O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 27
O que faltava




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Ficamos ali, "empacados" novamente. Eu ficava um pouco nervosa por quê eu queria ver as coisas, eu queria poder ajuda-los.

–Ei! Falou Felipe em tom de ideia nova o que me alegrou bastante.

Acredito que todos olharam para ele e eu só fiquei lá, sentada tentando me concentrar para ouvir o que ele dizia.

–Estes arbustos tem ramos muito fortes.- ele falou - e se tentarmos fazer uma corda com eles? podemos pendura-la e chegar ao outro lado facilmente.

–Boa ideia. falou Laura que já estava cedendo ao fato de Felipe ser nosso amigo.

–Acho muito trabalhoso, olhe, os ramos estão impregnados de veneno, além deste espinhos. falou Mike.

–Tem outra ideia? ele perguntou num tom um pouco cínico.

–Não, mas se pensarmos um pouco mais bolaremos uma ideia um pouco mais inteligente que a sua.

E ai começa, os dois começaram a discutir e como estava cega não conseguia acompanhar direito o que acontecia, eu ia falar algo, mas Laura interrompeu.

–Que coisa! não podemos ficar aqui pelo resto da vida, e se ficarmos não pode ser com vocês dois brigando, principalmente sem motivo, são ideias, se tiver uma melhor então fale, se não tiver vamos fazer com uma das alternativas que temos. falou Laura, pela primeira vez num tom mais bravo.

Não ouvi mais nada, o que me provou que estava tudo bem. Eles começaram a arrancar os ramos para construir uma corda grande para passarmos enquanto eu fiquei lá sem fazer nada, num cantinho para não atrapalhar o trabalho deles.

–Ju, posso sentar aí com você? perguntou Felipe.

–Pode. falei não sabendo de que lado ele ia sentar.

–Não entendo como são amigas do Michael, ele é muito chato. falou Felipe rindo.

Eu quase ri, mas consegui segurar.

–Ele não é chato, ele só gosta das coisas do jeito dele, acho. falei.

–Acho que o problema sou realmente eu. ele falou.

Não respondi para não dizer "sim".

–Por quê não está ajudando? perguntei.

–Por que eu não quero ficar lá. ele falou em um tom engraçado que me fez rir um pouco.

–Mas toda a ajuda é necessária.

–Neste caso, acho que estão fazendo um bom trabalho.

–Então está bem.

–Então... está gostando do Mike, não está? ele perguntou num tom engraçado e curioso.

–Isso não é dá sua conta. respondi rindo.

–Claro que é.

–Não, e não pretendo gostar. não sei se menti por que eu realmente não sabia, esses eram meus planos quando eu estava com total certeza de qual era meu destino.

Ele fez um tom de "sei" que me fez rir. eu gosto de rir e rio muito fácil.

–Gosta dele sim! ele falou rindo.

–Gosto nada. falei e passando a ignora-lo.

–Ei, Julie.-ele falou chamando minha atenção- qual é o seu lugar favorito em todo o mundo?

–Não sei, talvez a Austrália, ou talvez Londres. respondi sem entender o motivo da pergunta.

–Austrália?

–Sim, eu passei um tempinho lá e gostei bastante. falei sorrindo.

–Legal, sabia que você gostava de Londres. ele falou rindo.

–Como? perguntei.

–As revistas que você tem são sempre de lá. ele falou rindo.

mesmo que nossa conversa fosse muito inútil e nada a ver achei legal conversar com ele.

–Ei, acabamos a corda. falou Mary se aproximando de nós.

–Ótimo. falei.

Alguém me ajudou a levantar e fomos até a "piscina de escorpiões".

–Então é o seguinte - Começou Laura - Se alguém for picado por estes escorpiões não vão nem sentir, não vão saber, mas o comportamento vai mudando, então fiquem de olho para ter certeza de que não foram picados, se não...

Odiava quando as pessoas falavam se não... dava um tom misterioso e eu sou muito ansiosa para ficar se saber o que acontecia.

–Se não o que? perguntei.

–Não sei. falou Laura rindo.

–Eu coloco a corda naquele galho de árvore ali, aí poderemos balançar até o outro lado. falou Lavínia.

–Cuidado. falou Laura.

Queria ver minha prima escalando aquela parede cheia de espinhos sem se machucar.

–Cuidado! falou Mary.

–Eu gosto de ralar o joelho. -ela gritou lá de cima sem nenhuma preocupação, Minha prima era realmente sensacional!- Pronto!

Ouvi o barulho de alguém pulando e caindo no chão.

–Parabéns! falou Laura com aquele tom meigo na voz.

–Obrigada. falou Lavínia.

–Tudo pronto para passarmos? perguntou Laura.

–Sim. falou Mary.

–Quem vai primeiro? perguntou Lavínia.

–Eu vou! se não estiver seguro vocês voltam e escolhem outra bifurcação. falou Laura.

–Eu fiz os cálculos e vai dar certo. falou Mike que era ótimo em matemática e física.

Só dele falar isso já me deixou bastante aliviada.

–Só que se não atingirmos uma velocidade ele pode parar no meio ou até encostar nos escorpiões. ele falou tirando toda minha tranquilidade.

–Qual seria a velocidade? perguntou Mary.

–Em um chute? talvez 5km/h. ele falou com um gênio.

–Mas a "piscina" é tão grande assim? perguntei.

–Sim, mas nossa corda é grande e depois tem algumas coisas que ajudam no trajeto. ele falou provavelmente sorrindo.

–Então vamos né? falou Laura.

Todos concordaram. Mike ajeitou as coisas para que desse tudo certo.

–Pronto! ele falou.

–Ok, Felipe, você passa por ultimo com a Ju, ok? perguntou Laura rindo.

–Tá. ele respondeu e eu só fingi que não ouvi, estava contando a quantidade de tapas que ia dar na Laura.

Laura passou primeiro e chegou lá com sucesso, depois Lavínia, Mary e Mike.

–Pronta? ele perguntou.

–Acredito que sim. falei.

Ele me levantou e eu segurei nele para não cair.

–Um minuto. falei.

–O que?

–É tão provável que o Destino vai fazer algo para atrapalhar o percurso. falei.

Felipe pensou um pouco.

–Não se preocupe, Ju, eu dou um jeito. ele respondeu.

–Então vamos. falei fechando os olhos com força como se eu fosse enxergar o que iria acontecer.

Passamos facilmente pelo percurso e fiquei aliviada quando senti meus pés, na verdade os pés dele no chão.

–Deu tudo certo! ele falou.

Abri meus olhos, sabendo que continuaria sem enxergar nada, mas consegui, rapidamente ver Felipe sorrindo e a piscina de escorpiões atrás.

–Seus olhos ficam engraçados quando estão cinzas. falou Felipe rindo.

–Obrigada. falei ironicamente.

Continuamos andando, Felipe ia me mostrando os lugares que podia pisar por que naquela trilha havia menos pedras e espinhos no chão que poderiam machucar meu pé.

–Gente, vocês acreditariam se eu dissesse que já são cinco horas da tarde? falou Mary.

–Uau! falei.

Já está ficando escuro. falou Lavínia.

–E eu estou com fome. reclamou Laura.

–Eu acho que tem biscoitos na minha mochila. falei lembrando dos biscoitos que iria comer, mas não comi.

–Legal! falou Laura tirando as mochilas das minhas costas.

–Ei! falei.

–Tudo bem, Ju, minha mochila tem um monte de sanduíches. falou Mary.

–Que bom. falei.

–Melhor escolhermos um lugar para descansar, não acham? falou Mary.

–Concordo plenamente. falou Laura comendo meus biscoitos.

–Mas será que é seguro dormirmos no meio do labirinto do destino? perguntei.

–Talvez não, por isso alguém fica de guarda. falou Laura que acreditava que isso funcionava.

–Tá. concordei buscando paciência para aguentar minha amiga louca.


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