Laura E Edgar Em: O Amor E O Tempo escrita por Tânia Medeiros


Capítulo 19
Capítulo 19 - L&E


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas! Oh eu aqui "Traveiz" rsrs
Primeiro gostaria de agadecer imensamente pelo carinho, atenção com que vocês me receberam de volta. Vocês me deixaram tão feliz com os comentários de vocês. Foi muito importante e incentivador o fato de vocês ainda lembrarem da minha estória e se interessarem por ela depois de tanto tempo em stand by rsrs. Muito obrigada mesmo.

Bom, demorei um pouco mais que o previsto pra terminar este novo capítulo, pois confesso que acabei mudando tudo o que eu havia começado kkkk o capítulo de hoje deveria ser algo mais decisivo para a estória desses dois, mas momentos "fófis" me vieram à cabeça e acabei não resistindo a esta ideia, espero que gostem.



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Algumas semanas se passam e o namoro de Laura e Edgar se tornava cada vez mais sólido. Os Assunção de vez em quando recebiam visitas dos Vieira. Laura constantemente visitava a mansão dos Vieira além de aproveitar a companhia de Edgar se sentia muito bem acolhida por dona Margarida. Os dois se viam quase todos os dias, por muitas vezes tinham que se contentar com o namoro tradicional no sofá da sala da casa da moça, mas sempre podiam aproveitar passeios ao ar livre em jardins, beira mar, idas a Confeitaria. Edgar sempre buscava surpreender Laura com esses passeios, custando muitas vezes solicitar a companhia de Celinha que se mostrava sempre muito feliz em poder acompanhar o mais belo e feliz jovem casal do Rio de Janeiro. Constância se encontrava cada dia mais satisfeita com esse namoro, embora Edgar por muitas vezes demonstrasse apoiar Laura em suas ideias modernas o que interessava verdadeiramente à Baronesa da Boa Vista era ver que seu plano de unir sua família a dos Vieira estava cada vez mais próximo de ser concretizado, os Assunção cada dia estavam mais próximos da família de Edgar. Em uma dessas visitas para fazer a corte, Edgar chega à casa dos Assunção trazendo como sempre um pequeno ramo de alecrim e estranha ao ver Laura no jardim da mansão de frente para uma árvore. A namorada parecia ter muito trabalho no que fazia. Edgar chega por trás sem que ela perceba e cobre seus olhos com uma das mãos, dizendo próximo ao seu ouvido.

– Adivinha quem é?

Laura sorri e finge não saber: - Hum! Me deixe ver, tem cheirinho de alecrim, uma voz bonita, macia, empostada. Me deixou feliz só de sentir sua presença, pela voz deve ser muito bonito. É o Albertinho. (Diz divertida)

Edgar ri: - E por acaso o Albertinho te traz alecrim? Ele jamais poderia fazer isso com você. (Edgar rouba um selinho de Laura)

Laura: - Edgar cuidado o papai está em casa.

Edgar: - Desculpe. Mas não consigo passar muito tempo sem ganhar um beijo seu. Olhe o que eu trouxe! (Diz com sorriso no rosto erguendo uns ramos de alecrim na direção de Laura).

Laura sorri: - Alecrim.

Edgar: - Pra não deixar os que trouxe ontem, murcharem. Mas Laura o que faz diante dessa árvore? Você me parece um pouco cansada. (Intrigado)

Laura: - E estou, mas não vou desistir! Bem que você podia me ajudar. (Laura dengosa, mostra para Edgar o desenho que começara a fazer no tronco da árvore, na verdade um leve esboço já que as finas e delicadas mãos da menina não a permitiam forçar mais o traço.)

Edgar fica encantado e sorri ao perceber o que Laura começara a fazer no tronco daquela árvore. Encontrava-se em traços finos o esboço das letras L&E dentro de um coração, cravados na árvore.

Edgar: - L&E, Laura e Edgar meu amor?

Laura: - Uhum. (balança a cabeça em sinal afirmativo, emocionada). Quero deixar nosso amor marcado aqui pra sempre, por mais que o tempo passe e estivermos velhinhos esta árvore permanecerá aqui no mesmo lugar, guardando o nosso amor, assim como eu guardarei meu amor por você aqui (colocando a mão sobre o lado esquerdo do peito). Pra sempre.

Edgar também se emociona: - Eu vou te amar pra sempre Laura. (os dois se beijam)

Laura afastando Edgar: - Edgar, eu já disse que aqui não, se o papai nos vir ele vai ficar zangado.

Edgar: - Está certo (Um pouco contrariado). Mas então, você disse que queria que eu lhe ajudasse. Vamos marcar nossas iniciais neste coração juntos!

Edgar se coloca atrás de Laura e segura em sua mão direita. Os dois juntos agora formam o traço do desenho cravejando na árvore um coração com as iniciais L&E.

Laura emocionada: - Ficou lindo Edgar.

Ela com coloca sua delicada mão sobre o desenho, dentro do coração que junto com Edgar cravejou na árvore. Edgar então coloca sua mão sobre a de Laura e a acaricia. Neste momento eles não dizem nada, aproveitam apenas o toque das mãos e todos os sentimentos presentes naquele instante.

Laura: - Ai Edgar como eu te amo. (Laura em um impulso se vira de frente para Edgar e o beija.)

É Edgar que a interrompe agora: - Laura, você mesma disse que aqui não poderíamos nos beijar. E seu pai?

Laura ri: - Ah, se ele ficar bravo eu faço um denguinho pra ele e fica tudo bem.

Edgar ri: - Ah, é senhorita Assunção? Quer dizer que a senhorita usa seu denguinho a seu favor?

Laura apenas sorri concordando.

Edgar fascinado: - E há como resistir a uma namorada dengosa dessas?

Laura fazendo charme diz divertida: - Não sei, talvez seja possível.

Edgar: - Vem aqui vem. (Ele a beija de novo).

Estão agora os dois abraços de frente à árvore, Edgar então convida.

Edgar: - Que tal irmos à Colonial tomar um sorvete?

Laura sorri para Edgar: - Se for pra ir com você eu vou a qualquer lugar. Vamos lá falar com o papai.

Após o consentimento de Assunção os dois seguem para mais uma tarde de passeio juntos. Ainda no jardim do casarão dos Assunção, Laura faz um pedido:

– Ah, Edgar vamos de bonde? (diz animada e esperançosa em ouvir uma resposta positiva)

Edgar surpreso: - De bonde Laura?

Laura: - É. (diz ela de braços dados a Edgar e neste momento encostando a cabeça no braço direito do rapaz) Assim fazemos uma pequena caminhada até a linha do bonde depois seguimos de trem até a o centro. Nós nunca andamos de bonde juntos, aliás eu nunca andei de bonde, deve ser divertido. (diz ela divertida). Ah, diz que sim?! (Sendo dengosa)

Edgar: - Já vi que seu denguinho não serve apenas para convencer o Dr. Assunção não. (rindo). Então hoje andamos de bonde.

Laura suspende os braços comemorando: - Oba. (gargalhando).

Edgar segurando no queixo de Laura: - Tão bom ouvir sua risada.

Laura: - É culpa sua que me faz feliz assim desse jeito. (selinho).

Os dois então fazem uma pequena caminhada de braços dados até alcançarem a linha do bonde. Durante o trajeto riem, se divertem, trocam inúmeras juras de amor. Já no bonde, Edgar ajuda Laura a subir. Laura mal consegue ficar sentada, parecia uma criança na mais tenra idade, achava tudo tão interessante: a velocidade que o veículo tomava, a vista da cidade observada de dentro do bonde, as pessoas que se utilizavam do transporte.

Laura: - Ah, Edgar é tão divertido aqui. Obrigada por me proporcionar isso.

Edgar: - Eu faço qualquer coisa pra te ver feliz. Mas agora você precisa se sentar.

Laura: - Mas é tão mais divertido de pé. Dá pra ter uma visão mais ampla das ruas.

Edgar: - Sente-se Laura, é perigoso para uma moça como você ficar de pé no bonde. Você pode cair! Eu não quero que você se machuque.

Laura: - Ah, Edgar! (manhosa)

Edgar puxa uma das mãos de Laura, ele já está sentado: - Vem, eu abraço você.

Laura sorri: - Se for assim então, está bem.

Laura se senta ao lado de Edgar e os dois vão abraçados até chegarem ao centro da cidade. Edgar auxilia Laura a descer do bonde. Os dois seguem de braços dados para a Colonial. Lá escolhem seus sabores de sorvete preferidos e saem passeando pela rua do Ouvidor.

Laura olha para Edgar e ri: - Ai Edgar você fica tão lindo com a pontinha do nariz suja de sorvete.

Edgar pára de frente para uma das vitrines das tantas lojas da Ouvidor para olhar sua imagem refletida: - Mas não tem nada no meu nariz.

Laura tira um pouco do seu sorvete e suja a ponta do nariz de Edgar: - Agora tem! (Ela cai na gargalhada)

Edgar simulando estar bravo: - Ah Laura, eu te pego. (ele a agarra forte com um dos braços e na outra mão carrega seu sorvete, ameaçando sujá-la também)

Edgar: - Eu acho que sorvete também combina muito bem com esse seu rostinho lindo.

Laura rindo e implorando: - Não Edgar não me suje.

Edgar rindo também: - Mas você me sujou antes, é o justo. Além do mais essa sua pele branquinha e esse sorvete de morango farão um belo contraste.

Laura: - Para Edgar (Desesperada). Eu limpo o seu rosto. (Ela pega um lenço no bolso dele e limpa o que sujou). Pronto me redimi. (Rindo nervosa)

Edgar: - E meu beijo?

Laura: - Aqui no meio da rua?

Edgar sorrindo: - Uhum. Pelo tamanho da gravidade do ato você precisa cumprir uma pena maior. Quero um beijo.

Laura: - Está certo. (Ela beija o rosto de Edgar.) Pronto serviço completo.

Os dois continuam a andar pelas ruas e Laura pede para parar diante de uma vitrine.

Laura: - Ah Edgar, se incomoda de eu entrar para perguntar se há uma bolsa dessas do mesmo modelo, mas de outra cor?

Edgar: - Você quer essa bolsa Laura?

Laura: - Não em pra mim! Quero presentear a tia Celinha. É rápido eu só vou perguntar.

Edgar: - Se incomoda se eu esperar aqui? Quero ler aquele cartaz.

Laura: - Como quiser, eu já venho. (Ela sorri pra ele)

Laura entra na loja e Edgar do lado de fora logo é abordado por uma moça, loira, alta de olhos claros, aparentemente tendo uma idade próxima da de Edgar.

Elizabeth: - Com licença. Edgar Vieira?

Edgar: - Sim. Pois não?

Elizabeth: - Não acredito que se esqueceu de mim. (Demonstra estar chateada).

Edgar: - Me desculpe, mas tenho que confessar que não estou me lembrando, a senhorita é...?

Elizabeth: - Elizabeth. Irmã de Otávio Farias, seu amigo de escola. (Estendendo a mão para Edgar beijar).

Edgar então se lembra: - Ah! Sim. Perdoe-me, mas tanto tempo não encontro Otávio. E a senhorita vi poucas vezes. Como está? E Otávio ainda permanece em São Paulo?

Elizabeth: - Sim Otávio permanece em São Paulo. Não negue que se esqueceu de mim, concordo que nos vimos poucas vezes e isso já faz algum tempo, mas eu consegui reconhecê-lo. O garoto amigo de meu irmão, agora já é um belo rapaz, tem porte, é educado pelo que percebi.

Edgar vai ficando constrangido com as investidas da moça: - Muito obrigado. Espero que a senhorita me perdoe, mas preciso ir. Mande lembranças ao Otávio.

Elizabeth sendo bem direta: - Mas já? Minha companhia não lhe agrada? Esperava um convite para a Colonial. Um rapaz tão garboso com você não se pode dar ao luxo de permanecer sozinho.

Laura sorridente sai de dentro da loja indo ao encontro de Edgar:

– Edgar não encontrei de outra cor, mas a vendedora me garantiu que... (Laura de repente muda o semblante). Mas o que está acontecendo aqui.

Edgar nervoso: - Laura está é a ...

Elizabeth se adianta: - Elizabeth Farias, muito prazer. (Estendendo a mão para cumprimentar Laura que recusa o cumprimento). Não sabia que tinhas uma irmã mais nova Edgar.

Edgar: - Irmã? Não Laura não é minha irmã. Laura é minha...

Laura enciumada prossegue: - Namorada, sou a NA-MO-RA-DA do Edgar.

Elizabeth: - Não sabia que era comprometido. (Visivelmente chateada).

Laura se exalta: - Claro que não sabia, provavelmente a senhorita sequer deu chances do MEU NAMORADO dizer alguma coisa, já chegou flertando com ele. Claro, viu um moço garboso, educado, cavalheiro como Edgar e não perdeu tempo. Mas saiba que ele está comprometido COMIGO e estamos muito felizes juntos se queres saber, não é mesmo Edgar?!

Edgar surpreso com a reação de Laura, ficava cada vez mais encantado com a postura tão segura de Laura, ciumenta é claro mas tão segura nas ações:

– Sim meu amor, eu não poderia ter encontrado namorada melhor, a cada dia que passo ao seu lado me sinto mais feliz.

Laura olha encantada para ele e logo se dirige a Elizabeth:

– Mas pelo que percebi a senhorita queria uma companhia não estou certa? Bom já que Edgar é comprometido comigo fique com a companhia do sorvete dele (Laura arranca o sorvete que Edgar trazia em uma das mãos e esfrega na parte superior do vestido de cor clara que a moça usava). E contente-se com isso!

Laura furiosa puxa Edgar por uma das mãos: - Vamos Edgar, temos muito o que aproveitar ainda do nosso passeio como NAMORADOS. (Enfatiza)

Edgar incrédulo: - Laura! O que é que você fez?!

Laura: - Nada que água e sabão não sejam capazes de desfazer. (Ainda furiosa)

Edgar dá uma gargalhada encantado com ela: - Não sabia que era ciumenta.

Laura: - Eu não sou ciumenta. Só defendi o que é meu. Você é MEU namorado Edgar, MEU e não daquela Elizabeth lá com cara de coruja.

Edgar ri: - Cara de coruja, Laura?

Laura: - Vai dizer que não reparou. (Ainda brava)

Edgar: - Eu não. Para que irei reparar em alguma moça se a mais linda delas está aqui na minha frente.

Laura: - Sei... eu deveria ter feito mais devia ter arrancado todos os fios dos cabelos dela. (Laura movimenta as mãos como se estivesse tocando a rival).

Edgar assustado: - Laura! (ele logo se aproxima dela). Sabia que você fica ainda mais linda ciumenta desse jeito?!

Laura brava: - Já disse que não estou com ciúmes.

Edgar sorrindo: - E mais linda ainda tentando me convencer que não está com ciúmes. (Ele faz cócegas nela). Sua boba eu te amo! Moça nenhuma me interessa, só você, só você.

Laura solta um sorriso convencido. Edgar abraçado a ela acaricia seu rosto:

– Incrível que a cada gesto seu você consegue fazer com que eu fique mais apaixonado ainda, se eu não fosse um rapaz tão ajuizado eu seria capaz de roubar um beijo de verdade da senhorita aqui no meio da rua mesmo.

Laura: - Nossa! Imagina só o escândalo, a filha da Baronesa da Boa Vista aos beijos em plena rua do ouvidor com o filho do Senador Bonifácio Vieira.

Edgar ri: - Garanto que não seria tão difícil enfrentar todos esses olhares depois daquele flagrante do Dr. Assunção na sacada do seu quarto.

Laura começa a rir.

Edgar: - Eu achei que ele iria me matar.

Laura: - Fiquei bastante assustada,mas foi o dia mais feliz da minha vida, tudo o que você fez foi lindo Edgar e agora estamos aqui: namorando.

Edgar: - Eu te amo Laura.

Laura: - Eu também te amo Edgar.

Edgar: - Bom, agora que já andamos de bonde, tomamos nosso sorvete... se bem que eu acho que o vestido daquela moça tomou mais sorvete do que eu... (rindo)

Laura brava: - Ainda acho que foi pouco. (Fazendo zanga)

Edgar: - Preciso levar minha namorada para casa. A minha Laurinha. (Acariciando o rosto dela).

Laura sorrindo: - Sua Laurinha?!

Edgar: - Uhum. A minha Laurinha linda. Só minha.

Laura brinca: - Depois a ciumenta aqui sou eu.

Edgar ri e com cuidado aplica um rápido beijo no rosto de Laura. Logo depois, os dois seguem para a mansão dos Assunção e já na despedida, Laura leva Edgar até o portão.

Laura: - A minha vontade é não deixar você ir embora nunca mais Edgar.

Edgar: - O meu amor se eu pudesse eu não ficaria um minuto sequer longe de você. Mas amanhã eu estarei de volta.

Laura chateada: - Mas até amanhã o tempo demora tanto para passar.

Edgar: - Sonha comigo, assim como e faço com você que o tempo passa mais rápido.

Laura abrindo um largo sorriso: - Você sonha comigo Edgar?

– Todas as noites, todos os dias, até mesmo quando estou acordado, eu sonho com você... eu penso em você sempre, desde o dia em que eu te conheci.

Laura: - Que lindo Edgar. (Laura beija Edgar)

Edgar: - Laura! E se seu pai nos vir?

Laura: - Essa hora ele não sai à sacada. (Diz divertida)

Edgar ri: - Eu amo esse seu bom humor. (Ele então a beija e logo interrompe). Tem certeza que Dr. Assunção não está na sacada?

Os dois riem.

Laura: - Absoluta.

Os dois se beijam mais uma vez e se despedem fazendo inúmeras promessas de pensarem um no outro até que o próximo encontro chegue. E nesse clima de um amor forte e puro, onde um completa plenamente o outro os dois completam mais de dois meses de namoro. O mês de novembro de 1899 chega e com ele o aniversário de 18 anos de Edgar.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo teremos a festa de aniversário de 18 anos do Edgar e uma surpresa estará reservada pro nosso casal neste capítulo, basta saber se será boa ou ruim. Beijos até o próximo.