Just The Way You Are

Hermione apareceu na porta do quarto de Draco, a bela menina estava exuberante vestido um vestido que tinha a saia preta e a parte de cima branca, pra aquecer o frio que fazia naquela noite Hermione vestia uma jaqueta preta.

–Você se produziu desse jeito pra passar a noite em um hospital? –Draco perguntou num tom divertido.

–Você já olhou para o meu cabelo? Tá horrível, eu não me produzi. –Hermione apontou para o cabelo que estava solto e sem nenhum penteado.

–Senta aqui. –Draco chamou-a e ela foi.

–Você se sente melhor hoje? –Perguntou preocupada.

–Você tá aqui não está? -Draco acariciou a bochecha alva da namorada e ela sorriu e quando ela sorriu foi como se uma luz acendesse nos olhos acastanhados da menina. –Seus olhos brilham com mais intensidade do que se juntassem todas as estrelas do céu. –Hermione corou, ela sentia vergonha em meio a elogios.

–Você sabe que eu fico sem graça. –Mordeu o canto interior do lado esquerdo da boca.

“Oh, os olhos dela, os olhos dela

Fazem as estrelas parecerem que não têm brilho”

Blásio havia saído da clínica de reabilitação pra passar o final de semana em casa, na tarde daquele dia Draco o havia obrigado a ligar pra Taylor. O moreno andava de um lado para outro do lado de fora da casa dela, ele se perguntava o que havia dado em sua cabeça pra convidar uma patricinha pra sair.

Taylor olhou pela janela a figura alta que a esperava do lado de fora, olhou-se mais uma vez no espelho e abriu a porta.

–Boa noite. –Cumprimentou educadamente.

–Boa... Você tá... Muito... Linda. –Blásio mal conseguia respirar, não sabia o que falar.

–Obrigada. –Agradeceu sorrindo. –Então, pra onde a gente vai mesmo? –Questionou-o.

–Você que sabe, minha mãe ficou buzinando no meu ouvido pra eu te levar lá, mas eu disse pra ela que somos apenas amigos e que eu iria te levar aonde você quisesse. –Falou no “modo metralhadora”.

–Ótimo, então vamos á casa da sua mãe. –Disse decidida e Blásio ficou um tanto nervoso.

Blásio parou mais um pouco pra olhar melhor em Taylor, a menina usava um vestido preto com dourado, um sapato preto que contrastava com as pernas extremamente brancas da menina, os brincos em formato de asas, a pulseira apertando o pulso, o anel marcando o dedo, a bolsa branca a tira colo, as unhas impecáveis, a maquiagem leve e por fim os cabelos soltos e cacheados artificialmente, era óbvio que haviam sido feitos com o auxilio do baby liss, os cachos quase desfeitos por causa do vento caiam perfeitamente nos ombros da baixinha.

“O cabelo dela, o cabelo dela

Recai perfeitamente sem ela precisar fazer nada”

Harry assistia Gina dar a terceira pirueta perfeita e voltar novamente para o começo da coreografia, com a expressão de quem fizera as coisas erradas. Dessa vez a coreografia parou no meio, as pernas de Gina fraquejaram e a ruiva sentou-se derrotada no chão.

–Ginny o que aconteceu? –Harry aproximou-se.

–Tem muito tempo que você estava ali? –Limpou a lágrima que escorria.

–Eu vi você repetir a coreografia umas três vezes. –O rapaz ofereceu a mão para que a menina levantasse. –Vamos tomar um sorvete? –Convidou-a.

–Tá frio demais. –Respondeu abatida.

–Um café? –Insistiu.

–Aceito, vou vestir minha roupa no vestiário e já volto. –Deu as costas e saiu de forma cabisbaixa.

Gina abriu o armário cheio de adesivos e tirou de dentro dele uma camiseta rosada com um laço enfeitando-a, uma saia rodada, uma jaqueta no mesmo tom da camiseta, vestiu-as e calçou a sapatilha, pegou as roupas de balé e colocou-as dentro da mochila e foi ao encontro do namorado.

–Você está cada dia mais linda. –Harry foi sincero em suas palavras, mas Gina não parecia acreditar e preferiu apenas sorrir de canto.

“Ela é tão linda

E eu digo isso pra ela todo dia”

–Não tá acreditando em mim não é Gina? –Harry ameaçou correr atrás dela.

–Para de falar besteira Harry. –Gina afastou-se do toque do namorado.

–Você tá muito estranho ultimamente. –Reclamou.

–Só por que eu não acredito que seja bonita? –A ruiva respirou fundo e pegou o celular.

“Sim eu sei, sei

Quando eu a elogio, ela não acredita

E é tão, é tão

Triste pensar que ela não vê o que eu vejo

Mas sempre que ela me pergunta se está bonita

Eu digo”

Hermione tentava de todas as maneiras fazer Draco tomar uma sopa e ele se recusava diversas vezes.

–Eu não vou comer Hermione, essa sopa não tem gosto de nada. –Fez cara de nojo.

–Você tá agindo como uma criança. –Hermione fez cara de brava e tentou levar a colher a boca dele novamente.

–Só como essa sopa horrorosa, se você fizer algo por mim. –Chantageou a namorada.

–Quando você fala assim me deixa assustada. –A menina fez expressão de assustada e depois sorriu, era como se Draco estivesse sendo puxado até aqueles lábios rosados.

–Eu como e beija. Beija muitas vezes. –Encarou-a.

–e se eu beijar agora e depois que você comer? –Mordeu o canto do lábio inferior.

–eu prometo que não vou ficar bravo. –Diminuiu a distância entre os dois e beijou o queixo da menina e logo chegou até os lábios dela.

Ele amava estar com ela, amava abraça-la, beija-la, fazer ela sorrir. Draco e Hermione ficaram com as testas coladas.

–Eu poderia ficar beijando você o dia inteiro, todos os dias da minha vida. –Acariciou o rosto da namorada que sorriu.

‘Os lábios dela, os lábios dela

Eu poderia beijá-los o dia todo se ela me permitisse”

Blásio e Taylor já haviam chegado a casa do rapaz, enquanto a mãe do rapaz cozinhava, Taylor e Blásio ouviam atentamente as histórias que a avó do rapaz contava.

A senhora contava que quando era mocinha havia se apaixonado pelo filho do padeiro do bairro, mas seu pai não permitia o namoro. A mulher contava as inúmeras aventuras e sufocos que havia passado para que conseguisse namorar o rapaz. Taylor ria das coisas e das palavras antigas que a mulher falava. A avó do rapaz levantou e foi até a cozinha, deixando o casal sozinho.

–Você tem uma risada muito bonita. –Blásio puxou assunto.

–Você tá maluco? Desde quando o som de uma iena engasgada é bonito? –Sorriu de canto.

–Desde quando a iena engasgada é você. –Sorriu para a moça que corou.

“A risada dela, a risada dela

Ela odeia, mas eu acho tão sexy”

Já do outro lado da cidade, Harry estava começando a ficar realmente preocupado sobre o humor e as preocupações de Gina.

–Tem certeza que você não quer se alimentar? –Harry insistiu e Gina abaixou a cabeça. –Só um café mesmo? –Indagou.

–Só um café. –A ruiva afirmou.

–Diz pra mim o que é que está acontecendo. –Quase implorou.

–Você sabe que eu tenho um teste para uma peça de balé, não sabe? -Harry afirmou com cabeça. –É pra ser a Ariel, só que todas dizem que se eu conseguir um papel, será para uma das irmãs da Ariel. Mesmo que eu passe a maior parte dos dias treinando, dançando... Eu nunca consigo ser a protagonista. Estou completamente cansada disso. –Reclamou.

–Ginny olha pra mim. –Ordenou estendendo a mão para tocar no rosto da ruiva. –Você vai conseguir esse papel, sabe por quê? –Gina negou com a cabeça. –Porque você é boa o suficiente pra ganhar de todas aquelas meninas e porque você é linda. –Harry acariciou o rosto da amada com o polegar.

–Eu já disse que você é o melhor namorado do mundo? –Pela primeira vez naquele dia Gina havia sorrido verdadeiramente.

“Ela é tão linda

E eu digo isso pra ela todo dia”

Hermione dobrava algumas roupas de Draco e as guardava num armário, o loiro prestava atenção em cada movimento, por menor que fosse, da namorada.

–O que foi que está me olhando assim? –Hermione virou-se para ele exibindo um meio sorriso.

–-Me responde uma pergunta? –Hermione assentiu. –Por que você é perfeita em tudo o que você faz? –A menina deu de ombros.

–Eu não acho que tudo o que eu faço é perfeito. –Fechou o armário e voltou a encara-lo.

–O que fez você se apaixonar por um cara assim como eu era? –Questionou e seus olhos flamejavam curiosidade.

–Acho que a gente não escolhe por quem se apaixona. –Respondeu. –Mas se você me perguntar o que mais me chamou atenção em você, eu lhe responderia que... Você ser você. –Terminou e Draco sorriu. –E o que fez você se apaixonar por mim? –Deu ênfase a “você”.

–O conjunto inteiro do que você é. –Respondeu sem nem pensar duas vezes.

–E o que você mudaria em mim? –Perguntou.

–Nada, eu não mudaria nada em você. –Exclamou sorrindo.

–Nem minha teimosia? –Draco negou com a cabeça. –Nem o ciúmes? Ou a minha mania de me preocupar demais com você? –Questionou.

–Nada, nada, nada. –Repetiu. –Eu nunca pediria pra você mudar nada em você, você é perfeita da maneira que você é. –Draco insistiu na ideia de que Hermione é perfeita.

–Eu sei que você jamais me pediria isso. –Afirmou.

“Oh você sabe, você sabe

Você sabe que eu jamais pediria para você mudar”

Harry e Gina andavam de mãos dadas e o rapaz levava a mochila da menina, eles passaram por um pai e uma filha e a menina exibia-se na ponta dos pés e os cabelos recém pintados de ruivo esvoaçava e quando os olhos da menina encontraram com os de Gina, a garota arqueou a sobrancelha e tratou de esbravejar alto.

–Eu já sou a Ariel, nenhuma das bailarinas chegam aos meus pés. Nenhuma delas é tão perfeita como eu. –Ela aumentava o tom de voz de acordo com a distância que o casal tomava dela.

Harry encarou Gina que agora tinha os olhos cheios d’água e as mãos tremulas demais, o rapaz abraçou-a de lado e continuaram a caminhada.

–Então é isso que você está tentando? –Harry murmurou.

–Tentando o que? –Fez-se de desentendida.

–Tentando chegar a perfeição. –De certa forma parecia estar resmungando.

–Não.. Eu não... Eu... Eu. –Gaguejou.

–Por que se você está tentando chegar a perfeição, saiba que você já chegou a ela. Gina, ninguém dança com tanta delicadeza, ninguém sorri com tanta veracidade e ninguém é como você é. Você é sem comparação. –Declarou.

–Só você pra me fazer sentir bem. –Gina selou-o e sorriu.

“Se a perfeição é o que você busca

Então continue a mesma”

Blásio tentava entender os desenhos que as pequenas sardas espalhadas aleatoriamente nas bochechas de Taylor.

–Já achou as sardas não é? –Taylor perguntou e Blásio assentiu. -Eu gostava de um menino do colégio e eu me declarei pra ele,e ele disse que a minhas sardas eram estranhas, que o aparelho que eu usava deixava minha boca muito inchada, que o meu cabelo era terrivelmente oleoso, que meus olhos lembravam os olhos da garotinha do filme A Órfã e que eu assustava os garotos que chegavam perto de mim com meu jeito. –Contou-lhe o resumo do fato.

–Quantos anos você tinha? –Perguntou.

–Quatorze, quando eu completei quinze, ai eu mudei e ai ele veio pedir pra namorar comigo. –Revirou os olhos.

–Você aceitou? –Fez careta.

–-Deus me livre daquele encosto. –Gargalhou um pouco. –Na verdade, nunca namorei sério na minha vida. –Confessou meio sem graça.

–Pode apostar que mesmo que você me perguntasse se você é linda, eu lhe diria que você é a mais bela de todas as garotas. Não iria falar as coisas que aquele cara falou, jamais. –Falou rápido devido ao nervosismo que estava sentindo.

–Obrigada. –Agradeceu com um sorriso enorme nos lábios.

“Então nem se preocupe em perguntar se você está bonita

Você sabe que eu vou dizer”

Hermione recostou-se na poltrona e o sono tomou conta de seu subconsciente e ela mesmo não querendo acabou cochilando.

Draco olhava para as linhas perfeitas do rosto da namorada, a boca entreaberta ajudava na respiração, os cílios grandes e curvados estavam quase colados devido ao rímel, as pálpebras estavam cheias de pontinhos pretos feitos com o rímel, as sobrancelhas haviam sido feitas recentemente, o peito subia e descia devagarzinho e os braços postos apoiados nas pernas. Ela é mais do que linda, ela é incrivelmente linda.

“Quando eu vejo o seu rosto

Não há nada que eu mudaria

Pois você é incrível

Do jeito que você é”

Taylor havia se despedido da mãe e da avó de Blásio e eles estavam na porta da casa garoto perto da moto do rapaz.

–Obrigada por essa noite agradável ao seu lado e de sua família, foi realmente muito bom estar com vocês, sua avó é um amor e sua mãe nem se fala. –Sorriu docemente.

–O prazer foi nosso de ter estado com você. –Blásio queria se aproximar e beija-la, mas era como se as pernas estivessem travadas.

Taylor permaneceu de frente a ele, mas agora encarava o chão e sorria para o chão e seus pensamentos voavam longe dali, não tão longe, na verdade ali bem perto, na frente dela.

Blásio estava encantado com o jeito da menina, principalmente com o sorriso angelical que aparecia perfeitamente nos lábios da menina.

“E quando você sorri

O mundo inteiro para e fica olhando por um tempo

Pois, garota, você é incrível

Do jeito que você é”

Harry deixou Gina na porta de casa, a ruiva estava em cima da calçada e o namorado estava com as mãos apertando a cintura dela.

–Promete pra mim que você vai ficar calma no seu teste amanhã e que vai parar de se menosprezar. –Harry olhou sério pra ela.

–Prometo. –Sorriu pra ele e enlaçou os braços no pescoço do rapaz.

Depois da promessa, Harry concentrou-se em apenas encarar a ruiva e perceber que hoje estava mil vezes mais apaixonado por ela do que ontem.

“Quando eu vejo o seu rosto

Não há nada que eu mudaria

Pois você é incrível

Do jeito que você é”

*

Blásio parou a moto na frente da casa de Taylor e moça desceu da moto e esperou para que ele fizesse o mesmo. Ambos olhavam-se, mas nenhum dos dois falava absolutamente nada.

–Quer entrar Blásio? – Taylor convidou.

–Não obrigada, eu já vou. –Engoliu a seco. –Então, boa noite. –Despediu-se de longe.

A moça olhava pra ele esperando para que ele tomasse alguma atitude, ela esperava por algo e ele não sabia por que, mas não tinha coragem de fazer nada, nem de olhar pra ela.

–Tem certeza que não quer entrar? –Insistiu.

–Tenho sim. Boa noite. –Recusou novamente.

–Boa noite. –Taylor caminhou até ele e levantou um pouco os pés para beijar o rosto dele, mesmo que estivesse de saltos altos a menina continuava menor que o moreno.

–Eu... Eu já vou indo. –Gaguejou um pouco.

Taylor estava apertando a mão dele e foi largando de leve ainda com a esperança de que ele a puxaria de volta e roubaria ali mesmo um beijo.

Blásio esperou Taylor entrar em casa para depois ir embora. A menina entrou no quarto ligou o som alto tocando “Radioactive- Imagine Dragons” bateu a porta do quarto jogou o sapato na mesma, arrancou as roupas vestiu um pijama, prendeu o cabelo num coque bagunçado, pegou os fones de ouvido com o volume muito elevado ouvindo a música “Trying Not To Love You-Nickelback” se jogou na cama e abraçou o travesseiro. Minutos depois Lena entrou no quarto da filha.

–Tay? – Sentou na cama e fez sinal para que a menina tirasse os fones.

–Tá aqui hoje? Que milagre. –Exclamou enquanto tirava os fones. –Desculpa, eu não queria ser grossa. –Colocou a cabeça no colo da mãe.

–O que aconteceu no seu encontro com o rapaz? Não foi bom? – Questionou-a.

–Foi ótimo. –Disse e fechou os olhos.

–E por que você me parece enraivada? – Perguntou curiosa.

–Ele não me beijou, será o que eu fiz de errado? – Sentou-se na cama e encarou a mãe.

–Ele deve ter ficado assustado. –Lena fez sinal para que a filha a abraçasse e a menina obedeceu.

Já Blásio chegou em casa, entrou para o quarto, se jogou na cama e ficou encarando o teto com um milhão de perguntas na cabeça e tentando se convencer que havia sido apenas um sonho.

Ele não conseguia entender por que havia ficado tão indefeso ao ficar frente a frente com a baixinha de seus sonhos. Ela estava bem ali na frente dele e ele não fez nada, como ele ia explicar a Draco, seu melhor amigo que havia o apoiado, que tinha ficado completamente assustado e perdeu a chance.

Blásio fechou os olhos e teve a visão do rosto de Taylor bem ali de frente a ele e ele apenas a encarando.

O rapaz começou a se perguntar “Será que ela gosta de alguém?” “E se ela estivesse pensando em outro cara agora?” “E se agora ele estivesse atrasado para conquistar ela?” “E se coração dela estivesse quebrado?” “O que estaria sentindo agora sobre ele?”. Blásio passou a mão na cabeça e se sentou na cama.

–Eu não acredito que eu deixei ela ir embora. –Vociferou para si mesmo. –Eu deveria ter beijado ela. –Resmungou algo mais e se jogou de costas na cama.