Oblivion escrita por Alessandro Campos


Capítulo 20
XX. Reversão


Notas iniciais do capítulo

Adorei escrever esse capítulo. Espero que gostem! Estou vendo uma drástica diminuição nos comentários que eu recebo por cada capítulo :c Não me abandonem, pessoal. A história está ficando ruim? De qualquer forma, obrigado aos meus fiéis leitores que me acompanham desde sempre e, também, quem tem comentado. Love y'all. ♥



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Ele gostaria de gritar, mas nem o seu próprio corpo pôde obedecê-lo. Ficou pasmo por encontrar seu ex-professor ali. O grifinório não sabia o que fazer, apenas ficou ali, atônito e entorpecido pelo medo que sentia de que, além de morrer, também não conseguiria salvar a vida de seu melhor amigo.

E também deixaria Draco. Descumprindo todas as promessas que fizera ao seu amado de que o protegeria de tudo que lhe fizesse mal. Sentiu seu coração doer com uma pequena pontada. No mesmo instante, desejou saber onde Malfoy estava, pois não tinha notícias de seu namorado já havia um tempo e só agora se dera conta disso.

– Você é algum tipo de suicida? – sibilou Snape, irrompendo Harry de seus devaneios quase heroicos.

Potter engoliu a seco e observou o rosto sério e gélido de Severo. Respirou fundo duas vezes antes de responder.

– Você... por que não me entregou? – ele deu um pequeno passo para trás e foi segurado por Snape novamente, impedindo-o de pisar mais uma vez na tábua solta no assoalho da mansão.

– Incrível – Snape deu uma risada baixa e bufante – não consegue nem ao menos agradecer.

Apesar de confuso, Harry se deu conta de que não era a intenção de Snape entrega-lo. Pelo contrário. Ainda sim, não proferiu uma palavra sequer. O bruxo mais velho o puxou para uma parte mais escura da sala e o prendeu contra a parede.

– O que é que você está fazendo aqui? Sabe que o Lorde e outros comensais também poderiam estar aqui? – ele encarava o menino com uma certa raiva no olhar.

Na cabeça de Snape, não se passava outro pensamento além de “garoto estúpido!”. Todo o plano poderia ir por água abaixo, apenas por uma atitude idiota do grifinório.

– Quer dizer que não há nenhum deles aqui além de você – perguntou Harry, mas soou como uma afirmação.

Snape fez uma expressão de desaprovação.

– Igualzinho ao seu pai – murmurou e logo em seguida suspirou – deve ter vindo tentar ter alguma atitude heroica para que todos puxem mais ainda o seu saco. Acertei?

Harry se desvencilhou de Snape e o olhou um pouco irritado, mas lembrou de se conter.

– Narcisa... ela tentou me envenenar. Mas Ron foi envenenado no meu lugar... Eu não sei o que fazer.

A expressão do ex-professor de poções do castelo de Hogwarts mudara levemente. Era quase possível enxergar alguma preocupação nele. Ele jamais imaginou que qualquer um dos comensais, até mesmo Belatriz, teria coragem de até mesmo tocar em Potter. Narcisa então, era a que menos representava qualquer perigo para ele. Desde que ficara na mansão dos Malfoy junto com a família Malfoy, tratou de observar todo e qualquer movimento que os comensais faziam em respeito à Ordem ou ao Harry. Nunca havia nem passado pela sua cabeça a possibilidade de que aquela mulher pudesse promover qualquer atentado contra o garoto. Ao que parecia, era uma das únicas que queria que tudo aquilo acabasse logo, para que ela pudesse viver em paz com seu marido e filho.

E filho.

Ela deve ter ficado realmente injuriada pelo que aconteceu na batalha da mansão. Imaginou que Potter estava tirando seu filho de si, e deve ter entrado em um desespero total. “Mexa com qualquer pessoa, menos com uma mãe devotada” pensou. E foi aí que uma cena em particular veio à sua mente.

“Depois de partir para outro esconderijo com a maior parte dos comensais, Tom Riddle ordenou a Snape que permanecesse na casa dos Malfoy para o caso da Ordem voltar e tentar ataca-los no local novamente. Por isso, Severo fez uma série de feitiços que detectavam a presença de qualquer ser vivo, até mesmo uma mosca, para que não fossem pegos de surpresa. Até porque ele imaginava que Harry, num surto qualquer, poderia aparecer por lá com sua capa da invisibilidade e por tudo a perder, o que era inadmissível naquele estágio.

Era uma tarde qualquer, Snape estava na sala cedida a ele, teoricamente estudando maneiras de deter Dumbledore, quando Narcisa entrou na sala um pouco trêmula. Em passos tortos, cruzou todo o cômodo até a mesa onde o bruxo estava escrevendo alguma coisa com sua pena.

– Severo? – sibilou a bruxa.

– Senhora Malfoy – proferiu.

– É que – ela pausou – eu quero estudar um pouco mais sobre poções proibidas pelo Ministério da Magia.

Snape continuou escrevendo, apenas movimentou a sobrancelha em resposta.

– E, bem, eu... queria um livro seu emprestado.

Sem parecer perder muito o foco, ele alcançou um livro qualquer com uma de suas mãos e lhe entregou. A mulher olhou para o livro um pouco animada, mas logo em seguida seu ânimo sumiu.

– Eu queria na verdade, um mais específico – disse, insegura.

O bruxou parou de escrever, se virou para ela e a analisou de cima a baixo. Soltou um pequeno murmúrio.

– E qual seria?

Sem pestanejar, ela alcançou um livro que estava bem no meio de todos. Ele parecia ser o mais antigo daquela coleção. O nome dizia “Poções baseadas em Magia Negra – Volume I “. Na capa, havia um selo colado provavelmente pelo ministério “Nível de proibição das poções desse volume 10/10”.

– Ora, ora – comentou Snape – não quer começar por algo mais simples?

– Você pode me emprestar esse aqui ou não? – ela parecia impaciente.

– Você é quem sabe – e ele se tornou novamente para a mesa e retomou suas atividades.”

– O que aconteceu com ele? – perguntou Snape.

– Não sei ao certo – respondeu Harry – ele comeu uns bombons com uma poção feita com magia negra e... desmaiou. Dumbledore disse algo sobre ele ter três ou quatro dias de vida. O nome era... era – ele parecia ter alguma dificuldade para se lembrar – não sei. Mas ela é conhecida como “A poção do fim”.

Snape sentiu um frio na espinha. Conhecia aquela expressão. Só poderia se referir à poção de Mer-onos, uma das poções mais fortes e difíceis de se reverter da história de toda a magia.

Mer-onos – sussurrou.

Ele olhou para a mesa que não estava muito longe dali e percebeu que Narcisa ainda não havia devolvido seu livro. O que sugeria veemente que com certeza ela deveria ter feito aquela poção. Com certeza ela tomou precauções para que ninguém soubesse o que ela estava fazendo, porque isso desafiaria Voldemort de uma maneira inimaginável.

– Essa poção cria uma ligação sanguínea entre o bruxo que a fez e o que a bebeu.

Harry apenas assentiu. Aquilo era meio óbvio. Mesmo assim, deixou que Snape concluísse seu raciocínio.

– A única maneira de desfazer o efeito é – ele pausou.

– É o quê?! – indagou Harry, incomodado com o silêncio repentino.

– Matar quem está sugando a vida do outro, antes que o ciclo se complete.

Aquilo foi como se Harry tivesse caído numa lagoa com água congelando. Ele pôde sentir todos os pelos do seu corpo se eriçarem e uma onda de arrepio tomou conta dele. Matar Narcisa? Há algum tempo atrás, ele nem pestanejaria precisar fazer algo assim por seus amigos, mas agora era diferente. Ele não poderia simplesmente matar sua... sogra? Mas também não poderia deixar seu amigo morrer. Draco era frágil e sensível demais. Sabia que apesar de todos os defeitos que ela teria, Draco ainda amava e muito sua mãe. Se Harry fizesse – ou deixasse – algo assim acontecer, com certeza seu relacionamento com Draco não seria abalado, mas sim, destruído sem qualquer possibilidade de reconstrução. Mais um impasse. Mais uma decisão complicada a ser tomada.

– Lúcio não está em casa, não tire sua capa e venha – falou Snape, virando-se de costas para Harry e guiando-se para a escadaria.

Harry assentiu e, apesar de incerto sobre que atitude tomar, seguiu o mais velho e, juntos entraram de supetão na suíte principal dos Malfoy. A porta fez um baque ensurdecedor quando bateu na parede. Narcisa estava adormecida em sua cama no centro do quarto, quando se levantou no susto e olhava atônita para Snape.

– Não acredito que desafiou as ordens claras do mestre e tentou envenenar o garoto – bufou Severo, apontando sua varinha para o feito da senhora da Malfoy.

– Severo, calma, vamos conversar – ela parecia nervosa.

– Era pra isso que queria meu livro, não é mesmo? – perguntou, já ciente da resposta.

Harry apenas observava aquela situação dois passos atrás de Snape. Ainda não tinha certeza sobre o que fazer, então apenas deixou que tudo acontecesse.

– Mas – ela tentou se defender, mas as palavras simplesmente pararam de fluir pela sua garganta.

– Eu deveria chama-lo e contar sobre sua petulância agora mesmo – disse, expondo sua marca negra.

Harry olhou para a marca de Snape. Nunca tinha visto aquilo. Ele não conseguia entender muito bem tudo aquilo que estava acontecendo. Snape estava realmente com raiva por Narcisa ter tentado matar Harry ou por que ela teria desobedecido Voldemort? Ninguém nunca falara com ele sobre Snape ser infiltrado nos Comensais ou qualquer coisa parecida. Tudo estava muito perturbador para ele.

– O que acha que seu marido acharia disso tudo? – continuou com as provocações.

Aflita, Narcisa retomou:

– Eu não aguentava mais! O meu Draquinho com aquele... mestiço nojento.

– Olha como fala de mim! – Harry se desfez da capa e apontou sua varinha para Narcisa também.

Agora não havia mais volta.

– É tudo culpa sua! Desde que você nasceu minha vida virou um inferno!

– Cala a boca! Cala a boca! – ordenou o menino.

– Severo, o garoto está aqui! Chame Voldemort!

– Quieta! – ele respondeu.

– Como ousa...? – ela se virou e tentou alcançar a varinha na cômoda ao seu lado.

– AVADA KEDAVRA!

Um feixe de luz verde inundou o quarto e Narcisa caiu morta sobre seu travesseiro e seus lençóis de seda chinesa.

Ron acordou num susto na enfermaria, com um longo e barulhento suspiro, fazendo com que madame Pomfrey se levantasse e fosse correndo até ele.

Uma luz forte, cegante. Harry ficou desnorteado e não sabia mais o que estava acontecendo.

Luzes. Flashes. Pessoas. Lugares.

E então ele desmaiou.


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Notas finais do capítulo

O que será que aconteceu depois que a Narcisa morreu? E cadê o Draco e a Hermione? Fiquem atentos aos capítulos finas de OBLIVION! *musiquinha dramática e cinematográfica*

Esperando os comentários lindos e maravilhosos de vocês. :D



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