The King Of Fashion escrita por Sheena Criss


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu amei essa história e espero que vocês também gostem :))



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/391138/chapter/1

— Ele está chegando.


Todos imediatamente entraram em ação. Salto-altos ressoaram pelos corredores de madeira, papéis foram movidos, teclados foram clicadas e cabideiros de roupa foram arrastados a uma perigosa velocidade. Sam Evans e Quinn Fabray — segundos assistentes de Kurt Hummel, mais carinhosamente conhecidos como os Gêmeos Loiros — deram o seu melhor para manter todos calmos e na linha, enquanto ao mesmo tempo os apressavam em seus trabalhos. Era um estado de caos controlado.


Um estagiário abriu a porta, e por ela adentrou o próprio Rei da Moda — Kurt Hummel.


— Q, preciso que você corra pegar um novo casaco para mim, esse aqui é quente demais — começou ele, já falando a um quilômetro por minuto em uma sentença aparentemente interminável. Ele removeu os óculos de sol e os entregou para Quinn, que estava apressando-se atrás dele, apenas oscilando levemente em seus saltos de 12 centímetros enquanto eles deslizavam pelo corredor na direção do escritório de Kurt. — A previsão do tempo estava obviamente completamente errada esta manhã. Eu não vejo nenhuma nuvem no céu, você vê, Q?


— N-Não, senhor, eu não...


— É claro que você não vê. Ligue para Jacqueline, precisamos discutir o artigo dela em penteados de inverno, honestamente não tenho ideia do que ela estava pensando quando escreveu aquilo mas certamente não é publicável, e onde está o meu Mochaccino?


— Eu, hm... — gaguejou Quinn, batalhando com o casaco trench-coat pesado que Kurt acabara de jogar sobre ela.


— Deixe pra lá, só me pegue um casaco novo. — Kurt acenou com a mão em um gesto de "você está dispensada". Sam estava ali para abrir a porta para ele com um sorriso nervoso e um aceno de cabeça como cumprimento. Kurt inclinou sua cabeça um milésimo de milímetro em resposta.


— Q-Qual o senhor gostaria, senhor?


Kurt parou e virou-se para lançar para Quinn aquele olhar conhecido dele. Aquele que fazia pessoas querem se enrolar no chão e chorar por sua própria estupidez.


— E-Eu só... Me perdoe. — Ela saiu rapidamente e seguiu para os elevadores, pálida e tremendo e muito, muito envergonhada. Assim que ela chegou às portas de metal, uma delas se abriu e Blaine Anderson saiu, os braços cheios de pastas de café. — Ah, Blaine! Graças a Deus que você está aqui, Kurt...


— Eu cuido disso, por deixar — disse ele calmamente, passando por ela com um sorriso reconfortante. Sam o viu entrar e soltou um suspiro não-tão-sutil de alívio. Blaine gesticulou com o queixo para que Sam fosse embora, e o loiro obedeceu com prazer.


Kurt ergueu os olhos da sua mesa com o recém-chegado.


— Ah, Blaine, finalmente alguém competente chegou — disse ele, arrumando o cabelo já perfeitamente arrumado sobre sua testa e inclinando-se na mesa com uma mão. Seus olhos deslizaram pelo caban Marc Jabocs castanho-avermelhado que Blaine estava usando (emprestado da coleção pessoal de Kurt, a maior honra possível) e, apesar de não fazer comentário, Blaine sabia que ele aprovava. — Preciso da coleção nova da Michelle, e garanta que Ricardo receba as minhas notas e venha falar comigo onze em ponto para discutir alterações, porque eles têm potencial mas não estão lá ainda. Preciso de quinze, vinte blusas da Chanel que potencialmente combinem com aqueles Jimmy Choos novos que acabamos de receber, e pelo amor de Deus se você me trazer algo com arcos eu vou te despedir sem pensar duas vezes. E por favor me diga que você me trouxe o meu...


— Mochaccino grande sem gordura com creme extra? — terminou Blaine por ele, seu sorriso nunca deixando seu rosto enquanto ele entregava o copo de café. — Vou pedir para Sam entregar as notas para Ricardo agora, e tenho a coleção de Michelle para você bem aqui. — Ele o presenteou com uma das grossas pastas em seus braços, e Kurt a pegou dele com uma sombra de sorriso nos lábios. — Posso ir para a Chanel imediatamente ou mandar algum estagiário se você preferir, mas primeiro Patrick quer que você dê uma olhada nesses, veja se algum deles é digno de expansão ou se ele deve apenas jogar fora e usar outro ângulo. Pessoalmente, eu acho que eles engenhosos, mas é claro que você é quem decide. Também, Yvonne ligou e quer marcar uma reunião o mais cedo que você puder.


Kurt assentiu e aceitou a segunda pasta.


— Muito bem. Vou dar uma olhada nesses. Diga para Yvonne que vou vê-la às duas e meia; se ela estiver um segundo atrasada não hesitarei em revogar os privilégios de roupas dela pelo resto do mês.


Blaine assentiu, rabiscando em seu caderno.


— Algo mais que eu possa fazer por você, senhor?


O editor-chefe balançou a cabeça e ajeitou-se à mesa.


— Por enquanto é isso.


Blaine assentiu uma última vez e deslizou para fora do escritório.


— Eu não entendo como você faz isso — grunhiu Sam, aparecendo ao seu lado. — Eu não duraria uma hora no seu lugar.


— Ele não é tão ruim. — Blaine deu de ombros modestamente. Então, com a expressão incrédula de Sam, riu e emendou: — Tá, tudo bem, ele require um gosto sofisticado.


Quinn quase tropeçou sobre eles ao sair do elevador com dois casacos em mão.


— Blaine! — arfou ela; obviamente estivera correndo. — Q-Qual desses eu...


— O com o cinto, definitivamente — respondeu ele facilmente, tirando o outro casaco das mãos dela.


— Obrigada — murmurou ela, saindo apressadamente.


Sam balançou a cabeça.


— Você faz milagres, sabia disso? — disse ele, sua voz cheia de maravilhamento. — Aposto que metade de nós já teria sido despedida se não fosse por você. Incluindo eu.


— Ah, por favor — zombou Blaine. — Só estou fazendo meu trabalho.


Kurt Hummel era conhecido como o Rei da Moda. Como o editor-chefe da prestigiosa revista de moda Runway, ele era igualmente temido e admirado. Ele começara na base da cadeia alimentar, mas trabalhara seu caminho de um mero estágio até a posição de poder mais alta em um período de apenas poucos anos. Agora, com vinte e sete anos, ele tinha o mundo da moda aos seus pés. Havia milhares de garotas — e garotos — que matariam para trabalhar para ele, apesar de seu comportamento aterrorador e exigente.


Mas fora o simplório Blaine Anderson que chamara sua atenção.


Blaine ainda não sabia o que Kurt vira nele. Ele não era a pessoa mais fashionista que existia, e ele também não era um delirante fã da revista; ele sabia perfeitamente bem que não era perfeito para ao trabalho. Porém ele estivera desesperado por um emprego, então decidira que uma entrevista não mataria e ele até poderia brincar com a chance de conseguir a vaga.


Para a sua imensa surpresa — e de todo mundo —, porém, ele conseguira o emprego.


Houvera vários erros no seu primeiro mês trabalhando como um dos segundos assistentes de Kurt; várias situações de tentativa e erro. Mas ele não era nada se não um rápido aprendiz. No final do segundo mês, ele já fora promovido à primeiro assistente, e Sam fora contratado para substituí-lo. Quinn, apesar de estar trabalhando para Kurt por muito mais tempo que Blaine, não ficara magoada com isso. Ela insistira que Blaine merecia.


— Blaine, cadê você?


Ele franziu para a voz frenética de Sam saindo do telefone.


— Um, na Chanel. O Kurt precisa de algumas blusas. Por quê?


— Ele precisa de outro mocha! — O pobre homem parecia prestes a cair no choro. — Uma dos estagiárias derrubou o copo dele.


— Ah Deus — arfou Blaine, rapidamente pegando as sacolas e correndo para a porta. — Pegou na roupa dele? Me diga que não pegou na roupa dele.


— Não, mas tem uma poça no chão e ele despediu a estagiária e tem três pessoas tentando limpar mas está no carpete e ele parece prestes a jogar todos eles pela janela e eu não sei o que fazer...


— Respire — lembrou-lhe Blaine, desviando para pegar um atalho. — Chego em alguns instantes, Só tente manter todo mundo fora do caminho dele. E pelo amor de Deus, não deixe ninguém trazer pra ele o café do escritório.


— Tá, certo, claro.


Vinte minutos depois, Blaine chegou com um fervente novo mocha e uma embalagem de produto de limpeza.


— O que é isso? — vociferou Kurt, pegando o café.


— Vai tirar a mancha do carpete — explicou ele calmamente. — E podemos passar um pouco de perfume se o cheiro da química for forte demais. Enquanto isso, posso sugerir que juntos contrastemos as novas blusas com os sapatos para ver quais combinam melhor para que você não precise ficar no escritório enquanto o cheiro dissipa?


Kurt o estudou. Quinn e Sam prenderam a respiração. Finalmente, ele assentiu.


— Q, abra a janela. Sam, limpe a bagunça. Blaine, venha comigo. Eles já estão lá embaixo?


Blaine segurou um sorriso. Sam e Quinn acenaram a cabeça para ele em agradecimento ao se apressarem para cumprir as ordens.


— Sim, senhor. Nenhum arco à vista.


— Não me chame assim.


— Perdão?


— "Senhor". Não me chame de "senhor". Me faz me sentir velho. — Ele entrou no elevador e Blaine o seguiu, lançando para a garota que estivera prestes a embarcar um olhar de desculpas. Ela deu de ombros em compreensão. — Só "Kurt" está bom.


— Se você diz.


Kurt fungou, e torceu o nariz em desgosto. Blaine não podia evitar mas pensar o quão adorável era, como uma criança sendo obrigada a comer os vegetais se quisesse sobremesa.


— Aff, que cheiro horrível. Toda a minha roupa agora cheira à café frio, graças a aquela estagiária desastrada.


— Tenho certeza que foi um acidente — aplacou Blaine. Ele chegaram ao quarto piso e desceram do elevador. Pessoas apressaram-se quase imediatamente para abrir caminho para eles. Ou para Kurt; Blaine era agraciado por associação. — Todo mundo erra hora ou outra.


— Ela deveria ter sido mais cuidadosa.


— Talvez ela só estava nervosa. Afinal, você é um pouco intimidante, s-Kurt.


Kurt o analisou enquanto eles andavam.


— É? Eu sou?


— Sim — confessou Blaine, tentando ser delicado com isso. Kurt claramente não estava com o meu humor. — Você-Você é extremamente talentoso, e pragmático, e poderoso, e às vezes você não é exatamente acessível. Tenho certeza que não é de propósito, mas você assusta eles um pouco. Talvez, e me perdoe se estou passando da linha, mas talvez eles poderiam ficar mais relaxados se você fosse um pouco mais acessível.


— Acessível.


— Sim.


— E como você sugere que eu faça isso? Use uma camiseta que diz "Abraços grátis" e entregue pirulitos?


Blaine riu.


— Não, não acho que isso seja necessário. Só... mostre para eles que você é grato por tê-los. Diga "obrigado" hora ou outra. Talvez um ou dois elogios. Tente não demitir as pessoas por um erro pequeno.


Kurt assentiu pensativamente por um momento.


Então ele pegou uma blusa de botões lavanda e a segurou ao lado de um par de saltos prateados.


— Esses. Gosto desses. Pegue uma saia tubinho de cós-alto preta.


Blaine segurou um suspiro.


— Sim, se-Kurt. Um instante.


Ao virar-se para partir, ele ouviu Kurt murmurar "Obrigado" e olhou para ele por sobre o ombro com um sorriso agradavelmente surpreso. Kurt abriu um sorrisinho em resposta.


Progresso.


— Certo, desembucha.


Blaine piscou para Sam em confusão.


— Perdoe-me? Desembuchar o quê?


— O que que tá com Kurt? — insistiu o loiro, inclinando-se na borda da mesa. Blaine abaixou a agenda, a qual ele estivera atualizando a pedido de Kurt. — Algo muito incrível deve ter acontecido.


— Do que você está falando?


— Ah, por favor, vai dizer que você não notou! Ele não demitiu ninguém em uma semana. Ontem, ele até me disse "obrigado". Obrigado, Blaine. Ele nunca diz obrigado.


— Eu-Eu acho que talvez ele esteja aprendendo a ser um pouco mais amigável. — Blaine deu de ombros, secretamente satisfeito. Ele gostava de pensar que ele tivera alguma influência nas pequenas mudanças de Kurt. Na verdade, ele também tinha notado; Kurt sorria para ele mais esses dias, dizia "por favor" quando pedia para Blaine fazer coisas para ele quase todas as vezes, e até deixou Quinn sair mais cedo na quarta porque ela tinha um grande jantar de família.


Sam esticou-se de repente, os olhos arregalados.


— Meu Dues, e se... acabei de pensar... E se ele arranjou um namorado?


Blaine derrubou a caneta.


— Um-O quê? — gaguejou ele.


— Bom, só pense nisso! Ele de repente não está tão rígido, e nada amolece um cara tanto quando uma boa e gostosa...


— Ai meu Deus, nós não vamos ter essa conversa — murmurou Blaine, pulando para seus pés e afastando-se rapidamente. O pensamento de Kurt intimamente envolvido com algum homem desconhecido fazia o estômago de Blaine se revirar. Não que ele tivesse motivos para ser possessivo; ele e Kurt definitivamente não estavam juntos. Kurt nunca dera qualquer sinal de reciprocar seus sentimentos, e ele achava que fazia um bom trabalho em esconder os seus. Era só uma paixonite ridícula. Mas ele não podia negar que a ideia de Kurt envolvido com outra pessoa era quase dolorosa.


— Você sabe, não é? — instou Sam com um tom jovial, seguindo-o.


— Sei o quê?


— Com quem ele está namorando! Você sabe tudo sobre ele. Vamos lá, você pode me contar.


— Ele não... Ele nunca disse anda...


— Quem é? É alguém que eu conheça? Ele trabalha aqui?


— Pare com isso! Eu não ouvi nada sobre Kurt...


— Ai meu Deus, é você? — arfou Sam de repente. — Quer dizer, eu sei que vocês dois se dão bem e tal, mas sério, cara? Como você pode não me contar...?


— Sam! Pare! — sibilou Blaine, seu rosto vermelho em uma mistura de vergonha e raiva. — Eu não estou dormindo com o Kurt!


— Que bom que isso está claro.


Ele congelou, e então se virou para encarar a direção de onde a voz familiar viera. Kurt estava saindo de um dos elevadores alguns metros distante. Sem nem olhá-los, sem nem mesmo uma sombra de emoção no seu rosto, ele continuou:


— Venha comigo, Blaine; se vocês dois têm tempo para discutir minha vida sexual então claramente vocês não tem trabalho o bastante. Sam, vá ajudar Quinn a recategorizar os ternos lá embaixo. Blaine, preciso que você atenda a minha reunião e tome notas.


— Sim, senhor.


— Blaine... — advertiu ele sobre o ombro.


— Kurt — corrigiu-se ele rapidamente. — Desculpa, Kurt.


O editor-chefe assentiu curtamente em aprovação e continuou o caminho para a sava de conferências.


— Ele está errado. Só para você saber.


— Eu-Perdão? — disse ele confusamente.


— Eu não estou dormindo com ninguém. Estou assumindo que foi isso que Sam achou que mudou em mim.


— Não, não! Bom, sim, é, mas não era... sinto muito, ele só estava... — Blaine lutou com as palavras, odiando que ainda estava corando tão obviamente. Kurt estava estudando-o com uma expressão ilegível no seu rosto e Blaine só queria engatinhar para uma caverna e nunca sair. — Isso é bom. Quer dizer, não, não é bom que... eu só quis... Bosta.


Kurt arqueou uma sobrancelha.


— Essa é a primeira vez que te ouço xingar, Blaine.


— Desculpa.


Kurt balançou a cabeça.


— Não, não tem problema. Só inesperado. — Ele parou do lado de fora da sala de conferência, ignorando o fato que os homens e as mulheres lá dentro imediatamente entraram em pânico no momento que o viram pelo vidro. — Só tem mais uma coisa que eu gostaria que você fizesse por mim.


— Sim? — Ótimo. Trabalho. Isso eu posso fazer.


— Jante comigo na minha casa hoje à noite. Por favor.


E sem esperar por uma resposta, ele abriu a porta e entrou, deixando Blaine encarando-o estupidamente. Mas ambos sabiam que ele estaria lá. Ele fazia qualquer coisa que Kurt pedia. As únicas vezes em que Blaine estivera no condomínio de Kurt, porém, foram para entregar ou pegar algo. Ele nunca ficara mais de cinco minutos.


Isso vai ser interessante, com certeza...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, a história é curtinha. Vai ter apenas 4 cap :(
Espero reviews :D