A Arma Escarlate - As Aventuras Dos Píxies escrita por Erik Alexsander


Capítulo 2
Capítulo II - Viny Y-Piranga


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo dedicado especialmente á Lucas Santos.

E mais uma vez agradeço á Nadia Lima, por me dar ótimas dicas e conselhos e também sua atenção ás minhas chatices...heheheh



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Capítulo II

VINY Y-PIRANGA


Viny era um garoto muito brincalhão, porém tinha um forte temperamento que o fazia querer mudar o mundo. Mas isso não atrapalhava em quase nada, a não ser que algo se errado acontecesse... Aí seria outra história.

Enquanto o tal do menino chamado Capí falava para todos, ele ficou ali em meio aos outros estudantes, o admirando.

Até que ele é bonitinho, pensou. Tão fofo. Será que ele ficaria comigo? Acho que não. Era muito jovem, mas já tinha noção do que gostava. Não ligava se os outros achavam isso estranho ou não, afinal, a vida era dele e ninguém deveria opinar.

Mas logo esses pensamentos saíram de sua mente, pois quando todos prestavam atenção em Capí, um garoto nos fundos falou:

- Olha só, nosso querido Capí!

Como assim querido? Olhou para trás. Aquele era Abelardo. O que será que ele estava pensando em fazer?

Viny conheceu Abelardo enquanto fazia comprar no Subsaara. Lembrou-se imediatamente da hora em que ele convidou Viny para participar de seu grupo de amigos metidos, mas quando recusou o garoto virou as costas com a cara feia e o deixou sozinho.

Desde então percebeu que tinha feito a coisa certa. Nunca gostou de gente metida mesmo.

Só por precaução, Viny ficou apenas observando.

- Ele parece ser bem legal não é?

Uma menina de cabelos lindos e loiros que chegavam até a cintura estava do seu lado. Os olhos muito azuis, assim como o mar á sua frente. E apesar da idade, tinha um corpo muito bonito.

- É! Parece sim. – respondeu um pouco envergonhado.

- Qual é seu nome? – ele perguntou.

- Caimana Ipanema, e o seu?

Viny não respondeu. Olhou para Capí. Alguma coisa estava pra acontecer, pois viu o grupinho de Abelardo dando risadinhas.

Capí disse alguma coisa, pois todos os alunos estavam se dirigindo para o salão.        Ele não era novato, estava ali porque tinha uma pequena queda pelo Capí. Mas essa garota o deixou viajando nas nuvens. Estava confuso. Não sabia se gostava dele, um garoto que vivia quieto e não falava com quase ninguém ou se gostava de uma garota que mal conhecia.

- Aonde pensa que vai, filho de fiasco.

Quando essas palavras chegaram aos ouvidos de Viny, tudo desapareceu em questões de segundo, e a fúria por ouvir tal insulto inundou dentro dele.

Ele viu Capí de cabeça baixa e os garotos darem sonoras gargalhadas dele.

- Ei! – Viny chamou na esperança de que Capí levantasse a cabeça. Ele não o conhecia, muito menos era amigo dele, mas não deixaria que fizessem esse tipo de coisa com o garoto. Debocharem dele e humilhá-lo.

- Estou falando com você! – o garoto voltou a falar para Capí.

- Para com isso! – Capí respondeu com muitas lágrimas no rosto.

- Me faça parar, filho de fiasco! – retirou uma varinha curta e marrom do bolso interno das vestes e apontou para Capí.

- Ei! Deixe-o em paz. – Viny gritou. A raiva que sentia ao ver Capí ali indefeso não era algo que podia ser descrito.

Capí olhou para ele. Viny andou até eles á passos largos e o punho cerrado. Colocou a mão dentro da capa e retirou sua varinha prateada que brilhava com o reflexo do Sol. Caimana vinha logo atrás.

- Aonde você vai? – e viu que Viny estava se dirigindo para o grupinho. -Espere esse garoto só vai fazer você se meter em encrenca!

Mas Viny estava cego de raiva. Não deu a mínima para o que a Caimana estava falando.

- Bàtà! – gritou apontando a varinha para Abelardo.

O feitiço emitiu um jato de luz da varinha de Viny e atingiu Abelardo pouco abaixo da barriga, fazendo-o se curvar de dor com um gemido que foi abafado pelas vozes preocupadas de seus amigos.

- O que vou fez? Onde aprendeu á fazer isso?

- Aprendi!

- Como assim aprendeu?

Viny deu de ombros.

Capí olhava de Viny para Abelardo com olhos arregalados de pavor. Abelardo se recompôs do ataque e olhou para Viny. Seu rosto estava vermelho, talvez pela falta de ar ou então porque ficou nervoso com o Viny se intrometendo.

Apontou a varinha para ele e gritou.

- Ikún! – um jato vermelho saiu de sua varinha, mas Viny conseguiu desviar e ao fazer isso, sem querer empurrou Caimana que caiu no chão soltando um “Ai!” ao atingir a areia.

Viny tornou a levantar a varinha, mas Caimana a tirou de sua mão tão rápido que quando ele percebeu, ela já mantinha a varinha nas costas.

- Devolve minha varinha! – disse pra ela.

- Não! – ela respondeu firme.

- O que há de errado com você? – perguntou.

- O que foi? Vai deixar a garotinha tirar a varinha de você? Covarde! – Abelardo falou se aproximando com uma das mãos sob o abdômen.

- Caimana, me dê essa varinha! Agora!

- Já falei que não! – ela lançou um olhar que fez Viny recuar.

- Nossa! Tá com medo de uma garotinha frágil é?

Caimana virou-se para ele, apontou sua varinha e falou.

- Oxé!

Abelardo caiu uns três metros de onde estava na areia.

- Isso é pra você nunca mais me chamar de “garotinha frágil”, seu mané!

Capí fora para perto de Viny, não acreditando que ele tinha feito aquilo.

- Você está louco? Podemos levar uma baita suspensão, ou pior.

Abelardo se recompôs novamente, mas desta vez, seus amigos também estavam de varinhas á postos.

- Agora estamos perdidos. – Capí falou baixinho.

- Nada disso.

- Estão com medo? – Abelardo provocou. – Não são capazes de se defenderem sem varinha?

Viny andou de encontro á eles, que pararam á espera. Quando chegou suficientemente perto o bastante para dentro dos olhos de Abelardo, este deu sorriso de canto de boca.

Aquele sorriso provocativo foi a ultima gota d’água para Viny, que deu um soco certeiro no rosto de Abelardo. A cena parecia em câmera lenta. A mão de Viny no lado esquerdo do rosto de Abelardo, a boca aberta e um dente voando para longe e caindo na areia, enquanto os amigos dele ficaram de boca aberta, mas de surpresa.

Eles nada fizeram além de olhar com desprezo e ódio para Viny. Abelardo que agora estava caído na areia levou as mãos á boca, que estava começando a sangrar.

- Você vai se arrepender por isso! – Abelardo disse com a voz abafada pelas mãos.

Levantou-se rapidamente com a ajuda dos amigos e foram correndo o salão principal.

- Isso não é nada bom. – disse Capí. – Eles com certeza vão falar para o conselho e estaremos encrencados.


- Sua mão! – Caimana falou.

Quando Viny olhou pra ela, uma mancha vermelha e roxa se estendia no local do impacto entre a mão dele e o rosto de Abelardo.

- Venha, posso te ajudar!

Viny o seguiu até uma floresta que ficava do lado oposto da praia.

Caminharam pouco até que Capí falou.

- Aqui!

Agachou-se onde tinha uma estranha planta pequena e azul marinho. Com pétalas abertas e no centro alguma coisa brilhava de um verde intenso, como se fosse feito de neon. Retirou com muito cuidado uma pétala e pegou um pequeno estilete dentro do bolso. Cortou e colocou um pedaço na mão do Viny, fazendo pressão.

O alívio foi imediato. A dor que sentia antes foi se esvaindo e uma seiva branca saiu da planta.

- Uau! Como sabia disso? – Caimana perguntou.

- Esta bem melhor agora. – Viny disse.

- Aprendi com meu pai. Vivo á muito tempo aqui.

Viny olhou para a mão, quando tirou a planta de cima, a vermelhidão havia diminuído.

- Vamos! Não devíamos estar aqui. Se descobrirem, estamos ferrados.

Um homem alto e jovem estava parado atrás deles. Tinha os cabelos castanhos um pouco emaranhados, e vestia umas roupas surradas, como se estivesse acabado de chegar de uma viagem. Tinha um olhar seu olhar era juvenil, como se tivesse chegado de um parque de diversões.

- O que estão fazendo aqui? Deveriam estar no salão principal com os outros alunos. Dalila vai ficar uma fera. – disse pousando seu olhar em Caimana.

- É que... – Capí começou a falar, mas não conseguia mentir, então Viny cortou.

- Eu machuquei a mão e... o Capí me trouxe aqui por causa dessa planta milagreira.

Ele olhou desconfiado de um para o outro e finalmente voltou á olhar para Viny. E então sorriu.

- Caramba, você mente muito mal! Precisa melhorar isso!

Viny e Caimana ficaram se olhando sem entender nada, mas Capí começou a rir também.

- Me contem o que aconteceu.

Capí contou tudo o que tinha acontecido por meio dos protestos de Viny. Que no final ficou com a cara emburrada.

- Você não devia ter brigado com ele por minha causa. – disse á Viny.

- Um simples obrigado me deixaria feliz, sabia? – Garoto ingrato, pensou. Acabei de ajudar ele, salvei sua vida praticamente e nem agradece por isso.

Capí baixou a cabeça, fitando o chão.

- Calma pessoal, vamos voltar. Dessa vez eu ajudo vocês, mas da próxima vão ter que se virarem sozinhos.

E saíram da floresta seguindo o homem. Em silêncio. Estava muito bravo com Capí. Após passarem pela praia, entraram em uma espécie de pátio interno.

O pátio era enorme, com o tamanho de um estádio de futebol, como o Maracanã. Era rodeado de portas e viam-se muitos banquinhos e mesinhas de praça aqui e acolá. Muitos alunos estavam ali, conversando, jogando alguns jogos de tabuleiro estranhos.

Bem no centro do pátio, surgia um tronco de árvore gigantesco que subia com seu tronco massivo por muitos metros até o topo do morro. Não tinha folha algum. Apenas longos galhos que se abriam sustentando uma verdadeira favela do avesso: Construções de todos os tipos, tama­nhos e texturas subiam e subiam umas por cima das outras, seguindo a inclinação interna do Corcovado até lá em cima.

As paredes externas eram feitas de vários materiais diferentes, todas empilhadas umas nas outras. Eram mais de 700 metros de escola até o cume do Corcovado.

Eles pararam em frente aos primeiros degraus da escada em espiral, que dava voltas e mais voltas pelo enorme tronco.

- A sala do Conselho fica no andar 77. – Olhou pra cima.

- E porque deveríamos ir lá? – perguntou Caimana.

- Por que o conselho sentiu falta de alunos e logo depois chegou o garoto que brigou com vocês.

- Mas que covarde! – Caimana exclamou.

- Vamos? - Ele disse. E os três foram subindo os primeiro degraus para chegar até o septuagésimo sétimo andar.



















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Notas finais do capítulo

Peço que por favor, se você leu e gostou, deixe seu comentário! Ele é muito importante para mim! Obrigado!! :-D



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