Maldição Wilde escrita por A Costa, Rosalie Potter


Capítulo 26
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

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Era dia de visita. Como nem os pais de Sophia e nem a mãe de Ian iriam aparecer, os dois namorados resolveram ficar juntos e não atrapalhar o resto do grupo que provavelmente estariam recebendo visitas de parentes. E poderiam curtir um ao outro o que não era pouca coisa. Ian havia insistido muito em sua ruiva e agora queria estar com ela o tempo que pudesse.

–Eu gostaria mais que tudo de um lugar calmo. –Ian suspirou e Sophia sorriu pensando em sua clareira. Era um lugar só dela, mas poderia muito bem ser “deles”. Afinal, do que adiantava saber da existência de um lugar tão legal, se não podia compartilhar?

–Okay, eu conheço um. Só me siga.

Não foi difícil encontrar a clareira, afinal ela já havia decorado todo o caminho. Toda vez que precisava de paz acabava indo para lá ou para a biblioteca. Então se embrenhou no meio do pequeno bosque atrás dos prédios e logo estavam lá. A pequena clareira de Sophia, com o pequeno lago cristalino, a grama verdinha e as árvores altas. E ainda haviam algumas florezinhas crescendo por ali.

–Como você achou essa preciosidade? –Ian perguntou boquiaberto, olhando para o lugar. Era uma raridade encontrar coisas bonitas num reformatório. Ele por exemplo, só havia encontrado duas coisas. Aquela clareira e... Sophia.

–Ah, eu queria um lugar sossegado pra ler e acabei achando. Então toda vez que eu preciso de paz, eu venho pra cá. –A ruiva sentou-se e ele sentou ao lado dela, enlaçando-a pela cintura e fazendo-a deitar a cabeça no seu peito.

–Tinha que ser você. –Ele riu. –Achar esse lugar procurando um lugar pra ler.

–Hey! Ler é legal. –Ela também riu, fechando os olhos apenas pra curtir aquele momento, naquele lugar, com aquela pessoa.

–Eu sei minha ruiva.

–Será que o Alex vai conseguir?

–Ah, ele vai. Você sabe, aqueles dois podem brigar o tanto que for, mas sempre vão voltar á ficar juntos porque eles se amam demais pra ser diferente.

–Eu sei. Mas me preocupo. Porque o tempo que ficam afastados dói.

–É eu sei bem. Se um dia a gente brigar, vamos nos lembrar que temos que voltar.

A ruiva sorriu e o beijou como resposta. Um beijo que era pra ser doce, mas esquentou assim que eles invadiram a boca um do outro. Foi uma fagulha que explodiu, fazendo com que o fogo se espalhasse. Os dois se afastarem por conta do ar e Ian desceu os beijos para o queixo dela até o pescoço onde depositou beijos e leves mordidinhas e sorriu ao vê-la se arrepiar. Então a ruiva hesitou, se afastando:

–Ian...

–Eu... Desculpe-me Sophia, eu forcei muito a barra?

Ela negou com a cabeça e encarou o chão como se lá houvesse algo realmente interessante:

–Não Ian, eu gostei, é que... –Ela não podia falar, mas não conseguiria seguir adiante no contato físico. –Como eu disse, eu tenho alguns traumas e contato físico pode ser incluído em um deles. Você, quando me beija, me leva aos céus e não quero que pare. Mas... Além disso... Tenho meio que uma negação. Sinto muito.

O moreno sorriu e levantou delicadamente o rosto dela, olhando fundo nas orbes azuis:

–Sophia, eu gosto de você pelo que você é. Então tudo bem, eu vou respeitar os seus limites. Vamos superar isso juntos. –Então ele segurou a mão dela, entrelaçando os dedos e a ruiva sorriu abertamente.

–Obrigada. –Eles voltaram a se sentar, ela deitada no peito dele, mas agora estava com as mãos juntas, entrelaçadas.

–Soph, eu sei que você não quer falar nada. Mas, quando estiver pronta pra conversar sobre o que quer que tenha acontecido fora daqui, eu estou pronto pra ouvir e entender.

–Obrigada. –Ela repetiu fechando os olhos levemente. –Estou tentando de verdade me livrar de tudo isso, de toda essa bagagem que eu carrego. Uma hora eu vou conseguir e quando isso acontecer, eu vou contar tudo. Prometo.

–Não se esforce demais, Soph. Todos nós temos problemas e eu entendo o que está passando. Você ter esses problemas não significa que seja fraca. Não se force á nada, okay? E saiba que eu sempre vou estar aqui com você e por você. Eu prometi que não ia te deixar e não vou.

–Obrigada.

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Ian e Sophia saíram da clareira um pouco depois, querendo ver o que tinha dado entre Melina e Alex. Além disso, Soph estava querendo conhecer o tal irmão de Melina que sabia tanto sobre as coisas que elas passavam. Estava curiosa.

Quando ela e Ian chegaram perto de onde eles estavam, Alex e Melina se encaravam carinhosamente o que fez Ian e Soph se entreolharem como quem dissesse “Deu certo, Deus”. Enquanto o rapaz que deveria ser o irmão, encarou a ruiva e depois olhou para a irmã como se dissesse “Apresentar os namorados você quer, as amigas gatas não né?”

–Você deve ser o James. Prazer. Sophia Merenwen.

–O prazer é todo meu. Fico feliz em saber que a minha irmã finalmente está conseguindo fazer amigos. Eu me preocupo com ela, sabe?

–James, não avacalha. –Melina revirou os olhos longamente fazendo Sophia dar uma risadinha.

–Pode ficar tranquila, eu cuido dela aqui.

–Até demais, né ruiva? –A morena deu um sorriso doce. Ela podia dar muitos motivos para o irmão se preocupar, mas poder apresentar Soph como sua amiga, logo uma ruiva “corretinha-demais-para-estar-num-reformatório”, era um motivo para seu irmão se orgulhar. Afinal, estava arrumando companhias decentes.

–Não reclama. –A dona dos olhos azuis sorriu provocativa e depois suavizou, usando sua voz doce. –Bem, eu pensei que já tinham terminado, não quis atrapalhar. Sinto muito. Foi um prazer conhecer você James. Com licença.

Antes de sair, porém, ela piscou para Alex, uma piscadela que dizia “Então deu certo?”. Ele sorriu para a amiga, um sorriso que dizia “Sim, deu”. E por isso, a ruiva saiu de lá satisfeita, de mãos dadas com os namorados. Antes, porém, ouviu Melina repreender o irmão:

–Para de babar, ela tem namorado.

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–Então deu certo. Que bom. –Sophia estava exultante. Queria muito que Alex e Melina dessem certo, torcia muito pela felicidade da amiga. Melina merecia tudo de bom na vida.

–Como sabe? Ele não disse nada.

–Pra começar, o olhar da Melina sobre ele quando nós chegamos dizia tudo. E depois, aquele sorriso dele, foi a resposta da qual eu precisava.

–Vocês são confusos.

–Você é que é lerdo.

Ian fez uma expressão fingida de ofendido e antes que a namorada pudesse sequer pensar, começou á fazer cócegas nela. A risada dela era tão doce, tão melodiosa, tão gostosa de se ouvir, que ele acabou rindo junto com ela.

–Não é justo. –A garota protestou. –Eu nem tive chances de me defender.

–Mesmo se tivesse, eu iria fazer cócegas. Sua risada é boa demais pra ficar escondida.

A ruiva corou levemente e encarou o chão. Ian levantou o rosto dela delicadamente com a ponta dos dedos e a beijou com calma. Ele adorava o sabor daqueles lábios, tão doces e delicados quanto á dona deles. As mãos pequenas foram para os cabelos do namorado, acariciando.

–Hum, com licença. –Alguém pigarreou atrás deles. Nesse momento Ian empalideceu e segurou a mão da ruiva, entrelaçando os dedos.

–Olá mãe. –O moreno deu um sorriso meigo e Soph lutou para não arregalar os olhos. A mão do namorado era uma mulher muito bonita, morena de longos cabelos negros que no momento estavam jogados para o lado. Os lábios eram carnudos e naquele momento tinham um batom vermelho. O único problema era a magreza excessiva e as grandes bolsas embaixo dos olhos que dizia claramente que a mesma usava drogas. Mas, naquele momento, estava limpa. –Pensei que não viria. Sophia, essa é a minha mãe, Felicity Wolf. Mamãe, essa é Sophia Merenwen, minha namorada.

Felicity abriu um sorriso de orelha á orelha e estendeu a mão para a ruiva que aceitou no mesmo momento:

–Prazer querida. É bom saber que Ian ter companhia.

–O prazer é meu. –Sophia abriu aquele sorriso doce que na maioria das vezes conquistava as pessoas.

–Quando você chegou?

–Há pouco tempo.

–Você é linda. –A mãe de Ian mexeu carinhosamente nos cachos ruivos da nora. –Fico feliz que Ian tenha achado uma namorada finalmente achou alguém. E pelo que eu vi nos olhos, ele realmente está gostando de você.

Sophia nada disse, apenas olhou carinhosamente para o namorado que retribuiu o olhar e depois se virou para a mãe:

–O que fez a senhora vir mamãe?

–Estava com saudades.

–Também. –O filho confessou. –Vem, vamos sentar. Nós três. Temos muito que colocar em dia.

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–Jura? –Sophia gargalhou. –Meu Deus, o que eu não daria pra ver isso.

Ian estava querendo enfiar a cabeça no buraco mais próximo. Por que a mãe dele amava contar essas histórias constrangedoras?

–Pois é. E tem mais: Pensa num menino que corria para não tomar banho? Nossa, ele pequenininho, correndo pelo quintal pra não ir para debaixo do chuveiro. Dava um trabalho pra pegar, ele tinha perninhas curtas, mas corria demais. Teve uma vez que ele tropeçou e caiu direto numa poça de lama e mesmo assim não quis ir para o chuveiro. Pensa, um toquinho desse tamanho. –Ela fez o tamanho dele com a mão. –Completamente marrom de terra, correndo pelo quintal todo.

Sophia estava rindo novamente junto com Felicity enquanto Ian estava quase correndo.

–Hum, já deu a hora. –A mãe de Ian fez um biquinho. –Na próxima visita, eu volto. Quem sabe não dê para eu conhecer seus pais, Soph?

–Eu adoraria. –A ruiva abriu um sorriso. –Senhora Wolf...

–Felicity, querida.

–Felicity... Obrigada por não me julgar e permitir esse namoro. Ian é uma das melhores coisas que me aconteceu. Eu prometo ser merecedora dessa confiança.

–Ora, querida... –A sogra dela afagou seu rosto com delicadeza. Passara poucas horas com Sophia, mas ela era a filha que desejara ter, se tivesse tido uma menininha. –Eu sei que tem muita gente que está aqui por uma injustiça. –Seu olhar vagou tristemente para o filho. –E você foi um doce. Saiba, que hoje eu vou sair daqui muito mais tranquila quanto ao futuro do meu filho. Eu que agradeço por ter entrado no caminho dele.

–Foi um prazer conhece-la Felicity.

–Igualmente Sophia.


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