Maldição Wilde escrita por A Costa, Rosalie Potter


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

OIIIIII pessoal (se é que existe alguém lendo).
Gente, o capítulo não ficou tão bom, me perdoem ok? Prometo compensar.

Rosalie Potter.



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Depois do ataque de fúria de Melina todo mundo na mesa parecia assustado.Menos Sophia que olhou para o moreno com um olhar acusador:

–Que pergunta foi aquela?

Ian parecia assustado, mas se recompôs:

–Parece eu só perguntei inocentemente. Como eu iria adivinhar que ela ia dar um surto de raiva?

–Droga Ian, não é pergunta que se faça.

–Eu sinto muito. De verdade.

Sophia e Alex trocaram um olhar, assentiram com a cabeça e se levantaram ao mesmo tempo. Saíram do refeitório em passos rápidos.

–Alguma ideia de onde ela possa estar? –A ruiva perguntou passando as mãos pelos cabelos com os olhos cheios de preocupação.

–Algumas. Tipo, lá no prédio de aulas. Seria o primeiro lugar que ela pensaria se eu a conheço bem.

–E o que estamos esperando?

–Não sei.

Os dois subiram juntos, cada um com o passo apressado.

–Espero que o Ian não queira falar nada na diretoria... –Sophia suspirou.

–Ele não vai. Apesar do ataque da Melina realmente exigir alguma punição, Ian sabe que eu e você vamos dar as broncas necessárias. Vamos não é?

–Vamos. E depois sair correndo quando ela quiser nos matar também.

–Fato. –Alex riu um riso nervoso.

Assim que eles chegaram perto do corredor das salas de aulas perceberam o quanto aquele lugar podia ser horripilante á noite. Mas nem tiveram tempo para temer nada já que foram atraídos pelos sons de soluços que provavelmente era de Melina.

Os dois se aproximaram de onde vinha o som, mas antes de sequer virem a garota ouviram o grito raivoso dela:

–VÃO EMBORA! AGORA!

–Acha mesmo que vamos? –Os dois falaram juntos, mas não se aproximaram mais.

Se gostarem de viver...

–Melina... –A voz de Alex soou e a de Sophia completou. –Vamos conversar.

NÃO! VÃO EMBORA AGORA! AGORA! ANDEM!

A ruiva suspirou e Alex passou a mão pelos cabelos, mas ambos tiveram o mesmo pensamento. E desceram as escadas juntos, em silêncio.

–Ela terá que voltar para o quarto depois. –Soph quebrou o silêncio. –E aí eu converso com ela. De lá ela não pode fugir. O máximo que pode acontecer é ela me matar.

Alex conseguiu rir:

–Relaxa. Ela não faria mal á uma criatura ruiva tão inocente. Ou não tão inocente assim levando em conta o lugar onde você estuda.

Soph também riu:

–É isso lá é verdade. E você vê se dá uns bons cascudos no seu amigo.

–Ah, a culpa não foi dele. Na verdade a culpa foi dos dois. O Ian por ter feito uma pergunta daquelas e a Melina por ter surtado. Então Soph... Vai me ajudar com o Ian? Tipo, eu tenho convencer ele a pedir desculpas também. E você é a novata que o encantou.

–Vamos lá. E eu não encantei ele. –A ruiva sorriu, revirou os olhos ao mesmo tempo e os dois voltaram para o refeitório. Ian murmurava alguma coisa, Taylor parecia preocupado e Kath parecia entediada. Os dois se sentaram nos antigos locais.

–Como ela está? –Taylor perguntou no momento que os dois se sentaram.

–Brava. –Sophia foi quem falou. –Não deixou nem a gente ver ela. Foi só ouvir nossos passos que gritou para irmos embora. Foi tão alto... Jurava que vocês tinham ouvido também.

Ian bufou e Sophia o fulminou com o olhar:

–Você vai pedir desculpas! –A ruiva soltou com os olhos azuis brilhando dizendo “Você não tem escolha”

–Como?! Foi ela quem surtou.

–Foi você quem fez a pergunta! Que tipo de pergunta foi aquela? Então se gosta de ter uma cabeça você vai pedir desculpas pela pergunta imprópria assim que ela estiver com vontade de te olhar. Isso não é um pedido. Isso é uma ordem.

Taylor gargalhou:

–Você tem andado muito com a Melina.

Ian ergueu as mãos em sinal de rendição:

–Isso foi... Convincente. Ok, ok... Eu admito, foi uma pergunta ridícula. As coisas ás vezes pulam da minha boca sem eu perceber e quando eu vi já foi. De verdade, sinto muito.

–Ótimo. Diga isso pra ela. –Soph deu um sorrisinho que beirava a ironia. –Agora com licença gente. Vou para o dormitório, torcer para a Melina estar lá. Boa noite pra vocês.

A garota seguiu em direção ao quarto que dividia com Lina. Tentaria acalmar a amiga e descobrir se ela tinha ou não tinha o problema. Não sabia se conseguiria fazer isso. Afinal, só havia conhecido Melina naquele dia. Mas mesmo assim queria tentar. Podia estar sendo tola e ingênua de novo, mas confiava na morena de olhos verdes.

Estava com tantos devaneios na cabeça que mal notou quando esbarrou com alguém. Mais uma vez naquele dia, ela estava mesmo desastrada. Ia preparar um pedido de desculpas quando viu que a pessoa era Lena. Então apenas revirou os olhos e já ia se preparar para desviar da garota e seguir para o quarto quando Lena sorriu:

–Sophia... –A garota deu um sorrisinho malicioso. –Olha quem veio parar aqui! No mesmo lugar que eu.

–É, mas tem uma diferença. Você cometeu um crime, eu não.

–Não me venha com essa palhaçada Sophia. Todos sabemos que quando Rafael quis terminar com você, você ficou com raiva e inventou toda aquela mentira. Mas é claro que toda ação tem uma reação. Calunia e difamação é crime. E você veio parar aqui por isso.

Em outros momentos a ruiva teria seus olhos azuis cheios de lágrimas. Mas não naquele. O que na verdade aconteceu foi um acesso de risos.

–Se você quer acreditar nisso, acredite. –Soph deu de ombros. –Eu sei a verdade. Mas não preciso provar ela pra você. Se quiser acreditar que seu irmão é um santo, dane-se, eu não me importo.

Lena ficou boquiaberta por dois segundos, segundos que a ruiva aproveitou para ir em direção ao quarto. Onde raios estava a garota doce e meiga que namorara o irmão?

A garota de olhos azuis entrou no quarto e percebeu que estava vazio. Parte dela queria chorar. Não pelo reencontro com Lena, mas pelas lembranças que o encontro a trouxe. Mas diferente disso ela riu. Gargalhou muito, espantando qualquer resquício de vontade de chorar. Uma gargalhada puxava outra e quando por fim a ruiva conseguiu parar de rir, ela sentou-se na cama e sorriu intimamente ao ver que ela estava cumprindo sua promessa. “Não vou chorar”.

Tomou um banho e colocou sua camisola. Esta era verde, um tanto curta e transparente. Presente de uma velha amiga. A ruiva suspirou, saudades de Christine.

Deitou-se na cama, cobriu e pegou um livro aleatório dos que ela havia levado e leu. No começo ela tinha que ler tudo de novo, pois seus pensamentos se devaneavam. Mas depois ela se aprofundou na leitura e entrou completamente na história. A garota amava seus livros por isso também, era uma fuga algumas vezes.

Estava tão concentrada nos fatos fictícios de sua obra literária que pulou de susto quando ouviu o som da porta se abrindo. Era uma Melina de olhos vermelhos e rosto inchado:

–É melhor fechar o livro. O primeiro sinal bate cedo amanhã.

Soph assentiu com a cabeça, marcou a página onde estava e guardou o livro. Então suspirou:

–Quer conversar?

–Não.

–Melina!

–Eu estou bem! –A morena lançava um olhar fulminante para a amiga. A ruiva a encarava com os olhos azuis dizendo provocativamente “Eu não vou me intimidar com esses olhos verdes”.

–Olhos vermelhos, rosto inchado, um ataque nervoso... Sim, você está ótima.

–Não sabia que era sarcástica.

–Está no meu sangue. –A ruiva jogou os cachos pra trás. –Então eu repito minha pergunta: Quer conversar?

–E eu repito minha resposta: Não! –Melina se jogou na cama cansada demais pra trocar de roupa.

–Que pena porque eu quero. O que deu em você?! Tipo, e se não fosse o Ian? Você estaria encrencada.

A garota de olhos verdes fuzilou a amiga com os olhos:

–Quem se importa? Aposto que só está me dando essa lição de moral porque foi o Ian que eu “ataquei” no meu ataque de raiva! Está preocupada com ele não comigo! Se tem medo que eu faça mal ao seu namoradinho, não precisa ficar!

Sophia olhou Melina perplexa. Não sabia por que aquilo a atingira. Abriu a boca para falar alguma coisa, mas fechou a boca novamente.

–Julga-me mal Melina. –Foi à única coisa que disse antes de se virar e encarar a parede.

A morena fechou os olhos. Droga! Não queria ter descontado a raiva em Sophia, a menina só estava tentando ajudar.

–Sophia... Desculpe-me ok? Só estou com um pouco de raiva. Não queria descontar em você.

A ruiva revirou os olhos, mas virou-se e sorriu gentilmente:

–Eu entendo. Olha, eu sei que nos conhecemos á menos de um dia e eu não deveria estar me intrometendo na sua vida como se fosse uma amiga de infância. Mas te considero já uma amiga e me preocupo com você. A pergunta do Ian foi idiota, mas se você saiu daquele jeito é porque tinha algum fundo de realidade. Se quiser responder, responda. Você tem ou não tem anorexia.

–Não. –Melina suspirou. –Não tenho. Quer dizer, mais ou menos. É... Complicado. Não é como se eu tivesse medo crônico de comer e engordar, mas... Bem... O meu corpo não aceita certos de alimento e... Por isso... Algumas pessoas pensam que tenho... Anorexia e bulimia. Mas também não foi por isso... Que eu tive aquele... Surto. A pergunta me trouxe... Más lembranças.

–Tipo?

–A minha irmã... É uma modelo linda... Mas... É difícil falar disso Soph... Ela tem esses problemas... Alimentares. Minha família sempre teve que... Ajuda-la nisso. E não é fácil... Lembro-me do desespero dos meus... Parentes, quando ela tinha... Uma... Recaída. Não são... Lembranças boas.

–Eu entendo. De verdade, entendo.

–Eu não devia ter surtado, mas foi mais forte que eu. –Melina dessa vez não precisava de pausas. –As lembranças vieram todas de uma vez entende? Não foi uma de cada, vieram todas, ao mesmo tempo.

–A culpa não é só sua. Mesmo assim você sabe que tem que pedir desculpas.

A morena suspirou:

–Sim, eu sei.


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