O Livro Do Destino escrita por Beatriz Azevedo


Capítulo 16
Desenhos que me perturbam




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–Tem algo te incomodando? Perguntou Laura quando chegaram na casa dela.

–É que o livro é muito estranho.- Respondeu Mike mostrando o livro que não parecia ser estranho.–Você está fingindo ser normal para me fazer de bobo. falou Mike para o livro.

Laura começou a rir.

–Mike, para de brincar.

–É serio, ele quase me arrebentou lá na escola. Insistiu Mike.

–Você e a Julie realmente viajam. Falou Laura abrindo a porta de casa.

–Gente! Falei assim que os vi entrar.

–Você está bem, Julie, que bom. Falou Laura me abraçando.

–Oi. Falou Mike um pouco distante.

–Oi. Falei corando.

–Vocês estão bem? Perguntou Laura.

–Eu estou bem. Respondi.

–Eu também estou. Respondeu Mike Desanimado..

–Parece até que nunca se viram. Falou Laura insistindo no assunto.

–Talvez seja hora de eu ir para a casa. Falou Mike indo embora.

–É, meu pai vai ficar preocupado, melhor eu ir. Falei também saindo da casa.

–É... Então agente se vê amanhã, eu acho. Falou Laura.

–é, até amanhã. Falou Mike subindo na bicicleta.

–Tchau. Falei subindo na minha.

Fomos embora.

Reparei que Mike ia mais rápido então resolvi acompanha-lo. Quando viu que eu estava o seguindo ele pedalou ainda mais rápido.

–Que coisa Michael, o que está acontecendo? Perguntei de longe.

–Não sei Juliette, me deixa em paz. Respondeu Mike.

Fiquei vermelha de raiva, ele quase nunca me chamava de Juliette. Não queria mais ir pelo mesmo caminho que ele, virei em outra esquina e tomei um caminho alternativo.

Cheguei em casa brava, meu pai notou meu mau humor e veio conversar comigo.

–O que houve? Perguntou.

–Ah, pai... eu não quero falar sobre isso, tá? Falei jogando minha cabeça no meu travesseiro, como se ele conseguisse me transportar para outro lugar, qualquer outro lugar.

–Saiba que eu estou aqui para o quê precisar. Falou meu pai saindo do meu quarto e fechando a porta.

–Sei... Respondi me perguntando em que horário ele estaria ali.

Procurei meu álbum de fotografias, comecei a folhear, tinha fotos minhas com todas as pessoas que conheço, minha mãe, meu pai, meu cachorrinho, meus familiares, meus amigos e tinha uma que meu pai tirou quando eu tinha oito anos que eu estava com o Mike, olhei para aquela foto, com nós dois sorrindo em cima da árvore, eu com dois dentes faltando e meu cabelo castanho todo bagunçado, como de costume e Mike sorrindo com aquele sorriso perfeito e o cabelo mais arrumado que o meu (a mãe dele é super-protetora e quer sempre que o filho dela esteja perfeito, não que ela falhe neste trabalho), perdi minha amizade por causa de um livro tonto. Resolvi dormir para parar de pensar no que tinha acontecido.

Acho que dormi por umas duas horas, a campainha tocou, estava com preguiça de atender, mas meu pai estava no escritório, tive que atender.

Desci as escadas lentamente, estava desanimada demais para ir correndo como sempre ia.

Abri a porta com cara de “estou com sono, volta depois”. Era o Mike.

–Olá. Falei com mau humor.

–Oi, Julie, desculpe pelo que fiz, não sei o que deu em mim, enfim, esqueci de te entregar o livro.falou Mike, dava para perceber como ele estava arrependido, não sabia como reagir, estava brava com ele, mas sei lá.

Peguei o livro e não falei nada.

Mike só ficou ali, me encarando.

Fiquei o encarando também, ficamos lá por um tempo nos encarando. Soube, naquele momento que tudo estava bem.

–Quer entrar? Perguntei.

–Pode ser. Concordou Mike entrando em casa e evitando me olhar por um instante.

Entramos no meu quarto, coloquei o livro na minha mesa e abri na página do coração, faltava menos de meia página para chegar ao desenho maldito.

–Mike, a Amanda desenhou este coração.

Mike olhou o coração e só ficou ali, encarando.

–Vê, em breve o livro chegará no coração, e aí... Expliquei.

–Entendi, quer tentar apagar? Ele perguntou.

Fiz que sim com a cabeça, peguei uma borracha que apaga caneta e comecei a apagar o coração, pensei que amar não é tão ruim assim, mas acho que ainda não quero isso... Tentei apagar com mais força ao observar que o desenho não ficava nem mais claro, mas não adiantava. O Livro mandou um bilhete “Não vou deixar você apagar”.

Mike leu o bilhete comigo.

–Sabe que não é tão ruim assim?

Sorri.

–Acha mesmo?

Ele deu de ombros.

–Sei lá..

Fiz uma careta.

–Sabe que o livro não parece tão ameaçador assim, agora? Falou Mike.

Sorri, achei estranho como o livro se comportava.

Depois que Mike foi embora coloquei o livro dentro de um cofre que meu pai me deu para guardar os livros que eu mais gostava (coisas do meu pai). Fiquei mais feliz em saber que mesmo ainda posso contar com ele... em relação ao coração acho que eu só preciso parar de pensar nisso e provar a mim mesma que não gosto do Mike.


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