O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 76
Quase um confronto




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–Porfavor, antes que acabe com tudo para continuar sua linhagem psicopata, esclareça o que está acontecendo.

–Por que? acha que vou acabar com você agora? nem faz sentido lhe contar algo já que vai morrer.

–Espera, como assim?

–Por quê acabaria com minha diversão?é tão divertido ver alguém fugindo do Destino. Achar que pode por um mísero instante evitar seu fim. Vou lhe dar um exemplo.

Ele abriu a palma da mão que estava com um montinho de areia, a areia, por sua vez transformou-se numa pequena estátua com a imagem de Letícia.

–O que vai fazer? perguntei esquecendo-me das correntes e tentando avançar nele.

–Vou fazer o que posso fazer, provar o quão inútil o pensamento humano é. Se são racionais por que a maioria das coisas que fazem são totalmente irracionais?

Dei de ombros.

–Não precisa provar isso pra mim. Respondi.

–Comigo é bem simples. - Ele sorri. - Eu quero que acabe. - ele fechou a palma da mão. - Acabou.

Arregalei os olhos.

A areia antes clarinha ficou vermelha e começou a cair no chão.

–Lê!

Ele riu.

–Ela agora está com a Laura. - Ele falou apontando para a janela onde vi rapidamente o vulto da Laura sumindo.

–Não sei por que se acha racional já que pensa que tem o direito de arrancar a vida dos outros.

Ele deu de ombros.

–Sem lição de moral, por favor, deixe-me ser como sou.

Revirei os olhos revoltada, as lágrimas como sempre querem escapar de mim.

Ele sorriu melancolicamente.

–Sabemos muito bem, que eu só a matei por que estavam muito amigas.

Mariana que já havia se recuperado riu.

–Faz de novo!

–Claro, querida. -Ele falou colocando Mariana em um braço e com o outro abriu a mão cheia de areia. -Quem? Ele perguntou.

–O pai dela! Ela falou esfregando as mãos com prazer.

–Não! gritei.

Droga, Julie, cala a boca.

Ele riu.

–Ainda vamos nos divertir muito com este casamento, depois matamos ele.

Ela concordou de leve.

–O engraçado, Julie, é que você sempre acha que tem um avanço mais na verdade só está me ajudando. Ele falou colocando Mariana no chão.

Mariana riu.

–Faz de novo!

O monte de arei transformou-se na Amanda.

–O que ela tem a ver comigo? Protestei.

–Por enquanto, nada. -Ele fechou a palma da mão. - Agora você é a culpada pela morte dela.

O encarei de queixo caído enquanto a areia vermelha caia por entre seus dedos.

–Mas não se surpreenda, o melhor eu deixei pro final.

Suspirei.

–Veremos se é paciente o suficiente para esperar...

Revirei os olhos.

–Ah, pode brincar com meus filhos, eles lhe adoram, aproveite, e se quiser ir visitar sua família e fazer novos amigos na terra, adoro mata-los

O encarei insatisfeita.

Marina soltou minhas mãos.

–Vai ser muito mais divertido quando te matarmos. -Ela fez uma pausa - Sabe que isso vai acontecer, não sabe?

Eu sabia.

Ela encostou um pequeno vidrinho perto do meu olhos.

–Não note, eu faço coleção de lágrimas.

A encarei surpresa.

–Vamos, vou chamar a Fê para brincarmos.

Torci o lábio.

Mariana me puxou (e como ela é forte) até o corredor.

Acompanhei os nomes pendurados.

André, Amber, Arthur, Caroline, Vinicius, Heather, Miguel, Eduardo, João, Felipe, Marcelo, Fernanda e Mariana.

Entramos no quarto da Mariana que parecia um quarto de um bebê rico.

Ela riu.

–Não é perfeito?

Olhei em volta, um armário cheio de pelúcias, pelúcias não, animais mortos com palha dentro.

–Olha o que eu gosto de fazer com elas. Ela falou depois que percebeu meu olhar curioso nos milhões de animais empalhados.

Ela abriu uma gaveta de onde tirou várias canetas, cola, glitter e depois um pequeno machado.

Calma ai, um machado?

–Observe. Ela falou tirando um cachorro da estante.

–Não, espera um pouco. Falei segurando-a.

Ela mordeu meu dedo com força e abraçou o cachorro.

–Eles são meus brinquedos. Ela falou e começou a sair chamas de seu corpo infantil.

Me assustei.

Ela riu e parou de pegar fogo.

–Voltando ao trabalho...

–Acho que você vai gostar mais de brincar com este aqui. Falei abrindo minha mochila e lhe entregando meu tubarão de pelúcia (levo ele para todo canto).

Ela olhou para o tubarão por um tempo e o tirou de minhas mãos rapidamente.

–Só não estraçalhe ele, ganhei ele quando tinha sua idade e...

Ela me devolveu a pelúcia cheia de rabiscos, glitter e olhos postiços além de estar com toda a espuma para fora.

–Vamos parar de brincar disso. Falei guardando o tubarão.

Ela riu.

–Não!

Ela pulou nas minhas costas e tirou minha mochila.

–O que mais você tem aqui?

Revirei os olhos.

–Mariana me devolve!

–Não! Ela falou desaparecendo com minha mochila.

–Ótimo. Resmunguei olhando para os lados.

Olhei para as paredes.

Um interruptor.

Dei de ombros para meus instintos de "Não mexa em nada" e apertei o botão.

Uma luz verde enorme invadiu o quarto.

"Procurando intrusos"

Olhei para minhas mãos, uma luz vermelha em cima de mim e uma sirene.

Revirei os olhos.

"Encontrado dois intrusos"

Dois?

Olhei em volta e encontrei outra luz vermelha atrás da cortina.

–Felipe? que bom que está vivo. Falei quando puxei as cortinas e encontrei Felipe amarrado.

–Odeio minha irmã. Ele falou se soltando.

Ri.


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