O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 45
A provável queda do Destino




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391375/chapter/45

Procurei os corpos de minhas primas novamente, haviam sumido. Olhei por toda a parte, nada.

–Vamos. Falei indo em direção a porta.

–Para onde? perguntou Mike.

–Eu vim até aqui, agora eu vou acabar com o Destino.Falei.

–Não! -falou Felipe segurando minha mão- É isso que ele quer, ele quer que você vá atrás dele, você não vai conseguir fazer nada neste estado.

Tentei me acalmar contando até 60, mas não funcionou, por quê todos os momentos que paro para me acalmar lembro de cenas horríveis.

–Mas nós viemos até aqui em vão? falei ainda pensando em ir atrás do Destino.

–Não, você não nota que isso é um jogo? perguntou Mike.

–O Destino está brincando com você, ele vai fazer tudo para conseguir esmagar toda sua felicidade, tudo que é importante para você. Completou Felipe.

–Então ele nos trouxe aqui? ele sabia que isso ia acontecer? perguntei a mim mesma.

–Acho que suas atitudes são previsíveis para ele. Mike falou coçando a cabeça e mesmo que o local que estávamos tivesse uma luz muito fraca conseguia ver manchas de quem havia chorado em seu rosto.

–Melhor irmos embora. Falou Felipe levantando o corpo de Laura, decidimos que íamos enterra-la.

–Como? perguntei.

–Não sei, vamos procurar pelo castelo alguma saída. Falou Felipe olhando por todos os cantos.

–Acha mesmo que o Destino nos deixaria ir embora? perguntou Mike.

–Acho que o Destino vai demorar à aparecer... A Julie acabou com todos os espiões dele. Falou Felipe abrindo uma porta e olhando dentro.

–Será que ele já descobriu? perguntei baixo.

–Não sei. Felipe respondeu fechando a porta.

E neste momento descobri que ele sabia. Ouvimos uma grande gritaria do andar de cima.

–Descobriu. Mike falou.

Saímos correndo quando o teto começou a despencar.

–Um portal... falei olhando por todos os lados.

O castelo que o Destino tinha feito estava desmoronando mostrando que o verdadeiro estava embaixo, nós estávamos em uma masmorra.

Os detalhes do castelo eram lindos, o castelo era feito de pedras resistentes e a decoração era medieval.

Fomos abrindo as portas das celas e vendo esqueletos e esqueletos, provavelmente as vítimas do Destino.

–É isso! ele se alimenta da energia da vida dos outros. Falei alto.

–Ótima dedução! Mike falou fechando outra porta.

Andamos e encontramos minha cela.

Olhei para o local que o Destino já havia arrumado para minha estadia eterna.

–Vamos. Falou Felipe puxando-me para continuarmos andando.

Filosofo demais quando está tudo calmo ou em silêncio, mas naquele momento nada entrava em minha mente além de como os pais da Laura iam reagir quando vissem a filha deles morta pela 2a vez e fosse nós quem entregamos.

Continuamos andando e só depois de muito tempo encontramos uma escada que levou-nos até outro andar menos melancólico.

–Onde o Destino esconderia o portal? perguntou Felipe a si mesmo.

–Numa biblioteca? perguntei por quê eu perdi as esperanças e a única coisa que queria realmente fazer era ler.

Felipe riu e concordou, andamos em frente e pouco depois encontramos a biblioteca.

Era enorme, maior que muitas casas, todas as estantes estavam lotadas de livros, nunca havia visto tantos de uma só vez.

Andei até a seção "A", havia todo tipo de livros lá, logo todos estavam andando pela biblioteca sem nem estar mais interessado em procurar o portal.

Senti algo ruim me guiar e fui andando até outra estante. Para minha surpresa cheguei na estante "D" e observei todos os livros. "Destino". Quase me desequilibrei quando senti meus dedos tocando novamente aquela capa...

O livro estava quieto, como se estivesse dormindo. Segurei o livro com força e fui andando em direção aos meus amigos que estavam entretidos lendo outros livros.

–Julie, eu acho que sei como encontrar o portal. Falou Felipe mostrando-me um livro.

–O portal? perguntei.

–Já ouviu falar em viagens para dentro dos livros?

Sorri, era uma ideia genial.

Começamos a ler e em pouco tempo estávamos no jardim da minha casa.

–Ufa! falei.

Olhei para o peso que carregava, o livro do Destino ainda está nas minhas mãos.

Felipe levantou-se da grama ainda carregando Laura e observou o livro.

–Podemos joga-lo no portal agora! falei.

Mike sorriu torto.

–Acho melhor eu ir indo. Falou Felipe despedindo-se de nós.

–Obrigada.Falei abraçando-o.

–Er... então... vocês vão para a escola amanhã? ele perguntou retribuindo o abraço.

–Acho que não. Respondi.

–O que vamos fazer com o corpo da Laura? Mike perguntou.

–Melhor entregarmos para os pais dela, eu vou com vocês. Felipe falou.

Andamos um pouco e logo estávamos lá, no último lugar que queria estar. Talvez por puro vício procurei Laura pelas janelas (ela adorava olhar o sol se pondo pela janela) e lembrei da verdade, mas não custa imaginar.

Mike tocou a campainha e a mãe da Laura abriu a porta e quase fechou quando nos viu.

–Por favor, nos escute. Falei.

Ela segurou as lágrimas e ficou esperando nossa explicação.

–Aquela não é a Laura. Falou Mike.

Deu para notar uma chama de esperança no coração da senhora, mas logo se apagou assim que viu Felipe segurando sua filha que agora vaga pelo infinito.

Ela colocou as mãos na cabeça e começou a chorar, quase caiu, mas eu e Mike a seguramos e logo o pai e a irmã mais velha de Laura estavam na porta.

–Obrigado. Falou o Pai da Laura tirando-a dos braços de Felipe.

–Nós sentimos muito. Falamos em coro.

A mãe já havia se retirado. O local estava frio e havia previsão de neve para amanhã.

–Er... poderia... - começou Mike - nos...

–Nós avisaremos quando marcarmos. O pai falou antes que Mike falasse mais alguma coisa.

O irmão mais novo de Laura aproximou-se da porta e ficou olhando para o pai e sua irmã.

–Precisamos ir. Falei descendo as escadas.

O pai não falou mais nada fez um simples aceno e fechou a porta.

–Minha casa é pra lá. Falou Felipe despedindo-se e indo embora em outra direção.

–Pronta para mandar o Destino para o infinito? perguntou Mike tentando me animar.

Dei de ombros e o segui.

Entramos na casa dele.

–Onde vocês estavam? perguntou Elizabeth preocupada enquanto colocava a mesa.

–Nós fomos procurar um... Começou Mike pensando em uma boa desculpa.

–Um livro. Falei mostrando o Destino e recebendo um olhar desconfiado da mãe de Mike.

–Vamos logo. Falou Mike puxando-me até o sótão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Livro Do Destino" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.