O Conto Da Raposa escrita por Matheus Carvalho


Capítulo 1
Capitulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eae pessoal, tudo na paz? ^^ espero que sim

Bem essa é uma one-shot, a ideia de escrever ela surgiu a uns dias atrás, então tive que escrever ^^, espero que gostem e bem, boa leitura... Antes de mais nada, comentem! Ok?



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O Conto Da Raposa...

Um Livro que ninguém lê

Uma canção que ninguém canta

Um conto não ilustrado

Um amor impossível

Pousei calma e gentilmente minhas patas à nuvem, enquanto o vento, longínquo, suave e calmo pareceu chamar minhas caldas para uma dança, e oque pude fazer? Elas pareciam ter vida própria, se movimentando em um ritmo agradável dado por um frescor harmonioso, mas tamanha tranquilidade logo deu lugar ao desconforto e ao calor importuno dessa estrela minúscula chamada sol, fielmente eu não gosto dela, é tão quente e importuna que chega a ser desagradável...

O céu parecia uma obra de arte, moldada no branco e gentilmente pincelada por um azul claro, junto a nuvens mais alvas e macias que a própria neve, e no final um vento aconchegante que ouriçava meus pelos... Até que não estava tão ruim assim.

Mas oque mais me alfinetava por dentro não era o clima que tampouco me importava ou nada me importava, mas sim as ameias fraudulentas desse destino ousado e imoral. Nos milênios de anos atrás tampouco me importava com os humanos e muito menos nesse local onde habitam, mas nesses anos atrás... Como pode eu? Um Deus estar aqui entre os humanos por tais motivos... Não sei, sei lá, tanto faz, mas já é tarde demais para voltar.

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Foi quando observava da longitude de um asteroide algo que para mim era inusitado, e é claro sem nome, algo que hoje ouço falarem que é sistema polar, não, não, Emblema solar... Argh, algo assim...

E por um segundo me distrai desfoquei a visão e acabei visando um pequeno planeta, ele era tão pequeno chegou até a parecer outro asteroide, todo verde, ou todo azul? Não lembro muito bem, faz tantos milênios afinal, mas sei que ele tinha um paradoxo entre verde e azul, hoje sei que o verde significava a terra, plantações, árvores e o azul nada mais que água. Quando olhei de novo dessa vez com mais atenção pude ver criaturas longas, escamosas e amedrontadoras atravessando nuvens enquanto cuspiam fogo pela boca. - Mas tarde vim a saber, que eles se chamariam dragões -.

Não me importei a princípio, então me aconcheguei e voltei a admirar aquele sistema simplório que tanto se embelezava se misturada aos pequenos pedaços de luz que eram possíveis de se ver no universo.

Mas aquilo era algo inovador pra mim, nunca tinha visto algo assim, talvez tenha desviado o olhar por medo, quem sabe? Mas pelo simples fato de pensar ou de imaginar ter medo meu ego e orgulho veio-me a porta. Mas eu? Ter medo? Então cedi à curiosidade e fiz bem uso do meu orgulho e arrogância. Tratei de olhar para aquele planeta novamente e com certeza encarar aquelas criaturas.

Então olhei, mas bem, dessa vez eles não estavam mais ali, o azul já não era tão firme e o verde tão vivo, no lugar dos Dragões pude ver uma bela carnificina protagonizada por seres enormes, com dentes e garras, cabeças tremendas, alguns com chifres outros com asas, ah sim, agora me lembro de seus nomes, eram Dinossauros certo?

Oque havia acontecido com aqueles outros? Será que suas existências foram cedidas para esses? Digo, eles morreram? Não sei, sei lá, tanto faz. De qualquer maneira eram fracos demais... Como se eu, um dos deuses mais respeitados e honrados dentre os nove Deuses místicos fosse se importar.

Arrebitei o focinho e dessa vez fechei os olhos e bocejei.

Logo em seguida os abri e quase pulaste para trás, aquele verde antes vívido agora era algo mais próximo ao marrom do que ao próprio verde, e dessa vez a água estridente era oque? Parecia, sei lá, rala? Escassa? Negra, sim aquela água estava suja!

Que raios acontece nesse lugar que a cada hora que olho algo saiu do lugar? Talvez meus suspiros, bocejos, e devaneios demorassem anos luzes, mas é para tanto?

Então sem delongas, fixei meus olhos em formas de fendas lá, e de lá não mais os retirei, vi seres de duas patas se fixarem no chão e lentamente se movimentar, enquanto com mais duas patas livres, mas essas patas eram diferentes, elas sequer tocavam-se nos solos... Ah! Eles também tinham olhos tão pequeninos, e era em si, completamente novidade para mim.

Então passei a os observar...

[...]

No princípio os achei admiráveis e fiquei até mesmo amedrontado por suas existências e valores terem mais significados que a minha, mas não, não demorou muito para descobrir suas naturezas e nem que eles se denominavam humanos... E a raiva tomar posse de mim, seres como esse merecem ser pisados, nunca sequer poderiam chegar ou tocar a minha plenitude, nem a ocupar espaço no universo, afinal até o momento não encontrei nenhum deles que mereça dentre cinco ou seis bilhões de habitantes...

Não demorei muito e logo os tomei por bastardos da criação, seres mesquinhos, maldosos e temerosos, iguais a eles jamais vi!

Seres que faziam coisas horríveis, mentiam, machucavam, roubavam, e para mim um de seus piores crimes, eles até mesmo violentavam, ou melhor, estupravam... Talvez esteja exagerando, nem todos eram assim, mas eram apenas animais que tentavam fugir de suas naturezas, já viram animais que tentam fugir de suas naturezas? Eles só têm um destino, a morte precoce e mesmo assim, no final eram iguais... Não sou oque eles chamam de galinha, mas nesses momentos senti pena deles mesmos...

Como eram seres alheios, repugnantes e ignorantes, faziam suas próprias leis, acreditavam no que queriam e lhes eram convenientes e não no que lhes era mais provável, uma coisa que eles chamavam de ciência, na qual dizem explicar tudo! Irritava-me demais! Humph... Quero ver se essa tal de ciência sabe mais do que eu!

Não mais os acompanhavam com os olhos por me intrigarem de certa forma, mas sim por querer ver o fim de sua raça, certamente sentiria prazer ao vê-los morrerem... E Foi isso que pensei, mas não imaginava eu que iria me sentir atraído de certa forma, por uma criança de desde que nasceu.

Oque eles chamavam de crianças para mim era tudo igual, berros pra lá e pra cá, cara de joelho, arrotos, mamar, defecar e vira e mexi tirar a “sonequinha” deles, tão chatos e irritantes, me dava vontade de descer do pedestal e mata-los com unhas e dentes, mas me controlei, oque a preguiça não faz?...

Logo de cara vi algo que fugia dos clichês, uma criança que logo ao ver a luz não chorou – Também não entendia porque choravam – Não emburrava sua cara e não movimentava suas patinhas como se tentasse limpar um vidro invisível, era calma e se distraia fácil, meio bobalhona, tinha o costume de amostrar as gengivas e bater palmas por qualquer coisa que visse... Sem nada a fazer, preguiça, entediado oque vocês acham que iria fazer?...

Sem tirar meus olhos do bebê, me espreguicei e dai ainda encima do pequeno asteroide, aninhei-me nas minhas nove caldas e me confortei sentado, fixando meus olhos pude ver, sim, meus olhos eram como binóculos, só que muito mais potentes é claro, afinal sou uma Raposa mística lendária, um ser feito de energia sobrenatural cuja qual a existência é inexplicável para simples seres humanos, assim como a dos meus irmãos... (Foda demais)

Já tinha visto com estes olhos, milhares de raças se reerguerem do chão, criarem suas civilizações, suas leis, seu mundo, cada uma delas com habilidades únicas e próprias, umas eram curandeiras, outras guerreiras, já outras usavam sua inteligência, eram pequenos grupos que se eu não prestasse atenção e me distraísse não veria nem seus vestígios novamente, ah! Uns eram tão astutos e geniosos, mas tanto que ao acabarem com a riqueza e minerais de seus planetas migravam para outros, mas era triste ver que eles não passavam de comida para os bárbaros que lá habitavam...

Porém tampouco me importava, eram todos iguais, tinha uns que agiam de acordo com sua natureza outros que fugiam dos padrões e se dizia diferentes, com ideias diferentes, com pensamentos diferentes, com crenças diferentes, com atos diferentes, e por tempo eu cheguei até a acreditar neles, e como acreditava, enchiam meus olhos de brilho com suas palavras e atitudes bonitas, me fazia crer que no fundo a criação tinha sim esperança, não digo só a deles, mas a de todo o universo...

Desapontamento.

Isso que senti ao descobrir que todos eram iguais no final bastava apresentar eles uma situação extremista que beirava suas sanidades, que beirava a morte, perigo, e eles já se mostravam completamente diferentes do que eu imaginava, era assim... Só tentavam esconder sua natureza, mas eram mentirosos, falsos, mesquinhos i como eram... E foi temendo toda a criação que eu falei para os meus demais irmãos, nunca nos aproximarmos deles... De qualquer raça...

A princípio essa ideia foi recebida mal, todos eles eram bastante carismáticos e nunca levaram a serio a possibilidade de se afastar da criação, mas não foi preciso muito esforço de minha parte para convencer meus oito irmãos a nunca se aproximarem deles, impondo um pouco de medo neles, alguns emburrados e de cara feia me obedeceram...

Na verdade nunca nos aproximamos, mas essa ideia já nos assolava por milênios, alguns de meus irmãos já estavam cansados de vagar pelo universo sem rumo nem nada do tipo, assim já começavam a me importunar para procuramos um novo lar de preferência com companhias...

Somos ao todo uma minúscula raça diferenciada, seres de diferentes cores, formas, hábitos, Argh, era difícil explicar, também tínhamos poderes místicos que vão além da compreensão, algo no mundo dos humanos que mais achei parecido a nós, foi àquela coisa chamada hm... Ioga, não Yougai, não, não... Ah Youkai, seres criados pelas constelações, moldados pelas estrelas e acolhidos pelo universo em sua eterna escuridão.

Foi assim que ficamos pelos primeiros milênios do uni, vendo o universo expandir-se cada vez mais enquanto sem rumo, vagando pelo universo abrangedor. Ficou decidido que viveríamos praticamente como quiséssemos, apenas voltaríamos ao nosso “Ponto de encontro” de milênio em milênio, para sei lá... Nos vermos? Botarmos o papo em dia?

Tudo já estava tão monótono. Ficar apenas observando não é legal. Toda a criação já tinha se condenado a si própria... Cheio de tudo, acostumado, sem ânimo, restou-me apenas ficar observando o universo se expandir cada vez mais...

Ergui meu focinho bocejando lentamente e com os olhos retraídos no bebê, passei os mais longos dezessete anos de minha vida, ops, segundos, porque pra mim os anos desses mortais eram apenas segundos ou até menos...

Mal sabia que no fundo me arrependeria amargamente...

[...]

E agora estou aqui, completamente envolvido e cúmplice dessa situação, um paralelo de ternura, compaixão, apego, carinho reinava em meu coração, me arriscava em dizer que tinham até mais...

Corrompido...

Ela já tinha dezessete anos, olhos brilhantes, cabelos quentes, seu nome era Kushina, era oque os humanos chamavam de beldade, magrinha com seios e bunda fartos e empinados, ótimas curvas, um rosto bem traçado e delineado, nariz arrebitado, temperamento explosivo, não, não sou uma raposa tarada, é isso oque eles pensam ao vê-la, entre outras imundices que me da vontade de dilacerá-los, sempre que a vêm todos já tem como de imediato, pensamentos imundos e asquerosos. E como isso me irritava como podem pensar essas coisas dela? Só de vê-los tentando a agarrar ou encurralar já me causava um breve infarto seguido de ódio, possessão e ira...

Mas felizmente, coisas piores não aconteciam a ela... Ela sempre tinha um herói...  Um que ela fantasiava ser o príncipe de sua vida montado em um cavalo branco e todas essas infantilidades mediante ao mundo que ela vivia.

Como eu o odiava. Não por proteger ela é claro, mas por, por sei lá, por existir, seus olhos azuis brilhantes me irritavam, seus cabelos dourados pontiagudos me alfinetavam. Apesar de não ter nenhum motivo claro a odiá-lo, esse se chamava Minato. Um ser com traços finos e desgraçadamente suaves, músculos sutis, um pouco maior que a minha ruiva, Ergh. Um pouco maior que a ruiva...

Que apesar de tentar evitar também tinha esses pensamentos para com ela, mas sempre a protegia e vice-versa, praticamente vivia juntos, um não largava mão do outro e por ai ia afinal... Esses eram namorados... Estudavam no mesmo colégio, moravam no mesmo bairro, frequentavam os mesmos lugares, gostavam das mesmas coisas... Ai já viu né?

Mas isso não importava, oque me intrigava de fato era o coração dessa menina. Ela é única e completamente diferente, Pura, Ingênua, gentil, não deixava se corromper pelos demais nem mesmo por seus pais.

Sem ódio no coração ou qualquer outro mal. Incrível...

Nunca viste sequer um pensamento seu que nublasse sua conduta...

Não sentia vontade de mentir, de machucar, hipocrisia...

Em pouco tempo já me sentia interessado nela, bobalhona, gentil, mas ao mesmo, irritante e explosiva...

Era nojento quando eles... Meus pelos já se agitavam em forma de protesto quando aquele humano denominado Minato a tocava. Não sei oque ela viu naquele humano imprestável... Na verdade não sei oque deu em mim para me importar...

Mas a surpresa maior estava por vir. Bastou parar um pouco e refletir sobre meus pensamentos e eu já tinha a conclusão perfeita... Não precisei ser nenhum gênio ou uma criatura sábia que vivera milhares e milhares de milênios de anos, para juntar o ciúme excessivo, com certa ternura, compaixão, pontadas de ciúme... Nesse momento senti nojo de mim mesmo, como eu podia? Eu era um ser místico e ela uma humana? Como poderia ter esses pensamentos? Sou um deus! Ter pensamentos que tantas vezes já repudiei faz-me sentir um hipócrita.

Mas e agora? Balancei a cabeça furtivamente tentando me livrar de tais pensamentos enquanto ouriçava meu pelo... Maldição. Já me sinto envolvido...

Maldição, ficar observando esses humanos deve ter de alguma forma me contaminado, contaminado meu ser, minha conduta, meu espirito melhor parar enquanto posso! Agitei minhas nove caldas e em um rápido movimento me ergui, com os olhos fixados ainda nela, me encontrei em uma breve dúvida.

Será que vou me contaminar mais se eu apensas for lá? Para sei lá, a observar e discretamente me despedir? Não fará mal, já que nunca mais vou voltar mesmo, né? Afinal ela é apenas uma humana, basta eu piscar os olhos e nunca mais a verei.

Com a mente conturbada, não conseguira nem pensar direito, então... Resolvi fazer oque tinha que fazer o mais brevemente...

Então fixei o olhar nela, ergui minhas caldas e concentrei toda a minha força e energia, até um manto vermelho me cobrir por inteiro, saltei como um trovão escarlate, atravessando o e rasgando o tecido do tempo-espaço em um manto avermelhado, fui tão rápido que meu vermelho pareceu se misturar ao ar, e agora em cima de uma nuvem estou...

####################

Pontadas de ciúmes em um misto regado a sofrimento, dor, angústia e tristeza. Infantilidade de minha parte era isso oque me rondava ao ver os dois lá... Agarrados um no outro, sentados num banco branco de uma praça qualquer enquanto comiam oque eles chamavam de sorvete... Ela parecia tão feliz, era como um interruptor bastava ela olhar para ele e pronto, podia ouvir seus batimentos acelerados de longe, sua respiração pausada, suas mãos trêmulas enquanto o louro oxigenado parecia exalar uma confiança e segurança por cada poro de seu corpo...

Levantei a cabeça ainda sem me distrair, e fitei o céu que agora se encontrava nublado, junto a nuvens turbulentas, com um ar melancólico.

Quando foi que isso aconteceu... Logo a mim? Raios...

Com uma expressão tediosa dei uma olhada a ela e pronto à chuva já caia impiedosamente, tocando em meus pelos e os encharcando enquanto as gotas pareciam passear por mim.

As gotas já caiam torrencialmente por cima de ambos, era uma tarde silenciosa e terrivelmente angustiante, para mim, é claro...

Já chega... É melhor eu ir.

Uma raposa apaixonada por uma humana, Humph que besteira minha, logo Ri de mim mesmo, ou pelo menos tentei, como eu podia pensar em uma coisa tão idiota como essa.

Logo fiz minhas caldas eretas apontando-as para o céu, elas pareciam inflamar feito fogo junto a toda minha pelagem.

Então com um olhar arrogante forçado, dei meu ultimo olhar, eles já estavam em pé em meio ao vendaval enquanto dividiam um pequeno guarda chuva... Preparavam-se para traçar uma grande pista e assim alcançar o outro lado da rua...

-Adeus mulher...

Minha voz saiu como um rosnar rouco e grave que certamente alcançou todos os ouvidos, mas sem dar chances para eles procurarem o dono da voz. Algo surgiu entre a névoa, o derreter do asfalto regado à água e um barulho extremamente irritante, um caminhão, um caminhão de carga, completamente desordenado cantando pneu entre a estrada a fora, sem demora ele já derrapou contraindo os pneus claramente carecas a aquele asfalto inundado.

E bum, o caminhão já tinha capotado tomando conta de toda a rua enquanto avançava em grande velocidade a... Arregalei os olhos e com a mente nublada em pensamentos catastróficos fiquei boquiaberto e estaticamente parado.

Parecia mais um filme ou um conto clichê, mas era a pura verdade, o caminhão ia impiedosamente ao encontro da Ruiva que se encontrava estaticamente parada no meio da estrada ainda sem entender muito bem, afinal foi tudo tão de repente, como se esperasse uma intervenção divina... O Loiro nada pode fazer mediante a situação senão a agarrar e opor seu corpo à frente.

Mas, que raios, primeiro eu me apaixonei por uma humana, depois vim aqui e me contaminei de vez por tais pensamentos hediondos e agora a veria morrer na minha frente? Maldito olhos azuis, tu só servia para isso? Faça algo rápido, pelo menos a salve e...

Sem nem perceber já me encontrava mordendo o canto inferior da minha boca era angustiante ver aquilo tudo em câmera lenta, sem nem poder me mexer, sim afinal eu era um Deus e aquele que determinou evitar contato com a criação, o mais respeitado, honrado... Eu tinha criado essa “Lei” justamente eu? Não posso passar por cima, oque meus irmãos dirão de mim? E minha honra? Conduta? Pode não parecer...

Mas nesse universo caótico, a honra e o respeito são tudo oque tenho... Não, não posso abrir mão delas.

Mas seu eu não fizer, quem o fará? Eu a verei morrer? Diante dos meus olhos?

Eu me sentiria um ser imundo se a deixasse morrer.

Sentir-me-ia um hipócrita se me intrometesse.

 Humanos... Vocês são tão corruptos e maldosos a ponto de corromper até mesmo um Deus?

Tentei fechar meus olhos, mas a essa altura um líquido já brotava de meus olhos, sim pelo jeito eram lágrimas, contrai todo meu corpo, na tentativa de esquecer tamanha angustia, mas de nada adiantou...

-Malditos... Humanos...

Mas eu não podia os condenar por tudo, oque deu em mim a ponto de vir ao mundo humano? Oque deu em mim a ponto de me apaixonar? Talvez seja o destino, ou não...

Em câmera lenta o caminhão se chocou as costelas do loiro e as estraçalhou internamente, a essa altura ele já estava morto, ouvi seu coração ter uma brusca parada, sua respiração parar, com quase todos os seus órgãos já falecidos na hora, quando olhei aqueles olhos vidrados...

Só de pensar que essa cena se repetiria com a Ruiva...

Tentei, juro que tentei, tentei esquecer-me tudo, colocar minha mente no lugar, esquecer-me de ter até mesmo visto esse planeta, esquecer-me desse meu súbito interesse por uma humana, logo eu, uma raposa... Tentei esquecer esse amor platônico, juro que tentei...

Meus pelos gritaram, minhas caudas protestaram e meus pés se movimentaram sozinhos tudo oque pude fazer foi violar tudo, meu ego, meu orgulho, minha honra, e com os olhos fechados parti o tempo-espaço e nada mais pude sentir, ouvir, cheirar, enxergar, nem se quer pensar, tudo se fez em uma profunda escuridão...

[...]

Tudo estava escuro, um escuro angustiante, profundo e palpável... Minha mente se encontrava submersa, nublada e confusa, tremendas pontadas, ardência, senti como se meus ossos tivessem sido entortados, ou até mesmo remodelados, uma dor insuportável, logo a mim... Que nunca fora sequer arranhado...

Meu espirito estava debilitado, não senti minha aura nem sequer minha energia, logo retomava a consciência, lentamente...

Não sabia oque tinha acontecido, uma única coisa sei, não estava em sã consciência.

Um barulho extremamente irritante sondava meus ouvidos, seguidos de diversas vozes, como se todo mundo quisesse chamar minha atenção ao mesmo tempo...

E mais outra, outra voz que eu não conseguia identificar, mas dentre todas, ela era a maior...

Forcei minhas pálpebras ao máximo e pude ver um clarão incandescente queimar meus orbes sem dó nem piedade...

Dessa vez senti um peso, um peso abaixo da minha cabeça, trêmulo, macio e leve... No mesmo lugar algo úmido...

Recobrava minha consciência aos poucos...

Dessa vez, juntei toda minha força e abri meus olhos de vez, nada mudou os gritos, o clarão os barulhos irritantes...

Logo algo se movimentou e ainda embaçado pude ver algo se sobrepondo a luz.

Um rosto claro, alvo, bochechas rosadas, um par de olhos verdes inchados, Longos fios de cabelo, que pareciam um mar de fogo, traços gentis, suaves, polidos, ternos, lágrimas passeando por seu rosto claramente abatido e surpreso... Logo ouvi um grito eufórico, mas ainda embargado a lágrimas.

-Minato-kun...

Uma vitória amarga... Ou uma derrota glorificante?


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Notas finais do capítulo

Em?
Bem, eu não sei se consegui passar tudo oque queria, também não sei se está bom ou ruim, não sei se ficou como quis, mas para todos os efeitos eu tenho vocês! Então que tal me darem vossas opiniões? Preciso delas para melhorar e me animar ^^', então comentem!