O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 62
Vilã e Vilão




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–Mike que me perdoe, mas isso será ótimo, sabe, um tempo só nos dois. Felipe falou apoiando o braço no meu ombro.

Revirei os olhos.

–É como se eu tivesse a oportunidade de te convencer de que sua escolha de ficar com o Mike está errada.

Controlei mim mesma para que não revirasse os olhos outra vez.

–Vai ser muito legal, eu, você - ele me puxou mais para perto dele - o mundo maligno pela frente, tentar matar meu pai...

–Muito engraçado ha. ha. Respondi.

–Ainda está brava comigo? ele perguntou parando e forçando-me a parar também.

O encarei, encarei seus olhos azuis que causavam frio (talvez nem tanto quanto os de João) e tentei perceber alguma coisa a que se desconfiar.

nada.

–Quer um conselho? deveria cortar o cabelo, ele é muito bonito e tal - Ele falou brincando com meu cabelo - mas acho que se ficar muito grande você vai desaparecer.

–Que cara legal você, falar do meu cabelo. Falei revirando os olhos.

Ele fez uma careta.

–E a senhorita gostaria de companhia até sua casa?

Suspirei, tentar respirar um ar novo, legal.

–Você disse que iríamos para o castelo. protestei.

–Para chegarmos lá e você estragar tudo? - ele riu e eu lhe dei um soco de leve - Além do mais, eu consigo por energia em casa por um bom tempo.

Arregalei os olhos.

–Então os cadáveres que estão no armário de Henrique, e devo dizer, seu irmão é bom em hipnose, estão para servir de energia? foi você que os matou? perguntei me afastando dele.

–Julie - ele falou fazendo um gesto de surpresa - eu só estava salvando você.

–Você matou pessoas.

Ele fez que sim.

–Mas, eu posso consertar.

–Matando outras pessoas? perguntei.

Ele revirou os olhos.

–Julie, eu resolvo, não se preocupe.

Pensei um pouco, mas logo concordei.

–Posso ir para a sua casa? ele perguntou.

revirei os olhos.

–Pode. falei como se fosse uma coisa super ruim.

Ele sorriu.

~//~//~//~//~//~//~

–Julie. Leticia me abraçou com força.

–Oi. Falei tentando respirar.

–Julie, trouxe visita? Lorraine perguntou aproximando-se da porta.

–Chegou bem na hora da ceia. Leticia falou puxando Felipe para dentro de casa.

–Oferecida... Henrique cantarolou na minha orelha.

Fiz uma careta de retribuição ao comentário de Henrique e entrei.

–Onde está o Mike?Leticia perguntou sorrindo.

Felipe gesticulou "Batalha de irmãs pelo principezinho" e depois fez cara de nojo.

Oh, sim, eu entendi o que ele gesticulou, fazer o quê?

–Julie, seu amigo é muito educado. Meu pai falou quando finalmente resolveu parar de falar com Felipe e prestar atenção em sua filha negligenciada.

–Que legal pai. Falei deixando o livro que lia de lado e olhando Felipe confraternizando e fazendo minha família gostar dele.

–Então onde mora? Lorraine perguntou enquanto encarava Felipe com cara de "Que menino gentil".

nos entreolhamos.

–Er... a família de Felipe está de mudança. Falei fingindo não estar dando muita bola.

–O que aconteceu com o Mike? Letícia perguntou novamente, mas desta vez com a vantagem da família.

–Ele está... no... hospital. Respondi olhando para o prato de sopa na minha frente.

Meu pai deixou o garfo cair e todos os olhos se voltaram para mim.

–Os pais dele já sabem, imagino. Meu pai falou prestando atenção em mim pela primeira vez na semana.

–Pois sabe que não. Respondi.

–Mas o que aconteceu? Lorraine perguntou.

–Lorraine, eu estou conversando com meu pai, você não conhece meus amigos e eles não lhe tem importância.

–Julitte, pare - meu pai falou num tom bravo mais que o normal.

Ia falar algo, mas só levantei, no entanto Henrique segurou meu braço.

–Desta vez vamos conversar.

–Ótimo - falei sorrindo - a quanto tempo mesmo não conversamos? ah sim... vejamos... se namora a Lorraine à três anos, quase quatro acho que não conversamos a cinco.

Ele se levantou, mas logo sentou novamente e fingiu dar de ombros.

Soltei minha mão de Henrique e o encarei.

–Pai, você notou algo? meu braço está enrolado até o cotovelo em esparadrapo branco, não, digo, vermelho, todos notaram menos você, e se eu te perguntar agora qual é minha idade você vai ter de contar por que não se importa o suficiente para saber, até a Lorraine sabe - Lorraine estava espantada então só concordou de leve - não adianta tentar me barrar, tentar esquecer que eu existo ou me culpar pela mamãe, tentar criar um mundo diferente do meu e viver como se fosse a primeira vez, não é, você ainda é viúvo, ainda tem uma filha.

Meu pai me encarou.

–Eu sei por que não olha pra mim. Respondi olhando pro chão.

Ele olhou pro chão, mas logo pediu licença, saiu da mesa e foi para o escritório.

Sentei novamente e escondi meu rosto com as mãos.

Lorraine se aproximou de mim depositou um beijo em minha testa sussurrou um "sinto muito" e subiu.

Henrique e Letícia subiram as escadas silenciosamente.

Alguma coisa, melhor pessoa brincava com meu cabelo.

–Vai acabar ficando cega. Felipe falou.

Revirei os olhos.

–Ah, Julie, não fique brava, a Lorraine parece super legal.

–Ela é... talvez... provavelmente é só meu pai.

–Quer que eu vá embora?

–De jeito nenhum.

–Por que talvez vocês queiram ficar a sós e...

Segurei seu braço.

–Não me deixe sozinha. Falei lentamente.

Ele fez que sim com a cabeça.


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