¿Qué Hay Detrás? escrita por Mari


Capítulo 10
Pra Iluminar Quem Quiser Amar


Notas iniciais do capítulo

Está aí o capítulo do find, espero que vocês gostem dele tanto quanto gostei de escrever, aliás, o final eu achei cute demais *-*
Não tá mega Naxi ainda, mas tem umas partes fofas!
Leiam e vejam o que acham...



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            POV Naty

            Suspirei em alívio e olhei para trás.

            - Maxi... Você me assustou.

            - E isso que era só eu, já pensou se fosse outra pessoa? – comentou. – Você não deveria andar por aí sozinha essa hora.

            - É um risco que se corre não é mesmo? Mas eu preciso ir embora, e esse foi o único jeito que arranjei.

            - Por isso estou aqui, vou te acompanhar até sua casa – sorriu.

            - Não precisa Maxi, não quero te atrapalhar, volte lá e aproveite a festa.

            - Eu nunca deixaria você andar sozinha por aí essa hora por causa de uma festa, e afinal de contas, agora que você saiu, ficou sem graça – ele falou isso e senti meu rosto corar. – Vamos?

            - Vamos – sorri.

            Começamos a caminhar lado a lado para minha casa. No começo houve um silêncio constrangedor, no qual apenas caminhávamos ouvindo o som de nossos pés tocando nos mais diferentes solos: pedras, folhas, terra. Aquilo estava ficando meio chato felizmente, Maxi quebrou o silêncio.

            - Seus pais não se importariam se você chegasse a casa sozinha essas horas?

            - Não moro com meus pais – ele me olhou surpreso -, moro com meus avôs, aliás, foi meu avô quem me levou à festa, mas não tenho cara para ligar para ele e pedir que busque... Deve estar dormindo há tempos – ri.

            - Onde estão seus pais?

            - Eles moram em Buenos Aires. Mudei-me para cá há pouco mais de um ano, e desde então moro com meus avôs.

            - Ah, entendi. Estranho você já estar aqui há mais de um ano, e nunca termos nos visto por aí – ele comentou dando de ombros.

            - É, mas eu não era, ou melhor, não sou muito de sair de casa, deve ser por isso – comentei. – E os seus pais?

            - O que têm eles?

            - Não se incomodam que você chegue tarde?

            - Não moro mais com eles – comentou -, mas nunca se importaram muito, só quando eu era mais novo.

            - E você é menino, é mais fácil – ri e ele concordou. – Por que você não mora mais com seus pais? Ah – me liguei no que havia acabado de perguntar -, desculpa, não devia ficar te perguntando isso, não precisa responder.

            - Tudo bem – ele sorriu. – Eles estão viajando, meu pai trabalha na Polícia Federal, e foi transferido para trabalhar dois anos no México, mamãe, que sempre trabalhou em casa, foi com ele. Como estou estudando, sou maior de idade e meus avôs moram aqui em Córdoba, eles me deixaram ficar sozinho.

            - Que legal! Então você mora sozinho?

            - Sim!

            - Deve ser muito legal.

            - É e não é, porque apesar de todos os benefícios, de chegar tarde, dormir até tarde, fazer festas em casa e tudo o mais, às vezes me sinto muito sozinho, sem ter com quem conversar.

            - Nada que um telefonema para os amigos não resolva – ri.

            - Vou lembrar-me disso na próxima e ligar para você – ele sorriu. – Hm, mas me fale mais de você Naty.

            - Como assim? – me surpreendi com a pergunta.

            - Sei lá, qualquer coisa, afinal, não sei muito mais de você além da faculdade. Na verdade, não sei muito mais que seu nome, seu curso e que gosta de Nicholas Sparks.

            - Então... Eu tenho 20 anos, sou de Baires, mas como você já sabe, estou aqui agora. Sou “caloura”, caseira, adoro ler e assistir a filmes dos mais diversos gêneros. E você, Maxi?

            - Tenho 23 anos, já estou na sétima fase, nascido e criado aqui em Córdoba. Jogo futebol no time da Universidade, mas acho que isso você já sabe. Sou metido a DJ e torço pelo River Plate – parou de falar e deu uma longa respirada.

            - Metido a DJ? Isso foi engraçado – ri. – Hm, acho que no quesito futebol somos eternos rivais...

            - Vai dizer que você torce pelo Boca?

            - Com muito orgulho! – exclamei sorridente.

            - Achei que você não tivesse nenhum defeito – disse chateado.

            - Tenho muitos – retruquei.

            - Esse foi o primeiro que eu encontrei – falou sincero.

            - Exagerado.

            Caminhamos mais um minuto em silêncio e logo estávamos em frente a minha casa.

            - É aqui! – parei em frente ao portão e apontei.

            - Está entregue então!

            - Obrigada por me trazer até aqui, Maxi.

            - Disponha. Como eu disse, não ia deixar você andar sozinha por aí à noite.

            - Então é isso, até segunda. Boa noite.

            - Boa noite – nos despedimos com um beijo na bochecha.

            POV Maxi

            Fiquei parado em frente ao portão enquanto Naty caminhava até a porta de sua casa, só sairia dali quando a mesma já estivesse em segurança, quando me lembrei do convite que eu tanto queria fazê-la.

            - Hey, Naty – chamei-a baixinho.

            - O quê? – ela parou no meio do caminho e olhou para trás.

            - Hum... Bom... É, você não gostaria de sair amanhã comigo? Sei lá, para tomarmos um sorvete, um café, caminharmos por aí – indaguei todo envergonhado coçando a cabeça.

            - Ah, claro – ela sorriu e eu nem acreditei na resposta. – Passa aqui lá pelas duas horas, pode ser?

            - Estarei aqui – sorri.

            Depois Naty voltou a se virar e entrou em casa, agora ela estava segura.

            Dei meia volta e rumei para minha casa. Caminhei observando a lua e as estrelas que brilhavam como nunca no céu, apesar de tudo, havia sido uma noite muito agradável, e o dia de amanhã prometia ser mais. Finalmente criara coragem para convidar Naty para sair e ela aceitara sem hesitar.

            Cheguei a casa, adentrei, tomei um banho rápido e caí na cama, não dando nem tempo de pensar em qualquer coisa antes de cair no sono.

            *

            Acordei no domingo com o sol que iluminava a rua batendo no rosto amassado de tanto dormir. Peguei meu celular na mesa de cabeceira e olhei as horas. 13h00min. Levantei-me mais que rápido, havia combinado de encontrar Naty às 14h00min e tinha menos de uma hora para me arrumar. Corri para o banho, me vesti – jeans, camiseta branca e tênis VANS preto -, comi uns sanduíches que estavam na geladeira, escovei os dentes, peguei as chaves do carro e saí.

            POV Naty

            Maxi havia me deixado em casa na noite passada, achei tão cavalheiro da parte dele desviar todo o caminho só para me deixar aqui em segurança. Esperou que eu entrasse em casa para partir, vi isso pela festa da cortina aberta. Ah, e antes de eu entrar ainda combinamos de sair hoje, não sei o porquê, mas fiquei muito feliz com o convite e não hesitei em aceitá-lo.

            Depois que me despedi de Maxi, subi, tomei banho e cai na cama. Hoje havia acordado perto das 11h, terminei de ajudar vovó com o almoço, depois com a louça, arrumei-me para sair, como fazia sol optei por um vestido soltinho estampado e uma rasteirinha, e agora estava sentada na sala com meus avós esperando Maxi. Estamos assistindo à televisão distraidamente, quando a campainha tocou. Corri para atender.

            - Oi Maxi – falei assim que abri a porta.

            - Oi – ele sorriu. – Você está linda!

            - Obrigada – corei.

            - Vamos?

            - Claro... Estou indo, vovó – falei mais alto para que ela pudesse ouvir, e a mesma apenas sorriu consentindo com minha afirmação.

            Caminhamos em direção a um carro prata que estava estacionado em frente a minha casa, Maxi abriu a porta para mim e fiquei olhando para ele sem reação. Não queria entra no carro, mas como iria explicar isso a ele?

            - Está tudo bem? – Maxi perguntou notando meu rosto confuso.

            - Er, sim... Não sabia que você vinha de carro ou que tinha um – tentei sorrir.

            - Meus pais me deixaram ficar com ele – comentou.

            - Hm. Você se importaria de fôssemos andando? Quero apreciar a natureza, e tem vários lugares legais aqui por perto, você pode escolher...

            - Não me importo nenhum um pouco – ele sorriu, e eu fiquei aliviada. – E quanto ao lugar, você escolhe!

            - Ok, vou te levar na melhor sorveteria do mundo.

            Caminhamos não mais que vinte minutos e chegamos à Sorveteria Pasione, uma sorveteria italiana deliciosa e meu refúgio nos dias triste no meu primeiro ano em Córdoba. Sentamo-nos e fizemos nossos pedidos que não demoraram a chegar, e ficamos conversando sobre amenidades. A hora passava e não notávamos, porque a conversa fluía de um jeito bom.

            - E quando você diz que sua trabalhava em casa, o que ela fazia? - indaguei.

            - Professora particular! Formou-se em Literatura, lecionou um pouco em escolas, mas depois que vim ao mundo, resolveu investir na vida de professora particular para passar mais tempo em casa, acompanhar meu crescimento e tudo o mais, e deu certo, gostava de ter ela por perto na maior parte do tempo – ele sorriu. – Agora ela me faz a maior falta, não só nas questões de casa – lavar roupa, fazer comida -, como também falta de saudade. Na real, os dois me fazem uma falta danada!

            - Sei como você se sente, apesar de eu ter meus avós perto e fazerem tudo para mim, pais são pais né, e sinto uma tremenda saudade deles também – comentei.

            - Sei que já te perguntei isso, mas o que te trouxe a Córdoba?

            - É uma longa história, prefiro não falar dela agora.

            - Tudo bem – ele concordou, parecendo chateado.

            - Não fique chateado – falei de pronto -, não é nada contra você, aliás, tenho total confiança que posso te falar disso a qualquer hora em qualquer lugar, mas ainda não estou preparada, sabe?

            - Fico feliz e surpreso em saber que você tem confiança em mim!

            - Vai por mim, também estou surpresa, mas não sei, sinto que você é uma pessoa confiável – sorri.

            - Mudando de assunto então, o que seus avós fazem?

            - Então, meu avô foi jogador de futebol por muitos anos, e depois de que aposentou, abriu uma loja de produtos esportivos que ele adora e passa muito tempo lá, vovó era enfermeira, mas agora fica só em casa, e às vezes vai à loja passar o tempo. A loja é o divertimento e fonte de renda deles...

            - Sério que seu avô foi jogador? Fale-me mais...

            E conversamos por mais alguns minutos sobre meu avô, depois futebol e esportes em geral. Fiquei aliviada que Maxi não me pressionou para que falasse do real motivo de eu estar em Córdoba, e fui sincera quando disse que ele é alguém que me passa confiança. Apesar de tão pouco tempo que nos conhecemos, e mais, de eu ter começado a falar realmente com ele a menos de 24h, desde o primeiro dia, quando ele entrou atrasado na sala e olhou para mim, senti que ele era alguém diferente.

            Perto das 18h, sim, ficamos algumas horas na sorveteria, resolvemos ir embora, Maxi ficou chateado quando me ofereci para pagar a conta e fez questão de fazê-la, depois nos encaminhamos para a saída do local e já na rua para o caminho até minha casa. O céu estava escuro, a noite começava a cair, e com ela as estrelas e a lua muito cheia e amarela apareciam aos poucos no céu.

            - Sabe aquelas pequenas coisas te deixam feliz? – perguntei para Maxi do nada, que me olhou meio surpreso.

            - Tipo roupa recém passada, cheiro de comida caseira?

            - Isso.

            - Então sei – ele riu. – O que tem?

            - Uma dessas pequenas coisas para mim, com certeza é a lua. Acho tão lindo o modo como ela aparece no céu em dias de lua cheia. Tão grande, amarela e tão próxima – eu falava enquanto olhava para cima, e notava pelo canto dos olhos que Maxi também olhava para o céu.

            E o silêncio pairou por alguns minutos, continuávamos andando e olhando a para o céu. Melhor, eu olhava para o céu, Maxi de repente parou e começou a olhar para mim.

            - Que foi? – perguntei agora me voltando para ele também que continuava me olhando com um sorriso nos lábios.

            - Você é tão diferente, Naty...

            - Diferente como?

            - Não sei dizer, só é. Olha isso, com tantas “pequenas coisas” que você pode gostar tipo sapatos novos, maquiagens e essa baboseira toda, você vai gostar da lua...

            - Vou tomar isso como um elogio – comentei sorrindo.

            - E foi – ele retrucou e me senti corar. – Sabe todas às vezes que eu olhar para a lua a partir de agora, vou me lembrar de você – e eu fiquei sem palavras.

            Logo depois disso chegamos à frente da minha casa. Paramos no portão e ficamos frente a frente.

            - Obrigada Maxi, foi uma tarde muito agradável.

             - Eu que agradeço, fiquei feliz que você tenha aceitado meu convite... Foi bom conversar com você e saber mais sobre sua vida – comentou.

            - Digo o mesmo. Agora preciso entrar, tenho um trabalho para terminar. Boa noite!

            - Boa noite, Naty, até amanhã – ele despediu-se de mim com um beijo na bochecha e entrou no carro enquanto eu adentrava em casa.

            POV Maxi

            Havia sido uma tarde muito agradável mesmo, mas o melhor de tudo foi quando Naty revelou sua felicidade ao ver a lua, ela me surpreendera, na verdade, me surpreendia a cada dia, demonstrando ser uma pessoa muito diferente, que não se importa com problemas supérfluos, e sim com pessoas, com sentimentos. Não sabia dizer que o que estava sentindo era amor, afinal, nos conhecíamos há tão pouco tempo, mas se fosse amor, eu poderia dizer que estava completamente apaixonado por aquela garota.


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Notas finais do capítulo

É isso!
Comentem e deixem sua opinião sobre o capítulo, a fic e tudo o mais, porque só assim eu posso continuar.
O próximo capítulo é o cap que estou esperando para escrever desde que comecei a fic, então, se quiser ler ele tanto quanto quero escrever, deixem seus reviews!
Obrigada, bjbj ♥

@marifics
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