Fix You escrita por Diana Wright, Naya Parker


Capítulo 21
Decisões complicadas.


Notas iniciais do capítulo

Só quero pedir que não me matem. Era Natal, eu estava indo em trezentos lugares ao mesmo tempo. E também, estou criando um fic de contos natalinos. Já estou trabalhando no primeiro conto.
Eu espero que gostem do presente de Natal que eu tenho para vocês (por mais que o Natal já tenha passado). Preparei uma sessão de capítulos. Vou postar mais um nessa fanfic, hoje mesmo. E nas outras, irei postar também.
Fiquei como uma condenada (tenham pena de mim u-u) escrevendo esses capítulos, então espero que colaborem sendo boazinhas comigo. Porque eu sou um amor com vocês, não sou? Hehehe.
Alguém aí é fã de Eragon? Eu comecei a ler depois de terminar CP2 (estou me recuperando com o fim), se tiver alguém aí que goste, venha conversar comigo, prometo que não vou te xingar



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Foi como se ela estivesse sendo engolida pelas sombras. Ela não conseguia mais ver nada em volta, apesar dos olhos não estarem completamente fechados. Ela ainda podia ouvir as vozes, mas elas estavam longes e distantes.

Seu corpo ardia e pulsava. Ela parecia pronta para explodir a qualquer momento. Sua cabeça dava voltas e as lembranças embaralhavam tudo.

Era o momento mais confuso da vida de Luce.

Ela não conseguia mais distinguir uma bala de um caminhão. Ela sentia a loucura, sabia que estava ficando pior, pior do que pensou que poderia ficar. Sabia que sua mente estava confusa e sem nenhuma condição de tirar conclusões sensatas.

Mas ela não queria poder pensar, queria poder esquecer. Ficar em paz com ou sem loucura.

A luz voltou a ganhar foco. As vozes ficaram mais límpidas e ela pode abrir mais os olhos, encarando um teto azul. Parecia um céu sem nuvens.

– Eu quero ver a minha mãe...aonde está a minha mãe? – Luce perguntou, sem saber bem porque estava perguntando isso, já que conhecia a resposta.

– Não sabemos querida, tenho certeza de que ela vai vir te visitar – respondeu uma voz agradável que Luce não conhecia.

Mas ela estava errada. Luce sentiu o peso da verdade cair sobre ela.

– Não...não...ela não pode vir. Ela não vai vir.

– Claro que vai, querida – respondeu a voz doce. – Por que ela não viria?

– Porque ela está morta.

A voz não respondeu dessa vez, e Luce sabia por quê.

Não tinha o quê dizer. Ela sentia que estava louca, sentia que estava perdendo tudo...e sabia que nunca teria sua mãe de volta. E isso tudo era culpa dela, somente dela.

As coisas estavam se apagando novamente. As luzes estavam ficando fracas, os olhos dela pesaram e ela sentia vontade de chorar. Mas ela estava exausta até para isso.

Mas naquele momento, quando todos os sons estavam abafados e todas as luzes apagadas, ela sentiu – e soube – que não estava sozinha.

[...]

Uma família – maior do que o normal – aguardava do lado de fora de um quarto de hospital.

A psicóloga, que foi chamada pela tia da menina, observava a inquietação de todos presentes ali. Ela imaginava o quando deveria ser difícil. Ela leu tudo sobre o caso dessa garota, e conversou com alguns dos adolescentes mais próximos a ela.

Não era um caso do tipo que todos acham impossível. Era só um caso que todos sabiam que podia muito bem acontecer com qualquer um que passasse pelo que essa menina passou, mas que poucos queriam realmente acreditar.

Já é difícil passar por isso tudo. Imagina passar por isso tudo sozinha.

E o pior de tudo, é que a culpa era do próprio pai. O próprio sangue. Uma pessoa que ela deveria amar e respeitar para sempre, que devia ser o maior companheiro dela nas horas mais difíceis, nos momentos mais inquietantes...

Mas ele era a inquietação dela.

Era tudo tão horrível que doía saber que era verdade.

– Com licença – pediu a psicóloga. – Senhora Mason? – perguntou a Emma. Essa tinha os olhos vermelhos, e parecia estar cansada. Ela estava com a cabeça apoiada no ombro do suposto marido e levantou o olhar quando a psicóloga a chamou.

– Sim, sou eu – ela respondeu, endireitando a coluna.

– Posso conversar com você em particular por um momento? – A psicóloga tinha uma certa melancolia no olhar. Pena, pensou Emma, era tudo que eu precisava.

– Sim, claro, um instante.

Emma se levantou e foi até Ally que estava no colo de Helena que parecia estar nervosa. Ela odiava vê-la nervosa. Ela só conseguia pensar em como tudo isso prejudicava o bebê e a própria Helena.

Se aproximou das duas e sussurrou:

– A mamãe vai ali conversar com a médica da Lu. Não se preocupe, querida. Ela está completamente bem.

– O Alex também me disse isso – falou Ally. – Mas eu não acredito em vocês. Ela não está bem.

Emma ficou em choque por um momento. O jeito como Ally falou...como se entendesse tudo e como se não pudesse ser enganada com palavras tão vagas. Mas Emma não estava enganando ninguém, apenas confortando.

Atordoada demais para fazer algum comentário, ela se virou para conversar com a psicóloga.

[...]

– Alex, ficar andando de um lado para o outro não vai adiantar nada – comentou Diana com o olhar longe.

Alex se sentou do seu lado e enterrou o rosto nas mãos.

– Se eu pudesse matar o pai dela, mataria.

– Nós todos faríamos, Alex – argumentou Jake. – Mas sério, a Di tem razão, ela já passou mal outras vezes. Ela esta bem agora.

– Ela estava na clínica, Jake! – gritou Alex, explodindo de repente. – Ela estava...sendo torturada pelo médico, ou coisa pior!

Diana se aproximou do amigo, e segurou a mão dele com força. Ele não olhou para Diana, mas devolveu o aperto. Ela teve vontade de sorrir para o amigo, para conforta-la, mas era meio difícil quando ela mesmo precisava ser confortada.

– Já volto, vou buscar uma água, quer alguma coisa? – Diana perguntou a Alex. Ele negou e jogou a cabeça para trás, em frustração. Ela não aguentava mais vê-lo assim, ver todo mundo assim. Ver Luce ficando pior a cada dia. Se matando sem nem perceber.

– Vou com você – disse Jake.

Eles seguiram pelo corredor do hospital até o bebedouro.

A verdade era que Diana não queria água. Queria se esconder. E mesmo que Jake estivesse ali, ela não se importou. Porque com ele era diferente. Com ele, ela não tinha medo de derrubar suas barreiras.

Ela se encostou na parede e foi deslizando até encontrar o chão. Ficou encolhida ali, então Jake se ajoelhou na sua frente, e ela colocou a cabeça entre os joelhos para evitar encara-lo.

Ela não estava chorando. Não estava com vontade de chorar. Sabe aquele momento em que tudo está tão confuso que você não tem a capacidade de chorar? Que parece que tudo é um filme que está sendo assistido somente por você?

Jake puxou a cabeça de Diana, para que ela encontrasse o olhar dele. Ela o encarou.

E apesar de tudo, ele sorriu.

Um sorriso que carregava vários sentimentos misturados. E ela sabia que ele estava sorrindo só para conforta-la. Para ela acreditar que estava tudo normal.

E ela nunca amou tanto ele antes, como amou naquele momento.

[...]

– O quê? O que você quer dizer com isso? – Emma perguntou, assustada com a resposta que poderia receber.

– Que seria melhor para ela que ela fosse internada. Não quero que ela deixe de ver vocês, muito pelo contrário. Vocês podem visita-la uma vez por semana – explicou a psicóloga Cely.

– Internada? Aonde? Por que você acha que seria melhor? – Emma só sabia fazer perguntas. Talvez para afastar a ideia de que isso poderia realmente ser o melhor. – Ela passou a vida inteira internada, e posso garantir que não foi nada...

– É diferente, Emma – interrompeu Cely. – Ela foi internada em um local que ela passava por experiências completamente inaceitáveis, na minha clinica, eu posso garantir que isso nunca aconteceria. Seria melhor. Ela poderia finalmente se curar.

Uma cura.

Emma passou meses pensando se tinha algum jeito de reverter o estado mental de Luce. Se existiria alguma coisa que pudesse fazer com que ela voltasse a ser uma menina alegre que foi a muito, muito tempo. Com menos de seis anos, Emma lembrava, ela era uma menina normal.

Não tinha surtos, nem pesadelos, nem alucinações.

Porque seu pai ainda não tinha se revelado como um monstro naquela época. Emma lembrava de como sua irmã parecia feliz, grávida de Max, de como Luce era alegre...

“ – Tia Emma, eu tenho um urso roxo! – Luce gritou alegre. Como se o fato de ela possuir um urso roxo pudesse mudar o mundo.

– Que bom, Lu! Tenho certeza de que ele é lindo! – ela disse sorridente. A sobrinha se alegrou mais ainda ao ver que a tia a entendia – ou fingia entender.

– O nome dele é Papai.

– Papai? – Emma riu. – Por que o nome dele é papai, Lu? Existem tantos nomes legais...eu conheço muitos nomes que seriam ótimos para o seu urso azul...

– Não! – Luce parecia indignada com a ideia de mudar o nome do urso. – Eu não quero outro nome. Quero que seja Papai.

– Ok, Papai também é um ótimo nome – mentiu Emma. Pois ela achava um nome demasiadamente estranho. – Mas como escolheu esse nome?

– É em homenagem ao meu pai. Quando ele não estiver por perto, eu vou ter esse urso para lembrar.”

Na ocasião, ela lembra que ela e a irmã – mãe de Luce – tinham sorrido uma para a outra. Se ela soubessem...se tivessem alguma ideia do monstro que ele era. Emma nunca soube. Só foi ter ciência disso quando a irmã e o sobrinho morreram e Luce foi internada.

Ela nunca mais viu o ursinho roxo.

– Mas...ela está assim por tantos anos...já tentamos tantas coisas...não entendo como ela pode melhorar depois de todo esse tempo – falou Emma.

– O tratamento vai ser diferente. Muito mais especializado e muito mais profundo, juro que vamos fazer de tudo, tudo mesmo, para ajudar a Luce – prometeu Cely.

– Eu...eu...acho que é uma boa ideia – admitiu Emma, depois de se convencer que não teria outra opção.

A psicóloga sorriu, satisfeita. Ela parecia muito entusiasmada com a ideia de ter Luce como paciente. E Emma podia entender, mesmo não sendo psicóloga. Luce era um caso difícil, o mais difícil que ela conhecia, e poder tratar de um caso assim, era uma espécie de reconhecimento pelo trabalho.

– Tenha em mente que nós tentaremos de tudo. E, tenho certeza de que vamos conseguir – afirmou Cely, sorrindo. – Não estou me gabando, apesar de reconhecer que sou uma boa psicóloga, estou dizendo isso porque...essa menina não poderia ter uma família melhor do que tem.

Emma sentiu um aperto no peito. Uma vontade de deixar que as lágrimas que vinha guardando escapassem. Ela deu um sorriso fraco, porém sincero à psicóloga.

A expressão de Cely mudou por um instante.

– Só temos um...pequeno problema – ela informou.

– Problema? – perguntou Emma, sentindo o estomago arder.

– Se...se você deseja que ela tenha um tratamento completo, precisamos passar muito tempo com ela. Prolongar o tratamento para que funcione. Isso pode demorar um ano ou mais.

Emma engasgou. Ficou um pouco desnorteada por um segundo, olhou para Cely esperando que ela dissesse que era brincadeira. Mas estava claro que não era.

– Não. Não, um ano é muito...não posso...- ela se desesperou.

– Se você quiser que ela melhore, vai ter que aceitar. Sinto muito, Emma. Mas é o único jeito.

As palavras eram verdadeiras, mas Emma queria com todas as suas forças que não fossem. Ela não podia suportar a ideia de deixa-la sozinha. Tudo bem que poderia visita-la e ligar mas...Luce era a sua filha, de um certo modo.

Como ela poderia abandona-la?

Deixa-la em uma clínica por um ano?

Mas essa era a única opção. Era doloroso, mas as coisas tem que ser dolorosas para que possam ser melhores depois.

Primeiro se passa pelas pedras afiadas para chegar ao rio.

– Tudo bem – desistiu Emma. – Eu aceito. Ela pode ser internada.


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Notas finais do capítulo

~ foge das pedradas~
Sei que vocês devem ter odiado a ideia, e provavelmente estão rezando para que eu morra ( não desejem isso, eu não li todos os livros que eu comprei, minha mãe ficaria uma fera), mas isso que eu fiz foi mais do que necessário. Não posso fingir que ela melhorou e mandar ela de volta para casa e pronto.
NÃO É uma história de “felizes para sempre”. Não vai ser lindinho e pura purpurina. DESCULPE SOCIEDADE, SOU UMA PESSOA MÁ POR NATUREZA, OBRIGADA.
Ok, façam o que quiser agora. Se quiserem me ameaçar por MP, eu entendo perfeitamente.
Beeeeeeeijoosss :D

PS: Acabei de ler Princesa Mecânica e estou ultra deprê, então não esperem que eu seja boa essa semana por conta do Natal e do Ano novo. Eu só vou ser pior (agradeçam a Cassandra Clare, a desgraçada que escreveu TMI e TID)