¿Qué Hay Detrás? escrita por Mari


Capítulo 4
Tentando Não Se Olhar No Espelho


Notas iniciais do capítulo

Oiiii!
Amores, quero dizer que tô realizada pelos reviews no último caps e por ver que tenho tantas leitoras, obrigada mesmo.
Aqui vai mais um cap pra vocês, espero que gostem. Vamos descobrir quem esbarrou na Naty, haha.



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POV Maxi

Claro, porque não sou eu se não estiver atrasado e alguma coisa acontecer para me atrasar mais ainda. Saí correndo da aula de Hidráulica para o treino de futebol, quando esbarrei em alguém na porta do campus, ninguém caiu, a não serem nossos materiais que foram ao chão e se misturaram.

- Me desculpe... – comecei a juntar tudo sem levantar o rosto – Naty!? – finalmente olhei para pessoa a minha frente que também juntava suas coisas.

- Maxi...

- Dizem que a primeira impressão é a que fica, sua impressão a meu respeito não vai ser das melhores. Chegando atrasado para aula, esbarrando em você pelos corredores...

- Namorada... – Naty ia começar a falar, mas tapou a boca.

- Namorada o quê? – questionei.

- Que faz Psicologia – ela falou, mas notei que não era isso que queria dizer -, então, ganhou pontos por isso.

- Ah, sim – fingi acreditar -, esqueci-me de falar quando você me disse que cursava Psico na aula do professor Coan.

- Bem, pra você estar correndo, acredito que esteja atrasado de novo, não quero te atrasar mais – ela disse terminando de recolher seus pertences do chão.

- Estou mesmo, para o treino – concordei e juntei meu material mais rápido. – Bem, até amanhã então.

- Até – ela respondeu e seguiu seu caminho. Fiz o mesmo.

Voltei a correr em direção ao campo de futebol, já estava mais do que atrasado e com certeza, conhecendo o treinador Rodriguez como conheço, tinha certeza que teria que “pagar 20” flexões. Cheguei ao campo suado, troquei-me ali mesmo (N/A: queria ver isso, haha) rapidamente e comecei a ouvi-lo dar seu sermão.

- Novamente atrasado! Já sabe o que fazer né... Pague 30! – ele falou sério.

- 30?

- E faça logo, antes que eu mude pra 50!

Não discuti mais e paguei as 30 flexões, fui para o meio do campo com os demais para começarmos o treino. Dividimo-nos em duplas para o treino com bola, fiz dupla com León, meu colega de sala cujo qual não passava muito disso. Antes do treino com bola, fizemos alongamento e me peguei conversando com León sobre Naty.

- Você e Violetta estão se dando muito bem com a nova aluna, né...

- Naty é legal, Vilu se deu bem com ela – ele falou dando de ombros. – Por quê?

- Por nada, vi vocês almoçando juntos e depois Naty e Violetta – não me atreveria a chama-la de Vilu – indo para aula.

- Elas ficaram de fazer algum programa juntas depois da aula, mas Naty foi embora... Teve problemas com sua namorada e a amiguinha – dessa vez ele foi seco.

- Problemas com a Cami, que tipo de problemas? – fiquei meio confuso com essa revelação.

- Ué, pergunte você mesmo a ela e veja o que te responde... Sua namorada precisa controlar a língua!

- Vou falar com ela – falei por fim.

Terminamos nossos alongamentos e fomos para o treino com bola, mas desliguei totalmente do treino depois do que León disse. O que será que Cami havia falado de tão mal pra Naty? Seria por isso que ela estava andando tão rápido quando nos esbarramos mais cedo? Precisava falar com Cami, e logo!

            Sabia onde encontra-la nesse horário sem precisar ligar, então fui até a quadra de vôlei onde as líderes de torcida ensaiavam seus novos passos. Cami estava lá, como eu já imaginava! Vestia aquela saia vermelha com branca curtíssima e aquela blusa tão curta quanto, eu não era ciumento, mas odiava quando Cami usava a roupa de cheerleaders e quando ia junto com as outras torcerem nos dias de jogo. Isso não combinava com ela, só fazia por causa da Ludmila!

            Vi-a no meio das demais garotas e andei em sua direção, quando comecei a me aproximar e ela me viu, tocou o braço de Ludmila, a capitã, falou alguma coisa em seu ouvido e veio em minha direção. Não fiz rodeios.

            - Camila, o que você disse para a Naty?

            - Oi para você também, meu amor – ela ignorou minha pergunta e me cumprimentou com um selinho.

            - Oi. E então, o que você falou para ela?

            - Como você sabe que falei alguma coisa para ela? Você andou conversando com aquela garota de novo? Ela foi te fazer fofoquinha? – Camila ironizava.

            - Não, não andei falando com ela, aliás, encontrei-a na saída, mas isso não importa. Naty não me disse nada, outra pessoa, que pouco importa, me disse! – exclamei impaciente. – Então?

            - Não disse nada de mais, apenas comentei sobre aquelas marcas que ela tem no rosto! Vai dizer que você não viu? Não se interessa em saber o que é aquilo? – perguntou debochada.

            - É claro que vi, não sou cego! – ouvir isso me deixou muito revoltado – Mas não me interessa saber o porquê delas existirem, isso só diz respeito à Naty!

            - Ué Maxi, estou te estranhando, por que você está defendendo essa desconhecida? E mais, por que está contra mim? SUA NA-MO-RA-DA! – falou dando muita ênfase em “sua namorada”, como se eu não soubesse.

            - Não estou defendendo ninguém e não estou contra ninguém, Camila, só queria entender o porquê de você ficar zombando de alguém sem nem a conhecer, de ficar falando de algo que não lhe diz respeito... Garanto que muito disso tem influência da Ludmila.

            - Ludmila não tem nada a ver com isso! – falou defendendo-a como se fosse a pessoa mais importante. – Não quero mais falar sobre isso, você está muito exaltadinho por causa de uma estranha, quando você tiver pensando no que acabou de fazer e quiser falar direito comigo, me procure! Agora me deixe ensaiar em paz! – falou e virou-se voltando para as amigas sem esperar resposta.

            Fiquei ali parado vendo-a voltar às amigas, pensando e revendo tudo que Camila acabara de falar. Eu realmente estava contra ela e defendendo Naty? Naty era uma estranha? Sim, isso eu não podia negar, acabara de conhecê-la, porém, não via motivos para não dar “brigar” com Cami, minha namorada há quase um ano, por conta do que ela fizera mais cedo.

            POV Naty

            Cheguei a casa e vovó veio em minha direção com milhões de perguntas sobre o meu primeiro dia na faculdade. Falei das partes boas, porque sim, tiveram muitas partes boas, tudo que aconteceu até as benditas palavras saírem da boca de Camila e Ludmila na aula de Psicologia do Desenvolvimento. Respondi que tinha sido tudo bem, que tinha conhecido pessoas legais, que as aulas e professores eram ótimos, e depois de disfarçar um pouco, subi para meu quarto e me tranquei lá.

            Fiquei por quase duas horas me olhando no espelhando e observando aquelas cicatrizes que foram assunto horas antes. Olhei-as enquanto passava minhas mãos sobre elas, não havia mais o que fazer, elas ficariam ali para sempre, eram a marca de um dia que eu queria esquecer, mas que não seria possível, pois sempre me lembrariam. Antes era um incômodo para mim, mas já havia me acostumado com a ideia de “carrega-las” comigo todos os dias, até hoje! Comecei a me perguntar: por que só Ludmila e Camila falaram delas? Por que os outros não falaram? Não viram? Não quiseram? Tiveram pena? Dó? Tiveram medo? E as perguntas começaram a encher minha cabeça. Eles foram tão legais por quê? Deveria acreditar neles?

            Até algumas horas tinha certeza de que voltar a Universidade tinha sido uma boa ideia, voltar a ter uma rotina, conhecer novas pessoas, estudar, porém agora, depois do acontecido, não sabia mais se isso era o certo, me expor, viver sobre os olhares estranhos dos outros. Eu deveria fazer isso? Lógico que deveria, tantas coisas boas tinham acontecido, eu não deixaria duas meninas esnobes, como Violetta havia dito, estragarem minha nova vida!

            Parei de me olhar no espelho, iria evita-lo daqui para frente, iria esquecer as cicatrizes e tentar guardar Joaquim apenas como uma boa lembrança dos nossos bons tempos, tentando não coloca-lo novamente naquela noite. Coloquei uma roupa de “ficar em casa” e desci para o jantar. Meus avós já estavam à mesa.

            - E então Naty, como foi na faculdade? – vovô, que não estava presente no momento anterior, perguntou-me assim que sentei.

            - Foi ótima! Peguei algumas disciplinas optativas para preencherem meus horários e já conheci umas pessoas muito legais... Violetta, Francesca, León e Federico.

            - Convide-os para vir aqui um dia desses – vovó sugeriu.

            - Convidarei – sorri.

            Terminamos o jantar em silêncio, ajudei vovó com a louça e subi novamente para meu quarto. Tomei um banho e me deitei, me virei de um lado para outro por um tempo até finalmente pegar no sono, e nessa noite tive um sonho diferente, outra pessoa ocupava lugar nele, outro menino, o que achei demasiado estranho, Maxi.            


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Notas finais do capítulo

É isso! O que acharam?
Prometo que no próximo melhora :)
Bjbj ♥

@marifics
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