato da McKinley High School pode animar o dia de qualquer garota. Mas eu não sou burra, fui criada por dois homens e uma coisa eu aprendi: Eles não prestam. Deixando o assunto de lado, preciso resolver com Kurt e Mercedes sobre nossa festa dos solteiros que reunirá todos os solteiros do colégio, ou seja, eu, Kurt e Mercedes.

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Dia dos namorados vulgo o pior dia do ano. Corações, casais e amor para todos os lados. Tem algo pior? Eu costumava ser uma romântica incurável graças a uma infância banhada à filmes da Barbra e as histórias que meus pais me contavam sobre princesas encontrando seu amor verdadeiro. That’s bullshit.

– Rachel, seus amigos chegaram! – Papai gritou.

Desci as escadas correndo e me deparei com Pai e Papai prontos para sair enquanto Kurt e Mercedes estavam pronto para entrar.

– Se divirtam e não façam nada que nós não faríamos. – Meu Pai falou.

– Não coloquem fogo na casa. – Papai lançou uma piscadela para mim.

– Já entendemos, tenham uma ótima noite, amo vocês! – Quase os expulsei de casa.

Quando meus pais não estavam mais a vista, Kurt foi até seu carro e trouxe as bebidas. Vinho, Tequila, Champagne e Vodka. Essa também será a primeira vez que eu vou beber algo que contenha álcool sem a supervisão de meus pais. Tomara que dê tudo certo.

– Rach, que história é essa de você ter dado o fora no Puck?

– Kurt perguntou enquanto dava uma golada em sua taça de vinho – Ele é o maior gato.

– E o maior galinha. – Mercedes realçou.

– Só não quero ser mais uma conquista para ele. – Respondi dando de ombros.

– Querida, se você estiver esperando o príncipe encantado, por favor reveja seus conceitos. – Kurt sorriu – Você é bonita demais para estar sozinha.

– Eu concordo. – Uma voz estranha gritou do lado de fora da casa.

Um pouco de felicidade me atingiu a ouvir aquela voz. Eu sabia quem era e eu sabia o que ele estava fazendo ali. Mas eu me senti estranhamente feliz, mas não podia demonstrar.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntei assim que abri a porta.

– É a festa dos solteiros e eu estou solteiro. – Puck respondeu sorrindo – Então, onde estão as bebidas?

– Aqui! – Kurt deu um gritinho abafado – Temos vinho, tequila, champange e vodka.

– E eu pensando que vocês não sabia festejar. – Ele riu – Bom trabalho, Hummel.

– Sinta-se à vontade. – Eu disse o olhando seriamente.

– Vejo que a bonitinha ainda não bebeu nada. Estou correto?– Ele perguntou arrogante.

– Ela está com medo de que os pais dela descubram. – Mercedes falou e eu lhe lancei um olhar mortal.

– Apenas beba, querida. – Puck me ofereceu uma taça de vinho. – Nada de ruim pode acontecer.

Nada de ruim pode acontecer. Uma ova! O que ele está pensando que está fazendo? Se ele acha que vai me embebedar para ficar com ele, está completamente enganado.

– Não vou beber até você dar o fora daqui. – Cruzei os braços contra o peito e o olhei.

– Está com medo do Puckzila aqui? – Ele sorriu maroto.

– Não é exatamente medo, digamos que eu não confio em você.

– Isso está melhor que novela. – Mercedes endireitou-se na poltrona para ter uma melhor visão do que estava acontecendo.

– Um gole e eu vou embora. – Ele me ofereceu a taça novamente.

– Um gole e você some daqui, Puckerman.

Ele assentiu com a cabeça quando meus lábios encostaram no vidro da taça. Poucos segundos depois pude sentir o gosto doce do vinho e então eu desejava mais, quando me dei conta, a taça já se encontrava vazia.

– Boa garota. – Ele afagou minha cabeça – Pode me levar até a porta?

Assenti e o deixei andar em minha frente. Observei suas roupas, tão estiloso mas ao mesmo tempo tão simples. Uma calça jeans surrada e uma camisa branca que ganhava seu charme com a jaqueta de couro preta. E aquele sorriso? A bebida deve estar fazendo efeito pois pela primeira vez na vida eu estava me sentindo atraída pelo jeito ridiculamente charmoso de Noah Puckerman. Eu só posso ter pedido a cabeça pois meus olhos não param de encarar os lábios másculos do moreno.

– Bem, acho que é isso. – Ele balançou a cabeça – Te vejo na escola.

Antes que ele pudesse se virar e ameaçar voltar para sua moto, minhas mãos agarraram a gola de sua blusa e meus lábios atacaram os dele. O gosto doce do resquício de vinho em meus lábios se misturou com o azedo da vodka dos lábios dele. Era uma explosão de sabores e sentimentos. Coisas que eu nunca havia sentido vinham a tona enquanto nossos lábios se moviam em perfeita sincronia. Nossos corpos colados, o meu prensado contra a porta enquanto o dele me prendia de uma maneira delicada mas ao mesmo tempo sensual. Nos separamos em busca de ar. Nossos pulmões pediam uma pausa mas nossos lábios pediam por mais.

– Eu acho que já vou indo. – Puck retirou uma mecha de cabelo de minha face corada. – Foi o nosso trato, certo?

– Certo. – Suspirei. – Ou nós poderíamos repetir nosso trato esta noite.

– Isso significa que você não quer que eu vá? – Ele perguntou, o brilho em seus olhos me derreteu por dentro.

– Sim. – O peguei pela mão e o puxei para dentro – Um gole, um beijo. Trato?

– Trato.