" One soul!" escrita por Camila Yume Tsubomi


Capítulo 2
In real life hurts more! POV Nessie


Notas iniciais do capítulo

Mudanças, mudanças.... espero que gostem!!
Boa leitura...
Música do capítulo: Just give me a reason ( Pink feat Nate) link direto do blog da fic com tradução da letra, dica: leiam antes pois fará mais sentido.
link: http://ficumasoalma.tumblr.com/post/105211118121/de-me-apenas-um-motivo-bem-desde-o-comeco-voce
xoxo Tsubomi.



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Tem um vazio tão grande no meu peito que nunca é totalmente preenchido, ás vezes ele me domina e a única coisa que quero é me enrolar numa cama e chorar até que a dor saia junto com as lágrimas, mas nunca acaba, quando durmo tenho pesadelos, quando acordo a dor volta tão forte que parece que as minhas costelas apertam meu coração, como uma gaiola, levantar e seguir em diante é a única opção, mesmo que doa, então é isso que faço.

Tomo um banho demorado, escovo os dentes e o cabelo, coloco uma roupa para ir escola, pego a bolsa, as chaves e desço para tomar o café da manhã com Marie.

– Bom dia garota, como passou a noite? – pelo seu sorriso triste sei que ela ouviu meus sonhos, ás vezes eles ficam tão feios que ela interfere, já tentou me fazer falar com uma psicóloga, mas me abri tanto quanto teria com a Isabella, ops, Dra. Isabella.

– Vou ficar bem, obrigada. Como foi ontem com o bordado? – mudo de assunto, ela sabe, mas deixa passar.

– Ótimo, quando terminar te mostro, as senhoras ficaram encantadas com você quando pequena! – oh-oh isso me faz prestar atenção.

– Não, você não fez isso.

– Fiz sim, querem te conhecer na próxima quinta. Aquela foto sua fazendo xixi na sua mãe foi a mais escandalosa. – ela ri quando vê minha cara.

– Bom até quinta posso pensar em algo pra me vingar! – ela arregala os olhos e não seguro a risada.

– Não. Menina não brinca com fogo! – ela recolhe a mesa e ajudo-a colocando a louça na lavadora.

– Ás vezes é bom correr riscos, mesmo podendo se queimar. – escuto a buzina da Alice, dou um beijo na bochecha dela e saio pra escola, Alice está em seu conversível retocando o batom no espelho retrovisor, isso é tão a cara dela que não seguro o sorriso.

– Ah garota quente, sobe aí. – não sei se ela foi sarcástica então deixo passar.

– Olá pra você também tribufu. – ela faz uma careta.

– Assim você magoa meus sentimentos! – caímos na gargalhada enquanto ela dá partida e eu ligo o radio.

A escola é a mesma coisa chata de sempre, ficar olhando pela janela enquanto o professor fala alguma merda sobre divisão celular, ignorar e evitar Jacob, rir e concordar nos momentos certos, tudo automático, não era assim antes, mas não tenho mais forças para prestar atenção em coisas assim, passa tudo como se fosse um filme, a vida de outra pessoa, a não ser pelas aulas de ginastica e ensaio com as lideres de torcida, dança é tudo que realmente me importo.

Chame-me de puta fria, bom virei uma, não por opção. Todo animal tem um jeito de se auto prevenir, o meu é este, virar uma cadela sem sentimentos, quer dizer, sem muitos sentimentos pelos outros.

No começo do ano quando descobri que não tinha outra opção senão estudar na Escola estadual de Seattle eu pirei literalmente, evitar Jacob era minha fuga, estudando na mesma escola ficou difícil. Quando fiz minha rematrícula ano passado o sistema não atualizou e acabei perdendo a vaga na Justynie, uma escola particular que obriguei Dr. Isabella a me matricular depois dos últimos acontecimentos.

– Hey, tá no mundo da lua mesmo. – Alice me cutuca. – Vamos!

Descemos do carro, enquanto caminho pelos corredores, automaticamente viro a esquerda, pois sei que Jacob tem química, depois de esbarrar varias vezes com ele nos corredores já gravei suas aulas, e mesmo que evita-lo custe muito, é melhor do que encarrar seu olhos e começar a chorar no meio do corredor e na frente de todos.

– Pelo visto hoje vai ser um dia e tanto! – comenta Alice rindo, concordo, pois sei que como na maioria das vezes ela está certa.

A última aula termina e estou a caminho da saída da escola quando o meu pior pesadelo acontece.

– Nessie! Posso falar com você um instante? – meu corpo vibra com sua voz rouca e profunda, algo dentro de mim se quebra, só quero me encolher em posição fetal e morrer ali mesmo, continuo andando tentando fingir que não ouvi, dando passos mais largos, mas tremo quando sua mão toca meu ombro, meu corpo instintivamente endurecendo. – Oi! – oh Deus, essa voz ofegante me traz lágrimas nos olhos.

Sinceramente, não creio que ele saiba o quanto me afetou e ainda me afeta, ele seguiu em frente e nunca entrou em contato novamente, é isso que eu deveria ter feito, mas sou fraca, idiota e egoísta de mais para isso. Ele ainda esta me encarando e percebo que ainda não o respondi, seus olhos me analisam da cabeça aos pés, minha respiração começa a pesar sob seu olhar quente.

– Uhm.. oi. – me esquivo de seu toque, e assim que me solta sinto-me relaxar um pouco, mas continuo rígida. – Creio que este não é o momento, tenho que... – tento inventar uma desculpa rapidamente. – Alice! – ele me encara cético.

– Tem que Alice? – sinto-me corar, sou uma idiota completa agora.

– Uhm, tenho que levar a Alice pra casa. – corrijo-me.

– Mas não é ela que te traz sempre? – pergunta-me estreitando os olhos.

– Pois é, vou perder a carona se não aparecer lá em... – olho meu relógio de pulso para dar ênfase – Cinco minutos!

– Deixa que te levo. – ele começa a andar em direção a saída e quando vê que não o sigo vira e me encara.

– Acho melhor não. – falo nervosa tentando não encara-lo nos olhos.

– Então passo na sua casa depois.

– NÃOOO! – merda! Várias pessoas me encaram, por meu lindo berro no meio da escola. – Uhm, vamos de uma vez. – “antes que eu faça mais uma burrada, pelo menos isso é mais seguro que ele aparecer lá em casa.” Completo mentalmente.

Sento-me desconfortável no banco e encaro a janela, meus dedos retorciam-se no meu colo, suor escorria da minha têmpora, merda, merda, merda, sua idiota porque está tão nervosa, é só uma carona, dez minutos, apenas dez longos minutos tentando ignorar meu coração acelerado, juro que consigo escutar o dele também, ele limpou as mãos no jeans e deu partida.

Apenas mais oito minutos, só isso, você consegue, não é atoa que te chamam de puta fria, esqueço-me de tudo quando ele limpa a garganta e começa a falar.

– Bom, érh, temos um trabalho para fazer de educação física, e vou precisar da sua ajuda. – fala me olhando de canto de olho.

– Não tem mais ninguém que pode te ajudar? – pergunto me remexendo desconfortavelmente no banco e me virando em sua direção, minha voz saindo num rosnado.

– Juro que tentei de tudo pra evitar te pedir isso, mas tem que ser com uma cheerleader e todos já possuem pares de forma que não me sobrou nenhuma outra opção. – fala com decepção, como se eu fosse a escória do universo, minha raiva estava tão grande que soquei minha bolsa que estava no meu colo.

– Se isso é um sacrifício tão grande pra você porque não vira mais responsável e para de deixar as coisas pra ultima hora, garanto que as outras teriam prazer de te ajudar. – minha voz está tão tremula e estou á segundos de estourar, quatro minutos, ai você pode chorar.

– Deus, sempre tirando conclusões precipitadas, você pelo menos pode me ouvir por um segundo? – fala, soando cansado.

– Pelo menos cheguei a uma conclusão! – grito me referindo ao passado. – Merda! Me deixa descer. – ele me encara como se tivessem nascidos mais cinco cabeças sobre meu pescoço.Solto uma risada amarga, não por achar engraçado, isso é bem ao contrário, é um absurdo.– Para o carro caralho, para, por favor! – começo a soluçar, como um bebezinho. Idiota, idiota, idiota.

–Não, não adianta nem tentar pular, está travada. – seco minhas lágrimas com a manga da camisa com raiva.

– Por favor, não faz isso. – me sinto um lixo por implorar, mas não é pior que chorar na frente dele, praguejando sobre a respiração ele estaciona o carro, quando sinto as travas liberando salto do carro quase correndo pela calçada, sinto braços me puxando e bato contra um corpo duro, que conheço melhor que o meu próprio, seus braços me rodeiam.

– Vamos conversar. - Ele não pede, nem afirma, era quase como uma súplica.

– Não temos nada que conversar, só estou de Tpm. – depois de hesitar alguns segundos saio de seus braços, mas não chego muito longe, ele me acompanha, tão perto que sinto seu perfume amadeirado.

– Agora sou eu que peço, não faz isso conosco, quero ser seu amigo novamente. – Agora eu quero gargalhar, chama-lo de cego e bater a merda fora dele, gritar pra ele acordar.

– Nós realmente nunca fomos amigos. – vejo pelo canto dos olhos seu rosto contorcer como se estivesse com dor. – Já se passou bastante tempo, tenta esquecer. – sei que falei isso mais pra mim que pra ele, mas e daí? Foda-se o mundo.

– Não tem como, não tem uma hora do dia que não me lembre, passo os dias me sentindo incompleto, uma parte de mim está em você. E a única coisa que você faz é agir como se eu nunca tivesse existido. – agora é ele quem está quase gritando, suas palavras fizeram meu sangue correr mais rápido, meu corpo implora pra chegar mais perto, tão perto que não conseguiríamos distinguir quais membros pertence a quem, perdoa-lo, diz meu coração, minha mente diz, estúpida, ele já te quebrou as cicatrizes ainda permanecem, se quebrar mais uma vez, o que ele fará, não terá concerto, sigo minha mente porque da última vez que segui meu coração me fodi.

– Você nunca devia ter existido! – grito, ele para de me seguir e eu apreço meus passos.


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Notas finais do capítulo

Comentem lindos da Yume.... Até!



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