O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 81
Uma nova ajuda




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Suspirei.

Ótimo, agora o Henrique acha que eu tenho um envolvimento na morte da Letícia. Falei jogando a carta para outro canto.

Mas você tem envolvimento na morte dela. Felipe argumentou sorrindo.

O encarei.

Oh, desculpe.

Revirei os olhos.

Eu sei, mas eu queria saber como ele afirmou com tanta certeza...

Sabemos que o principezinho não fala com ninguém, a Laura morr... A Mary e a Lavínia levaram o mesmo fim... a Letícia também... uau, só sobrou um. Ele riu.

Guarde seu sadismo para depois, tenho um pressentimento ruim em relação a isso.

Meu pai está sempre brincando Julie, por quê não tornar o que gosta de fazer ou sua obrigação em algo divertido, se ele deixou o Mike é por quê ainda vai se divertir com isso.

Tentei tirar a mascara, mas minhas mãos pesaram.

Você não vai a lugar algum, tem que ficar aqui.

O melhor seria voltar.

Vamos, eu aposto que desta vez será o principezinho.

Você acha mesmo?

Ele fez que sim.

Brinquei com uma mecha do meu cabelo.

Mas eu preciso saber se está tudo bem...

Felipe revirou os olhos e pegou a carta.

A Lorraine está depressiva, seu pai está louco, Henrique fugiu de casa... é está tudo bem.

Respirei fundo.

E eu nesta porcaria de maquina.

Não fala assim, além do mais, se não ficar ai você vai ficar igual a nós e eu vou ganhar uma bela irmãzinha.

Revirei os olhos.

É, acho melhor desligar a maquina, sempre quis ser irmão de 13. Ele falou sorrindo.

Eu prefiro ficar com a maquina.

Ele fez uma careta.

Oi, Julie, como está se sentindo? Heather perguntou entrando no quarto.

Bem. Respondi.

Olha, isso é tudo por questão do seu bem, tudo bem?

Olhei pros lados.

Tudo bem. concordei.

Ela pegou a adaga do Felipe e abriu outra ferida no meu outro antebraço.

Isso doeu. Respondi desanimada.

Ela sorriu.

Mostre o outro.

Fiz o que ela pediu.

Ela examinou a ferida ainda um pouco aberta.

Está realmente se recuperando, Julie. Ela falou contente e foi pegar algo no armário.

A Heather sempre quis ser cientista. Felipe sussurrou.

Por quê ela não é?

O André, ele é o cara mais brilhante que existe na união das dimensões.

E dai?

Daí que se ela não for tão boa quanto ele ninguém quer saber dela.

Oh...

Ela se aproximou novamente.

Quer que faça um curativo?

Vai ser necessário.

Quando você voltar a respirar o seu ar normal vai sim, estes machucados vão ficar por um bom tempo.

Respirei fundo.

Ela começou a fazer um curativo no meu braço.

Por quê está nos ajudando? perguntei.

Eu não estou ajudando vocês, eu estou me ajudando e para ajudar a mim mesma preciso cometer alguns sacrifícios.

Está nos usando para alcançar a fama como cientista? Felipe perguntou.

Ela riu.

Estou para várias coisas...

Felipe e eu nos entreolhamos.

Mas agora vocês devem ir, vamos, podem sair. Ela falou tirando a mascara e depois examinando a maquina.

Se o machucado fechar muito rápido vocês TEM QUE voltar. Ela falou olhando para Felipe.

Concordamos.

Compreenda bem, se ele fechar e você não voltar no mesmo minuto você vai se dar muito mal.

Felipe concordou.

Fomos andando pelo corredor.

Não liga para a Heather ela é muito dramática.

Ri.

O que vamos fazer agora? ele perguntou aparecendo na minha frente.

Eu não sei... preciso daquelas anotações. Respondi voltando a me preocupar.

Julie, para de pensar nisso por um instante, imagine o mundo cheio de arco-íris por trinta minutos. Ele falou abrindo a janela e mostrando um enorme arco-íris.

Fiz uma careta.

Tentando não estragar sua felicidade: o mundo não é repleto de arco-íris, eu talvez não tenha mais trinta minutos de vida e eu sou paranoica, não vou para de pensar nisso por um instante.

Ele respirou fundo.

Ok.

Sorri.

Agora precisamos encontrar aquelas folhas.

Elas estão carbonizadas assim como os livros.

Vai me dizer que entre todos estes seus lindos poderes você não consegue "desqueimar" algo.

Ele fez uma careta.

Não são lindos poderes, são poderes usados para o mal!

Sei...

Ele sorriu.

Olhe o quão mal eles são. Ele tirou duas anotações do bolso.

São as...

Anotações, eu roubei.

Mas você estava lá o tempo todo...

Poderes usados para o mal!

Devolve Felipe. Falei sorrindo.

Imaginou o arco-íris agora?

Revirei os olhos.

Por que as roubou?

Por quê você não vai acabar com o meu pai.

Mas eu não vou deixar o seu pai acabar com a vida de todos que eu amo para continuar vivendo.

Acontece, Julie que existe entre nos uma imortalidade, não tem como nos matar.

Claro que tem, quando essa energia amarela que você respiram se esgotar e vocês precisarem de mim.

Ele refletiu.

De uma forma ou outra você não terá as anotações.

Olha, acho injusto 14 pessoas contra mim.

A vida não é justa.

Ele sumiu.

Fechei os punhos.

Droga, droga, droga, ok, respira, não espera, você não pode respirar! Reclamei.

E ai? vai finalmente pedir ajuda para o único menos problemático? João perguntou se encostando no batente da porta e revirando os olhos.

Sabe o que mais odeio nisso tudo? eu odeio pessoas, aqui tem demais e eu não passo nem dois segundos sem algum falar algo.

Acho que está ficando estressada demais, eu só quero ajudar.

Todos querem, caramba, agora eu não vou conseguir nunca.

Olha, pensa assim: o que você tem a perder?

Meu tempo. Respondi seca.

O Felipe vai mudar de ideia por quê ele realmente gosta de você, acho que em breve ele vai voltar e...

Dane-se, eu não quero saber. Respondi descendo as escadas.

Se deixar que eu a ajude...

Eu já disse João, não quero ajuda, não quero conversa.

Ele revirou os olhos.

Pois eu não sou burro de insistir, afinal, depois que vai morrer é você mesmo.

E daí? todo mundo vai morrer, ninguém nunca deixou de morrer.

Ele pigarreou.

Vocês também vão morrer, ninguém foge disso por muito tempo.

Talvez... provavelmente está correta, mas não quer nem tentar?

Fiz que não.

Eu já tentei de tudo e sempre algo estraga, deixe-me pelo menos pensar.

Eu sempre deixo.

Sorri.

Olha, desculpe, mas é que eu só não entendo algumas coisas, o Felipe sempre foi bipolar?

Ele fez que sim.

Eu vou pensar em algo. Respondi.

Eu já pensei.

Acha que poderia me ajudar no meu plano?

Ele fez que sim.

Só tem mais uma coisa. Falei.

Ele me encarou ansioso.

Por quê está me ajudando?

Ele pensou um pouco.

Por quê você tem razão todos morrem e nós experimentamos isso quase o tempo todo, mas só experimentamos a metade, quem sabe eu possa experimentar por inteiro, sabe não tem muita coisa para fazer enquanto se está vivo.

Por quê todos estes espíritos, seres de capa... isso tudo só quer morrer?

É bom você nunca entender.

Concordei.

Mas acha que isso é bom, digo, trair seu pai?

Não é bom, mas eu acho que seria legal. Ele deu de ombros.

Obrigada então. Falei acenando.

Ele acenou de volta.

Se eu fazia ideia do que estava por vir?

Não passava por minha cabeça.


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