A Stranger In My Life escrita por Ladybug Girl


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Hey estou de volta!

Não vou estar dando prazos pois estou sem pc e só consigo escrever um cap depois de postar o pronto. Mas aos poucos estou recuperando meu foco. Sério vcs ñ sabem o que é ter um foco diferente a cada semana! Mas vai dar certo...

Boa leitura!



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A culpa lhe consumia. Era noite e Quinn não tinha voltado ao dormitório. Se fosse outra pessoa estaria tudo bem, mas Quinn não, ela quase nunca saia do quarto e agora ela poderia estar em qualquer canto.

À tarde quando chegou ao quarto tomou um susto com o que viu, tudo estava revirado, haviam roupas no chão, coisas quebradas, camas reviradas e o banheiro molhado. Achou que algum vândalo havia invadido seu quarto. Mas a porta estava trancada. Tudo estava lá dentro. Suas coisas, especificamente, continuavam no mesmo lugar. Eram as coisas de Quinn, foi Quinn que fez aquilo.

Isso só fez sua culpa aumentar ainda mais. Não tinha à esperado aquela manhã, saiu logo e pensou que a loira ficaria bem. Se tivesse à chamado teria percebido que não estava bem, teria evitado aquilo. Tudo que sabia que Quinn amava estava no chão, quebrado por suas próprias mãos, por qualquer motivo que com certeza iria além da sanidade.

Agora olhando para tudo que havia sobrado e ela mesma arrumara na estante, via o quão delicado tudo aquilo era. Ela sempre admirou tudo, mas nunca realmente parou para olhar tudo como quando estava separando as coisas quebradas das inteiras. Eram globos com os pontos turísticos mais visitados do mundo, pelúcias com versões antigas de Teddy, Mickey e vários outros personagens famosos.

Além dos objetos que normalmente ficavam na estante, também havia as coisas do armário. Roupas desenhadas e coloridas que pareciam ter saído de seriados pré-adolescentes dos anos 90, alguns jeans normais, um perfume infantil sem rótulo que Rachel conhecia muito bem o aroma, calçados imundos e algumas pulseiras, nenhum outro acessório ou maquiagem.

Mas abaixo da montanha algo chamou a atenção de Rachel. Várias pilulas e comprimidos estavam espalhados pelo chão, quatro variedades e quatro potinhos, diazepam, clozapina, fluoxetina e lítium. Fora o diazepam, que todo ser humano tem uma tia que usa, os outros eram completamente desconhecidos para ela. Ela também duvidava que Quinn usasse tudo aquilo. Pelo menos o diazepam não.

Aquela briga tinha começado no remédio.

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Nova York era bem assustadora depois das 8 da noite. Ela sempre soube disso, não era a primeira vez que ela fazia isso. Com a medicação tomada na ala hospitalar ela passaria pelo menos umas 12 horas sem divagar. Ainda estava pensando se voltaria lá ou não na manhã seguinte.

Ela não queria viver dopada. Foi isso que provocara toda sua ira aquela manhã. Ela não tomou o remédio, se machucou, deixou Rachel brava. Com certeza Rachel ficou mais brava ainda quando viu o dormitório. Ela tentou arrumar, mas não conseguiu e agora não conseguia voltar, mesmo estando ali, sentada de frente ao prédio que era seu lar a três meses. Ela nem percebeu que havia voltado ao campus, mas não queria entrar.

Estava frio e ela estava com fome, mas não voltaria nem se tivesse coragem. Era uma forma de castigar seu cérebro por não funcionar direito. Nunca adiantou realmente.

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10:45pm

Já faziam mais de seis horas que Quinn tinha sido liberada pelo médico e ainda não tinha aparecido no dormitório. Estava frio e tinha acabado de chover, mesmo assim Rachel não exitou em ir atrás de sua colega de quarto. Ela foi grossa e exigente, como sempre, mas com Quinn ela não poderia ser assim, tinha que mudar.

Se encolheu ao sentir a brisa, mas somente apertou o casaco e continuou. Não precisou andar muito para identificar uma figura encharcada debaixo de uma arvore, ela estava de olhos fechados e com a cabeça inclinada para trás, encostada na árvore. Parecia cantar.

"Quinn." A garota deu um pulo com o susto antes de olhar.

"Rachel, o que faz aqui?" Ela olha para seus pés. Um relâmpago ilumina o campus e Quinn estremece novamente. "Va-vai chover, você deveria entrar." Um pingo de água vindo das árvores caiu em seu olho quando ela olhou diretamente para Rachel, ela torceu a face e riu de se mesma sendo acompanhada por Rachel que se sentava a sua frente.

"É vai chover, você deveria entrar." Ela diz ainda sorrindo, legando uma mecha de cabelo de Quinn e a espremendo até escorrer água. Ela fez uma careta e o sorriso de Quinn agora sumiu.

"Você viu?" Quinn a olhava fixamente nos olhos com preocupação. No começo Rachel não entendeu muito bem, mas pela vergonha estampada na cara de Quinn ela se tocou de era do quarto que ela falava. "Eu-eu tentei arrumar tudo Rach, eu juro, mas... mas não deu, eu não consegui..."

"Não tem nada Q, eu não fiquei chateada, só um pouco... hmm... surpresa." Mas é claro, quem não ficaria? Sua colega de quarto super organizada de repente pira e resolve quebrar tudo e a bagunça sobra pra ela.

"Desculpa." olhou novamente para o chão.

Rachel imediatamente levantou seu queixo com uma mão. "Não, foi nada, você só estava um pouco... confusa." É claro que ela não diria que Quinn estava louca. Jamais. Mas ela sabia que era isso que o restante da universidade achava. Quinn havia saído do completo anonimato para a fama de louca.

"Fazia muito tempo que isso não acontecia. Foi assustador." Sorriu triste.

"Você não precisa explicar Quinn. Eu sei que eu fui muito rude na ala hospitalar, mas você não precisa dizer nada. Não, se você não Quiser. Você me conhece a pouco tempo, eu sou uma estranha qualquer! Só sou muito curiosa." Ela estava realmente muito curiosa.

"Você não é uma qualquer Rach. Você é... diferente e me contou um monte de coisa." Ela sorriu e olhou brevemente nos olhos de Rachel para depois volta-los ao campus. Ela respirou bem fundo. Um trovão soou forte e fez Quinn saltar novamente, logo os pingos de chuva começaram a cair, grossos como pequenas pedras caindo nas costas de Rachel.

"Quinn, vamos entrar!" Ela já se preparava pra correr mais Quinn continuava sentada tentando procesar tudo. "Vamos Quinn!" Puxou o braço da loira e quase que a arrastou para dentro do prédio dos dormitórios.

Quando chegaram Rachel soltou o braço de Quinn. A garota parecia estar um pouco assustada, mas bastou um trovão para tirá-la de seu transe e ela se virar imediatamente para fechar a porta.

"Ei, vá para o banheiro se secar, não quero te levar pra ala hospitalar de novo!" Rachel falou num falso tom de bronca e Quinn ficou vermelha.

"Sim senhora Berry!" Pegou a toalha e correu para o banheiro.

Rachel sentou-se na cadeira da escrivaninha e ficou pensando em tudo que aconteceu naquele dia. Foi difícil, o peito de Rachel doía só de pensar o quão pequena Quinn estava parecendo. Ela jamais deixaria de ajudá-la, se sentia impulsionada a isso. Por mais que ela sentisse vontade de espremer Quinn até ela soltar todos os seus problemas ela não conseguia sentir raiva por nenhum segundo, bastava olhar para aqueles olhos meigos para que tudo se esvaísse. Era frustrante, era diferente.

"Rae...chel, você pode me ajudar." Quinn saiu do banheiro indicando o curativo meio caido na testa. ela estava com sua habitual calça de ovelhinhas, uma blusa grande demais para seu corpo magro e o kit de emergência que ficava no banheiro.

"Claro, sente-se. Eu sou ótima em fazer curativos." Ela começou a limpar o ferimento e Quinn fez cara de choro. Era tão fofo. Droga Rachel! Ela não é um bichinho de estimação, bichinhos é que são fofos. Ela era... Droga ela era fofa! Parecia um filhotinho. "Meu namorado era jogador de futebol, eu que fazia seus curativos e eu sou... Bom, um pouco perfeccionista. Prontinho."

"Obrigada Rachel." Ela parecia um tomate.

"De nada. Eu vou trocar de roupa, é melhor você ir se deitar."

"É. Boa noite Rae...chel." Ela deu um abraço desajeitado que Rachel demorou um poco para processar, mas logo retribuiu e achou muito bom.

"Boa noite Quinn." Ela disse depois de ser solta e caminhou para o banheiro com o rosto ruborizado.

Droga Rachel! O que é isso?

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Era quase 2:00am e Rachel ainda via, ouvia e sentia o movimento incessante da cama de cima. Ela já estava com uma vontade quase que criminosa de fazer Quinn parar, mas ela não queria dizer nada, já disse o suficiente por um dia. Ma serio, ela estava pirando! Tem um monstro atacando Quinn? O colchão se transformou em pregos?

"Rachel." A cabeça de Quinn pendeu na cama de cima.

"Oi Quinn."

"E-eu não consigo dormir." Falou em um sussurro.

"Nem eu." Sussurrou de volta. A cabeça de Quinn subiu novamente e foi substituída por pés envoltos em meias vermelhas e calças de pijama de ovelhas. Quinn desceu e se ajoelhou na frente da cama de Rachel com um Teddy de pelúcia em mãos, bem apertado.

"Eu... Eu, posso ficar aqui?" Falou com cara de cachorrinho, em tom baixo e apertando cada vez mais o urso contra o peito.

Rachel não respondeu, apenas levantou a ponta do cobertor e observou Quinn se esgueirar para de baixo sem muitos movimentos bruscos. Ela entendia que tinha sido um dia difícil. Jamais diria não.

"Minha mãe morreu quando eu tinha seis anos. Eu estava lá, eu vi Rachel." Rachel ficou meio assustada com a voz depois de quase dez minutos de silêncio e mais ainda com a informação.

"O que?" Se virou para olhar para loira que continuava encarando a chuva que caía pelo vidro da janela.

"Foi num acidente de carro. Estavam eu, ela e meu padrasto." Fez uma pausa para suspirar. " Era madrugada, estava chovendo muito, eles estavam brigando e de repente Jon perdeu o controle do carro." Rachel estava perplexa, ela não conseguia dizer nada. "Eu fui a única que fiquei consciente. Eu via ela gritar e agonizar e não podia nem chegar perto porque estava presa ao assento. Até que ela parrou. Só." Suspirou. "Foi a ultima vez que à vi."

"Por isso você não gosta de chuva, nem da noite?"

Quinn assentiu.

"Depois de dois dias na casa de Santana, Jon foi me buscar. Nós morávamos na mesma rua." Ela finalmente se virou para Rachel, agora olhando para o joelho direito e desenhando círculos imaginários com os dedos, enquanto colocava o ursinho mais perto do rosto. Ela não chorava, mas tinha os olhos cheios de tristeza. "Ele sempre me achou meio... estranha, mas sempre me tratou bem. Só que depois que ele voltou parecia diferente. Ele não gostava de olhar pra mim. Disse que eu lembrava minha mãe. Parecia sofrer." Fanziu o celho. "Ele me deixava na casa de Santana sempre que ia trabalhar. Até que um dia ele não foi e a sra. Lopez disse que era só alguns dias." Os círculos ficavam cada vez mais lentos. "Eu à via trazer todos os dias algo meu. Então quando o a quarto de Santana já estava pela metade com minhas coisas eu vi uma família se mudando pra minha antiga casa. Aí eu notei que ele não ia mais voltar."

"Isso é..." Horrivel, trágico, catastrófico! Ela não tinha palavras para descrever esse pedaço de história de Quinn.

"É!" Suspirou triste. "Eu... Eu não quero mais falar Rachel." Quinn quebrou nesse momento. Parecia que ela tinha se forçado a contar isso. Rachel se sentia como se tivesse forçado Quinn a fazer isso.

Ela à abraçou, fortemente esperando cada soluço passar. Mesmo depois que passaram e só restavam os leves tremores, Rachel não à soltou. Ela não queria mais solta-lá, nunca mais. Ela seria capaz de ficar assim para sempre só para proteger Quinn de todo esse sofrimento.

Ela dormiu olhando para os dedos nervosos de Quinn que não paravam de circular uma pequena ovelha desenhada em sua calça.


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Notas finais do capítulo

Não sejam malvados comigo, comentem! bjs até o próximos.



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