The Innocent Can Never Last escrita por Clarawr


Capítulo 20
Capítulo 20 - Epílogo


Notas iniciais do capítulo

OLHA QUEM VOLTOU! Eu queria ter postado tudo antes, na verdade o capítulo já estava praticamente terminado, mas a minha internet ficou de graça e eu não estava conseguindo postar (além do mais, eu tava sem coragem asieuaiouewo). Podem ter certeza que eu estou postando isso no primeiro minuto depois de a internet ter voltado ♥
Esse epílogo se passa na época de Em Chamas, mais precisamente na véspera do Massacre, logo depois das entrevistas, que no caso significa logo depois de a Johanna ter mandado todo mundo se foder HEUHEUEH.
Espero que vocês gostem. Acho que vocês vão gostar, sim.
Agradecimentos depois do capítulo.



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Há sete anos atrás, eu era um tributo. Há exatamente sete anos atrás, eu estava enrolada nas minhas cobertas no segundo quarto do corredor do sétimo andar do centro de treinamento, no alto dos meus 15 anos, sendo assaltada por um pensamento repetitivo que martelava a frustrante frase em minha cabeça: “Você vai morrer.”

Eu não morri. Vaso ruim não quebra, não há frase mais verdadeira que essa. Então, há exatos seis anos, eu voltei para a Capital, dessa vez como mentora. E aí a minha vida começou a explodir, pouco a pouco, na minha cara. Cada explosão me deixou uma cicatriz que eu carrego até hoje. Uma delas aconteceu aqui, exatamente nesse percurso, também há seis anos, da última vez que eu fiz o caminho do sétimo para o quarto andar do prédio e bati na porta de Finnick Odair.

Faz seis anos desde a última vez que eu andei esse percurso. Assim como da última vez que eu vim aqui, meu coração está na boca. Meus dedos parecem ter ganhado vida própria. As reações de meu corpo são exatamente as mesmas. Mas as motivações são completamente diferentes. Não importa o meu nervosismo ou o meu medo, se eu corro ou não o risco de não ser perdoada. Esperei seis anos para poder contar a verdade e agora eu vou até o final. Aperto o botão quatro do elevador e desembarco. Bato em sua porta, exatamente do jeito que eu fiz durante todo aquele ano, o meu primeiro ano como mentora. Será que fazia só seis anos? Para mim, uma vida inteira tinha se passado.

Finnick abre a porta e arregala os olhos. Mas passada a surpresa, vejo a postura dele mudar. Ele está na defensiva, os olhos frios.

– Johanna? – Ele franze o cenho.

– Eu preciso falar com você. – Respondo com um fiapo de voz.

Ele ergue uma sobrancelha.

– Fala.

Olho para os lados do corredor. Não posso arriscar que ninguém descubra a verdade além de Finnick, a única pessoa a quem eu devo satisfações. Do jeito que as coisas estão, na iminência de uma rebelião, com toda a certeza esse e todos os outros corredores desse prédio estão sendo monitorado. Talvez até seu quarto também esteja sendo vigiado, mas pelo menos eu me vou me sentir menos exposta se entrarmos.

– Aqui não. Posso entrar? – Ele vai falar que não, eu sei que vai. Eu também negaria.

– Eu achei que fosse exatamente esse tipo de coisa que você achasse um erro, Johanna. – Um sorriso cruel contorce sua boca enquanto ele cita o que eu disse para ele naquele dia. Seus olhos continuam impenetráveis, mas só a mágoa que reveste essa frase já me mostra que não fui perdoada depois de todo esse tempo.

– Por favor, Finnick. – Não consigo olhar para ele. Todas as coisas que eu falei aquele dia, todos os tiros que eu disparei para que ele passasse a me odiar voltam a minha cabeça com um flash e eu simplesmente não consigo levantar a cabeça. Miro o chão. – Você não vai se arrepender.

– Por que eu deveria deixar você entrar?

– Porque eu vou te explicar o que aconteceu de verdade naquele dia. Lembra que era isso que você me perguntava o tempo todo? O que aconteceu de verdade? Então. Agora você vai saber. – Pronto, falei. Ele que faça o que puder disso. A Capital também.

Ele fica parado me olhando e solta um sorriso irônico.

– Seis anos depois? Agora não me interessa mais. – Sinto como se uma farpa estivesse incomodamente alojada no meu estomago, mas só agora eu fosse capaz de sentir a dor proporcionada pelo machucado. – Além do mais, você já explicou. Foi um erro. – Ele cita de novo. – Eu entendi. E você não quer cometer esse erro de novo, quer?

Não posso falar mais nada sem dar alguma pista à Capital, porém preciso desesperadamente fazê-lo me deixar entrar. Eu queria ter lágrimas para poder chorar, mas já faz muito tempo que elas secaram. Queria poder ter alguma reação que o amolecesse, mas eu já não tenho as reações certas há muito tempo. Então eu simplesmente paro de olhar o chão e encaro-o de frente, sem falar nada. Não sei o que falar. Mas não vou desistir assim tão fácil.

Ficamos nos olhando durante muito tempo, até que eu consigo dizer alguma coisa.

– Por favor... – Soa péssimo. Eu estou implorando e eu odeio isso. Mas eu não tenho nada a perder e essa é a única reação verdadeira que eu consigo esboçar, além da urgência desesperada que parece emanar de todo o meu ser.

Ele não diz nada e continua me olhando. Lembro-me daquele longínquo dia nesse mesmo corredor quando conversamos de verdade pela primeira vez, ele ficou um tempão me olhando e depois soltou meu cabelo. Pergunto-me se ele vai novamente tomar uma atitude que me surpreenda, como sempre faz. Ou fazia.

– Vem. – Ele acena com a cabeça para que eu entre. Eu quase grito de alívio. Mas só uma parte dos pesos tinha sido suspensa. Ainda falta muito para que eu possa me sentir aliviada de verdade.

Ele senta em sua cama e eu sento de frente para ele. Respiro fundo e deixo as palavras que lutavam com tanto desespero para sair finalmente se libertarem.

– Você se lembra daquele dos meus tributos naquele ano? A Liz e o Roger? – Reviver isso tudo vai ser péssimo, mas certas coisas a gente precisa relembrar para poder seguir em frente.

– Lembro. Os irmãos.

– Sim. – Eu continuo olhando para baixo. – Lembra que a Liz ficou entre as três últimas, certo? Ela podia ter vencido. Aliás, eu tinha quase certeza que ela ia voltar para casa. Mas ela morreu.

– Comida por aqueles bestantes. – Finnick completa.

– Sim. Aí é que começa tudo. – Eu respiro fundo novamente. – Eles mandaram aqueles bestantes para ela por minha causa.

Finnick arregala os olhos.

– Como assim por sua causa?

– Ela estava com a perna aberta, a infecção piorando. Eu tinha que mandar alguma coisa, mas não tínhamos patrocinadores suficientes. Eu simplesmente não agüentei, Finnick. Eu não podia ver aquela menina de quatorze anos morrendo de septicemia sem fazer nada! – Minha voz vai ficando mais aguda. – Aí eu saí escondida para o banco e peguei do meu dinheiro para completar o que faltava para o antibiótico. Juntei o meu dinheiro e fingi que um dos patrocinadores tinha mandado. Lembra aquele dia que eu cheguei no seu quarto com dois drinques para gente dividir? Comemorando porque eu tinha conseguido salvar Liz? Você quis saber como eu tinha conseguido. Eu não consegui, exatamente. Eu simplesmente bebi com um dos Patrocinadores até ele cair, roubei o cartão dele e mandei a porra do dinheiro. – Ele ainda me encara com os olhos arregalados.

– Meu Deus, Johanna... – Ele parece atônito. – Você é louca.

– Eu sei. – Digo, com um meio sorriso que logo desaparece. Nas atuais circunstâncias, isso é praticamente um elogio. – Só que você sabe muito bem que isso não pode. E o Snow descobriu. – Não consigo chorar. Se conseguisse, talvez eu não me sentisse tão arrasada quanto me sinto agora. – Eu lembro do que ele me disse até hoje. Ele me chamou na sala dele e falou: “Se você quiser ser uma boa mentora, senhorita Mason, você terá de aprender que nem todos podem ser salvos. Eu pensava que uma participação nos Jogos fosse servir para lhe mostrar isso, mas acho que terei de usar de outros meios para que você descubra.” Na hora eu não entendi, mas quando eu ouvi o canhão da Liz, tudo fez sentido. Ele mandou os Idealizadores soltarem aqueles bichos porque ele sabia que a Liz era a única que não acampamento montado. Ele sabia que, assim que ela melhorasse da infecção, ia ter de seguir caminho. Foi muito fácil saber o caminho que ela estava tomando e soltar os bestantes. A intenção era matá-la. Ele fez isso para me atingir. Ele fez sabendo que era o meu primeiro ano, que eu estava despedaçada e que eu tinha me apegado à Liz.

Preciso fazer uma pausa, se não vou explodir. Enterro o rosto nas mãos, como se bloquear minha visão do mundo pudesse me ajudar de algum jeito. Não ajuda. Aliás, é até pior. De olhos fechados, as lembranças dos berros de Liz enquanto ela era devorada aos poucos ganham muito mais força.

– Assim que eu descobri a armação, fui falar com o Snow. Eu sei que não devia ter ido, mas eu estava tão furiosa que perdi a linha. Entrei no gabinete e falei um monte de besteira, peguei ele pelo colarinho e quase o estapiei. Fiz besteira, eu sei que fiz, mas não consegui me controlar. Não pensei nas conseqüências, de novo. – Solto um suspiro pesado. É isso que sempre me fode. Impulsividade. - Voltei para o meu quarto e os Jogos acabaram no dia seguinte. Daí todos nós saímos para almoçar, lembra, naquele banquete do fim dos Jogos e tudo o mais?

– Lembro. – Ele balbucia, ainda chocado demais com a minha história.

– Quando eu voltei pro quarto, tinham colocado uma televisão lá e um filme. Estava escrito para eu ver. Eu vi. Sabe o que estava lá? – Minha voz está tão baixa e trêmula que eu preciso engolir em seco para soar um pouco mais clara. Mas o ar parece preso na minha garganta, impedindo-me de fazer qualquer coisa direito. Preciso seguir em frente. – Um filme de uns Pacificadores torturando a minha mãe. Um vídeo completo dela sendo chicoteada e depois queimada viva. – A minha voz parece uniforme e estável, mas eu me sinto novamente como naquele dia em que recebi o paraquedas com o CD no meu quarto: arrebentada. - Eles filmaram a minha mãe morrendo e me mandaram, Finnick. A minha mãe. Um recadinho do Snow para mostrar o que acontece com quem não anda na linha. – Uma dor interna muito real atinge em cheio meu peito. Parece que estão perfurando-me e remexendo meus órgãos internos com um pedaço de pau. Bem lentamente, para que cada nuance da dor seja completamente apreciada por mim. Solto um suspiro para tentar aliviar a pressão interna. – E eu entendi. Não queria ouvir duas vezes. Além disso, eu sabia que não ia precisar de muito para o Snow repetir o truque dele. E eu fiquei com medo, Finnick. – Eu começo a soluçar descontroladamente, o que sempre acontece quando eu estou desesperada ou magoada demais. Soluços secos, sem uma lágrima sequer. Eu soluçava tanto que faltava oxigênio, sempre que eu puxava o ar, um soluço cortava todo o esforço de levá-lo até os pulmões e eu sentia como se estivesse sufocando. – Eu não queria... Eu não queria que fosse... Eu achei que ele pudesse pegar você. Então... Aí eu fiz aquela cena. – Faço uma pausa para tentar respirar direito, mas não obtenho sucesso. – Para ele achar que a gente não tinha nenhuma ligação. – A última frase sai distorcida e engasgada, mas sai.

Ele fica muito tempo calado sem conseguir ter nenhuma reação, seus olhos me encarando obsessivamente. Como se ele estivesse se lembrando de alguma coisa ou como se toda a minha situação fosse levemente familiar para ele também. Mas talvez ele estivesse apenas dando um tempo para eu voltar para os eixos. Daí finalmente fala:

– Você podia ter me contado...

– Não podia, não. Teimoso do jeito que você é, ia tentar dar um jeito de me ver. – Eu esfrego o nariz. – Além do mais, eles estavam de olho em mim. Me vigiando. Se o Snow desconfiasse, ele já ia ter uma arma contra mim. Eu preferi fazer você não querer mais olhar na minha cara para ficar mais verdadeiro.

Ele sacode a cabeça.

– Você tinha que ter me contado! – Ele diz, meio exasperado. – Johanna, você acha mesmo que o Snow ia mandar me matar? Eu dou muito dinheiro para a Capital. Muito mesmo. Nada do que você fizesse ia compensar todo o dinheiro que ele perderia caso mandasse me matar.

– Ele não está ligando muito para isso agora que você está prestes a voltar para a arena, não é? – Respondo, para mostrá-lo que ele não é tão inestimável a ponto de não poder ser tocado pela Capital. – De qualquer maneira, eu pensei nisso, mas depois que a merda já estava feita. Eu tinha acabado de perder a minha mãe e a Liz... Eu estava muito traumatizada... Eu morri de medo. – Um soluço corta minha voz novamente e eu sinto algo molhado em meu rosto. Será possível? Estou chorando depois de todo esse tempo. - Mesmo. Você não tem idéia. Eu só preferi não arriscar.

Ele me olha, mudo. Completamente mudo. Irritantemente mudo. E toda a minha agonia anterior se transmuta em raiva.

– Olha só, eu vim aqui para te explicar tudo. Se você continuar sem querer olhar na minha cara, ah, eu bato a porta desse quarto e aí quem não olha mais na sua cara sou eu! - Eu me levanto da cama, minha voz se elevando. Depois de tudo que eu fiz por ele, ele ia continuar me ignorando? – Eu abri mão de coisas muito importantes para tentar manter você vivo! Como você acha que foi para mim ver a Annie ser escolhida como tributo, sabendo que você é apaixonado por ela...

– Johanna. – Ele me chama, mas eu ignoro.

– ... e não poder vir aqui te consolar? Como você acha que foi para mim aguentar esses seis an...

– Johanna! – Ele grita e se levanta também ficando de frente para mim.

Eu paro, assustada. Então ele dá seu veredicto:

– Eu senti sua falta. – Não vejo acontecer. Só sinto os pesos sendo levantados, o alívio rastejando na minha direção. Quando dou por mim, estou nos braços de Finnick, chorando feito um bebê em seu ombro. Ele afaga minhas costas.

Aquela garota forte que mandou Panem inteira se foder na entrevista? Esqueça. Nem sombra dela. Ela é feita de argila. A Johanna forte não existe, nunca existiu. Eu não sou uma vitoriosa. Eu sou uma sobrevivente. E ser uma sobrevivente não inclui necessariamente tornar-se imune ao sofrimento.

– Eu também senti sua falta. – Respondo entre soluços

Finalmente nos largamos. Ele senta na cama e eu sento a seu lado, como costumávamos fazer.

– Por que você decidiu me contar isso agora?

– Porque amanhã a gente volta para a arena. – Eu respondo, ainda soluçando um pouco, o que me faz parecer menos decidida do que eu gostaria. – Não vamos sair de lá juntos, porque ninguém vai engolir um suicídio mútuo outra vez. – Eu respondo, sorrindo um pouco, porque sei que Finnick é esperto o bastante para saber que esse é apenas parte do motivo. Ele sabe que, apesar de corrermos mesmo o risco de morrer no Massacre, é mais provável que nos mantenhamos vivos. Só que rebeldes. De qualquer forma, ou sairemos da arena para a rebelião ou não sairemos e esse não é o tipo de coisa que eu posso sair comentando com todos os quartos do prédio sendo cuidadosamente vigiados. Não faço idéia do que pode vir a acontecer, então me pareceu um bom plano finalmente abrir o jogo. – Além do mais, isso é algo romântico demais para nós dois e eu não quero deixar a Annie com ciúmes.

Ele sorri do jeito que costumava sorrir quando passávamos as noites aqui conversando, mas seus olhos se movem de uma maneira que me faz ter certeza que ele entendeu o recado.

– A gente volta para a arena. – Ele repete, pensativo. – Nunca achei que isso fosse acontecer...

Eu também nunca achei que estaria viva para ver a Capital prestes a ruir. Mas estou. Fico pensando o que mais pode me aparecer pelo caminho.

– Você está com medo? – Ele pergunta, sentindo minha desconfiança em relação ao que pode acontecer amanhã, em relação ao plano todo de sermos retirados da arena.

– Não. Não me importo muito.

– Não é tão fácil assim, Johanna.

– Já passei por coisas piores. – Eu digo sombriamente.

Ele suspira, absorvendo o que eu disse. Absorvendo que eu não sou a Johanna de seis anos atrás e que eu passei por coisas que me deixaram muito mais amarga do que eu já era. Talvez ele esteja ponderando se quer a companhia dessa nova Johanna. Mas ele me deve muito e eu não vou deixá-lo escapar assim tão fácil. Ele vai pagar todos os sacrifícios que eu tive de fazer para protegê-lo me agüentando daqui para frente.

– Boa sorte para nós, então. – Ele diz espelhando meu tom.

Meu trabalho aqui está feito. Tudo tinha dado certo. Levanto-me da cama, puxando as calças para cima.

– Já vai? – Ele pergunta.

– Não vou dormir aqui. De qualquer maneira, a gente se vê amanhã. – Eu sorrio de leve. – Vai ser engraçado te ver como tributo de novo, senhor Odair. Será que você ainda é tão bom quanto era aos 14 anos?

Ele revira os olhos.

– Quando a gente acha que já passou por tudo que tinha de passar... – Ele se interrompe e eu não sei se ele está se referindo ao fato de ser escolhido como tributo depois dos 18 anos ou ao fato de ter de me agüentar implicando com ele por causa disso.

– Blá, blá, blá. – Eu respondo da porta, revirando os olhos e menosprezando a reclamação dele. – Vê se não morre na Cornucópia, tá, bonitinho? Eu pretendo me aliar a você, então por favor, facilite a minha vida porque acho que depois de ter mandado todo mundo se foder na entrevista de hoje eu não vou conseguir muitos patrocinadores.

Ele solta uma risada.

– Eu até agora não acredito que você fez aquilo. – Ele sacode a cabeça, ainda rindo um pouco. Então ele se aproxima de mim e fala no meu ouvido, baixo o suficiente para que nenhuma escuta ou câmera que Snow possa captar suas palavras. – Você daria um excelente Tordo, sabia?

– Bom. – Eu começo, jogando o cabelo para o lado. – Eu não posso cuidar de tudo, não é? Alguém tem que fazer o trabalho sujo por mim de vez em quando.

– Ninguém faz o trabalho sujo como você, Johanna. – Ele responde, sorrindo de lado.

Sorrio também.

– É um talento. – Eu digo simplesmente, mas depois completo. – Nem todo mundo tem esse dom. – Olho para ele e sorrio mais uma vez.

Como agora, há sete anos atrás eu havia acabado de dar minha entrevista como tributo. Há sete anos, eu estava prestes a entrar na arena sem saber do meu destino. Há sete anos atrás, eu era um tributo, exatamente como sou agora. Mas há uma diferença.

Pelo menos dessa vez, eu sei que tenho Finnick do meu lado.

FIM

No momento, eu estou quase chorando. Vocês não sabem o significado que “The Innocent Can Never Last” tem para mim, então vocês não vão entender me ataque de pieguice. Mas o fato é que essa história existe dentro de mim há muito tempo. Essa foi a primeira fic que eu escrevi. Eu nunca pretendi postá-la, inicialmente era algo exclusivo para meu divertimento, mas uma fic aqui do Nyah (a tua mesmo, Valkíria asiduaeiouawe) me fez mudar de ideia e eu resolvi dar uma chance a história. Eu tenho pedaços dessa fic escritos no meu caderno de geografia do ano passado e no de matemática desse ano. Durante as aulas chatas, eu estava escrevendo ticnl. Durante o banho, eu estava pensando em ticnl. Durante as refeições, eu estava bolando diálogos para ticnl. Todo esse tempo eu respirei essa fic, tendo milhões de ideias novas, editando o mesmo capítulo mil vezes até tudo sair perfeito não só pra vocês, mas pra mim também. Eu me dediquei muito a tudo isso e por isso eu ficava imensamente feliz a cada comentário, a cada ponto a mais no “estão acompanhando essa história”, a cada vez que eu via que alguém novo tinha dado uma chance a minha história. Eu não tinha nenhuma expectativa para ticnl, gente, mas vocês ultrapassaram qualquer coisa que eu poderia ter sonhado. Eu sei que não é muita gente que lê, muito menos que comenta, mas eu gostaria de deixar aqui o meu muito obrigada por cada segundo que vocês passaram em frente a tela em função da minha história, seja lendo, chorando, rindo, comentando, etc.

Eu pretendo continuar postando fics aqui no Nyah, então a qualquer momento eu posso aparecer com uma história nova. Eu já comecei a trabalhar numa fic (completamente diferente de the innocent e sem tantas desgraças aiseuwiea) e, como vou entrar de férias oficialmente daqui a duas semanas, pretendo começar a postá-la mais ou menos no início do ano que vem. Então, isso não é um “adeus”. É só um muito obrigada a cada um de vocês. (Vocês acharam que eu fosse falar “é só um “até logo”, né?” UEHUEHU mas não, que coisa clichê).

Beijos, queijos e sarradas para a esquerda.

Clara.


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Notas finais do capítulo

Só para dizer que eu amo e mamo vocês ♥
Ai meu Deus. Eu vou acabar chorando.