¿Qué Hay Detrás? escrita por Mari


Capítulo 26
Pra Te Fazer Lembrar


Notas iniciais do capítulo

Oi, olha quem voltou!
Dessa vez não demorei nada né!? Porque trouxe mais um capítulo pra vocês. Sim, um outro capítulo em menos de dois dias, uhul :)
Consegui escrever, porque voltei a me empolgar com a fic, e acho que agora vai. Vou tentar escrever e terminá-la logo.
E também agradecer, porque o que me ajuda na inspiração é saber que vocês estão aqui,



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POV Maxi

A manhã seguinte chegou rápido, exatamente como eu queria. Acordei animado, levantei-me e fui tomar banho. Minha mãe não estava no quarto, mas podia imaginar que ela estava resolvendo a papelada da alta.

Após o banho voltei para “meu” quarto no hospital devidamente vestido e pronto para ir. Minha mãe já havia voltado e estava na presença do doutor Sawdicott. Os dois sorriram a me ver.

– Vejo que tem alguém animado para ir embora, até acordou cedo – riu o doutor.

– O senhor não sabe o quanto, tudo o que mais quero é voltar para casa, para a faculdade e para minha vida normal.

– Vai com calma, garoto... Você ainda tem algumas restrições quando “vida normal”.

– Como assim? – perguntei confuso.

– Você precisa ficar afastado de esportes ou outras atividades que envolvam esforço físico por enquanto – ele falou tranquilamente.

– Isso não será problema, eu não vou jogar o campeonato estadual esse ano, então, nem estou mais treinando com o time – comentei. – Mais alguma coisa?

– Só o que já conversamos ontem, sobre voltar aqui toda semana ou a qualquer momento que sentir dores.

– Eu virei! – afirmei.

– Então, está dispensado. Vemo-nos na semana que vem. Sua mãe tem todas as informações da consulta – ele comentou estendendo a mão para um cumprimento.

– Obrigado por tudo, doutor. Até semana que vem! – retribui o aperto de mão.

– Obrigada, doutor – minha mãe também o cumprimentou.

– Juízo hein – ele falou por fim, rindo.

– Eu terei...

Depois mamãe e eu saímos do quarto e fomos para estacionamento, para finalmente irmos para casa. Haviam sido poucos dias no hospital, mas não queria voltar ali para ficar tão cedo. Entramos no meu carro, o qual minha mãe estava usando e seguimos para meu apartamento.

Quando chegamos lá e entramos tudo parecia diferente, mas igual ao mesmo tempo.

– Eu não mexi em nada enquanto você estava no hospital, somente vim aqui pegar suas roupas, tomar um banho, mas tudo continua exatamente como estava... – ela comentou.

– E mesmo assim algumas coisas parecem diferentes – comentei olhando ao redor. O apartamento estava com uma decoração diferente, uma decoração bonita eu diria. Porém, a mesma não parecia ter sido feita por mim. – Acho que outra pessoa andou mudando as coisas por aqui – falei por fim.

– Sei que Naty passou um tempo com você aqui, talvez tenha sido ela – mamãe falou tranquilamente.

– Passou um tempo aqui? Como assim?

– Você teve um resfriado bem forte e ficou alguns dias de atestado. Como é bem teimoso e não come ou dorme direito, Naty ficou aqui cuidando de você.

– Ela parece tão atenciosa – falei lembrando-me de tudo que já havia escutado sobre Naty e sua delicadeza e predisposição para cuidar de todos.

– Tenho certeza que ela é – minha mãe confirmou.

– Bom, não importa quem foi – falei mudando de assunto. – Está tudo ótimo e é bom estar em casa – falei jogando-me em minha cama.

– E eu fico feliz que você esteja bem, meu amor – minha sentou-se em minha cama e me posicionei ao lado dela. – Fiquei tão preocupada!

– Mas agora eu estou bem, pronto para outra...

– Não fale uma coisa dessas – ela me repreendeu. – Você nos deu um susto daqueles... Não imagina como seu pai ficou por não poder estar aqui.

– Vou ligar para ele depois – sorri e ela sorriu de volta. – Fico feliz que você tenha vindo, eu estava com saudades – abracei minha mãe pela primeira vez depois de dias.

– Eu também estava – ela retribuiu me abraçando forte.

– Quando você vai embora? – perguntei quando nos soltamos do abraço.

– Em dois dias...

– Já?

– Eu preciso filho. Outras crianças precisam de mim – ela falou referindo-se as crianças que ela ensinava. – E você vai ficará em boas mãos, todos os seus amigos são bem preocupados.

– Sim, eles são – sorri lembrando-me deles.

– Vou fazer alguma coisa para comermos – ela falou levantando-se e indo para cozinha.

Eu me joguei de costas na minha cama novamente e fiquei olhando para teto e pensando. Pensei em Naty, pensei em Camila, pensei em como minha vida seria daqui para frente. Solteiro e recomeçando tudo novamente. Iria ser estranho.

Levantei-me e comecei a olhar as coisas no apartamento de novo, entrei no banheiro e vi que tinham alguns produtos do quais não lembrava usar. Abri meu guarda roupa e algumas roupas ali também não eram minhas. Sim, alguém tinha andando por aqui. E sim, esse alguém era Naty. Falaria com ela na manhã seguinte na universidade.

Não demorou muito para que minha mãe aparecesse na porta da cozinha e me chamasse para comer. Fui até lá e tivemos um almoço juntos após alguns anos.

POV Naty

Há essas horas Maxi já estava em casa. Graças a Deus a estadia dele no hospital foi curta e agora ele poderia voltar a sua vida normal. Seria difícil reencontrá-lo todos os dias na universidade e não poder tocá-lo, beijá-lo e sermos felizes como antes. Ainda mais, ser amiga dele como antes, teríamos que voltar a estaca zero e recomeçarmos nossa amizade. Seria tão estranho.

Eu estava na faculdade, perdida nas minhas memórias durante as aulas, e fiquei feliz quando o professor disse que estava na hora do intervalo. Fui para intervalo encontrar o pessoal.

Eles estavam lá, sentados todos juntos como todos os outros dias. Fiquei observando-os e pensando em como tinha encontrado amigos perfeitos quando tudo em minha vida estava perdido. Como eles tinham sido prestativos em todos os momentos, como eram legais. Francesca me viu e sorriu acenando, eu me juntei a eles.

– Como estamos hoje? – perguntou Vilu.

– Tudo bem... Maxi já está em casa, fico feliz por isso – sorri.

– Todos ficamos – Fede comentou. – Tenho certeza que logo, logo vai tudo se resolver entre vocês.

– Vamos deixar o tempo resolver né – falei. – Primeiro ele tem que estabilizar em casa, na faculdade, na vida... Depois vamos conversando, afinal de contas, agora somo dois estranhos e tenho que primeiro ser amiga dele.

– Tenho certeza que com tudo que vocês já compartilharam nesses dias nos quais ele esteve no hospital você já se tornaram amigos – León comentou.

– Tomara, seria menos uma coisa – sorri.

Ficamos conversando amenidades enquanto terminávamos nosso almoço e depois cada um seguiu para suas respectivas aulas. Após as aulas fui para casa, tinha alguns trabalhos para escrever e algumas matérias pendentes para estudar.

Passei minha noite com a cara nos livros, o que foi bom, porque por algumas horas me esqueci de Maxi. Levantei-me da frente do computador para pegar um livro na gaveta do meu criado-mudo. Peguei o livro e senti algo caindo no chão, olhei para baixo e era uma foto. Nunca havia visto aquela foto antes. Juntei e comecei a admirá-la. Eu e Maxi. Sorridentes. Sentados na sorveteria. Não me lembrava do momento no qual ela foi batida, com certeza alguma das meninas secretamente. Sorri para mim. Virei a foto e tinha uma pequena dedicatória.

“Naty,

Às vezes a vida não é justa. Você sabe do que eu estou falando. E não só nesse momento que você passou algum tempo atrás, mas em outros, coisas que não gostaríamos acontecem. Só queria te dizer para continuar forte e sorridente (como nesta foto), porque esses momentos vão passar. E se não passarem, eu estarei lá para te consolar. Nunca desista!

Te amo,

É claro que terminei de ler isso com os olhos marejados, mas ao mesmo tempo feliz. Eu não iria desistir Maxi, não iria desistir de você.

Coloquei a foto em cima do criado-mudo e voltei aos meus estudos, estava renovada para encarar os próximos dias e lutar pelo amor.

***

POV Maxi

Quarta-feira amanheceu ensolarada. Acordei cedo e feliz, finalmente voltaria à universidade, e nunca achei que fosse ficar tão feliz por ir para aula. Levantei-me do sofá, já que havia dado minha cama para mamãe, apesar de muita luta da parte dela. A mesma continuava dormindo, o que era ótimo, pois havia se cansado demais no hospital. Tomei um banho, um café bem reforçado, juntei meus materiais e sai sem fazer muito barulho.

O caminho para a faculdade foi tranquilo. Caminhei ouvindo minhas músicas e tranquilamente. Cheguei ao campus cedo e tomei o caminho para sala. Algumas pessoas me cumprimentaram no corredor e sorriram, provavelmente porque me viram melhor.

Cheguei a minha sala e vi León sentando no meio da sala, sentei-me ao lado dele, que já sorriu a me ver.

– E aí cara, de volta então... – ela falou.

– Finalmente! – sorri.

– Bom ter você de volta, temos muitos trabalhos para fazer – ele riu.

– Como assim? – eu ri. – Falto uns três dias de aula e já tenho trabalhos!?

– Temos – ele retificou. – São alguns em grupo, como sou seu amigo te coloquei no grupo.

– Valeu cara, te devo uma – comentei.

– Não se preocupe não, tem bastante coisa pra você digitar – falou rindo.

– Tá né.

– Mas e no mais, como estão seus problemas com as meninas? – León perguntou referindo-se a Cami e Naty.

– Não estão... Preferi terminar com Camila, por causa de tudo que me falaram que aconteceu nesses dois meses, do tipo eu ter namorado Naty e tudo o mais. E Naty, bem, conversamos... Acho que somos bons amigos.

– Já é um bom passo – ele comentou. – Ela ficou bastante preocupada com tudo...

– Posso imaginar apesar de não me lembrar dela, Naty tem se mostrado extremamente atenciosa e ajudado muito.

– Porque ela te ama, cabeção – León falou e fiquei pensando nisso.

O professor entrou na sala e começamos nossa aula. Com minha felicidade por estar de volta, tudo passou rapidamente. Logo já estava na hora do almoço.

Fui para o refeitório com León e nos juntamos à mesa dos meus amigos, Francesca e Federico já estavam lá quando chegamos, não demorou muito para que Naty e Vilu aparecessem e se juntassem a nós. Não dava para esconder que o clima ficou meio estranho comigo e Naty sentados juntos, mas conseguimos ter uma conversa legal, todos juntos.

Quando estava na hora de voltar, pedi para que Naty ficasse um pouco mais, precisava conversar com ela. A mesma assentiu e nos despedimos do pessoal.

– Você precisa de alguma coisa? – ela perguntou preocupada.

– Não, tudo bem... Obrigado pela preocupação.

– De nada... E então, o que é?

– Bem, eu voltei para casa ontem... E bem, tem algumas coisas diferentes por lá, minha mãe disse que tem uma mãozinha sua, já que você ficou um tempo por lá e tudo o mais que você já sabe...

– Ah, me desculpe – ela falou abaixando a cabeça.

– Não estou reclamando, na verdade, parece bem mais bonito do que me lembro – sorri para quebrar o gelo. – O que queria dizer, é que olhando ao redor encontrei algumas coisas suas... Estava me perguntando se você não precisava delas.

– É mesmo, tenho algumas coisas na sua casa... Talvez fosse interessante buscar, não quero causar problemas para você – ela falou e fiquei confuso.

– Problemas?

– Camila pode não gostar de ver coisas de outras meninas por lá – falou tranquilamente.

– Camila não tem nada a ver comigo mais, só pensei que você poderia precisar de suas coisas.

– Quando posso buscar?

– Se você quiser, podemos ir juntos depois da aula...

– Claro – ela sorriu. – Nos encontramos no final da aula – falou e se levantou.

– Até lá – sorri de volta e me levantei também. – Boa aula.

– Pra você também – ela falou e sumiu pela porta do refeitório.

POV Naty

Então ele e Camila não namoravam mais, era uma notícia interessante, mas mesmo assim ainda existiam obstáculos entre nós que precisaríamos ultrapassar.

Voltei para minha sala e comentei com Violetta sobre a conversa que acabara de ter com Maxi.

– Pelo menos eles não estão mais juntos – ela falou feliz.

– É sim – comentei chateada.

– Vai dar tudo certo, Naty. Tenha fé – ela falou me animando.

– Nunca perco.

A aula da tarde passou rapidamente, logo já me via saindo da sala e encontrando-me com Maxi no corredor para ir para a casa dele.

Nosso caminho até lá foi silencioso, quando trocávamos algumas palavras era para eu contar alguma das coisas sobre a minha das quais ele já sabia, mas que mesmo assim eu contava com o entusiasmo de sempre.

Chegamos e entramos. Olhei ao redor e sorri, era bom estar de volta, apesar de que por pouco tempo. Helena apareceu na porta da cozinha com a chave do carro nas mãos.

– Oi Naty, que bom te ver – ela sorriu e me abraçou.

– É bom ver você também – retribui o abraço.

– O que te traz aqui?

– Vim pegar algumas coisas que deixei por aqui – comentei e ela desfez o sorriso.

– Ah sim – foi o que falou. – Eu estou saindo, vou ao mercado comprar algumas coisas para esse garotinho – riu. – Espero ver você quando voltar.

– Claro – foi o que falei, apesar de achar que não estaria mais ali.

Helena saiu fechando a porta atrás de si. Larguei minha bolsa no sofá e comecei a olhar ao redor lembrando onde estariam minhas coisas.

– Maxi, você pode me arrumar uma bolsa para colocar tudo? – perguntei.

– Claro, um segundo.

Logo ele voltou da cozinha com uma bolsa para que eu pudesse juntar meus pertences, e começamos a fazer isso junto.

POV Maxi

Ajudei Naty a juntar seus pertences, enquanto ela foi ao banheiro, juntei pelo quarto/sala, depois ela finalizou na cozinha. E sim, ela realmente tinha deixado muita coisa por aqui.

– Parece que é isso – ela falou colocando a mochila nas costas e juntando a bolsa do chão.

– Parece que sim, você precisa de ajuda? – perguntei dando uma última olhada no meu armário.

– Não, tudo bem – ela falou.

– Mais uma coisa... – eu falei. Eu estava com a porta do armário aberta, então Naty não podia me enxergar. Eu tinha acabado de entrar um casaquinho preto misturado as minhas coisas. Era claro que ele pertencia a Naty. Coloquei-o próximo ao meu nariz e pude sentir aquele cheiro que fez meu corpo tremer e minha memória embaralhar. Parecia que minha mente queria dizer alguma coisa.

– O quê? – ela perguntou. Então resolvi aparecer e olhar para ela.

– Nada não... Engano – falei colocando o casaquinho de volta em meu armário.

– Então vou indo – ela falou por fim. – Obrigada por me lembrar disso – apontando para a bolsa de pertences.

– Por nada – respondi e me aproximei para abrir a porta. – Tem certeza que está tudo bem em carregar sozinha?

– Sim, não se preocupe – ela saiu e virou para olhar para mim, já na parte de fora de meu apartamento. – Fico feliz que esteja de volta – sorriu.

– É bom estar de volta – comentei.

– Até amanhã – ela falou.

– Até! – e inconscientemente dei um beijo em Naty. Sorrimos. Ela desceu e eu fechei a porta.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Deixem aí tudo o que pensam, é importante :)

Beijos amores