–NÃO ENCOSTA NO MEU FILHO ATHENA. – disse o meu pai.

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P.O.V. Percy

            Graças aos deuses meu pai ouviu minhas preces. Athena se virou repentinamente, seu corpo tremia de ódio, sua aura brilhava com tamanha intensidade, ela encarou meu pai de tal modo que eu senti medo por ele, mas meu pai estava calmo, como se a fúria de Athena fosse algo com o qual ele já estivesse acostumado. Poseidon respondia ao olhar da deusa com a mesma intensidade e firmeza, porém possuía uma expressão serena, como se tudo o que estivesse havendo ali fosse completamente normal.

            - Atheninha, minha querida, escute bem porque eu só vou falar uma vez, NÃO. OUSE. TOCAR. NO. MEU. FILHO. – disse o meu pai pausadamente.

            - Barbas de Alga, escute bem VOCÊ, seu filho estava tentando se aproveitar da minha filhinha inocente é claro que eu i... – enquanto falava, Athena foi interrompida pelo meu pai.

            -Filhinha inocente? Por favor Atheninha, sua filha já tem 16 anos, ela já deixou de ser inocente a muito tempo. – disse ele ironicamente.

            - NÃO ME CHAME DE ATHENINHA. E respeite a minha filha seu velho estúpido e boçal, o seu filho estava encima dela e sem camisa na hora que eu cheguei aqui. Se eu não houvesse interrompido, eu nem sei o que poderia ter acontecido.

            Meu pai estava começando a se irritar, e bem na hora que ele iria responder eu comecei a falar.

            - Athena...

            -Senhora Athena pra você moleque. – disse a deusa ao me interromper.

            - Desculpe... Bem, senhora Athena, eu e Annie não íamos fazer nada de errado, nós só tínhamos vindo aqui no meu chalé para descansar um pouco, então as coisas começaram a esquentar um pouquinho, digamos assim, e tipo, na hora que a senhora chegou, e nós estávamos, como eu posso dizer hum...“deitados” na cama, eu estava começando a falar pra sua filha que não era a hora de – eu estava tão nervoso que as palavras sumiam da minha boca – termos algo mais intimo, entende. Só que a senhora entrou e não me deixou explicar nada e acabou pensando o que não devia.

            Athena me analisou, com os olhos fixos nos meus, talvez ela estivesse tentando enxergar a verdade nas minhas palavras. A deusa olhou para Annabeth, que estava vermelha de tanta vergonha, encolhida ao meu lado e segurando as minhas mãos com extrema força, como se quisesse se certificar de que eu estava ali, e que eu estava vivo.

            - Isso que o filho do Barbas de Alga falou, é verdade filha?

            - Cada palavra mamãe. – respondeu Annie com a voz tremula. – Percy é gentil, paciente, educado, diferente da maioria dos meninos do mundo, então, a senhora deveria dar uma chance a ele, certo? Um voto de confiança.

            - Está bem, dessa vez eu vou deixa-lo vivo, mas pelos deuses, vocês são crianças, CRIANÇAS, tentem se controlar, e pior, esse tipo de coisa é proibida aqui no acampamento, vocês não querem ser expulsos, certo Percy?

            Athena olhou para mim, eu apenas tive coragem para confirmar com a cabeça.

            - Viu Atheninha, meu filho é um cavalheiro, igual ao pai dele. – falou Poseidon todo orgulhoso.

            - E desde quando você é um cavalheiro? – disse Athena com sarcasmo na voz.

            - Sempre fui minha querida. Quer fazer o teste?

            Antes que a deusa pudesse responder meu pai falou.

            - Me encontre amanhã naquela biblioteca que você gosta? Qual o nome mesmo? Lembrei, Biblioteca do Congresso, se eu não me engano ela é a maior do mundo, certo? Fica em Washington D.C., a nossa querida capital americana, então eu e você lá amanhã as 09:00 ok? Bem, já tivemos emoções o suficiente para um dia, encontro marcado, problema resolvido, ânimos acalmados, eu acho que está na hora de voltar pro meu palácio, e ouçam bem vocês dois. – disse ele apontando para Annabeth e para mim – tentem ser mais discretos dá próxima vez.

            E assim, deixando todos sem reação – principalmente a deusa – meu pai saiu do chalé, eu e Annie viramos o rosto, ele assumiu sua forma divina e foi embora.

            A primeira a conseguir falar alguma coisa foi Annabeth.

            - Mãe, a senhora tá bem? – questionou ela preocupada.

            - Claro que eu estou bem. Eu só fiquei um pouco surpresa e confesso que foi tudo tão rápido e inesperado que eu acabei ficando sem reação. Mas isso não importa.

            - A senhora vai nesse encontro certo?

            - Primeiro: isso não é um encontro. Segundo: claro que eu não vou.

            - Pelos deuses mãe, a senhora tem que ir, pra saber o quê que o meu sogrinho, quer dizer, o quê que o pai de Percy está pensando em fazer na maior biblioteca do mundo.

            - ESTÁ BEM, eu vou, mas eu estou indo apenas para proteger a biblioteca de qualquer idiotice que o Barbas de Alga possa vim a fazer. Agora eu tenho coisas mais importantes a fazer, você Annabeth volte pro seu chalé, seus irmãos estão preocupados e estão lhe esperando.

            Foi só ai que eu me toquei. Quando nós havíamos ido para o meu chalé, era quase meia-noite, olhei pro meu relógio e vi que já era quase 02:00 da manhã. É impressionante o modo que sempre que estamos perto de algum deus, o tempo parece passar mais rápido.   

            -Tudo bem mãe. – disse Annie. Ela me deu um selinho, pegou seus sapatos e saiu. Mas quando estava na porta falou:

            - Boa noite Cabeça de Alga. Sonhe comigo. – e logo após saiu, deixando eu e a deusa no quarto.

            Athena nem olhou para mim. Ela seguiu para porta e disse:

            - Cuidado Perseu Jackson, nem sempre seu pai vai chegar a tempo de lhe salvar.

            Depois dessa, eu resolvi tomar um banho. Água sempre me relaxa. Quando eu estava saindo do banheiro, comecei a ouvir barulhos estranhos, me concentrei e percebi que vinham de perto do meu guarda roupa. Amarrei a toalha na cintura, peguei contracorrente de dentro do bolso da calça que eu estava usando, e fui na direção do som.

            Uma mulher bem bonita estava mexendo nas minhas roupas. Ela era muito bonita mesmo, seus cabelos longos e negros caiam perfeitamente em seus ombros, e emolduravam seu rosto angelical. Sua pele era bem branca. Ela usava um vestido rosa soltinho, que lhe dava uma aparência doce e suave. Nos pés um salto enorme, que combinava perfeitamente com a sua roupa. Quando me aproximei, um cheiro de perfume de grife atingiu minhas narinas. E então minha ficha caiu,  eu sabia quem era aquela mulher.

            -Afrodite? – perguntei.

            - Ah, olá querido, eu não lhe vi chegar.

            - O que a senhora está fazendo aqui? E porque estava mexendo nas minhas roupas?

            - Você chama isso de roupas? Pra mim isso são trapos fora de moda. Amanhã eu vou ao shopping e arrumo umas coisinhas pra você. Mas respondendo a sua pergunta, eu estou aqui para te parabenizar pelo lindo pedido de namoro, foi perfeito, a tempos que não vejo uma história de amor tão intensa com 2 heróis tão jovens e poderosos.

            Ela finalmente olhou pra mim. Eu corei afinal eu estava APENAS de toalha.

            - Percy, querido, você é lindo, tem olhos perfeitos, e tem um físico maravilhoso para alguém da sua idade, mas você se importaria de vestir uma roupa? Afinal, se Ares descobrir que eu estava com você, no seu chalé, e que você estava “pelado” as coisas vão ficar bem feias, e lembre-se só um de nós é imortal.

            Eu peguei um pijama, cueca, e fui ao banheiro me vestir. Quando voltei, a deusa não estava mais lá. Havia apenas um bilhete rosa choque, em grego é claro. O peguei e comecei a ler.

                        Querido Percy,

Tive que voltar ao Olimpo, Hefesto sentiu minha falta e se Zeus descobre que eu estou aqui... bem, eu arranjaria problemas. Mais uma vez parabéns pela linda declaração de amor. O que eu queria lhe falar de importante é o seguinte, tenha cuidado com Athena, eu já a vi matar milhões de namorados de suas filhas, tenho certeza que ela não hesitaria em tentar matar mais um.

                        XOXO

                        Afrodite

            Ps: Amanhã eu mando umas roupinhas novas pra você.

            Depois dessa grande e maravilhosa noticia eu decidi ir dormir, eu não havia percebido antes mais eu estava muito cansado, meus pés doíam, havia olheiras abaixo dos meus olhos, deitei na cama e comecei a pensar em Annie, e no dia de hoje, foi um dia muito intenso, era muita informação para uma pessoa só, mas o sono me venceu e eu acabei dormindo de vez.