Oblivion escrita por Alessandro Campos


Capítulo 2
II - Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando da história. Como havia dito, a fic é pequena, portanto, como estou de férias da faculdade e do trabalho, estarei tentando postar um capítulo por dia. Boa leitura!



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Eram aproximadamente nove horas da manhã. Os dois se olharam. O olhar não durou muito, mas durou o suficiente para que ambos sentissem um súbito frio na espinha. Harry sentiu novamente aquela sensação de angústia quando sentiu a conexão do olhar de Draco. Novamente, ele não conseguia entender o motivo de aquilo estar acontecendo. Como da última vez, não conseguia entender o motivo de se sentir assim olhando para o Arrogante Malfoy.

Hermione percebeu o que acontecia e olhou para Malfoy, que a encarou com desprezo. Mais uma vez, Hermione sentia-se mal pelo que havia feito, mas sabia que não poderia voltar atrás.

– Algum problema, senhorita Granger? Não estaria tentando colar do senhor Malfoy, estaria? - disse Snape com o cenho franzido, observando a jovem filha de trouxas olhar para seu pupilo no outro lado da sala.

Subitamente, Hermione voltou seus olhos para a mesa e retornou à cortar folhas de mandrágora para o preparo de sua poção.

– Não, professor. Eu apenas me distraí. Me desculpe - respondeu a garota, ainda olhando para as folhas dispostas sobre o balcão no qual realizava a poção.

Desconfiado, Snape olhou para Draco, que também desviou o olhar. Ele se afastou do balcão da menina e sentou-se em sua mesa, na parte da frente da sala.

Draco cortava suas folhas com agressividade, fazendo um pouco mais de barulho que os outros alunos. Ele estava possesso com aquela situação. Por que tinha que ser assim? Há menos de vinte e quatro horas ele estava confiante, tinha certeza que se livraria de toda aquela situação. Fora isso, estava experimentando uma sensação que nunca havia experimentado na vida. Algo que nunca, nem nos seus mais distantes sonhos teria idealizado. Uma sensação de calor, de vivência. Ele se sentia querido, protegido. Amado.

Harry percebeu que Malfoy estava alterado e tremia muito enquanto preparava sua poção. Seja lá o que fosse, Harry percebeu que Hermione também estava estranha e procurou uma relação entre aquilo. Estariam Hermione e Draco, escondendo algo dele? E se estivessem, o que poderia ser? O ódio de Malfoy por Granger sempre foi muito explícito, pois ele sempre afirmava que um sangue-puro jamais poderia ter qualquer contato com uma sangue-ruim. O que quer que escondessem, não seria algo bom.

Todos acabaram suas provas e Draco decidiu ir para Hogsmeade tomar algumas cervejas amanteigadas para esquecer seus problemas. Ao entrar no ambiente, ele viu Potter numa mesa com Hermione, Ron e Luna.

“ - Eu não gosto disso. Eu nunca vou beber isso. O que vão pensar de um Malfoy num lugar como esse, bebendo esse tipo de coisa? – dizia Draco, olhando com asco para a caneca.

– Vamos, Draco! Pare de ser preconceituoso. Você vai gostar. Além do mais, você já está aqui conosco, não está? – disse Harry, apontando para Hermione, Ron e Luna.

– Mas ninguém me viu com vocês ainda. E se virem? Pior: E se me virem com vocês bebendo – ele deu ênfase e fez uma careta - cerveja amanteigada?

– Se o problema é esse... Hermione, por favor? – disse o menino de óculos, apontando para a bolsa de Hermione.

A garota lhe entregou a bolsa com um sorrisinho no rosto. Ron e Luna apenas observavam tudo rindo, estavam achando aquela situação completamente cômica e inimaginável.

– Accio capa! – conjurou Potter, apontando sua varinha para o interior da bolsa da menina.

O moreno retirou sua capa da invisibilidade do interior da bolsa de Granger, enquanto Malfoy apenas observava aquilo abismado.

– Como é que isso coube aí? – o loiro parecia perplexo.

– Feitiço de extensão – respondeu prontamente a garota, como se aquela fosse uma pergunta comum.

Harry esticou sua capa e colocou sobre os dois, que logo desapareceram da mesa.

– Sente- se melhor para experimentar agora? Ninguém vai te ver com exceção de mim.

Draco, convencido, abriu um pequeno sorriso e disse, arfante:

– Você não presta, testa rachada! – Ele segurou a caneca e tomou um gole. E mais um. E mais um.

– Vai com calma – disse Harry, tomando a caneca para si – você está apenas começando.

Malfoy manteve o pequeno sorriso, quando Harry percebeu que os lábios de Draco estavam completamente cobertos de espuma.

– Ei, está sujo – disse Harry, passando o polegar em volta dos lábios do loiro e dando-lhe um selinho demorado.

Draco procurou se desvencilhar daquele beijo, afinal de contas, ninguém poderia pegar um Malfoy de surpresa. Com um pouco mais de luta, Draco conseguiu se soltar de Harry e o fitou.

– E se alguém nos vir? – disse ele, olhando para os lados.

– Estamos completamente invisíveis, esqueceu? – respondeu Harry sem tirar os olhos de Malfoy.

Hermione, Ron e Luna puderam escutar o barulho que os beijos faziam e começaram a tentar conter suas risadas.”

Potter o viu parado na entrada. Como havia ocorrido nas últimas duas vezes, Harry se sentiu paralisado ao ver o outro ali. E se encararam novamente. Ficaram alguns segundos estáticos, quando Luna viu o rapaz na entrada do recinto e sorriu para ele. Malfoy no demonstrou nenhuma emoção. Luna não entendeu. Harry olhou para Luna e para Malfoy. Luna sorrindo para o Draco? Bom, talvez fosse apenas pelo seu jeito. Sempre muito educada, não ligava para o opinião de ninguém. Talvez quisesse apenas ser cordial. Draco virou as costas e foi embora.

– Eu poderia jurar que...

– Luna! – interrompeu, Hermione – vamos ao banheiro comigo?

– Claro – respondeu Luna.

– Vou com vocês – comentou Rony.

– E eu vou ficar sozinho? – perguntou Harry, sem entender.

– Seremos breves – replicou Granger.

No caminho para o banheiro, caminharam um ao lado do outro: Ron, Hermione e Luna. Discretamente, Ron comentou com Hermione:

– Ela não sabe do que fizemos, sabe?

– Não. Eu não soube como dizer – sussurrou Hermione.

– Ele vai descobrir o que fizemos. Ou você conta a verdade para ela ou mantenha-a afastada dele.

A prova de poções era a última daquele semestre. O ex-professor de Hogwarts, Horácio Slughorn, costumava fazer um jantar para os melhores alunos do semestre. Dumbledore se encarregava de informá-lo quanto a isso e disponibilizava uma sala em seus aposentos para que o realizasse sem que os alunos saíssem da segurança dos muros de Hogwarts. Potter e Hermione eram dois dos convidados daquela noite. Estavam todos sentados à mesa, conversando sobre assuntos agradáveis e nem lhes passava pela cabeça assuntos como Voldemort, provas, e para Harry, o seu desconforto pessoal com sabe-se lá o quê.

Harry percebeu que um lugar estava vazio, o que não era normal. O professor Slughorn sempre fora um homem metódico e colocaria a quantidade correta de cadeiras na mesa. Caso contrário, não haveria justificativa para que todos estivessem tão próximos uns dos outros.

– Professor, quem deveria se sentar ali? – disse Harry, apontando para o local vazio.

– Meu jovem Potter, ali se sentaria – ele foi interrompido pelo ranger da porta. – Ah, jovem Malfoy, o já não era sem tempo, hein?

Harry instintivamente se levantou e ficou parado olhando o rapaz próximo da mesa. Draco estava com os olhos vermelhos e parecia ter chorado durante muito tempo. Todos olharam para Harry sem entender o que estava acontecendo.

– Por favor, sem brigas nesta sala. Hoje viemos confraternizar – disse o professor que se levantava.

– Brigar com quem? Não vejo ninguém significante o suficiente para me irritar nessa sala – responde rispidamente o sonserino.

Hermione percebeu o que ocorrera e se sentiu mal mais uma vez. Harry se sentou lentamente e sentiu sua angustia voltar. Ele tinha certeza que algo estava acontecendo entre ele e Draco, mas não sabia dizer o que era. Porém, por um momento, ele pensou que tudo fosse coisa de sua cabeça. Draco havia lhe tratado secamente e não aparentava qualquer coisa diferente do que costumava ser. Com exceção de estar explicitamente claro de que ele havia chorado. De que ele estava sofrendo com alguma coisa. Estava mais só do que nunca. No último dia, o vira sozinho o tempo todo. Nada de seus bajuladores costumeiros ou qualquer outra pessoa próxima dele.

– Por favor, senhor Malfoy, sente-se – disse Slughorn, apontando para o lado da mesa oposto a Harry.

E Malfoy se sentou. O jantar se seguiu normalmente – pelo menos para os outros. Harry, Hermione e Draco trocavam olhares discretos, um tentando adivinhar o que se passava na cabeça do outro.

Os dias se passaram e Harry estava cada vez mais reservado. Não por estar chateado com seus amigos – nem imaginava o que tinham feito – mas sim por estar sentindo uma angústia dilacerante e que não tinha justificativa. Quiçá isso fosse o que mais lhe incomodasse. Sofrer por algo que não sabia o que era. Algo que que talvez pudesse ter... esquecido.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo? Houve algumas revelações sobre o que aconteceu, certo? Mas ainda existem algumas perguntas que precisam ser respondidas. O que realmente aconteceu? Por que aconteceu? Acompanhem a história pra saber o desfecho final dessa história de confiança, amizade e um amor que coloca duas vidas em risco.Gosto que mandem reviews para eu saber o nível de satisfação dos meus leitores. Farei de tudo para agradá-los ao máximo!